"Sorri para ela e ela retribuiu. Ouvimos uma explosão e olhamos para a direção dela. Ares tinha literalmente explodido os dois Guardiões que o seguravam e agora estava de pé.

– Isso ainda não acabou! - Ele disse."

Nos entreolhamos. Thalia então franziu a sobrancelha.

– Cadê a Annie? - Perguntou.

– Ela usou muito poder, está desmaiada. - Percy disse. - Mas está bem, deve acordar em algumas horas.

– Tem alguma coisa que eu possa fazer para ajudar? - Ela perguntou. Já disse que ela fica muito bonitinha quando está determinada? Meu pai deu um passo á frente.

– Na verdade, tem sim. - Respondeu. - Se você e Nico combinarem seus poderes podem derrotar qualquer um.

– Como eu e Percy fizemos? - Perguntei. Meu pai assentiu.

– Eu não sei como. - Thalia disse. Meu pai pôs uma mão no ombro dela.

– Apenas deixe a magia passar pelas suas asas e ir para as dele. - Ele disse. Thalia balançou a cabeça, um pouco hesitante.

Nos posicionamos de costas um para o outro, nossas asas se tocando - a minha um pouco maior que a dela. Thalia segurou minhas mãos e eu entrelacei nossos dedos. Senti meu poder passando por todo o meu corpo e senti o poder de Thalia também, exatamente como eu fiz com Percy. Mas eu estava sentindo alguma coisa diferente... os sentimentos da Thalia.

Senti o desespero dela de quando eu desapareci, o medo dela. Senti a magoa de ser chamada de louca, senti a saudade, senti a raiva dela por ser mandada para um hospital psiquiátrico, senti a felicidade ao conhecer Annabeth, senti a confusão ao me ver novamente. Senti tudo o que Thalia já sentiu, e tenho certeza que ela estava sentindo tudo o que eu já senti. Mas Thalia tinha um sentimento maior guardado sobre mim, um sentimento que era maior que a raiva e a tristeza de eu ter ido embora, Thalia me amava. Me amava tanto quanto eu a amava.

Abri meus olhos e e vi o estrago que nós dois fizemos. O palácio estava quase caindo, Ares estava caído no chão e todos os seus demônios tinham virado pó. Eu não sei exatamente como isso aconteceu, sei que os Guardiões corriam rapidamente para fora do salão, ou voavam. Me virei para Thalia, que estava com uma expressão surpresa, a mesma que eu deveria estar. Soltei uma de nossas mãos e comecei a correr, com ela atrás de mim, e então peguei impulso voando. Ouvi a reclamação de Thalia, mas ignorei.

Fomos os últimos a sair do castelo, e os guardiões e gnomos nos aplaudiram. Eu não sabia exatamente como me comportar diante daquela situação, pelo jeito nem Thalia. Aproveitamos que meu pai começou a voar de volta para nossas terras e continuamos voando.

– Nico, eu ainda tenho medo de altura. - Ela disse se segurando em mim. Eu ri.

– Você vai ter que se acostumar. - Eu disse. Estiquei minhas mãos até suas asas e fiz carinho nelas. Thalia fez seu "barulhinho fofinho" e eu ri, era realmente fofinho, ela riu junto comigo.

– Idiota! - Disse me dando um tapinha de leve em meu ombro. Puxei-a até que ela ficasse na minha frente e aproximei nossos rostos.

– Eu sei que não preciso dizer isso mas... eu te amo. - Disse e então colei nossos lábios. Nos separamos quando o ar faltou e ela riu.

– Eu também te amo! - Disse. Sorri.

– Ei, sei que estão felizes, mas estão ficando para trás! - Percy gritou. Nós dois rimos e continuamos.

Percebi que Percy estava perto da maca em que estavam levando Annabeth, e ele segurava sua mão. A loira já estava acordada, mas parecia fraca. Eu e Thalia nos aproximamos, e Annabeth arregalou os olhos.

– Thalia, você está voando! - Ela exclamou. Thalia riu.

– É, eu me tornei uma Guardiã. - Ela respondeu. - E como você está?

– Bem, eu acho. - Disse. - Só um pouco dolorida.

– Você usou muita magia. - Eu disse. - E é impressionante o quanto você é forte, outro portador no seu lugar estaria provavelmente morto.

A loira sorriu para mim. Passamos a viagem conversando, contamos para Thalia como foi o começo da guerra e para Annabeth como foi o final. Meu pai apareceu perto de nós junto com Bianca.

– Resolvi aceitar o seu pedido, Percy. - Meu pai disse. Olhei para meu amigo.

– Que pedido? - Perguntei. Percy sorriu de canto e olhou para Annabeth.

– Vou me tornar um humano, para poder ficar com a Annie. - Ele disse. Eu sorri.

– Você está querendo dizer que vou perder meu melhor amigo? - Perguntei. Meu pai balançou negativamente a cabeça.

– Na verdade, eu tenho um trabalho para vocês dois. - Ele disse se referindo a mim e a Thalia. - A partir de agora, Thalia é a Guardiã de Annabeth, e Nico o de Percy.

– É, parece que você não vai se livrar de mim tão cedo. - Percy disse com um sorriso de canto. Eu ri.

– Que legal! - Annabeth e Thalia exclamaram juntas, depois começaram a rir.

*

Fomos recebidos na cidade com uma festa que durou três dias por estarmos livres d'Eles. Eu e Thalia sorrimos, agradecidos. A cerimonia da "humanidade" de Percy aconteceu nessa festa, e eu tenho certeza que vi Poseidon limpando uma lágrima.

Eu e Thalia tivemos que carregar Annabeth e Percy de volta para o hospital psiquiátrico, e eu usei magia para fazer todos pensarem que Thalia nunca foi para lá, e que Percy sempre foi um paciente.

Eu e Thalia estávamos deitados no parque, Annabeth e Percy estavam dormindo então não tínhamos que ficar cuidando deles. Thalia olhou para mim.

– Nico, se os Guardiões são imortais, porque eles envelhecem? - Ela me perguntou. Dei de ombros.

– Você cresce junto com "seu" humano. - Eu expliquei. - E para quando ele morre, mas você pode escolher qualquer aparência que já teve. Por exemplo, podemos ser criancinhas de cinco anos se quisermos, mas não podemos ser idosos de noventa, entende?

Thalia assentiu.

– Eu estou feliz. - Ela disse me abraçando mais ainda. - Nós vamos ficar juntos para sempre, não é?

– Literalmente. - Concordei e a beijei, sendo correspondido.