Melody escrita por listha


Capítulo 2
O jantar


Notas iniciais do capítulo

As valsas tocadas são: Waltz of Flowers do Tchaikovsky (aquela do Quebra Nozes) e The Blue Danube do Johann Strauss. Divirtam-se.



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No quarto de Nakuru...

– Xii, Suppi... as coisas vão ficar feias lá embaixo. – Nakuru fala e olha para ele.

– O mestre é um cavalheiro... ele não faria nada a Kaho. – Spinel fala.

– Assim espero, Suppi. – Nakuru fala.

Na biblioteca...

– Você jamais foi um idiota... Eriol. – Kaho fala, indo as lágrimas.

– Ah, não fui? – Ele se pergunta inconformado, abrindo os dedos e pondo a mão esquerda sobre seu peito, apontando para si.

– Eriol... eu preciso te dizer que... – Eriol a corta.

– Que você está grávida? – Ele fala sem assombro e segue.

– Eu já sabia. – Ele estraga o momento.

– Eu vou precisar do seu apoio... da sua... – Eriol a corta novamente.

– Vivemos uma relação estavel por um ano, Kaho e eu não me lembro de... – Ele se interrompe.

– Claro que tivemos, Eriol. – Kaho lhe diz.

– Não, não tivemos. Até porque da porta do seu quarto eu não passei. – Ele lhe diz.

– Passou aquela vez em que você disse que eu tinha desmaiado, lembra? – Ela o informa.

– Aquele dia... quem a levou até o quarto foi a Nakuru. – Eriol lhe conta o detalhe da semana passada.

– Nakuru?! – Kaho se assombra.

– Assim que esse filho só pode ser do seu querido Touya, não? – Eriol lhe diz.

Kaho o observa e franze a testa.

– Eu e o Touya usamos proteção... não pode ser que... – Kaho fala mais para si do que para Eriol.

– E eu, conste... só passaria ao seu quarto, se estivéssemos casados pelo civil e segundo as leis da Igreja. – Eriol fala.

Kaho olha para ele e passa a sorrir e se aproxima dele.

– Eriol... se você, digo... se você... acreditar... que eu te amo e muito. – Ela lhe diz.

– E que modo de me amar, Kaho... engravidando do Touya. – Ele lhe diz.

Vaya! – Eriol exclama, sarcasticamente.

Kaho toca com delicadeza as mãos dele e o olha.

– Eu te amo. – Kaho fala, com lágrimas olhando para ele.

– Suponho que você deveria dizer essas palavras ao Touya e não para mim. – Eriol lhe diz e olha para a porta.

Nakuru havia terminado de colocar as maletas de Kaho em frente da porta e voltado aos seus aposentos, subindo as escadas.

– Eriol, por favor. – Kaho o abraça.

– O táxi a está esperando, senhorita. – Eriol lhe diz, se afastando dela, ainda com delicadeza.

– Eriol... nós poderíamos tentar. – Ela tenta encostar no braço dele, mas ele o ergue.

– Agora eu preciso cancelar a reserva no Gordon. – Ele diz e sai da sala, entrando no escritório.

– Você fala do Gordon Ramsey?! – Kaho se assusta.

– Sim... porque já não tem sentido o que eu gostaria de fazer. – Ele entra no escritório e toma o telefone, Kaho o segue.

– Eriol, mas... – Kaho entra no escritório e o vê perto de telefonar.

– Pensando bem... você se incomodaria de ir comigo ao Gordon? – Eriol fala, enchendo-a de esperanças.

– De modo algum. – Kaho lhe diz, sorrindo.

– Acontece que a reserva foi cara. – Ele dá um sorriso brincalhão.

Kaho sobe as escadas e passa ao seu quarto, onde encontra sobre a cama um vestido preto de alças finas, com um delicado fio de pequenos diamantes, passando tranversalmente todo o vestido, que termina com um leve ondular nas bordas, perto dos pés dela. Ela calça o salto fino prateado, e o amarra no tornozelo com delicadeza a fita de cetim cinza, que combina com a parte grossa perto de seus dedos, que está ornada com pontos pequenos de cristais swarovsky.

– Nossa. – Kaho fala, um pouco maravilhada, retirando o babyliss da caixa.

Ela cacheia todo o longo cabelo vermelho e faz uma trança, prendendo-a perto da franja, fazendo a volta e deixando alguns fios levemente soltos dando leveza, faz uma chapinha na franja. Kaho coloca apenas uma pulseira de brilhantes no braço esquerdo, faz a maquiagem e desce.

No quarto de Nakuru...

– Juro que eu já não entendo mais nada! – Nakuru esbraveja e se joga na cama.

– Essa eu também não entendi, Nakuru. – Spinel fala.

Eriol está aguardando-a com um terno preto completo, e uma camisa social azul marinha, além dos sapatos sociais pretos.

– Vamos, senhorita. – Ele sorri ao vê-la descer as escadas.

Ele se afasta um pouco e curva o braço direito, onde ela delicadamente pousa a mão. Antes de sair, Kaho observa as maletas perto da mesa de saída da casa, encostadas ao pé de uma mesa de centro, de mogno escuro que tem um abajur de luz fraca saindo do mesmo.

– Vamos. – Kaho lhe responde.

Eriol lhe abre a porta do carro e a aguarda entrar, auxiliando-a com a mão direita, enquanto ela segura um pouco erguido o vestido, mostrando o tornozelo, além da sandália, entra em seguida e pede ao motorista que os guie ao Ramsey.

Ao chegarem ao Ramsey, Eriol desce primeiro e abre a porta do outro lado, novamente curvando-se para Kaho e auxiliando-a com sua mão para que ela desça. Ele volta a curvar o braço, retirando os pés do caminho, e Kaho apenas volta a colocar-lhe a mão no antebraço. Eles entram.

O jantar segue ameno e a chuva já não os incomoda mais. O matrie, lhes serve um pouco de champanhe.

– Obrigado. – Ambos agradecem juntos, com um sorriso.

– O jantar está... tudo tão perfeito. – Kaho fala.

– A perfeição também era um dos dotes de Parisina. – Eriol fala.

– Parisina?! A do conto de Byron? – Kaho lhe pergunta.

– A mesma. Apenas a diferença de Byron, o conde a matou. – Ele diz, tomando champanhe.

– Eriol... é... – Kaho inicia.

– Não desejo saber, Kaho. – Eriol lhe diz e segue.

– Não estrague um jantar tão maravilhoso com isso. – Ele lhe pede.

Finalizada a sobremesa, Eriol apenas retira do bolso um anel e olha para o mesmo com tristeza.

– É pra mim? – Kaho lhe pergunta.

– Fique com ele... como uma lembrança desta noite. – Eriol lhe diz sorrindo.

Eriol se levanta e caminha até Kaho, ele se ajoelha diante dela, que segue sentada, ele lhe coloca o anel na mão esquerda, no dedo anelar, aproveita e inclina de leve a cabeça na direção da mão dela e lhe pousa um beijo. Kaho se assusta, mas sorri com o gesto.

– Mas Eriol... – Kaho o observa.

– Vamos... dançar? – Ele pergunta, se levantando.

Eriol e Kaho passam a pista de baile e dançam duas valsas, Tchaikovsky na primeira e Struauss na segunda.

Touya observa a Kaho, olhando para um anel e decide retirá-la de seus pensamentos.

– Kaho... eu. – Ela volta-se para ele, com um sorriso.

Kaho está sentada numa cadeira de balanço em um enorme jardim, ao estilo japonês e observa ao longe sua filha brincando.

– Se quer saber... se eu me arrependi de tê-lo escolhido, a resposta é não, Touya. – Ela lhe diz.

Touya inicia um longo beijo com Kaho, ficando ajoelhado diante dela, que lhe toca o rosto docemente, enquanto flores de cerejeira escapam da árvore, bailando com o vento.


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Notas finais do capítulo

Parisina: Esse conto de Byron mostra a traição que foi sofrida pelo conde Guilherme e na vida real o conde matou Parisina e seu amante. No conto, Byron deixa em aberto o destino de Parisina. Espero que tenham gostado do último capítulo e me deixem reviews. ^.^



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