Contrato assinado escrita por D S MIRANDA


Capítulo 3
Aula I- Auto conhecimento


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora amores, mas ai está mais um capitulo quentinho no capricho espero que gostem!
Boa leitura!



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Depois que Bella saiu, aquelas palavras ficaram rondando a mente de Edward, tudo o que ele mais queria era fazer com que aquela escoria pagasse muito caro por tudo que o tinham feito passar, mas havia nele um medo de saber que caso ele desse esse passo, nunca mais ele seria o mesmo bom e inocente Edward, foi quando o "J" esculpido em seu peito latejou fazendo com que um sentimento tão baixo e primitivo o tomasse e ali naquele instante apenas a sede de vingança e a raiva tinham espaço em seu coração.
–Sim, eu aceitarei descer até o mais baixo nível, apenas pelo prazer de tirar daqueles filhos da mãe tudo o que lhes é mais importante-falou passando o dedo sobre a ferida esculpida em sua carne - eu juro que só descansarei no dia em que eu destruí-los... Um por um.
Uma semana depois de aceitar a proposta de Bella, Edward teve alta, sua primeira noite fora do hospital, foi muito estranha, pois tudo o que um dia o identificou agora não o pertencia. O ódio, havia o mudado em seu espirito, agora tudo o que sua mente queria era uma revanche a altura, e Bella seria sua ponte, por meio dela ele ia saber como atacar a "realeza" da escola.aquele lugar que era tido como sagrado, um lugar de refugio, onde suas forças se renovavam mais e mais, agora não lhe passava paz, e sim irritação.
–O que diabos você está fazendo? - perguntou Jasper espantado quando viu que Edward havia tirado todos os seus bonecos de colecionador entre outros objetos especiais das prateleiras e os colocado em uma caixa.
– Eu estou me livrando deles.
–Por quê?
–De alguma maneira, eu não me sinto mais digno de tê-los, eu sinto muita raiva dentro de mim para me remeter a uma época em que eu era tão puro e bom.
–Edward para com essa bobagem e deixa esses bonecos ai, pelo amor de Deus!
–Jasper, eu não sou mais o Edward que você conheceu, eu não posso e não quero mais ser tão puro e inocente como eu era, eu não quero mais que a minha vida seja controlada pela vontade alheia. Eu tenho que ser o dono da minha vida e felicidade, mas antes de tudo eu quero provar a mim mesmo que eu sou forte o suficiente para enfrentar aqueles malditos, mas eu não quero só enfrentar, eu quero acabar com a vida de cada um deles. - os olhos de Edward assumiram um brilho selvagem e perigoso, um brilho que ninguém nunca tinha visto.
–Edward para com isso, você parece um psicopata falando desse jeito.
–Jasper eu não sei o que eu vou fazer, eu não sei como eu vou fazer, mas uma coisa é certa: eu vou precisar de ajuda... Eu posso contar com você?
O silencio que se instalou entre os dois só não foi constrangedor, ou pesado, Edward sabia que Jasper precisava de um bom tempo para decidir e ele esperaria o tempo que fosse.
Jasper estava visivelmente dividido, ele queria muito ajudar Edward nessa loucura, mas também tinha medo de alguma possível retaliação, mas depois de lembrar-se de quantas vezes ele teve que carregar Edward machucado, ensopado de sangue para casa, e deter que esconder qualquer vestígio desses maus tratos fez com que ele tomasse a decisão mais louca e inconsequente da sua vida.
–Eu te ajudo Edward, mas só te peço uma coisa. - falou Jasper encarando Edward com uma seriedade característica dele.
– O que?- respondeu Edward abrindo um sorriso vitorioso.
– Não se esqueça de quem você é em hipótese alguma se esqueça de onde você veio. - falou Jasper dando um abraço apertado em Edward.
–Não me esquecerei. - murmurou mais para si do que para Jasper- nunca.
FORKS 4:30 Am
–Edward Masen Cullen levanta essa bunda magrela dessa cama agora ou eu juro por tudo o que há de sagrado que eu te arranco da cama pelo seu brinquedinho. - murmurou Bella suficientemente alto para que apenas Edward ouvisse.
–Calma! Eu não sei se te avisaram, mas descanso é parte fundamental no meu processo de cura.
–E eu não sei se te avisaram, mas eu sou filha do médico que cuida do seu caso e ele me disse que os seus ossos já se recuperaram e que você precisa exercitar os músculos para ajudar a passar a dor, mas não se preocupe hoje a gente só vai fazer uma caminhada e curtir um nascer do sol, agora anda logo se não eu te faço correr só de cueca até o mirante.
– Já acordei, mas será que eu posso pelo menos escovar os dentes Capitã?- falou Edward com uma nota de ironia na voz, para um nerd desengonçado, ele tinha muita personalidade. - me espera lá na varanda, já desço.
–Espero mesmo!- falou pulando do parapeito da janela dele e indo se sentar num balanço que tinha na varanda, alguns minutos se passaram, enquanto Bella pensava em "N" maneiras de conseguir cumprir a sua parte no acordo.
Depois de muitas, muitas paradas mesmo eles chegaram ao mirante onde ela adorava ver o sol nascendo, o lugar era perfeito, a relva era baixa, com algumas arvores que geravam algumas sombras, embaixo deles não havia nada além de quilômetros e quilômetros de planície.
– Que lugar lindo, isso parece um pedaço do paraíso na terra. -falou Edward olhando ao redor enquanto girava de braços abertos sentindo a brisa fria tocar sua pele, o cheiro da natureza brincando com o seu olfato, os olhos fechados aumentavam a sensação de liberdade e de entrega que aquele lugar lhe proporcionava.
– É mesmo. Pena que cada dia eu venho menos aqui, sabe de uma coisa?
– O que? - perguntou Edward encarando Isabella pela primeira vez como um ser humano e não como a rocha que ele sempre via.
–Eu tenho medo de esquecer quem eu sou deixar que as pressões do mundo me soterrem a ponto de eu me esquecer de quem eu realmente sou e virar só mais uma garota pré-fabricada.
Outra vez aquela frase, outra vez aquela promessa, outra vez se manter fiel a si mesmo estava na pauta, mas será que ele ainda era quem ele era ontem, ou será que ele era o mesmo no dia em que nasceu? É claro que não, a vida se encarrega de que as pessoas mudem, essa é uma questão de sobrevivência e não de vontade própria.
– Não se culpe por mudar, isso é natural e acontece sem que nos demos conta, quando damos por nós, já estamos mudados.
–Eu sei que eu mudei muito e que vou continuar mudando, mas o que eu mais queria era pelo menos manter um pouco da criança que eu fui, sabe? De ter aquela inocência e poder ser feliz com muito pouco? De rir de doer à barriga sem ter medo de ser feliz... É só isso que eu queria.
–Sei... Infelizmente eu sei bem como é ser assim, e não tão bom quanto parece, às vezes o que eu mais desejava era parar de ter esse lado puro e infantil, ele te deixa muito vulnerável às maldades das pessoas ao seu redor.
–Ok, ok eu entendi, mas agora vamos acabar com esse melodrama barato, que você tem fisioterapia e eu tenho que fazer a coreografia das animadoras de torcida. - falou Bella o puxando pelo braço e o levando até a cidade.
Já era quase noite quando Bella chegou à casa de Edward para a aula, ele tinha acabado de terminar um trabalho exorbitantemente grande, mas que garantiria a ele nota o suficiente para passar de ano e garantir nota o suficiente para ganhar uma bolsa integral em Princeton.
–Boa tarde Edward, vamos começar a aula?
–Claro!
–Então Edward, hoje eu quero que te sondar, quero saber algumas coisas sobre você, é meio que um teste de auto conhecimento, por isso não pode mentir, eu juro que não vou te jugar, e que nada do que for dito aqui será exposto, eu te juro de dedinho e tudo se for o caso.
– Não precisa esse exagero, eu confio em você.
–Ótimo então eu vou começar o interrogatório. Quem é Edward Masen Cullen no mundo?
–Eu sou... Er... Um nerd desengonçado que quer se vingar de uns valentões.
– Qual a sua maior qualidade?
– Eu sou um bom amigo.
– O que mais te faz feliz?
– Ser útil aos demais.
–Qual o seu maior talento?
–Cozinhar.
–Huuum! Temos um cozinheiro na área... Essa pergunta não tem nada a ver com o interrogatório, mas quais comidas você sabe fazer?
–Olha eu sei fazer de quase um tudo, qualquer dia a gente marca para você vir aqui para um jantar feito 100% por mim.
– Ok, mas voltando ao assunto, você está usando o seu talento ao máximo, ou esta o deixando de lado e valorizando os seus defeitos?
–Estou o deixando de lado.
– E por falar em defeito, qual o defeito que te define.
–Insegurança!
–Você acha que está no caminho certo para ser feliz?
–Não.
– Por que não?
– Por que eu vivo tentando fazer os outros serem felizes, por que quem sabe, um pouco da felicidade das suas vidas coloridas escorra para a minha vida tão preto e branco.
– O que você quer ser e fazer quando não estiver mais debaixo da asa da sua mãe?
– Ah eu quero... Sei lá... Ser alguém diferente do que eu sou tipo ser mais livre... Fazer o que me der na telha e como me der na telha.
– O quanto você ama a Tânya?
– Eu a amo demais. Eu só consigo pensar nela, dia e noite, noite e dia, eu sinto o cheiro dela onde quer que eu ande, eu a sinto ao meu lado mesmo aqui, um lugar onde ela nunca pôs os pés, quando ela chega perto de mim eu mais pareço uma britadeira de tanto que eu tremo, eu juro que quis parar de gostar dela, afinal, ela é uma das garotas mais populares da escola e tudo mais, mas sabe o que dizem, quando é pra ser não tem nada que mude, além do mais ela é perfeita, a maneira de ela andar, falar, agir, tudo me encanta, eu quero me casar, ter dois filhos, um menino e uma menina...
–Vejo que você realmente está apaixonado por ela, mas você seria capaz de deixar a sua mãe, e a sua família por causa dela?
–Não! Eu quero incluir Tânya na minha família e não começar uma do zero.
–Errado!- falou Bella com raiva.- você tem que estar disposto a virar as costas para o mundo e seguir o seu verdadeiro amor até no inferno, tem que estar disposto a sair da zona de conforto, se jogar em fogo aberto. Já que está tão apaixonado quanto me diz onde vocês vão viver? O que você vai fazer para sustentar a si mesmo, sua esposa, e os seus filhos? Fala!- Bella estava querendo o arrancar da sua zona de conforto na marra.
–Calma, eu ainda nem sai com a Tânya, eu não sei se a gente vai engajar em um namoro, depois um noivado, ou quem sabe casamento, eu não sei.
–Então esqueça o casamento, filhos e todo aquele sonho utópico, tudo indica que você vai virar mais um galinha depois dessas aulas...
– Por que você esta falando desse jeito?
–Esquece... Esquece... Desculpa, eu não devo te julgar, eu tenho que fazer o meu trabalho e nada mais. Voltando ao questionário... Qual a sua melhor lembrança?
– a minha melhor lembrança... É da ultima vez que eu fui à fazenda dos meus avós, os meus pais ainda eram casados e as brigas ainda não tinham começado, eu tinha uns oito ou nove anos, e o meu pai me ensinou a cavalgar, verdade foi libertador.
–Agora, qual é a sua pior lembrança?
– O dia em que meu pai foi embora de casa... Era natal.
– Que barra! Mas temos que continuar está bem?
–Claro... Manda à próxima.
– O que mais te preocupa na vida?
– ser ou não ser alguém importante.
– O que te faz pensar a ponto de perder o sono?
–Meu sonho de não morrer sendo mais um na multidão.
–Do que você pode se orgulhar até agora?
–A única coisa que eu me orgulho na vida é ter sido o melhor filho que eu pude ser dando o mínimo de preocupação para a minha mãe possível.
–Agora a ultima pergunta...Se você morresse agora o que gostaria que eu escrevesse na sua lápide.
–“Aqui jaz Edward Masen Cullen, uma pessoa que já estava morta antes de o seu coração parar”.
–Tem certeza de que essa é a inscrição que você ia querer na sua lapide?
–Mais do que absoluta.
–Certo então, mas depois não reclame, agora tchau Edward que já está ficando tarde, tenho que ir embora.


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Notas finais do capítulo

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