Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 29
Tempestades e Memórias


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Primeiramente pedimos imensamente desculpas pela demora, mas os últimos meses forem incrivelmente complicados o que dificultou e muito o andamento da fic. Além de que tivemos que repensar esse capitulo algumas vezes, pois não estava dando o resultado que queriamos. Bem mas agora esta tudo bem, e aqui está ele. Aproveito pra reafirmar o nosso comprometimento com a fic. Novamente peço desculpas e desejo-lhes uma boa leitura.



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Leo olhava para duas amigas a sua frente confuso e nervoso. Não sabia o que estava acontecendo, tipo tudo havia começará logo após ele ter vindo falar com a Nick, na tentativa de tentar entender mais a garota, foi então que a mesma atendeu o telefone que insistia em tocar e em seguida se calou e ficou mais pálida do que nunca. E quando Hana chegou e pegou o celular também, aconteceu a mesma coisa, só que esta desmaiou. Sem saber o que fazer se sentiu aliviado quando seus amigos se aproximaram.

—O que houve aqui? -pergunta Jason.

—Elas estão bem? -pergunta Annabeth, observando as meninas.

—Eu não sei... -admite Leo, estando tão perdido quanto os outros. -Mas acho que esse celular tá amaldiçoado.

—N-não... -Hana sussurra ainda inconsciente.

—O problema não é o celular, é o que disseram pra elas. -Gabe falou.

—Como você sabe? Você não estava presente na hora não é?

—fala Hazel, chocada com a rápida conclusão do outro.

—Porque é a única coisa que explicaria a reação delas é que elas ouviram algo realmente ruim. -Gabe respondeu olhando as garotas preocupado.

—Mas elas vão ficar bem depois que passar o choque do que quer que disseram né? Elas vão voltar ao normal não é? -pergunta Piper.

—Sinceramente eu não sei... -responde o garoto franzindo as sobrancelhas parecendo se lembrar de algo ruim.

—Melhor levarmos elas pra enfermaria -Nico falou se aproximando. Nick se encolheu ainda mais no chão e mais lágrimas molharam a grama. Hana estava paralisada, como uma estátua. Leo foi devagar até Nick que se remexia, pegou-a com cuidado e seguiu para a enfermaria.

Chegando lá eles as colocaram nas camas. Ajeitaram a Hana confortavelmente e a Nick se encolheu ainda mais após ser colocada na cama abraçando os joelhos. Apesar de uma delas estar inconsciente ambas demonstravam estar em choque.

—O que fazemos agora? -pergunta Annabeth estando chocada demais pra pensar.

—Acho que devíamos chamar Quiron. -fala Percy.

—Gente... -Percy chamou. -Tem alguma coisa errada. -apontou pra Hana. Ela tremia da cabeça aos pés, como se estivesse congelando, murmurava frases desconexas e agarrava os lençóis.

—Ajuda... -foi possível distinguir entre os murmúrios.

—Pelos deuses! Alguém vai chamar o Quiron rápido! -grita Piper angustiada sem saber o que fazer assim como os outros. Frank foi o escolhido e pouco depois, pra felicidade deles, chegou junto ao centauro.

—O que está acontecendo aqui? -perguntou logo que entrou no recinto. Seus olhos se arregalaram ao se deparar com a cena.

Um silêncio pairou no local. Ninguém sabia o que dizer ou por onde começar. Desistindo de esperar alguém se pronunciar, ele foi em direção a Nick.

—O que aconteceu, Nick Argent? -perguntou mas parece que a garota não escutou ou estava em choque demais pra notar qualquer coisa.

—Elas estão fora do ar. Não respondem ou interagem. -Anne falou demonstrando preocupação.

—Não sabemos o que aconteceu par que elas ficassem assim, mas foi algo realmente sério. -Hazel completou.

—Como isso começou? -pergunta Quiron começando a ficar mais preocupado. -A reação delas consiste com o comportamento normal delas?

—A Nick recebeu uma ligação, depois disso foi como uma reação em cadeia. Temos que fazer alguma coisa. -Leo disse ficando cada vez mais angustiado por vê-las naquele estado.

—Primeiro vamos esperar um tempo pra ver como elas vão ficar nos próximos dias, pode ser que amanhã o choque já tenha diminuído e elas consigam falar, mas como não sabemos o que causou isso melhor darmos um tempo a elas e não as pressionarmos. Caso o estado delas não mude teremos que tomar providências. -falou Quiron, embora os outros não tivessem gostado da ideia de não fazer nada ele os convenceu pois sabiam que era melhor não pressiona-las.

E assim  passaram-se três dias. Fora do cômodo Gabe não aguentava mais.

—Arg! Não dá pra continuar assim. Cadê aquele maldito celular?! -começou a procurar que nem doido. -Vou ligar pra quem com certeza deve saber o que aconteceu! -falou completamente irritado.

—Eu não sei se isso é uma boa ideia. -começou Quiron, mas o mesmo já estava ligando.

Todos se reuniram em volta dele ansiosos pelo desenrolar da história. Afinal todos queriam saber o que havia causado isso.

—Por que você não fez isso antes?! -Nico protestou quase em súplica. E antes que Quiron dissesse qualquer coisa Leo, Calleb, Gabe e Nico já se encaravam irritados com a falta de ação uns dos outros. Mas logo Gabe da sinal que haviam atendido a ligação.

—Alô?  Não, não é a Nick. Aqui é o Gabe.Olá senhora Elise, sim, sim eu estou vivo. Eu quero saber o que aconteceu, o que falaram com ela pela ligação. -Gabe falou com raiva, mas quando a resposta veio ficou mudo por um tempo, começou a perder a cor e depois simplesmente largou o celular.

—Eu disse que o celular era amaldiçoado! -fala Leo após ver a reação do outro. 

—Para de falar besteira, Leo! -fala Calleb.

—Devíamos ir vê-las. -Leo falou quase em súplica. Embora enquanto falasse Gabe já tivesse entrado no cômodo com uma cara irritada, que logo foi seguido por Quiron, Leo, Calleb, Nico e os outros que após trocarem olhares preocupados já passavam pela porta.

Logo após isso viram o garoto indo em direção a Nick e segurando pelos ombros e a sacudindo.

—Nick Argent porque diabos você não me contou?! -falou e como ela apenas o olhou surpresa com a presença dele. -Responda! Porque diabos vocês cismam de manter tudo só pra vocês?! Até quando terei que ver você afundando de novo?! -bradou o jovem irritado. Mas a garota nada respondeu.

—O que aconteceu? -Calleb perguntou mas a resposta viria mesmo o outro não tendo ouvido a pergunta.

—Porque você não falou do acidente dos pais de vocês?! -ele continuou irritado e os olhos dela começa a se focar mais em reconhecimento as palavras.

—O que tem eles? Estão feridos? -Leo disparou perguntas que ninguém sabia, e os que sabiam estavam distraídos.

—Por que não me falou que tinham morrido?! -o outro falou e os olhos da garota começaram a nublar novamente só que de lágrimas

—Estão mortos... -Nico sussurrou abalado pelo motivo inesperado. Um silêncio fúnebre se instalou no local.

—Então elas são órfãs agora? -Calleb perguntou como se se recusasse a acreditar no que tinham dito.

—Não, saiam, saiam, não sou eu... -Hana gritou e se remexeu na cama ao lado e Nick ficou aliviada por ter se livrado momentaneamente do interrogatório.

Mas é claro que a vida não colabora com elas. Nisso chega Dioniso acompanhado por ninguém menos que Zeus. 

—O que aconteceu com elas? -pergunta Zeus assim que viu as duas. Elas estavam deploráveis, Hana ainda não havia acordado e estava com uma cara acabada e esquelética e a Nick estava mais magra e pálida que o normal e com olheiras enormes, indicando a falta de sono dos dias anteriores por causa dos pesadelos e que tinha quando dormia.

—Temos que fazer alguma coisa. -Nico falou se aproximando de Hana. Ele tocou seu rosto e quase se arrependeu, a menina estava gelada, muito gelada.

—Ei! Respondam! -exige Zeus mas estes continuam sem falar nada. -Como ousam ignorar a mim, o grande e poderoso Zeus?!

—Não sei se percebeu, mas estamos meio concentrados aqui. -Leo falou sem pensar.

—Ajuda... Ajuda... Não... Não sou eu... -Hana sussurrou e se contorceu na cama. 

—O que ela tem? -Gabe perguntou pra Nick, como se ela soubesse o que estava acontecendo. O que tinham grande chance de ser verdade.

—Não sou eu... Não... -Hana se rebateu e deu um grito sufocado de dor, mexendo ainda mais os braços.

Nisso Annabeth se aproxima da Hana e arregala os olhos.

—Gente... Isso já estava aqui antes? -ela fala mas aí as marcas que ela havia percebido nos braços da garota apareciam, sumiam e se moviam.

—Não, não estavam. De onde isso surgiu? Quando isso apareceu? -Nico pergunta se aproximando da garota.

—Ajud... Ajuda... Por favor... -Hana murmurou.

 -Acordem ela. -fala Gabe. -Sério gente. Agora

—É seguro? -Piper perguntou para Quiron.

—Acho que não temos tempo pra pensar nisso nesse momento. É melhor fazerem o que ele disse. -Quíron disse.

Piper assentiu e se virou em direção a meia irmã. Gabe estava próximo da cama.

—Hana. Hana. Hana. -ele chamava enquanto abalançava pelos ombros.

A pequena não deu sinal de que fosse acordar.

—Hana! Hana! Hana! -ele chamou com mais vontade e sacudiu com mais força, mas sem obter resultado algum.

—O que vocês querem? -Nick perguntou com a voz rouca e baixa pela tempo sem usá-la.

—Porque ela não acorda? -Hazel perguntou se aproximando de Nick. -O que está acontecendo, Nick? - continuou enquanto se abaixava pra ficar da altura da prateada.

—O que você está fazendo aqui...?! -rosna a garota olhando fixamente pra Zeus, ignorando todo o resto.

—Você sabe muito bem o que vim fazer aqui. Quero as memórias e quero agora! -Zeus falou impaciente.

—Você quer as memórias? -Nick o olho com escárnio. -Tem certeza disso?

—Sim, sua criança insolente! Por que acha que estou aqui? -Zeus falou e a garota pela primeira vez demonstrou um olhar só de ódio. 

—Você que sabe. -a garota deu os ombros e possuía um sorriso macabro no rosto. 

—Espera, o que você vai fazer? -pergunta Quiron preocupado.

Hana continuava se remexendo, mas o único que conseguia desviar a atenção da discussão que se formava era Nico. O garoto olhava para a pequena totalmente preocupado e sem saber o que fazer.

—Nós vamos dar um jeito. Nós temos que dar um jeito. -falava enquanto segurava a mão da garota e  dava um delicado beijo em sua testa.

—Ele insiste tanto em conseguir as memórias que acho que o deixarei ve-las mas não garanto que será algo fácil. -a garota falou e todos a olharam confusos. -Vocês verão.

—Como assim veremos? Não tem ninguém aqui capaz de acessar as memorias e... -fala Dionísio.

—Quem disse que sabem tudo que sou capaz? - Nick provocou.

—O que pretende fazer? -Gabe perguntou preocupado. Sempre que duvidam de uma delas algo ruim acontece, geralmente com elas.

Nick apenas abriu os olhos, sorriu de leve pro garoto, fechou os olhos e se concentrou mais. E então o cabelo dela se agitou flutuando, as pérolas ficaram aparentes e começaram a brilhar. O espaço próximo dela começou a tremeluzir e vozes estranhas puderam começar ouvidas, dizendo coisas que grande parte não dava pra entender e as que davam eram palavras cruéis. Vozes que somente outras duas pessoas reconheceriam. E a atmosfera continuou a se intensificar, começaram a sentir um desespero e sofrimento quase palpável que não pertenciam a eles. E as vozes ficavam mais nítidas, ao ponto deles começarem entender o que elas falavam. Até que tudo escureceu e o ambiente em que se encontravam mudou.

—O que você está fazendo? -Gabe perguntou pra Nick. -Onde estamos? -falou na falta de resposta.

—Você é realmente louca de trazê-los pra cá? Você sabe que terá consequências né? -fala uma voz de criança que surgiu da escuridão e que quando a viram era uma mini Nick, só que com os olhos totalmente sem vida. Gabe arregalou os olhos, ele sabia quem aquela menininha era.

—Nick?! -Piper gritou assustada com o que via.

—Que? -perguntaram as duas juntas.

—É você mais nova! Como isso é possível? -dessa vez quem perguntou foi Percy.

—Porque nós estamos dentro da minha mente... -Nick respondeu. 

—Ou seja, essa doida acabou de se meter em problemas ao trazer vocês até aqui. -a pequena Nick falou.

—Você pirou de vez? Sabe que não pode fazer isso. É contra as regras. -Gabe falou sério.

—Como se eu fosse capaz de mostrar algo que não deva. -Nick resmungou, mas ela estava ficando pálida e fraca.

—Dá pra perceber que te sobrecarrega, não devia ter feito isso. -Leo falou se aproximando de Nick.

—Não é ter trazido vocês aqui que a deixou assim. Temos poder pra isso. Mas as consequências estão começando a afeta-la. Afinal nem mesmo ela pode mantê-las afastadas por muito tempo... -a  Nick pequena falou. E nisso as janelas de memórias começaram a aparecer.

—O que é isso? -Calleb perguntou, se referindo as memórias.   

—São as memórias dela. -a pequena Nick respondeu séria.                         

—Minhas memórias... Não se aproximem delas agora... -Nick pediu com a voz fraca, e caiu de joelhos. A consistência do seu corpo dentro da própria mente parecia está desaparecendo.                         

Leo o Gabe correram para segurar Nick.                         

—Precisamos ser rápidos. Mostre logo o que quer mostrar. Você não vai aguentar muito tempo. -Leo falou enquanto sentava e colocava a cabeça da garota em seu colo.

—Não é isso. Ela está sendo sugada pelas memórias. -a MiniNick falou. E pouco depois a Nick atual sumiu.    

—Vamos entrar nas memórias dela? Por isso estamos aqui? -Hazel perguntou um pouco confusa com tudo que estava acontecendo.                      

—Bem isso é com vocês. Mais se não a encontrarem não conseguiram sair daqui. -a pequena deu os ombros. -Só mais uma coisa. Aconselho que vocês a encontrem antes que ela quebre porque se não será tarde demais. 

Nisso tudo ficou escuro e alguns segundos depois veio um clarão. E passaram várias cenas: de quando os pais se separaram, os primeiros encontros com os avós. Até que parou e todos estavam desnorteados, olhavam em volta tentando reconhecer alguma coisa, mas nada ali lhes era familiar. Apenas Gabe sabia que local era aquele.

—Não entendo, o que estão fazendo aqui? -Hana perguntou passando por uma das portas.                         

—Hana? O que você está fazendo aqui? -pergunta Gabe ao mesmo tempo.   

—Tentando sair. Sua vez de responder. -Hana falou séria.                         

—Nick resolveu mostrar as memórias pra ele e trouxe todos nós juntos. -falou Gabe. -Hana porque diabos você deixou que ela se aproximasse daquelas pérolas?!                         

—Eu não tive culpa. As meninas mexeram na caixa e quando eu vi, ela já estava com as pérolas. -Hana respondeu nervosa.                         

—Essa não é a primeira vez que ela as coloca né? -pergunta Gabe.              

—Não. Conseguimos um acordo da última vez, mas agora não vai ter jeito. -respondeu dando um suspiro.      

—Maldição... -pragueja o garoto.

E então sentiram um movimento e olharam pra onde vinha. Uma Nick de uns 3, 4 anos passou pelo cômodo e eles resolveram segui-la. Chegaram numa espécie de escritório.

—Mandou me chamar, vovó? -pergunta a garotinha.

—Sim. Seus professores me informaram que está se recusando a estudar e fugindo das aulas. -a senhora falou secamente olhando a menina com decepção e algo mais.

—Mas, vovó, por que eu tenho que ter tantas aulas chatas? A outras crianças estudam tudo isso também? -pergunta Nick.

—Você não é como as outras crianças. -a senhora respondeu. -Agora volte pra suas aulas e não quero ouvir mais nada parecido. 

—Não! Eu não quero! -a menininha gritou. -Quando o papai vai voltar? Eu quero a mamãe, por favor, deixe-me ver a mamãe... -implorou com lágrimas nos olhos.

—Insolente. Não ouse gritar comigo, criança. -repreendeu a velha e pareceu ter uma ideia. -Sua mãe está muito doente. Nós que estamos pagando os médicos para ela. Você não quer que ela morra não é?

—A mamãe vai morrer...? -a garotinha sussurrou em choque. -Eu não quero que a mamãe morra!

—Se não quer é melhor obedecer, ser uma boa garota e se comportar. Se não... Pararemos de pagar os médicos, entendeu? -ameaça a velha.

—E-entendi... Nick vai ser uma boa garota. Se Nick fizer isso a mamãe vai ficar bem e poderei ver ela? -a garotinha fala com esperança.

—Isso. Agora vá e não quero ouvir reclamações dos professores novamente. -a senhora falou e a pequena Nick apenas balançou a cabeça assentindo e se retirou. Os velhos também sumiram. Então tudo ficou em silêncio novamente.    

—Temos que continuar. -Hana falou tirando todos do transe  que estavam.   

Então tudo tremeluziu, como uma transmissão falha.                         

—Não... não...não... -Hana murmurava enquanto se encolhia. -As luzes...as luzes... Por favor, não... -ela tremia e se abraçava, cravando as unhas nos braços.                         

—O que houve? -Nico perguntou se aproximando da menina.                       

—Vai ficar tudo... -antes que ela completasse a frase tudo ficou escuro, totalmente escuro, a memória havia sumido.                         

A memória que veio a seguir foi a que primeira que ela lembrou, de quando descobriu que os avó a achavam uma abominação e preferiam que ela nunca houvesse nascido. E então todos estavam trancados no quando com uma Nick encolhida perto da porta, e o tempo claramente passando mais rápido. No dia seguinte abriram a porta e a rotina da pequena recomeçou. Ela tinha várias aulas de idioma, aulas das coisas que ela aprenderia se fosse pra escola e até culturas de outro país e uma estranha dança com leques e outros objetos. Mas com o tempo o brilho do olhar da garota só diminuía, até ela chegar em colapso e desmaiar numa das aulas. Logo seus professores e tutores falaram com seus avós.

—Senhora eu acho que deveríamos mudar o ritmo das aulas da jovem dama. Ela é muito pequena pra fazer tantas coisas e nada além disso. -sugere a professora de dança.

—Está realmente me dizendo o que fazer, Senhorita Liza? Ela é uma criança da família Argent, acha que sabe mais do que eu sobre o que fazer com ela?! -fala a velha indignada. 

—Não senhora, mas... -Liza continuou.

—Coloque-se em seu lugar. Não é a primeira vez que ela tenta fugir de suas responsabilidade já tentaram tirá-la da cama? -pergunta a Argent.

—Sim senhora. Mas ela está realmente mal. -fala outro professor.

—Céus, que criança problemática. -reclama a senhora suspirando.

—Perdoe minha intromissão mas acho que ela precisa passar algum tempo como uma criança. Talvez seja bom achar algum companhia pra ela. Creio que isso a ajudaria a se recuperar e voltar a sua rotina normal. -fala a professora de etiqueta.

—Sim, verdade. Ultimamente meu filho comentou que o primo dela tem insistido em encontrar com ela, como eles se conhecem desde bebês talvez sirva. -pondera a velha. -O que acha senhora Rubens? É bom o suficiente para vocês? 

—Sim senhora. -todos concordaram ainda se sentindo frustrador com a falta de compaixão da velha. 

—Ótimo. Mandarei alguém buscá-lo imediatamente e fazer um contrato com a mãe dele de mantê-lo aqui com a Nick com todas as despesas de estudos e tudo mais pagas. -a velha falou e todos saíram. E o ambiente ficou vazio e em silêncio novamente.                         

—Temos que sair daqui, por favor. temos que sair. -Hana murmurou.           

 -Acho que talvez devêssemos continuar. -Gabe falou.                         

—Não! Essas são as memórias dela, não devíamos estar aqui. -Hana rebateu. -Temos que sair daqui. Já fiquei tempo demais aqui, eu quero ir embora. -completou com os olhos marejados e voz fraca.                         

—Hana, se não acharmos a Nick atual dentro das memórias não conseguiremos sair. -Gabe explicou. -Acredite estou tão desconfortável com isso quanto você.                         

—Eu não quero ficar aqui, não aguento mais, preciso sair daqui. -Hana parecia estar falando mais pra si do que para qualquer um.                         

—Hana! Por favor! Você sabe que somente nós dois podemos encontrar a Nick. Você sabe tão bem quanto eu que ela está sofrendo e se destruindo enquanto está aqui em algum lugar. -Gabe fala nervoso.                         

—Sair daqui... Sair daqui... Sair daqui... -Hana repetia, parecia não ter ouvido uma única palavra do que Gabe dizia. -Ela está nas memórias recentes. Ou acha que estamos indo em ordem cronológica de brincadeira? -as palavras saiam da boca da menina, mas não era a voz da menina, era muito mais cortante e seca.                         

—Eu não sei droga! -fala Gabe.

—Será que dá pra vocês pararem de agir como se só vocês estivessem aqui? E explicarem alguma coisa? -protesta Annabeth                         

É claro que as coisas não foram como queriam. Pois no segundo seguinte ocorreu o que parecia um terremoto e foram pra uma nova memória. A do acidente e o que acontecia depois dele. Mais depois disso tudo sumiu novamente e eles ficaram num espaço em branco. Até... A lembrança mais recente. A notícia da morte da pessoa por quem Nick sempre se esforçará e ficou sem ver até o fim. E então sentiram o vazio que a garota estava sentindo irradiando de uma única direção. Mas quando chegaram lá era algo que nunca imaginaram. Aquilo não era uma memória mas sim um espaço dento da mente da garota. Lá estava uma Nick acorrentada e desaparecendo e uma fileira de outras "Nicks" atrás dela.                         

—Ela entrou em colapso, precisamos fazer com que ela volta a ter controle sobre si. Se não fizermos algo rápido ela vai se "matar" por dentro. -Hana falou, o desespero era bem perceptível em sua voz.                         

—O que devemos fazer? -Calleb perguntou preocupado.                         

—Eu não sei, mas temos que fazer alguma coisa e rápido. -Gave falou com a voz levemente tremula.            

—O que aconteceria se ela morresse por dentro? Conosco aqui? -pergunta Dionísio.

—Vocês desaparecem junto com ela. -responde a MiniNick que apareceu novamente.                         

—O que temos que fazer? -Hana pergunta agora séria e firme.                    

—Não temos como adivinhar. Tem que nos explicar o que tem que ser feito. -Annabeth fala se aproximando da MiniNick.                         

—Vocês têm que lhe dar um motivo pra ela não querer desistir. -a pequena falou dando os ombros. -Embora o ela não vá morrer de fato até cumprir seu destino.                         

—Vocês têm que lhe dar um motivo pra ela não querer desistir. -a pequena falou dando os ombros. -Embora ela não vá morrer de fato até cumprir seu destino.                         

Hana saiu de perto do grupo, caminhou até a Nick acorrentada e parou de frente pra ela. Segurou o rosto da mais velha e fez com que essa a encarasse.  

—Nick, olha pra mim. Sou eu, Hana. Preciso que fale comigo. -falou pra que apenas ela ouvisse.                    

Ela não respondeu. Sua respiração estava fraca e seus olhos sem foco.       

—Nick, eu preciso de você. Eu estou aqui pra você, sempre vou estar, mas você precisa estar comigo. Não me abandona agora, por favor. -tentou outra vez.                         

—... -a garota não falou nada mas esboçou um olhar de sofrimento. -Eu nunca vou estar livre não é...? -falou com a voz fraca.                         

—Nesse momento nenhuma de nós é livre, mas podemos mudar isso. Só que pra isso eu preciso de você, preciso que fique comigo.                         

—Nesse momento nenhuma de nós é livre, mas podemos mudar isso. Só que pra isso eu preciso de você, preciso que fique comigo. -Respondeu com o mesmo olhar, mas tentando transmitir esperança.                         

—Você sabe que é impossível... -Nick fala. -Nunca serei livre... Você sabe o único motivo que fez me manterem viva!                         

—Você sabe que eu estou com você nisso tudo, mas se você desistir agora não vou poder te ajudar. Olha pra mim! Eu não vou desistir de você. Você vai desistir de mim? -Hana falou com os olhos marejados.                         

—Hana... Eu... -Nick se atrapalhou com as palavras. -Droga, você sabe que sou incapaz de fazer isso.            

—Então volta pra mim, Nick. Eu estou perdida. Não vou conseguir me achar sem você. E eu sou sua âncora, seu porto seguro, sempre aqui pra você. -uma única lágrima escorreu pelo rosto da pequena.                         

As correntes começaram a se afrouxar até a garota estar praticamente solta. Embora ainda estivessem em volta dos braços e pernas da garota. 

—Está bem... -Nick concordou. E então fechou os olhos e no instante seguinte estavam de volta na enfermaria. Nick desabou logo depois, havia sangue saindo de seu nariz e boca.                         

Leo correu até a menina. Gabe estava parado pensando no que tudo aqui significava, não podiam mais ficar alí. Todos estavam em choque.                      

—Hana? -Nico perguntou de aproximando cama em que a garota estava.      

—...! -Gabe avançou pra cima do pai furioso e o socou. -Por que diabos você a fez fazer isso?!                         

—Eu queria as memórias, ela fez isso por conta própria! -Zeus esbravejou.  

—Foi sua insistência que a fez cometer essa loucura principalmente por ela estar frágil! -o mais novo retrucou.

—Eu não tenho nada com isso. Vou embora, já consegui o queria. -respondeu irritado, saindo rapidamente.    

—Maldito...! -praguejou o moreno. Os outros o olhavam chocados nunca o viram tão irritado.

—Ok. Já é hora de vocês explicarem tudo. O que  foi aquilo? -fala Quiron preocupado.                         

—Depois que elas acordarem, os três estão envolvidos. -Calleb falou sério.  

—Gabe pode explicar, não é necessário que os três falem. -Annabeth falou.

—Não, elas tem que falar. Estão mais envolvidas que eu. -Gabe falou sério.

—Acho melhor deixarmos o Quiron verificar elas de novo. Parecem mais abatidas que antes. -Leo falou acariciando o rosto de Nick, que agora estava desmaiada também.

—Au! As pérolas estão fervendo! Não devíamos retira-las? -fala o centauro e tenta. -O que? Porque elas não saem? 

—... -Gabe se fez desentendido.

—Gabe? Você falou sobre as pérolas antes então nem ouse fingir que não sabe nada. -fala Calleb, que se encontrava perto da Hana vendo como a garota estava.

—Não esconde isso da gente. Estamos preocupados com elas. -Nico completou sentado com a cabeça de Hana em seus colo. Os dois meninos estavam irritados com a falta de resposta de Gabe.

—São pérolas especiais. Mágicas por assim dizer. Não posso dizer mais que isso. -responde o garoto.

—A Hana não tem pérolas e está desmaiada também. Por que ela está assim? -Nico insiste, o desespero estava presente em sua voz.

—Eu não sei. -fala Gabe.

—O que eu... -fala uma Nick sonolenta, abrindo os olhos e colocando a mão na cabeça.

—Nick! -gritam todos se aproximando da garota. 

—Você está bem garota? -pergunta Quíron.

—Claro! Estou ótima. -respondeu num tom que não combinava nada com as palavras.

—O que está acontecendo? Por que as pérolas não saem do seu cabelo? -Annabeth perguntou sem conseguir conter a preocupação e a curiosidade.

—Quanto tempo temos? -Gabe perguntou, ignorando Annabeth e se aproximando de Nick.

—Não há necessidade de vocês saberem disso. -Nick responde Annabeth mas desvia o olhar de Gabe.

—Como não? Vocês surtam, somos levados pra dentro da sua cabeça, ficamos preocupados e você vem dizer isso. O mínimo de consideração. -a loira fala chateada com a falta de sensibilidade da menina.

—E você acha que gostei que vocês entrassem em minhas memórias? Não precisam se preocupar. Nós iremos embora em breve. -Nick fala.

Antes que qualquer um rebatesse o celular de Nick começa a tocar. A menina olha pra tela, "Vó" estava escrito, ela já sabia o que ia acontecer. Ela estica o braço para pegar o aparelho, mas antes que completasse a ação Gabe pega, atende a chama e coloca no viva-voz para que todos ouvissem.

—Nick! Arrumem suas malas, vocês partem na madrugada de amanhã. Sem enterro, sem reclamações. E nem pense em me desobedecer. -a voz autoritária e irritada da avó da garota disparou ordens pelo telefone e desligou antes que qualquer coisa fosse dita.

—... -a garota baixou a cabeça e respirou fundo. -Hana. Vamos. Silêncio. A garota franziu o cenho.

—Hana Black! Você irá mesmo continuar dormindo mesmo tendo me feito retornar pra esse destino desprezível? -a garota sussurrou no ouvido da amiga, de forma que só a outra poderia ouvir.

Mas nada aconteceu. A pequena continuava imóvel e estava ainda mais pálida. Nick tocou o rosto da amiga, frio como gelo.

—Ainda estão nela... As manchas... -Nico falou.

—Droga, Hana. -a Argent fechou os olhos segurando a mão da garota e fechou os olhos como se concentrasse. -Senhor Quíron, poderia nos liberar para retornarmos ao chalé de Ártemis? -pediu a garota em tom formal.

—Pode. -concordou comovido com a situação. -Algum de vocês ajude a senhorita Argent a levar a senhorita Black para o chalé. -falou se dirigindo ao meninos.Nico pegou a pequena nos braços e os três se dirigiram ao chalé. Todos perceberam que aquele era o momento de deixa-las um pouco sozinhas. Assim que chegaram Hana foi colocada na cama e Nico se retirou. Mal os outros imaginavam é que as coisas iam ficar completamente caóticas depois disso.


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Notas finais do capítulo

Bem o que acharam? Dessa vez escolhemos criar um cap sem ser narrado pelas personagens principais. O que acharam disso? Ansiosos pro que virá a seguir? Em breve, eu juro, estaremos postando o próximo cap.
Beijos, até logo!



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