— Não é possível! - Sasuke recua, ainda encarando a menina cujos cabelos rosados balançam com o vento:

— ela é sua amiga?!! — pergunta ao loiro.

— É surdo? – Naruto vê o bolinho de carne do Uchiha no chão:

— Ah cara, você deixou cair! – bravo, Naruto cata o bolinho e o guarda no bolso do macacão jeans. Não no mesmo bolso que está a pedra:

— "Vou jogar na cara de alguém.". — O loiro fixa na mente.

— Naruto!!! O que esse menino está fazendo aqui?!! – Sakura questiona, pondo ela, as mãos na cintura. Ela também está de macacão jeans. O dela é de tom mais escuro do que o do Uzumaki. Por baixo, ela usa camisa vermelha de mangas curtas e os pés estão calçados em sandálias brancas floridas em rosa.

— Vocês se conhecem? – de boca cheia, Naruto olha de um para o outro.

— Infelizmente. – Sasuke responde fechando os olhos e dando passos pesados em direção à saída. O menino Uchiha passa ao lado da rosada de cabeça erguida. Não suportará ficar perto dela. Não pode se vingar. Detesta brigar com garotas e isso já falou para ela.

— Qual é cara. Não vai não. – Naruto estende a vasilha na direção do moreno:

— tome mais um bolinho. Vamos conversar.  

— O deixe! Naruto! – Sakura mostra o braço. Um curativo o rodeia bem no meio:

— ele me fez isso! E ainda me acertou uma pedra nas costas!

— Porque você me fez isso! – Sasuke retruca se virando rapidamente pra ela e apontando para o próprio nariz.

— Você mereceu. – Sakura replica, cruzando os braços, andando para perto do loiro, sentando ao lado dele. Toma a vasilha das mãos do Uzumaki, pegando um bolinho e colocando quase tudo dentro da boca.

Naruto gargalha, enquanto mastiga:

— Há há há há! Cara, se ferrou Há há há! Sakura tem a força de um touro. – Quando se acalma tenta fazer Sasuke se sentir melhor:

— ela já me deixou com o olho roxo.

O Uchiha cerra os dentes. Sasuke quis continuar caminhando de cabeça erguida, porém esqueceu que a entrada se localiza no próprio chão da pequena casa. Quando deu o próximo passo, despencou e se engatou na escada de corda, parando de cabeça para baixo.

— Socorro!!! – desesperando-se. Sasuke sente que suas pernas soltarão a qualquer instante. Ele vê o chão da floresta muito distante. Quebrará o osso caso caia dessa altura. Não demora para Sakura meter a cara no marco quadrado da entrada, e a partir do momento que ela nota a situação constrangedora do Uchiha, ela rir abertamente:

— Há há há olha isso Naruto!

— Cara. Não é o seu dia. Há há há. – Naruto acompanha a amiga na risada, porém ao contrário dela, ele decide ajudar:

— vamos puxá-lo de volta.

— Por quê? Ele me machucou. – Sakura protesta.

— Mas você começou.

— Acredita nele então? – ela ameaça o loiro através do olhar.

— Um menino não admitiria que apanhou de uma garota. E acho que te conheço bem para saber que você o provocou.

— Ele é um Uchiha. Eu te procurei ontem o dia inteiro para lhe falar isso. A família Uchiha quer ocupar o meu campo com fábricas.

— Puxa é mesmo? Mas seus pais são donos do campo! Eles nunca venderiam o campo da família Haruno!

— Eles aceitaram! Naruto! Pretendem se mudar para a cidade grande! — Sakura se estressa só de pensar. 

— Seus pais são legais. Sakura. Se aceitaram. Acho que é porque a quantidade de dinheiro é imensa.

Sakura segura Naruto pela roupa, aproximando o rosto dele do rosto dela.

— Você não entende, eu cresci naquele campo e-

— VOCÊS PODEM ME AJUDAR??? – a cabeça de Sasuke doía. Não consegue escutar o que os dois conversam. Chega a pensar que os dois estão zoando da situação dele.

— Já vaaaiii! - Naruto segura um lado da escada. O loiro recolhe a corda do seu lado e pede à amiga:

— me ajude aqui com ele. Sakura!

A rosada encara o Uchiha sem pena alguma. Naruto insiste pedindo ajuda para a amiga. Sakura bufa e sede aos pedidos do Uzumaki. Sasuke volta tonto para a casinha e sentado esperou retornar ao seu estado natural. Massageou muito as têmporas. 

— Obrigado.

— Nossa. – Sakura recolhe a escada a qual fica embaraçada:

— pela sua cara já vi que não é acostumado a agradecer, mas agradecimento não corrige nada, sua presença continua sendo uma ameaça para mim. Uchiha.

Ela menciona o sobrenome dele como se fosse um palavrão.

— Por que sou uma ameaça? Você é doida ou o quê?

— É a sua família. Cara. – Naruto responde pela Haruno.

— Naruto! — Sakura repreende o amigo:

— não fale nada. Ele não precisa saber. Só precisa ir embora.

Sem medo da rosada, o Uzumaki explica ao menino Uchiha:

— Sua família vai implantar uma obra em Konoha. Bem onde é o campo que minha amiga ama. Se for um cara maneiro será que dá pra convencer sua família de fazer isso em outro lugar?

— Outro lugar não! – a rosada corrige:

— outra cidade! Quero vocês longe! Pois sei que mais cedo ou mais tarde vão querer todos os lugares legais para as suas empresas.

— Eu não tenho interesse em ser um empresário da minha família! Eu nem queria vir para Konoha! Meu irmão me forçou! Nossos pais me forçaram!

— Também não vou ficar na cidade. – Naruto se alegra. Com o braço, ele enlaça o pescoço do moreno. Ele gruda os rostos dos dois. Lado a lado:

— podemos fugir juntos!

— Não. Valeu. — Sasuke tenta afastá-lo.

— Vai ser divertido. Cara. – Naruto o aperta ainda mais. 

— Esse teu "cara" está me enjoando. – O Uchiha está se tornando impaciente. Naruto o solta. Rindo um pouco. Gosta o loiro de irritar as pessoas. 

— Fuja o mais depressa possível. Uchiha. - Sakura diz se preparando para sair. Havia terminado de desembaraçar a escada:

— me enjoei, vou até o balanço de pneu, Naruto me procure quando estiver sozinho.

Quando os meninos estão sozinhos, o Uzumaki diz:

— Ela é legal, dê um tempo pra se acostumar. — E sorridente convida:

— quer ler um mangá legalzão que tenho?

Sasuke corado neva balançando a cabeça.

— Não. Pra mim já deu também. Acho melhor voltar pra minha - pausa para soltar um ar de exaustão e completar:

— em Konoha.

— Você que sabe. – Naruto abre o mangá. Deitado de lado no chão com o cotovelo apoiado na madeira e a mão servindo para repousar a cabeça:

— quando não tiver nada pra fazer volte. Eu gostei de você.

O Uchiha escuta. Sasuke está descendo. Se sente estranho. Ao chegar ao chão, o alivio vem. Quis retornar para Konoha, no entanto, ouve um som. Caminha para o lado oposto da cidade, encontrando um espaço amplo, onde em um enorme carvalho está amarrado um balanço feito de pneu, logo embaixo, Sakura jogada no chão segura o nariz, uma trilha de sangue mancha os dedos finos e pequenos da Haruno. 

— Bem feito. – Sasuke riu maldoso:

— quem mand-

Sakura lacrimeja e levanta. Ela corre para longe depois de odiosa fitar o garoto. O Uchiha imóvel se sente bobo.

— “O que há comigo?”. – Pensa ele antes de retornar para Konoha.

CONTINUA