Quem matou o tio Agenor? escrita por Eli DivaEscritora


Capítulo 2
Delegacia


Notas iniciais do capítulo

Essa semana vou postar dois capítulos, pois na próxima não estarei por aqui.



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 A senhora é a dona da casa?  O homem de chapéu se aproximou da mesa olhando para a minha mãe.

 Sou sim, aconteceu alguma coisa?  Pela primeira vez ela saiu do seu mundo.

 Eu precisava que todos fossem para a delegacia  ele explicou para ela..  Tenho que interrogar a todos. A senhora poderia falar com o pessoal?

― Mas por que todo mundo precisa ir?

 Porque tenho que tomar o depoimento das pessoas que estavam presentes aqui. No momento exato em que aconteceu o ocorrido.  Ele olhou sério para ela.  A vida do seu tio depende disso.

Meia hora depois minha família toda estava reunida na delegacia. Eu sabia que não iria para casa tão cedo. Os depoimentos duraram mais de uma hora ao todo e, depois que todos tinham conversado com o delegado, ele pediu para eu e minha mãe não sairmos da delegacia, pois precisava falar com nós duas juntas.

 Chamei vocês duas juntas, já que são as únicas que possuem um álibi consistente.O delegado começou a falar depois que nos sentamos na cadeira à frente da mesa dele.

 Como assim um álibi consistente?  minha mãe perguntou.

 Senhora, todos na festa confirmam que viram vocês praticamente o tempo todo.  Ele suspirou.  Fazendo algo, carregando coisas, falando com as pessoas.  Ela parecia entender agora.  Gostaria que vocês pensassem um pouco mais sobre os convidados da festa ou algum estranho que estava perto da casa.

 

 Não consigo pensar em ninguém.  Minha mãe se antecipou, pois o delegado iria continuar a falar.

 Não precisa ser agora. Talvez outro dia quando estiver mais calma. E a propósito, a casa da senhora será interditada para os peritos conseguirem provas de quem fez isso.

Minha mãe ficou sem reação depois do comentário dele. Eu prestava muita atenção na conversa.

 E mais uma coisa.  Ele continuou a falar.  A casa da senhora tem câmeras?

 Não, senhor.  Eu respondi, tomando a frente, já que a minha mãe ainda estava estática.

 Mas onde eu vou ficar?  Ela balbuciou perdida, provavelmente seus pensamentos ainda estavam no assunto anterior.

 Nós tiramos algumas fotos da festa.  Respondi rapidamente.  Mamãe nós conversaremos sobre isso depois.  Olhei para ela.  É claro que não vou deixar a senhora na rua.

 E onde estão essas fotos?  O delegado perguntou.

― Na câmera digital em cima da geladeira da casa da mamãe.  Respondi.

 Ótimo.  O delegado começou a discar para alguém.  Obrigado pela informação.. Vocês estão liberadas.

Eu assenti e depois conduzi minha mãe para fora do escritório dele, pois ela ainda estava meio fora do ar pelo que o delegado disse sobre ela e o meu pai ficarem na "rua".

 Mãe, a senhora vai ficar lá em casa  comecei a falar.

 Não posso, minha filha, eu e o seu pai vamos dar trabalho.

 Tenho certeza que o Rafa vai sugerir a mesma coisa.  Fomos de encontro ao meu marido que estava sentado na sala de espera.

Conversei com ele e - como eu havia dito - ele concordou que os dois poderiam ficar junto com a gente. Meu marido é muito bondoso. Minha mãe não gostou muito, mas foi conosco para a nossa casa mesmo não querendo. Meu pai não se importou em passar um tempo comigo e com o Rafael, parecia que ele estava passando as férias na casa de uma tia.Já era um pouco tarde quando chegamos e acabamos pedindo um lanche. Eu fui dormir um pouco mais cedo do que o de costume. Eu estava exausta, e para variar não vi quando o Rafa se deitou. No outro dia eu e a minha mãe fomos visitar o tio Agenor no hospital. Fiquei com o coração partido ao vê-lo deitado, tão frágil, naquela cama com aqueles tubos ao seu redor. Ele tinha dificuldades para respirar mesmo com os aparelhos.

 Não consigo compreender como alguém da nossa família pode fazer uma coisa dessas.  Minha mãe comentou, enquanto olhava para ele através do vidro.

 Mãe, nós não vamos conseguir identificar o culpado.  Ela olhou com a testa franzida para mim.  Sabe por quê? ― Ela negou.  Porque somos da família, não temos como desconfiar de alguém do nosso sangue.  Eu olhei séria para ela.  Mas podemos pensar em alguma coisa suspeita que aconteceu na festa.

Ela concordou comigo e depois voltou a olhar para o tio com um semblante triste. Fomos embora meia hora depois. Quando chegamos à minha casa eu a convidei para tomar um café e, enquanto colocava a mesa, nós íamos conversando. O assunto ainda era a tentativa de assassinato do tio, mas eu precisava urgentemente contar-lhe uma coisa. O episódio do meu tio ofuscou a tentativa de dialogar com ela sobre isso - só que eu não conseguia mais ficar calada - então uma hora eu comecei a mudar de assunto.

 Eu sei que esse não é o momento mais apropriado.  Peguei a xícara com o café. ― Porém minhas suspeitas podem ser verdade.

 Ai, o que aconteceu? Você sabe quem atacou o tio? Eu também quero saber!  Ela me olhou atenta.

Fiquei alguns minutos paralisada e ela ficou mais angustiada com a situação.

 Minha nossa, Letícia.  Ela se mexeu na cadeira.  Fala filha, você já sabe quem matou o tio Agenor?  Sua voz era desesperada.

Eu mordi o lábio um pouco nervosa. Eu não sabia por onde começar e isso a deixava mais apreensiva. Tomei um pouco do café, mas a tensão ainda permanecia no meu corpo. Por fim, resolvi falar de uma vez antes que eu perdesse a coragem.

― Mãe, acho que estou grávida. ― olhei assustada para ela.


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Notas finais do capítulo

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