Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 28
A Canção... Quando tudo piorou.


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pessoal. Nós passamos por alguns probleminhas, mas não vamos desistir da fic. Esperamos que gostem do cap. Vamos tentar não demorar tanto no próximo.
Kisses,
Hana-chan



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 Hana pov's

Eu não sabia onde me esconder. Fiquei imóvel. Todos nos encaravam e eu queria sumir. O que tinha sido aquilo? Mas que merda está acontecendo?

 -Tenha força. -Nick sussurrou encorajando  mas fiquei em dúvida se ela estava falando comigo ou com ela mesma. Provavelmente as duas coisas.

—Acho que é a nossa única opção agora. -sussurrei de volta. -Vamos sair daqui? -perguntei. Ela segurou a minha mão e eu apertei de volta.

—Melhor não sairmos, isso pareceria suspeito. Aja com curiosidade e confusão. -ela recomendou e respirou fundo.

—Como se eu não estivesse confusa e curiosa. O que está acontecendo? -perguntei nervosa.

—Eu não faço ideia. Tem haver com a gente. Acho que algo relacionado conosco esta pra acontecer e mudar tudo. -ela sussurrou tentando não parecer nervosa mas sei que ela está.

—Ok, mas o que fazemos agora? Não aguento mais a pessoas me encarando. -falei nervosa.

—Tsc. Vamos. -concordou parecendo irritada com a reclamação. Mas fomos impedidas.

—Aonde vocês pensam que vão?! -falou um grupo de pessoas que nunca vimos antes. Nick olhou feio pra elas e se colocou um pouco mais à frente desafiando-as.

 -O que querem? -perguntei.

 -Do que o oráculo estava falando? Com certeza tem relação com vocês. -um garoto falou irritado dando alguns passos pra frente.

 -Olhe dentro dos meus olhos e diga na minha cara se parece que sabemos de algo que não sabem! -Nick falou trincando os dentes incomodada. Ela estava no modo de defesa, pronta pra fazer qualquer coisa pra proteger a nós duas e a mim caso se me ofendessem.

 -Acho que é bem óbvio que é sobre vocês. E vocês vão causar a destruição do acampamento. -uma menina gritou e parou ao lado dele.

 -É? Se é verdade vão querer mesmo mexer com duas "fora da lei" como nos? -Nick retrucou sorrindo sarcástica.

 -Queremos vocês fora daqui. É isso que queremos. -a garota continuou gritando. Isso tá me irritando.

—Olha só, fala direito. Primeiro, não tem ninguém gritando aqui pra você dar esse escândalo. Segundo, nós também não sabemos o que está acontecendo, então não adianta brigar assim. -falei saindo de trás da Nick e cruzando os braços.

—Vocês estão querendo comprar briga? Vocês não estão cientes do teste de Zeus? -Nick sorriu os olhos dela estavam com um brilho sóbrio de animação.

—Ei sua pirralha! Quem está comprando briga aqui é você! Acha que tem gente neste acampamento que quer vocês por perto?! Suas aberrações! -um cara falou.

—Hana? Posso bater neles? Eles estão incomodando. -Nick me cutucou o ignorando completamente.

 -Não vale a pena. Só vai causar mais confusão. E o que menos precisamos no momento é de mais confusão. -falei controlada, tentando acalmá-la.

 -... -Ela assentiu mas não se moveu e continuou encarando o grupo.

 -Vamos. Não temos nada pra fazer aqui. -falei puxando sua mão. -Ficar discutindo entre nós não vai ajudar em nada. -acrescentei encarando a menina.

 -Vou dar uma dica pra vocês. Não somos nós os seus verdadeiros inimigos.  -Nick falou alto antes de os deixarmos pra trás.

—Acho que nos querem aqui menos ainda agora. -falei quando chegamos na floresta.

—Me conta uma novidade! -ela falou e nós rimos.

—O que quer fazer agora? -perguntei. Eu quero relembrar a parte boa do meu passado.

 -Não sei... -ela respondeu. -Alguma ideia?

 -Quer tocar piano? -perguntei olhando pro chão. Um pequeno sorriso se formou em meus lábios.

 -Hã? Tipo assim do nada? E que piano? -ela ficou surpresa com minha ideia.

—É algo que nos relaxa. E podemos perguntar pros garotos tem que ter algum instrumento aqui. -expliquei sem parar de olhar pro chão.

 -Mas... Você quer que eu toque mesmo? -ela perguntou.

 -Claro. Sempre gostei de te ouvir tocar. Além disso, você é a única que me aguenta cantando. -falei rindo e olhando pra ela.

—Hana você é a única que se odeia cantando. -ela revirou os olhos. -Você tem uma voz linda e fazemos uma boa dupla. -piscou rindo.

 -Até parece. -revirei os olhos. -Isso quer dizer que você vai tocar comigo? -perguntei animada.

—Faz tempo que não toco mas tudo bem. Posso fazer um esforcinho pra você. -Nick olhou pra mim sorrindo mas depois seu olhar virou melancólico.

—O que foi? E não adianta dizer "nada". Eu posso ver que lembrou de algo triste. -falei preocupada.

 -Como eu poderia esquecer da fase depois que eu aprendi a tocar e a compor músicas no piano e teclado? -ela sorriu triste. Foi na época do acidente. Na época antes disso acontecer. Quando estávamos brincando dizendo que formaríamos uma banda de três pessoas.

 Inconscientemente um sorriso triste também se formou em mim.

—Esquece isso, Nick. Ele está com a gente de novo. Vem, vamos procurar os meninos pra descobrir onde tem instrumentos aqui. -falei tentando animá-la.

 -Eu só estou nervosa. -ela falou de repente e eu a olhei boba. Ela falando que está nervosa por tocar um instrumento? Ela nunca ficou nervosa ou admitiu em voz alta. Sorri pra ela.

—Você quer tocar? - perguntei. Não quero obrigá-la a nada.

 -Não sei... -ela falou de cabeça baixa.

—Oh...? Então vocês sabem fazer algo sem ser causar problemas? Mas aposto que não é grande coisa. -por algum motivo desconhecido algumas filhas de Afrodite estavam passando por perto e resolveram se intrometer.

 -E porque isso te interessa? -falei irritada. Eu olho fixamente para o chão. Não preciso ver seus rostos para saber que estão com a típica expressão de superioridade.

 -O que vocês sabem sobre música pra comentar sobre isso? -Nick rebateu.

 -Com certeza mais que vocês. Só devem saber quebrar os instrumentos. -uma delas falou e as outras riram.

—Quer apostar? -Nick instantaneamente se recuperou e lançou um olhar desafiante.

 -Que tipo de aposta? -a garota perguntou interessada

—Não sei o que interessa a vocês, mas uma coisa eu tenho certeza. Eu não sou o tipo de pessoa que perde. -Nick sorriu.

 -Você não respondeu. Que tipo de aposta? -ela falou agora séria, as outras também pararam de rir.

 -Vocês podem decidir a outra opção. Eu toco bem e vocês nunca mais falam da gente. -Nick disse no mesmo tom.

—Gente, do que vocês estão falando? Decidir o que? -perguntou Percy chegando junto com Annabeth e todo o resto. Sério? Já estávamos chamando atenção de novo?

—Elas acham que sabem tocar. -a garota, que até agora eu não sei o nome, falou rindo. Arqueei uma sobrancelha pra ela.

 -Vocês sabem tocar? -Annabeth perguntou.

—Duvido muito. -a garota se meteu.

 -Eu sei tocar mais de 3 instrumentos. -Nick rebateu irritada,

 -Sério? E a Hana? -a loira realmente parecia interessada.

—Ela canta. -Nick respondeu.

—Mas ela canta muito melhor. -falei encarando o chão. Todos nos encaravam novamente e eu posso sentir meu rosto arder.

—E você é boa em quase todas as danças. -ela retrucou revirando os olhos.

 -Acho muito desnecessário esse comentário. -falei.

 -Oras mas pensei que estávamos falando de talentos. Afinal quais são o de vocês? Ter o charme, beleza e sedução não conta. -Nick diz calmamente.

 -Nós sabemos cantar. -respondeu com cara de desgosto.

 -Será? O que vocês sabem sobre teoria musical, ritmo, afinação e suas escalas e notas? -Nick continuou falando.

—Nick. Deixa isso. Elas só querem provocar. -pedi.

—E eu também. -ela riu divertida com a situação enquanto as outras garotas ficavam boladas. E o pessoal ficava no vaco só assistindo.  Revirei os olhos e a olhei com reprovação.

—Já sei! -uma loira do grupo de patricinhas falou animada.

—O que? -pergunto séria.

—Nós vamos dar uma festa no chalé de Afrodite. Que tal uma apresentação? Assim saberemos quem são as melhores, ou melhor, confirmaremos. -falou com ar de superioridade.

 -Ok... Mas que tipo de festa? -perguntamos juntas.

 -Uma festa a fantasia. -ela sorriu maldosa. Não estou gostando disso.

—Tanto faz. -Nick acenou e começou a andar em direção ao chalé. -Ah. Vocês se virem pra achar o equipamento. Mas tenham em mente que eu saberei se tentarem trapacear.

Eu fiquei parada. Senti meu corpo travar e gelar. Eu não gosto de me apresentar. Sinto enjôo só de pensar nas pessoas me encarando. Eu paralisei totalmente.

 -Você vem? -Nick chamou.  Andei até ela.

—Você aceitou se apresentar? -perguntei chocada.

 -E porque não? -ela respondeu confiante.

 -Você sabe que eu não consigo cantar na frente dos outros. -falo sentindo o nervosismo em meu corpo.

 -Se quiser eu posso fazer isso sozinha. Afinal fui eu que propus tudo isso. -Nick falou parando em frente ao chalé e olhando pra mim.

 -Nunca vou te deixar, sabe muito bem disso. Só vai ter que ter paciência comigo. Vai me ajudar? -fechei os olhos e respirei fundo.

 -Claro que vou. Primeiro temos que ver que musica vamos apresentar. E podemos fazer um dueto. -ela sugeriu.

 -Ok. -sorri. -Olha, temos que fazer mais alguma coisa. Talvez elas realmente saibam cantar. -falei meio receosa.

—Talvez elas somente achem que sabem por causa do efeito do charme. -Nick contradiz.

 -Provavelmente. Imagina elas cantando totalmente desafinadas. -falei e nós duas começamos a rir.

—Já pensou? -ela começou a rir.

 -Eu sei qual seria a música. -sorri maldosa.

 -Qual? -Nick perguntou

 -I'm a Barbie girl. -fiz pose com a mão na cintura.

 -Ah não! -ela fez uma cara de "fala sério!". -Essa música não!

—Vai dizer que não combina? -perguntei.

 -Combina com elas! Não com a gente! -ela protestou.

 -Eu estava falando delas criatura. -falei com uma gota na cabeça.

 -Mas temos que fazer algo que combine com a gente! Não com aquelas...! -ela se revoltou.

 -Não vou nem fazer comentários. -revirei os olhos. -Tem alguma ideia?

—Podia ser "This Little Girl". -ela sorriu.

 -Pode ser. -concordei dando de ombros.

—Lembra da letra? -ela perguntou.

 -Sim. E você? -sorri, começando a ficar animada.

 -Fazer ambos ao mesmo tempo. -explicou.

 -Ah, isso. Nem lembro, mas o problema não é isso. Só acho que a música fica mais bonita com menos instrumentos. -expliquei retribuindo o sorriso.

 -Ata. Achei que com menos coisas pra fazer ao mesmo tempo você ficaria mais a vontade. Afinal a ideia foi minha e você parecia meio nervosa com isso. -ela comentou.

—Eu já te disse, estamos nisso juntas. E eu vou ficar bem. Só tenho que fazer algo que me relaxe. -falei o mais doce possível.

—Hana eu tenho a leve impressão que eu não estou no meu normal hoje. -Nick fala fazendo uma cara confusa.

 -Você acha? Eu estou certa disso já faz um tempo. -cruzei os braços e levantei uma das sobrancelhas. -Mas porque isso agora?

 -Isso o que? -ela não entendeu.

—Isso de achar que tá estranha. -falei.

—É que meu humor e comportamento estão muito aleatórios. -ela falou e eu olhei pra cara dela. Isso não era nenhuma novidade. -Está pior que o normal!

 -O nome disso é bipolaridade. E como você sabe, eu tenho uma vasta experiência no assunto. -falei e ela riu. -Ah, isso me lembrou de uma coisa! Que tipo de festa é? -perguntei séria.

 -Uma festa a fantasia! -surge Piper do nada quando a Nick ia responder

 -O que? -ela perguntou não se mostrando tão curiosa pra isso.

—Bem. Foi o que aquelas garotas tinham dito. -Nick deu os ombros.

 -Sério? Nem ouvi, mas ok. Vamos nos fantasiar ou só vamos cantar e ir embora? -me dirigi à Nick

—Acho que pra ir nessa festa e cantar é necessário fantasia. -Nick comentou.

 -Oi? Fantasia? -perguntei meio assustada. De onde essa garota surgiu?

 -Não tenho ideia do que usar. -falei. -E vocês? -perguntei curiosa.

—Não sei... -Nick falou pensativa e depois olhou pra cara que Piper fazia. -Ainda.

Fiz uma careta.

—Sinto que estou ferrada. -falei quando Piper me olhou com um sorriso estranho.

—Oi gente. -falou Calypso.

—Oi. -respondi sorrindo. -Já soube da festa que vai ter?

 -Festa? -ela perguntou. -Que festa?

—Do chalé de Afrodite. -Nick respondeu. -É a fantasia. Quer se arrumar com a gente?

 -Claro. -ela falou com um sorriso de orelha a orelha. -Vocês vão de que?

 -Eu ainda não sei. -Nick falou mas logo acrescentou. -Acho que ninguém ainda sabe.

—Isso é o que vocês pensam. -Piper sorrir maliciosa. -Já estou com isso planejado faz tempo. As garotas de Afrodite não falam de outra coisa a semanas. -bufou. Sorri de canto e revirei os olhos. Olhei pra Nick, ela estava com uma cara de preocupação e eu sabia muito bem porque.

 -Nem vem, Piper! Você nunca vai me convencer a usar nada que eu não queira. -Nick bateu o pé reforçando sua vontade.

 -Ah. Vocês nem sabem no que eu pensei. Combina tanto com você, Nick. -se defendeu.

—Você não entendeu a parte do "algo que eu não queira"? -Nick falou e Piper a olhou confusa. -Sério. Você não viu a abertura na frase? Dependendo do que for eu posso até acabar gostando e concordando.

 -Você devia parar de reclamar antes de me deixar falar, se não parece que você não quer. -falou emburrada.

 -Eu só avisei, Piperzinha. -Nick provocou. Eu e a Calypso caímos na risada.

—Que fofo, adoro nomes no diminutivo. -falou realmente feliz. -Agora, posso falar minhas ideias?

—Vamos pro meu chalé. Aí ninguém vai poder roubar e saber das nossas ideias. -Nick falou.

 -Vamos. -falei. Saímos e fomos direto pra lá. Ainda bem que não encontramos ninguém pelo caminho.

 -E então, qual sua ideia Piper? -Nick perguntou entretida com o Toby que tinha acabado de aparecer de baixo da cama dando um susto nas outras.

 -Você de índia, Nick. -ela falou animada.

 Assim que entramos eu me sentei no chão. Nick sentou do meu lado. Piper e Calypso sentaram na cama.

 -Interessante. Creio que como você se entusiasma com essas coisas já até bolou as roupas, maquiagem e acessórios. -Nick riu. - Eu tava pensando em elfa como uma opção além dessa.

 -Estou com medo de saber, mas a curiosidade está ganhando. O que pensou pra mim Piper? -perguntei visivelmente preocupada.

 -Ninfa das flores. -Piper falou com os olhos brilhando de empolgação

 -Alguma outra opção? -perguntei ainda meu receosa.

 -Não. -ela falou.

 -Hana acho que você não tem muita escolha. - Nick falou.

—Alguém tem alguma sugestão? -olhei para as outras. Fechei a cara.

 -Pelo visto nenhuma de nós tem. -Nick riu do meu desespero.

—Isso é ridículo. Porque ninfa? -perguntei séria.

—Porque você não tenta? Você sabe que ela não vai te dar muita escolha. -disse Nick de consolo dando os ombros.

 -Temos que decidir logo isso. Quando vai ser a festa Piper? -concordei.

—Vai ser de noite. A hora eu acho que elas não disseram. -Piper respondeu enquanto entrávamos.

 -Porque sempre acabamos nos reunindo no meu, quer dizer, nosso chalé? -Nick comenta -Isso não parece meio irônico? -ela ri. -Sabe? Porque teoricamente não devia ter quase ninguém aqui.

 -Vou poder arrumar vocês?- perguntou com os olhinhos brilhando.

 -Ajudar a se arrumar? Talvez. -Nick falou pratica. -Não duvide de meu potencial em criar looks quando eu quero.

 -Não estou duvidando de ninguém, só que eu tenho ideias incríveis pra vocês. -respondeu com um sorriso malicioso.

 -Eu já tenho ideias para mim. Mas obrigada pela consideração. -Nick falou e depois olhou pra mim. Ah vaca, ela tirou o dela da reta.

 -Hanaaa. -Piper cantarolou se virando pra mim.

—Ah não, você já não escolheu a minha fantasia? Não precisa escolher o resto. -falei rápido, tenho medo do que ela pode fazer.

—Ah! Poxa! Mas realmente minhas ideias te deixarão demais! Não pode dizer não, irmãzinha! -falou com um olhar pidão.

—Já disse que não Piper. Por que insiste tanto? -perguntei, mesmo sabendo que se ela insistisse mais eu acabaria cedendo.

—Porque eu realmente gostaria de arrumar vocês. Eu já reparei que não adianta pressionar a Nick que mesmo assim não adianta nada, mas eu achei que você seria mais legal, irmãzinha. -ela falou fazendo bico.

—Eu sei que vou me arrepender disso, mas ok. Eu deixo você me arrumar. E acho que seria muito mais legal se a Nick também deixasse. -me dei por vencida, mas não ficaria sozinha.

—Hm. Eu vou me fantasiar de elfa, mas deixo você me ajudar um pouco. -Nick suspirou e Piper começou a dar pulinhos de alegria.

—Estamos muito ou pouco ferradas? -sussurrei pra Nick enquanto observava a reação da Piper.

—Muito. Graças a você. -Nick respondeu emburrada.

—Sabe que não faço de propósito. -me defendi.

—Eu sei. Mas você podia ser mais "dura na queda" né? -ela falou.

—Ela ia insistir até uma de nós aceitar, só encurtei o processo. -dei de ombros.

—Hm. -ela realmente estava contrariada, ri internamente.

—E vocês? Vão com quais fantasias? -perguntei olhando as outras meninas presentes no quarto.

—Eu ainda não faço ideia. -falou Calypso sincera.

—Acho justo deixarem eu e a Nick escolhermos as fantasias de vocês. -falei sorrindo.

—Aham... -concordou Nick com um olhar maligno.

—Já tem alguma coisa em mente? -Piper perguntou ainda animada.

—Ainda não. -Nick deu os ombros.

—Devíamos chamar a Annabeth. -falei com um sorriso cínico que a Nick logo entendeu.

—Boa ideia. -Nick concordou e como se fosse combinado alguém bateu na porta.

—Estou começando a achar que não gostam da minha companhia. Nunca me chamam para essas "reuniões". -Annabeth brincou enquanto fechava a porta atrás de si.

—Você não morre mais. -Nick falou rindo.

—Anne.. Você já tem fantasia pra festa de hoje? -perguntei como quem não quer nada.

—Vai ter uma festa? Estou por fora dessa novidade. -respondeu Annabeth bem humorada. -Embora não seja uma surpresa, alguns chalés gostam mais de festas do que precisam respirar.

Isso provocou muitos risos de todas as garotas presentes.

—Perfeito! A Nick e eu vamos escolher a sua fantasia também. -falei parando de rir.

—Hein? Porque? -perguntou a loira confusa.

—Por que elas escolheram as nossas. -eu e Nick falamos juntas.

—Mentira que a Nick escolheu a dela! -protestou Piper.

—Mas quem que vai montar? -perguntei arqueando uma sobrancelha.

—Bem vamos logo com isso. Temos duas ideias. Hana é com você. -Nick falou e passou a vez pra mim.

—Na verdade são três opções, 3 espiãs demais, meninas superpoderosas ou Mário. -sorri cínica.

—Pera... O que? Quem? -perguntou Calypso meio perdida.

—Deixe que elas escolham e depois te explicamos. -Nick falou também com um sorriso, só que este era maldoso.

—Ok. Por mim tudo bem. -ela concordou inocentemente enquanto eu e a Nick riamos por dentro. Qualquer uma dessas fantasias seria cômico de ver.

—Não vou de meninas superpoderosas. Pode escolher entre as outras duas Piper. -Anne avisou e passou a responsabilidade adiante.

—Mário!! -decidiu Piper animada sacando um pouco da ideia e piscando pra gente.

Olhei pra Nick, isso estava ficando cada vez mais interessante.

—Ok então está decidido. Vamos começar a arrumar as fantasias. -Nick decidiu e todas fomos catar roupas, tecidos e acessórios que poderiam ser usados. Depois de um tempo o quarto estava uma bagunça.

—Gente, o que é isso? -Piper perguntou segurando uma caixa que ela tinha achado embaixo da cama.

—Isso o que? -Nick perguntou distraída.

—A caixa, Nick. -respondi séria.

—Q-QUE?! -Nick engasgou e pareceu empalidecer.

—Você disse que tinha se livrado dela. -sussurrei pra que apenas ela ouvisse.

—Eu não posso me livrar dela maldição. -Nick resmungou de volta, nervosa.

—Eu sei, mas podia ter guardado melhor. -olhei nervosa. Calma Hana, respira, vai ficar tudo bem.

—... -Nick apenas encolheu. -Piper, não mexa nisso!

—Porque? -ela perguntou confuso.

—Apenas não mexa. -pedi o mais doce possível enquanto pegava a caixa de suas mãos. -É algo bem particular. Não é, Nick? -pedi ajuda. Logo a caixa estava guardada novamente.

—Rá! Vocês estão escondendo alguma coisa aí! -Piper exclamou e pegou a caixa de novo mas desta vez ela caiu no chão esparramando o conteúdo e algumas folhas de papel que pareciam... Pareciam fotos.

—Aah...! -Nick exclamou surpresa e apavorada.

—O que é isso? Quem são essas crianças nas fotos? -Anne perguntou se abaixando e analisando algumas fotos.

—F-fotos? C-crianças? -Nick perguntou totalmente nervosa.

—Sim. Quem são? -Anne repetiu a pergunta. Eu não conseguia falar nada.

—Você não consegue deduzir? -Nick falou enrolando.

—Parecem um pouco com vocês, mas na maioria das fotos as duas garotas estão meio distantes. -Piper falou se juntando a Anne para olhar as fotos.

—E quem disse que sempre fomos próximas? -eu e Nick falamos juntas.

—É o que parece, não consigo imaginar vocês se odiando. -Anne falou nos olhando intrigada, Piper concordou. Calypso apenas olhava o restante das fotos e prestava atenção em nós.

—Pergunte isso pra terceira pessoa nas fotos. -Nick comentou.

—Você sabe que não seria justo, ele andava mais com você. -falei olhando para os meus pés.

—E você sabe o motivo, preferida-chan. -Nick falou me encarando.

—Claro que sei, não é senhorita escolhida? -respondi sem levantar o olhar.

—"Senhorita escolhida"? -o olhar da Nick ficou vago e ela encarou as pérolas já esquecidas.

—Não quero brigar por isso de novo. -falei puxando seu braço.

—... -ela assentiu em silêncio mas eu sabia que ela até hoje se remoía por isso.

—Não foi difícil só pra você. -sussurrei calmamente, controlando a voz.

—Do que vocês estão falando? -Calypso se manifestou.

—Nada. -Nick falou sem emoção e numa frieza que nenhuma delas já havia visto, finalizando o assunto.

—Sabemos que tem alguma coisa. Porque vocês se odiavam? -Anne falou séria nos encarando.

—Isso realmente é necessário? -Nick perguntou mal humorada.

—Se elas fazem tanta questão. -dei de ombros e me sentei no chão.

—Hana... Você também não. -Nick reclamou.

—Ah, Nick, pelo menos ela ainda te ama, eles já não gostam mais de mim. Já resolvemos nossas diferenças,  não vejo por que não contar pra elas. -sorri meiga pra ela, que logo ficou mais calma e se sentou do meu lado.

—Tá. -falou emburrada. -Mas você começa.

—Por onde eu começo? -perguntei pensativa.

—Acho que vocês já sabem que eu, Hana e Gabe somos parentes, certo? -Nick começou. Mas a frase ganhou mais comoção do que imaginávamos.

—OI?! Vocês três são parentes? -elas pareciam meio perturbadas com a informação.

—Hana é neta do irmão do meu avô. E Gabe... Ele é filho da prima de minha mãe. -Nick terminou com um sussurro como se quisesse manter isso só pra ela.

—Ok... Vocês eram amigas e brigaram porque? -Calypso perguntou curiosa.

—Não éramos amigas. -falamos juntas.

—Nossa família é meio complicada e dificultou nossa relação. -expliquei.

—Complicada é um elogio. -Nick mudou o tom de voz. -Ver uma de nós como uma "aberração bastarda monstruosa" e a outra como parte da família não ajudou muito.

—Cuidar de uma e ignorar a existência da "indesejada" também não facilitou. -falei séria.

—Acolher uma e desligar da outra também não. -Nick falou. E o clima começou a ficar tenso.

—Tem noção que isso aconteceu com nós duas não é? Você não foi a única. -meus olhos começaram a ficar marejados. Odeio discutir sobre o passado.

—Você não foi tão mal cuidada ou preparada pra ser uma espécie de sacrifício! -ela exclamou num sussurro fechando os olhos.

—Não. Eu fui deixada de lado, humilhada e mal tratada. -sussurrei de volta.

—Os únicos que permitiram ficar ao meu lado foram aqueles que me mantinham sob controle, e mesmo isso foi tirado de mim. -ela falou sofrida. O ar mudou, e pareceu que a voz dela ecoou e essa mesma fala dos avós da lembrança dela ecoou pelo cômodo e as meninas olharam em volta assustadas. Era como quando ela mostrou as memórias pra mim.

Me virei pra ela e segurei seus braços firmemente, mas sem machucar. Fiz com que olhasse nos meus olhos.

—Nick, calma. Eles não estão aqui. Eles não gostam de ninguém, só deles mesmos. -aos poucos ela se acalmou. -Nunca te contei o que eles me disseram quando descobriram da nossa amizade, não é? -perguntei doce, pra que ela não perdesse a calma novamente.

Ela balançou a cabeça lentamente, e baixou as mãos que estavam juntas na altura do peito, e então pude ver que inconscientemente ela havia pego uma das pérolas, e deve ter sido isso que intensificou o poder dela.

—Deixa isso comigo. Vou guardar junto com as outras. -falei tirando delicadamente a pérola da sua mão. -Eu estou aqui, Nick. Sempre se lembre disso. A culpa nunca foi sua. Eles eram os monstros. -a abracei na tentativa de deixar ela mais tranquila. -Sabe, acho que temos uma dívida com o Gabe por ter nos aproximado. -falei rindo.

—… - ela assentiu, embora eu saiba que ela na verdade só concordou com a ultima frase. A meninas nos olhavam curiosas e confusas.

—Vocês podiam nos explicar essa história toda. Parece que estão falando em códigos. -Piper reclamou cruzando os braços.

—Acho que se estamos falando assim é porque a intenção é não deixar alguém de fora se envolver e entender. -Nick falou fria, automaticamente na defensiva. As meninas arregalaram os olhos.

—Calma... -sussurrei em seu ouvido. -Não gostamos de relembrar o passado. -falei também na defensiva, mas não tão fria.

—Hm. -Nick se manteve de cara fechada e emburrada  sem falar mais nada.

—Vamos resolver de uma vez essas fantasias? Estou morrendo de fome. -Anne falou vendo que era melhor não insistir.

—Vamos! -Nick concordou voltando um pouco ao normal. -Eu vou ficar de elfa mesmo.

—E eu vou de que? Nem me lembro. -sorri sem graça.

—Pela santa Afrodite, Hana! Você vai de ninfa das flores esqueceu? -fala Piper.

—Eu tinha esquecido mesmo, foi mal. -me desculpei envergonhada.

—Ah! Tive uma ideia! Hana você trouxe “aquele” vestido? -Nick perguntou ansiosa por alguma coisa.

—Ah não! Você não quer que eu use aquele vestido não é? Você sabe que não gosto dele. -me assustei pela pergunta, sabia muito bem do que ela estava falando.

—E alguém gosta? -ela ironizou - Bem, esse não é o ponto. Já que não gosta dele mais um motivo pra usarmos pra customizar e virar parte da fantasia.

—Menos mal, ao menos não vou ter que usar do jeito que ele tá agora. -suspirei me levantando e indo até uma das malas. Sim ainda temos coisas nas malas, algumas coisas nós preferimos deixar guardadas.

—Vamos logo com isso! Vai veste isso logo! -falou e poucos depois eu estava com a roupa e ela me encarando com os olhos brilhantes e com uma tesoura na mão. Pouco tempo depois estávamos saindo do banheiro, o vestido que antes sem graça e muito clássico estava cortado, repicado nas pontas, as mangas bufantes haviam sido retiradas e ela tinha modificado a gola do vestido também. É estava bem melhor que antes, eu tinha que admitir que havia gostado do resultado, mas apenas pra mim mesma.

Todas estavam de boca aberta. Ok, não é pra tanto. Ainda sou eu nesse vestido, não tem como ficar tão bom.

—Eu não sei o que dizer. -Calypso falou com os olhos brilhando e dando um suspiro. Ok, ela está exagerando.

—Bem melhor. -diz Nick balançando a cabeça positivamente de olhos fechados.-

Eu não sei como era antes mas sei que ficou bom. -fala Annabeth. -Enquanto vocês resolviam isso nós já colocamos as nossas roupas então só falta a Piper e os toques finais em todas.

—Vocês estão lindas. -sorri ainda descrente em relação a minha roupa. Respirei fundo e fui até o espelho ver como estou. AI MEUS DEUSES, QUE DECOTE É ESSE?

—Piper, esse decote é enorme! -falei tentando tapa-lo com meus braços.

—Ah, Hana, não esta tão ruim assim. Você esta ótima e a Piper ja pode te pentear. -Nick disse calmamente enquanto Calypso penteava o cabelo dela e colocava pingentes… Pera… Que brilho branco é esse? Ai não… As pérolas! Meus olhos quase saíram do meu rosto.

—NIIIICK. O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO? -ok, eu devia gritar assim, mas ela devia ter colocado essas pérolas. Meus deuses. O que eu vou fazer agora?

—Hana. -Nick falou séria, com uma postura que exalava a nobreza que ela havia sido treinada pra ter, e com olhar me pedia pra ficar em silencio e confiar nela. Por mais que ambas soubéssemos muito bem que não haveria como ela renunciar as pérolas uma segunda vez. Suspirei, agora já estava feito. E ela sabe tão bem quanto eu que vou pra onde ela for. Não foram necessárias palavras, sabíamos o que teríamos que fazer. Assim como entramos em um acordo silencioso de só irmos embora no dia seguinte. Naquele momento não fazíamos ideia do que iria acontecer nesse meio tempo.

Então o tempo se passou e já estávamos todas prontas e íamos pro local da festa, que seria ao ar livre no espaço entre o U de chalés. E lá havia um pequeno palco, já com tudo necessário pra um show completo. Embora seja um mistério como o pessoal do acampamento consiga essas coisas pras festas e eventos.

—Olá, meninas. Estão muito bonitas. -Jason falou enquanto abraçava Piper de lado e lhe dava um beijo. Não pude deixar de rir com a fantasia, ele está de superman.

—Onde os outros estão? -Anne perguntou olhando em volta.

—Ali… -Nick apontou, mas ela encarava apenas uma pessoa com um sorriso nostálgico, que não via ela dar a alguns anos. Gabe estava vestido de Dark Jack Frost, e logo do lado estava o Leo vestido de Natsu de Fairy Tail, mais perto do Jason estava Percy vestido de Príncipe Azul, do lado dele estava Nico vestido de L, próximo deles estava Calleb vestido de Usui de Kaichou Maid-sama, e mais pra trás deles estavam Thalia vestida de Branca de Neve moderna, Hazel de Esmeralda e Franck de Shang Lee, de Mullan.

—Não quero nem saber onde eles arrumaram isso tudo. -Piper falou se referindo ao palco e os equipamentos de som.

—Está linda. -Leo falou olhando como um bobo para Nick. Não aguentei e soltei uma risada tímida. Um dia esses dois se acertam.

—Vamos Hana. -Nick falou desviando do dois garotos seguindo pro palco, ignorando-os. E isso foi estranho.
—Ok. Que música vamos cantar? -eu lembro da aposta, mas não lembro que música combinamos de apresentar.
—This little girl, da Cady Groves. -Nick falou alongando os dedos se postando na frente do teclado.

—Eu realmente tenho que fazer isso? Tem muita gente aqui, Nick. -eu podia sentir meu corpo tremer e minhas mãos suarem. -Mãe, me ajude, um pouco da sua confiança cairia bem agora. -sussurrei, mesmo duvidando que ela me ouça.

—Pode ficar tranquila que nos apresentaremos primeiro “irmãzinha” medrosa. -umas das garotas de Afrodite falou surgindo do nada com mais 3 irmãs. E começaram a se apresentar com a gente no palco mesmo.

—Nick, elas são boas. -sussurrei pra ela. O desespero na minha voz é bem perceptível, principalmente pra Nick.

Porra, não tem como eu ser melhor que elas. Estou fudida, isso vai ser uma humilhação.

Nick sorriu com seu lado competitivo à tona, ansiosa por supera-las. E quando a musica delas acabou todos aplaudiram por alguns minutos. Só que pararam pois Nick começou a tocar a introdução da nossa no teclado, e isso foi uma novidade pois as meninas de Afrodite só cantaram. Assim que ela começou eu esqueci de todos que estavam ali, me concentrei na batida da música e comecei a cantar como se estivéssemos sozinhas.

Juntas éramos capazes de qualquer coisa e ela sabia disso.  Continuamos até chegar ao fim, que foi mais rápido do que imaginava, pois quando percebi já havíamos acabado e todos gritavam e aplaudiam, pediam bis. Uma reação ainda maior que das nossas adversarias. Nick sorriu vitoriosa as olhando e me olhou, com essa breve troca de olhares combinamos a próxima musica, e ela começou. Logo soava no local a melodia de Take a Hint de Victoria Justice, que ia no automático já que Nick queria só cantar nessa.

Nó praticamente conversávamos pela música, fluía naturalmente. E sem que percebêssemos já estávamos dançando em sincronia e o público gritava cada vez mais.

E quando acabamos essa musica estávamos arfando pelo esforço de combinar as duas atividades. E todos gritavam feito loucos e as garotas de Afrodite pareciam que queriam nos dar uma voadora.

—Viu? Vencemos. Eu falei que éramos boas. -Nick falou sorrindo.

Foi aí que eu me toquei do que tinha acontecido e senti meus rosto queimar.

—N-nós vencemos? -perguntei um pouco em choque.

—Obvio né Hana? -Nick falou revirando os olhos indo pra beira da lateral do palco e pulando pra fora dele habilmente.

Tudo que eu consegui fazer foi sair de lá também, se bem que pra mim o palco parecia mais alto, mas isso não foi um problema. Assim que desci fui atrás de algo para beber.

E enquanto eu estava me servindo de uma espécie de ponche cor de rosa que estavam servindo na mesa, torcendo pra ser bom, sem que eu percebesse Calleb se aproximou de mim.

—Isso foi tão…! Nossa! -exclamou ele. -Você foi incrível, err… Quer dizer vocês foram. Corei automaticamente.

—Ah, não foi nada demais. -sussurrei voltando a me concentrar na bebida. Assim que tomei o primeiro gole me arrependi. Totalmente batizado. Deixei o copo na mesa.

—Mas, sério, vocês deram uma surra nelas. -ele falou entusiasmado. Ri sem graça.

—A gente nem ensaiou. -falei andando pra longe da multidão.

—Mesmo assim foi incrível! Então vocês tem um talento nato sobre isso! -fala o garoto ainda completamente animado.

—Obrigada, mas agora eu vou dar uma volta. Até depois. -falei levemente corada e saí.

Sai caminhando, observando os outros campistas dançando, pulando e conversando animadamente. Vi as pessoas que mais falavam com a gente. Por falar na gente cadê a Nick? Olhei em volta e a encontrei perto das arvores conversando com o Leo. Parecia que estavam discutindo, nenhuma novidade pra mim até aí. Mas algo chamou a minha atenção: o celular da Nick tocou e quando ela atendeu pareceu não escutar coisa boa. Meu senso de perigo logo despertou e me aproximei.

—Nick! O que houve? - perguntei. Ela estava estática, o telefone no chão, ainda na chamada. Peguei e coloquei no ouvido.

—Alô? -perguntei num misto de curiosidade e nervosismo.

—Ah! Boa noite, aqui é do hospital Saint Clair, com quem estou falando? Você é amiga da senhorita Argent? -perguntou uma mulher do outro lado da linha.

—Sim. O que está acontecendo? -agora o nervosismo já não podia ser disfarçado.

—Eu não sei se poderia falar… Somente para parentes. -a mulher respondeu meio hesitante.

—Sou prima dela. Me diz o que está acontecendo! -praticamente gritei a segunda parte.

—Houve um acidente. A mãe dela morreu e o pai esta em estado grave. Por acaso seu nome é Hana Black? -a atendente falou.

—Sim, sou eu. Você pode por favor me explica o que está acontecendo. Que acidente é esse? -perguntei tentando ao máximo controlar a voz.

—Não sei dizer o que aconteceu ao certo, apenas que foi algo relacionado a acidente de carro. Afinal sou apenas uma recepcionista. -ela respondeu. Olhei pro lado. A Nick continuava em choque paralisada.

—Tudo bem... -sussurrei. -Mas por que perguntou meu nome. Aconteceu mais alguma coisa?

—Seus pais também estavam envolvidos no acidente. E faleceram. Sinto muito. -ela falou com pena na voz. Por mim e pela Nick, as duas órfãs. Espera… O que? Órfãs?!

—Oi? Como assim? Você não disse que o pai dela não está morto? Com quem posso falar para saber mais? -perguntei com a voz trémula.

—O pai dela esta entre a vida e a morte. A família Argent mandou os melhores médicos pra tentar salva-lo. Eu não sei. Talvez com a delegacia da cidade. Ou com a família de vocês. -ela falou.

—O-ok. Obrigada por nos informar. -antes que ela respondesse qualquer coisa eu desliguei o celular e deixei que ele caísse novamente na grama. quando olhei pro lado, Nick estava encolhida e seus ombros tremiam, eu sabia que ela  estava chorando. Naquele momento eu finalmente entendi o peso da situação. Minhas pernas cederam e eu fui de encontro ao chão. Tudo ficou embaçado, mas ainda estava consciente.

 -Ei? O que houve? Esta tudo bem? -perguntou Leo claramente preocupado.

—Parece que está tudo bem por acaso?! -Nick gritou, estava quase fora do controle.

 -Eu sei que não. Só quero entender o que está acontecendo. -ele falou ainda mais preocupado. Pela primeira vez eu não tinha forças pra controlar a Nick, não conseguia me levantar para acalmá-la e dizer que vai ficar tudo bem. Me sinto totalmente inútil e entregue. Nunca pensei que essa sensação fosse tão devastadora. Parece que nunca mais vou levantar daqui.

—Não importa! Isso não tem nada haver com você! Apenas me deixe em paz! -ela gritou, claramente desesperadamente tentando reaver algum controle sobre si mesma.

—N-nick... -eu sussurrei e senti meu corpo tremer levemente. Eu tinha que fazer alguma coisa, mas meu corpo não queria me obedecer de forma alguma.

—… -ela ficou em silencio mas se virou pra mim e me olhou, em seu olhar estava a garota que ela era e que teve a mãe tirada dela, agora permanentemente.

Eu sabia que o que ela veria em meu olhar seria algo novo pra ela. Uma pequena lágrima contornou minha bochecha até cair na grama, mas essa seria a única. Eu não choraria, não podia me entregar dessa forma.

—Hana? -ela sussurrou preocupada, sabia que ele enterraria sua própria dor pra me ajudar, ela sempre fazia isso.

Foi nesse momento que tudo escureceu. E eu percebi que seria um "descanso" bem conturbado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não desistam da fic. Logo estaremos postando o próximo cap.
Kisses,
Hana-chan



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