Melody escrita por listha
Notas iniciais do capítulo
Eu recomendo ouvir Adagio G minor do Albinoni na parte em que Eriol senta-se ao piano e em seguida continuar a leitura. Bolero de Ravel também é uma bonita peça.
Eriol apenas observa com atenção ao envelope branco selado, que caíra de dentro da pasta que Kaho carregava. Ele toma o envelope e caminha a porta para tentar devolvê-lo a sua dona, mas Mizuki havia passado do portão negro da casa e tomou o caminho do metrô central.
Ele apenas observa pensativo ao envelope, sem muitas questões sobre o mesmo, porém em seu interior, algo lhe dizia que ele deveria romper o lacre e ver o conteúdo da carta, porém se ele isto fizesse, Kaho não lhe teria a menor confiança. O mago, segundo muitos, o mais forte do mundo, tremia como uma criança diante de um envelope.
Nakuru entra a sala e observa seu mestre, com um olhar de dúvida para o envelope, que está selado e sem pensar duas vezes o toma das mãos gélidas dele, que não resiste ou faz qualquer objeção a respeito. Eriol, apenas fecha os olhos e senta-se em sua poltrona.
Spinel, que observa a tudo, sem entender, pressente que seu mestre precisará dele por perto, então, apenas pousa próximo dele, sobre a mesa de centro e observa. Nakuru rompe o lacre, Eriol apreensivo, pressiona seus olhos fechados.
– A carta diz: “ Doce amor...”, aí que linda a Kaho... chamando o mestre de doce amor, não é Suppi? – Nakuru comenta.
– É Spinel... e eu não gosto de doces. – Spinel fala, fechando a cara.
Eriol relaxa um pouco e abre os olhos, enquanto Nakuru termina seguindo a leitura.
– Virgula. “Eu preciso te dizer o quanto você é o único que me fez e sempre me fará feliz.” – Nakuru sorri.
Eriol ao vê-la sorrir, apenas tem um sorriso generoso e que transparece tranquilidade como os dias de sol sobre a Europa, um sorriso como um menino, que recebera um presente valioso, e que graças a Nakuru podia desfrutar dessas palavras tão singelas e cheias de sentimento.
– Meloso demais para mim. – Spinel fala.
– A Kaho é uma flor. – Nakuru diz.
– O mestre está esperando, Nakuru. – Spinel lhe diz.
– “ Nada no mundo me deixa mais feliz do que passar as tardes com você, tardes essas que todos cogitam que eu estou na universidade.” – Nakuru fala e se assombra.
Eriol, que estava sorrindo, se desfaz do mesmo fugazmente.
– Treinando feitiços... sei. – Spinel fala e olha para o mestre.
Eriol passa a piscar os olhos rapidamente e tenta evitar as lágrimas que talvez lhe viessem ao rosto.
– Sim... eu... – Ele diz, confuso.
– Feitiços de amor! – Nakuru brinca, e ri.
– Só pode ser isso... e deixa de ler essa carta porque pode ficar muito... doce. – Spinel fala.
Eriol, que estava quieto até o momento, se levanta e caminha na direção de Nakuru.
– Me entrega, por favor. – Nakuru lhe entrega a carta, ao ver o olhar sério de Eriol.
Eriol termina de ler a carta em silêncio e fixa seu olhar em duas iniciais que lhe são importantes, mas não comenta com os guardiões.
– Preciso ficar sozinho. – Ele lhes pede.
No quarto de Nakuru...
– Ih, o que será que houve? – Nakuru olha para Spinel.
Spinel está passando calmamente e ficando sobre a espreguiçadeira, olha para o exterior e observa o jardim, que está sendo levemente molhado pelos pingos de chuva.
– Eu não sei... mas é melhor deixar o mestre sozinho por um tempo. – Spinel fala.
Nakuru aproxima-se dele, e senta-se no estofado vermelho da espreguiçadeira e cruza as pernas, deixando-as em uma inclinação para o lado direito apenas. Ela começa a bagunçar os pelos de Spinel, sorrindo enquanto brinca com o mesmo.
– Será que nos não poderíamos ajudá-lo, Suppi? – Nakuru o olha, com preocupação.
– Acredito que não... mas a pessoa que pode fazê-lo acaba de chegar. – Spinel fala, olhando a janela.
– Ah, verdade. – Nakuru diz, enfadada.
Na sala...
Eriol narrando:
A Kaho acaba de passar pelo portão.
Kaho está apressada por causa da chuva, que está molhando seu vestido azul-claro, em contraste com seus olhos amarronzados e seu longo cabelo ruivo, com uma franja.
– Boa tarde. – Ela escuta a Eriol.
Kaho narrando:
Que estranho... e essa chuva foi provocada.
Kaho passa a biblioteca, onde o observa, sentado tranquilamente em sua poltrona.
– Você não me avisou que ia chover. – Kaho diz, observando as costas da poltrona.
Eriol entrelaça os dedos, sorri e os mantem próximo ao seu corpo.
– Se eu não controlo nem mesmo a minha vida... – Ele fala, triste e fecha os olhos.
– Eu estou aqui para ajudá-lo. – Kaho fala e se aproxima da poltrona, colocando a mão esquerda no encosto superior da mesma.
– Claro. – Eriol diz, com sarcasmo, desentrelaça os dedos e se levanta.
Eriol caminha na direção do piano, com tranquilidade, ele senta-se na frente do mesmo, volta a entrelaçar os dedos, estica os braços para a frente, mostrando a palma para a borda preta, sobre as teclas. Ele coloca os pés no pedal, corrige a postura e passa a dedilhar sobre mesmas.
– Que melodia mais triste, Eriol. – Kaho fala e se aproxima.
– Adagio in G minor, Albinoni. – Eriol responde, enquanto fecha os olhos.
– Apesar de tudo ela é bonita. – Kaho fala, enquanto olha para alguns dos livros.
O silêncio passa a ser aterrador na biblioteca.
– Sabe... eu prefiro Bolero de Ravel. – Kaho lhe diz, enquanto passa delicadamente as mãos por alguns livros.
– Eu gosto de muitas, mas no momento essa é a que define melhor o que eu sinto. – Eriol fala se levantando.
– O som esteve magnífico! – Kaho bate palmas para Eriol.
– Prefiro furtar-me dos detalhes, mas essa já devem tê-la tocado muito, não? – Eriol lhe diz, fazendo Kaho se assombrar.
– Que modos são esses, Eriol? – Kaho fala.
– Da próxima vez... porque haverá uma próxima vez, não se esqueça de ser cuidadosa. – Eriol coloca um sorriso triste nos lábios e retira do bolso a carta.
Kaho olha para a carta e compreende.
– Você acha que eu sou um... – Eriol volta-se para o outro lado e passa os dedos pelos cabelos, voltando-se para Kaho em seguida e grita.
– … idiota?! – A chuva segue caindo ao lado de fora, com uma intensidade um pouco leve.
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Aí essa não... o Eriol está bravo. O que acontece com a Kaho Mizuki em seguida? Será que ela vai precisar dos guardiões para defendê-la... (lembrem que o Eriol é a reencarnação do Clow), ou alguém vira ajudá-la. Podia ser o Chapolin Colorado...
Até o próximo!
OBS: Pode não ter ficado muito boa, primeira fanfiction por aqui.