He-llo escrita por Roxanne LT


Capítulo 1
He-llo


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos a: Ore no imouto II e seu final mágico, o primeiro ending de Yahari Ore que é MÁGICO, a Bubs por existir e ao pen drive lindo de bonito no qual salvei meus projetos. -- REPOSTADO--.



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He-llo
Hello, hello... Alone


-Não filha, é a última vez que digo isso... Você não vai comprar mais um jogo de tintas e pincéis nesse aniversário, justamente por isso estamos entrando em uma loja de brinquedos, entende meu amor? –Gothel suspirou ao ver a carinha de choro que sua pequena Rapunzel fazia. – Florzinha, você vai gostar de algo... Não faça essa cara, vamos entrar e então a gente decide se tem algo legal, se não tiver nada que te agrade a gente passa no ateliê da Ambrósia depois, de acordo?

Os olhos verdes da pequenina se iluminaram de alegria, seu plano era simples, ela vasculharia a loja sem de fato estar à procura de algo e na volta faria Gothel comprar pelo menos duas telas grandes e tintas novas, de preferência um kit delas. Aquele era seu sexto aniversário e apesar da pouca idade não havia nada no mundo que a alegrasse mais do que pintar.

A loja a frente era tremendamente grande, tanto que Rapunzel pensou que seria divertido brincar de pique esconde lá dentro, mesmo correndo o risco de se perder. Na entrada diversas pinturas de flores e crianças felizes – tudo extremamente colorido-, até mesmo as portas automáticas eram decoradas com adesivos surreais de ursinhos e bonecas, que pareciam brilhar conforme a luz os alcançava.
Se o plano de Rapunzel ainda estava de pé nem mesmo ela percebeu. Depois de adentrar aquele magnífico mundo mágico e de ouvir a frase “Vá querida, divirta-se” de sua mãe... Nada mais fez sentido em sua pequena cabeçinha infantil.

Como tudo poderia ser tão incrível? Eram prateleiras e corredores lotados de bichinhos de pelúcia, eram sapos, cães, gatos, ursos e todo o tipo de animal que se possa imaginar, alguns pequeninos e delicados como se ao serem levemente puxados fossem desfiar, outros eram maiores que a loirinha que encantada prosseguia seu percurso pela fantástica loja de brinquedos do centro da cidade.

Ela passou por vários corredores, games, eletrônicos, bonecas, jogos de cozinha, brinquedos que ela nem fazia idéia da função ou mesmo como se usava e, após muito tempo de procura e nostalgia, ela chegou até uma longa prateleira com casas de bonecas e pequenos castelos.

Aparentemente a partir dali tudo seguia um rumo medieval, eram piratas e castelos, espadas de plástico e escudos, miniaturas de princesas, reis e monstros se estendiam. Aquilo provavelmente não seria indicado para sua idade, considerando que boa parte das peças eram de cerâmica ou porcelana.

Rapunzel caminhou lentamente impressionada com cada detalhe naqueles “brinquedos”, ela se imaginou morando em um castelo com várias torres e uma fortaleza a frente, impenetrável. Se imaginou correndo em um campo verde usando um dos vestidos que as pequenas princesas usavam, e chegou a conclusão que seu presente seria daquele corredor e que nada mais naquela loja poderia prover aquela necessidade medieval que crescera em seu coração.

Ela percorreu a prateleira de livros, próxima, com a mãozinha e mesmo que ainda não entendesse boa parte do que estava escrito ali, resolveu pedir um livro como acompanhamento afinal se as histórias fossem tão lindas quanto os brinquedos ela poderia sonhar e pintar o que sua imaginação por bel prazer exigisse e levando em consideração que seu amor por reinos antigos poderia ser obsoleto seria bom guardar lembranças desse sentimento mágico que agora a envolvia.

Era a mesma sensação que tinha em noites de verão, quando vaga lumes serpenteavam no céu e o doce cheiro de damas da noite* invadia sua casa e a fazia dançar pela grama verde musgo do quintal. As árvores tão grandes pareciam vivas conforme a brisa da noite passeava por suas folhas e caso ela se sentasse abaixo delas, era capaz de ver a luz da lua e as estrelas longínquas tremeluzindo por entre o verde das grossas folhagens.

Era como mergulhar os pés na água fria do pequeno riacho próximo a entrada do bosque, quando sua mãe a levava para piqueniques, a mesma sensação de estar sentada em um lugar muito alto e fitar o horizonte, as nuvens sendo levadas pelo vento voraz e o gosto de uma fruta madura tirada direto do pé.

Ela amava aquela sensação.

E mesmo que não soubesse como nomear aquela tão distinta e única forma de liberdade, ela disse a si mesma que aquilo era amor, mais um de seus grandes amores infantis, sua fantasia, sua mágica pessoal e se convenceu de que ninguém mais veria o mundo da mesma forma que ela ou que sentiria as mesmas coisas que ela sentia ao presenciar tais fatos, afinal, ela era única assim como sua mãe dizia.

Ela pigarreou um pouco ainda pensando na escolha de seu presente, cruzou os braços franzindo um pouco a testa e deu uma volta em torno de si mesma. E foi assim que ela descobriu qual seria sua escolha, um grande dragão de pelúcia negro estava a poucos metros de distância ele parecia tão... Fofo!

Tinha uma cauda comprida e nenhum dente na boca, talvez isso fosse porque ainda era uma loja de brinquedos e não poderiam vender ursinhos assustadores, ela pensou. Mas nada disso importava, ele era grande o suficiente para ocupar metade de sua cama e tinha olhos gentis. Ela não entendeu como poderia pensar que um brinquedo era doce ou mesmo que ele seria um precioso amigo, mas antes mesmo que se desse conta, correu até ele.

O choque foi inevitável, Rapunzel correu pela esquerda e um garoto pela direita, ambos com o mesmo destino: o dragãozinho negro na terceira bancada da quarta prateleira. Os dois tocaram no pano felpudo da pelúcia e se olharam como se fossem inimigos mortais.

-Eu vi ele primeiro, é meu. – a loira disse antes que o pequeno tivesse chance de se pronunciar.

-Não é não, eu vim correndo do setor oito até aqui pra pegar ele, é meu. – o setor oito era somente de vídeo games e Rapunzel se perguntou o que alguém que gostava de coisas tão agitadas queria com um dragão de pelúcia. – É meu, já tem até nome: Banguela.

-Você não pode dar um nome pra ele! Você não comprou ainda, eu sou uma menina, sabia? – ela cruzou novamente os braços erguendo o rosto em uma postura superior.

-E daí? – ele arqueou uma sobrancelha, tinha grandes olhos verdes expressivos e cabelo castanho escuro.

-Daí que você deveria me deixar ficar com ele. Minha mãe sempre diz que um homem tem que ser cavalheiro. – ela retrucou ainda com sua pose de “eu-estou-certa”.

Ele suspirou, seu pai sempre lhe dizia a mesma coisa... Mas ceder logo aquele dragãozinho que pedia para ser levado consigo? Logo aquele brinquedo? Ela tinha uma variedade desumana de opções ali porque fora escolher justamente seu Banguela?

Vendo que ele não parecia querer ceder ela descruzou os braços e se preparou para uma das maiores decepções de sua vida, seu encanto estava para sempre perdido, a magia contida naquele local jamais seria novamente encontrada.

Ele pareceu notar a tristeza na carinha de choro dela, maldição! Ele realmente queria aquele brinquedo... E foi ali, fitando a pequena garota loira e teimosa a sua frente que ele teve uma ideia.

-Vamos fazer o seguinte... Se você conseguir tomar ele de mim, ele é seu. Fechado? – o rosto dela se iluminou e por um momento ele se sentiu desconcertado com a doçura de seu sorriso, aquela menina era muito estranha.

-Combinado! Qual será o desafio? – ela não obteve uma resposta favorável, apenas viu o menino pegar a pelúcia e botar acima da cabeça, correndo em seguida, imitando sons que de acordo com ele seriam as chamas do dragão.

-Pegue-me se for capaz, garota! – ele ria sendo seguido por ela.
Rapunzel corria com certa dificuldade devido o vestido rosa que usava e de que ele provavelmente tinha mais experiência em corridas, por Thor o menino era rápido demais! Ele passou por vários corredores e prateleiras, tentou despistá-la mas ela era teimosa demais para perder seu dragão para ele.

Ela correu para o setor cinco, o de brinquedos eletrônicos e não se deu conta de um carrinho que vinha em sua direção, sem entender o que acontecia ela foi ao chão levando consigo uma pilha de memory card’s. O garoto ao olhar para trás e não vê-la fez o caminho de volta.

Lá estava ela, chorando com o joelho ferido. E era unicamente sua culpa. O choro desesperado da garotinha fez com que várias pessoas se reunissem ao seu redor, isso incluía seu pai Stoick que não parecia nada feliz ao notar o filho metido em problemas.

-Por Odim, Hiccup! Não foram nem quinze minutos na loja e você já destrói algo? – Ele puxou o filho pela manga verde de sua blusa. – Desculpe-se e ajude a menina!

O corredor estava lotado de meninos mais velhos escolhendo consoles e controles, e depois de ver como todos o olhavam, como se fosse de fato o culpado pela queda da menina, Hiccup decidiu que teria sido melhor ficar no corredor dos jogos, ter escolhido alguns novos e voltado para casa. De repente aquele dragãozinho não parecia tão empolgante.

Ele já estava preparado para ouvir um sermão sem igual quando uma voz adocicada cortou o murmurinho de vozes:
-Minha flor, o que houve com você? – Aquela era a mãe da loirinha com certeza -, Está tudo bem, venha cá... -Rapunzel se alojou nos braços dela, secando suas lágrimas.

-Gothel? – Stoick se pronunciou, - É mesmo você? - Ele sorriu soltando o braço do filho, e indo cumprimentar a antiga companheira de escola, ela estava tão diferente!

Eles conversaram por alguns minutos nos quais a multidão se dissipou, Rapunzel se acalmou completamente, Hiccup tentava enfiar a cara no dragão para se esconder da confusão. Stoick explicou que estavam se mudando para a cidade e como seu filho havia deixado todos os amigos na anterior, eles resolveram passar na loja de brinquedos e dar um jeitinho de fazer brotar um sorriso no rosto do pequeno.

Gothel contou sobre o aniversário da filha e como estava tendo dificuldades em incluí-la em um circulo social, a menina só pensava em desenhar e pintar e tinha certa dificuldade de fazer amigos pois naquela idade, as garotas geralmente só se importavam com bonecas, sua filha era tida como diferente, esquisita.

Eles riram ignorando completamente a presença das crianças, conversaram sobre seus empregos e que rumo suas vidas haviam levado após a faculdade, fofocaram um pouco sobre colegas que mesmo depois de tanto tempo, não haviam mudado em nada. Mas ambas as crianças não pareciam contentes com isso, eles ainda tinham uma grande questão a ser resolvida ali! Quem ficaria com Banguela?

-Mãe... – Rapunzel chamou incerta, - ele tá com o meu dragão.

-Seu nada! É meu! – ele bradou abraçando a pelúcia.

A discussão teria seguido intacta e sem uma resolução plausível não fosse Stoick sugerir que eles revezassem o uso do brinquedo, iriam morar próximos de qualquer maneira. E seria ótimo para ambos ter um amigo de prontidão.

-Eu não quero ser amigo dela! Ela quer o meu Banguela, pai! – o pequenino teimou puxando a blusa do pai em um claro sinal de birra.

Bastou um olhar do pai para que ele se calasse, pelo menos ele teria o dragãozinho por um bom tempo... Logo a loirinha se cansaria da situação, dividir não parecia ser de seu feitio, e Banguela seria completamente seu!

-Vamos, agora deem as mãos e façam as pazes! Sei que estão ambos se sentindo culpados por essa discussão – Gothel se pronunciou.
Ainda relutantes eles obedeceram:

-Desculpa... Eu não pensei que você fosse cair. – ele começou, ainda vermelho.
-Tudo bem, foi minha culpa. Eu não deveria correr sem olhar pra onde vou, né? – ela deu de ombros. – Meu nome é Rapunzel, qual é o seu?
-Hiccup.

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Daquele dia adiante uma nova amizade havia surgido, eles discutiam as vezes por serem ambos teimosos e um pouquinho desastrados demais, mas quem diria que a ida a uma loja de brinquedos poderia ser tão mágica?

Os anos se seguiram de forma lenta e nostálgica e tanto o pequeno menino de olhos verdes e cabelos castanhos escuros quanto a loirinha de cabelos compridos e olhos curiosos, jamais poderiam supor que apenas um dia havia mudado completamente a vida de ambos, entrelaçando seus destinos e os unindo para até o fim de suas vidas.

Quem sabe, até além disso, mas isso fica pra outra história, né?


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Notas finais do capítulo


OLÁAAAA, quem disse que eu não sei escrever nada fofinho, hein, hein? Tapa na cara da sociedade, rá!

Nem só de gore e rated M vive uma Roxanne, obrigada!

De qualquer forma isso foi escrito para Pingüim sensual, minha Bubs Bubs, ao som do ending de Yahari ore no seishun come wa Love machigaitteiru, um dos animes dessa temporada de 2013, amo ele, pronto falei.

E foi escrito depois ver o fim de OreImo II, que foi uma coisa PERFEITA! Então, entrei no clima fofinho da coisa, é isso xD.
Se ficar OOC, ficou. Não sei fazer milagres, espero que apreciem e quero reviews. :3

—--Estou refazendo o projeto então, esperem um final diferente a quem leu o primeiro~



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