O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 4
4 - O amor não é para mim


Notas iniciais do capítulo

OLÁ QUERIDOS, MARAVILHOSOS E DIVINOS LEITORES! *-*

Não é miragem não galera, quem ainda tiver acompanhando infelizmente terá de ler de novo para entender né? Realmente sou uma pessoa desleixada. Estava ajudando a minha amiga, TCC, provas, trabalhos e um dos piores semestres que passei nesses anos. Sério, foi TERRÍVEL!

Quero agradecer a Méav, Vengeance (no 2), Senhorita Foxface, Bia e ZerLitt. Gente por comentar desde do anterior até essa postagem. Por favor, perdoem-me pela demora interminável.

Espero que gostem ou não, fiz para vocês.



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Capítulo quatro

O amor não é para mim

“Você já se sentiu como estivesse desmoronando?

Você já se sentiu deslocado?

Como se você não se encaixasse

E ninguém te entendesse?

Você já quis fugir?

Você se tranca em seu quarto?

Com o rádio ligado tão alto

Que ninguém te ouve gritar”

(Welcome to my life – Simple Plan)

 

Sabe qual o resumo dessa carona? Vergonha.

Isso mesmo, tudo poderia ser explicado por essa palavra. Primeiro por minha mãe ter vomitado no tapete, sem nem se importar se era no carro de um desconhecido ou não. Tenho certeza de que se até o papa estivesse ali ela faria isso.

Não tem limites.

— Desculpa. — sussurrei pela milésima vez.

— E de novo digo: não foi nada. — respondeu.

Comparar Logan e o diabo de olhos verdes foi inevitável. Enquanto o primeiro tem um sorriso simpático no rosto e fala da maneira mais gentil possível, o outro aproveitaria para me ameaçar por ter sujado o carro – mesmo que não tivesse sido eu.

— Por que é amigo do Evan? — sussurrei do nada.

Qual a necessidade de fazer essa pergunta? Quando tenho a oportunidade de conversar com um garoto interessante o único assunto que posso tocar é sobre o galinha?

Ele olhou-me e deu um riso abafado ao ver minha expressão. Pensei que ia desistir, mas logo olhou para a frente e começou a narrar de maneira resumida a sua amizade com o beijoqueiro.

— Eu era muito tímido, e por isso não tinha sucesso com as garotas, então comecei a me arrumar melhor e andar com ele para ficar mais popular. Você também é amiga dele, não?

Realmente fazia pouco tempo que estava naquele grupo e... o que disse no final? Como assim? Eu nunca que ia me amigar com aquele demônio.

— Quem disse isso? — de maneira surpresa.

— A Catherine. — respondeu.

Realmente os boatos correm rápido não? Principalmente se for algo a ver com o “evil”.

— É uma das suas amigas Audy? — questionou minha mãe de maneira pausada e resmungada.

— Já não disse para parar de me chamar por esse apelido que mais parece marca de carro? — rebati para que mudasse de assunto.

— Audy, Audy, Audy. — ficou cantarolando.

Tapava o ouvido para que não escutasse os meus pedidos para que parasse, fazendo com que meu rosto ficasse mais vermelho pela raiva. Uma música começou a tocar neste instante, porém nem conhecia.

— Eu gostei. Melhor do que log, que sempre me lembra que rodei por causa dele em matemática. Você não tem noção como meu irmão me encheu o saco com isso nas férias. — declarou o Logan de maneira aborrecida.

Será que é por isso que nunca tinha o visto desde o ano passado? Por ter sido de um ano diferente ao nosso? Por sorte minha mãe tinha parado com a criancice e se aquietou neste instante.

— Você é repetente?

— Por que acha que estou dirigindo? Fiz 18 no começo do ano e tirei a carteira há pouco tempo. — confirmou.

— A minha filha deve ser muito popular com os garotos para ter vindo tão rápido quando ligou. Estou doida para conhecer suas amigas, mas nunca traz elas em casa. — murmurou a mulher.

Ninguém está afim de que conversemos mesmo, não é?

— O quê? Ela nem...

Coloquei minha mão rapidamente em sua boca e fiz um sinal para que ficasse calado. Ele entendeu na mesma hora e continuou a prestar atenção na estrada, enquanto eu fiquei olhando para a paisagem ao pensar o que seria de mim ao descobrir meu segredo.

Serei obrigada ao fazer o que agora?

— Não se preocupe, nada contarei sobre o que aconteceu aqui...

— Obrigada. — balbuciei sem deixa-lo terminar.

— Com uma condição.

Estava demorando.

— Pode continuar. — respondi-o.

— Quero saber o motivo dessa franja cobrindo seus olhos. Tem algo que queira esconder? — confessou.

Pensei em dizer que era porque me achava testuda ou inventar outra desculpa, todavia resolvi por não responder.

— Se quiser eu limpo o carro para você. — gaguejei.

— Muda muito de assunto sabia? Pelo jeito é algo grave não é? — o semblante se tornou sério e pensativo.

Não tenho nenhuma cicatriz ou algo para omitir com esse corte de cabelo, mas sim porque não quero que ninguém diga quando eu fitar alguém que meu olhar é “nojento”, “que dá medo!” ou algo assim. Escutar aquilo quando ainda era criança não foi nada reconfortante.

— Não vai gostar se ver.

Sabe o que era melhor? Minha mãe estava tirando um cochilo nesse momento e não precisaria ouvir o que falaria neste instante.

— Por quê? É tão feio assim?

“Até que é bonitinha”.

Lembrei do que o Evan disse rapidamente e corei, balançando a cabeça logo após para retirar estes pensamentos da minha mente. O que eu menos queria agora era tocar no nome dele no meio da nossa conversa de novo.

— Nem arrisque! — exclamei quando notei sua mão vindo para meu rosto.

Estávamos parados em algum lugar, que notei ser minha casa. Se assustou e afastou-se por conta da maneira que eu gritei. Ia pedir desculpas pelo ocorrido, só que antes que o fizesse começou a gargalhar.

Sua risada era bonita e contagiante, mas não o bastante para que me fizesse acompanha-lo.

— Ligue-me quando precisar. — sussurrou perto de mim.

Se fiquei como um tomate com sua aproximação, isso se tornou ainda mais constrangedor quando colocou um papel no meu bolso e falou meu nome de maneira doce.

— É, melhor eu acordar a mãe para irmos para a casa.

Fui pegá-la pelo braço quando vi o estrago que tinha feito.

— Sei que já atrapalhamos demais por uma noite, mas pode esperar um pouco até eu limpar a sujeira que ela fez? — sem graça era pouco para o que eu sentia no momento.

Sinceramente? Se eu tinha alguma esperança de namorar o Logan, isso acabou no exato momento em que minha mãe vomitou no tapete do veículo dele.

— Não precisa. — respondeu de maneira curta e grossa.

— Tudo bem então. — devolvi em chateação, porém tentei disfarçar.

Sabe o que isso significa? Que acabou o bate papo por hoje.

— A-andrew. — a voz abafada e chorosa.

A bêbada estava murmurando o nome do pai enquanto estava dormindo. Pode isso? Faz três anos que isso aconteceu e ela ainda não o esqueceu.

— Quem é? — o curioso do Logan questionou.

— Meu pai. — declarei.

— Ela o ama mesmo né? — vi-a no tom que sentiu-se emocionado com isso.

— Seria até lindo, se ele não estivesse morto há anos. — resolvi estragar o clima.

— Sinto muito.

É isso o que falam sempre, principalmente quando estávamos no velório e os parentes vieram nos consolar. Só que eu não tinha certeza se era verdadeiro o que falaram ou era apenas pela força do habito.

— Ao contrário dela eu já superei. — respondi-o com frieza.

Calou-se rapidamente e pegou minha mãe no colo, segurando-a com destreza e sem dificuldade. Vendo por esse lado ela realmente estava mais magra e abatida, como se tivesse envelhecido em pouco tempo.

— Não vai abrir a porta? — quis saber.

— Claro. — sussurrei ao despertar dos meus devaneios.

Procurei a chave e coloquei-a na fechadura com ansiedade, isso tudo porque um garoto ia entrar na minha casa. Só que não era um momento para visitas ou para apresentar um amigo ou possível namorado a minha família, mas em uma hora em que corremos perigo.

— Desculpa. — murmurei ao colocar a mulher no sofá.

— Começou de novo? — rebateu.

— É mania minha. — expliquei.

Dei um fraco sorriso e ele se foi sem se despedir, simplesmente sabia que tinha ido quando o barulho dos pneus foi ouvido. Fechei a porta e suspirei ao olhar para o local onde estava a pessoa que me criou. Agora era a minha vez de cuidá-la.

Coloquei o primeiro cobertor que achei em seu corpo e botei o travesseiro embaixo de sua cabeça com cuidado, para depois por um comprimido para dor de cabeça no criado mudo para que tomasse ao acordar. O despertador posicionei perto dela e fui me arrumar para dormir também.

“Oi. É a Audrey.” — Audrey.

Mandei essa mensagem para que o Logan salvasse o meu número. Não queria correr o risco que quando avisasse sobre algo ou ligasse não soubesse quem era.

“Boa noite. Não se esqueça que está me devendo um favor, mas não se preocupe, pois farei o favor de lembra-la disso.” — Logan.

Essa SMS foi enviada uns minutos depois da minha, que deve ser o momento em que pode me responder. Só que vê-lo escrever essa frase parecia muito o Evan, principalmente no final.

“Boa noite.” — Audrey.

Só o que consegui pensar ao digitar o recado. Ia questionar o que ocorreu ao não enviar sinal de vida e o celular apitou ao ter recebido uma nova mensagem.

“Não vai me agradecer?” — Evan.

Eu conversando com dois caras? E ainda os mais populares? Quem um dia imaginaria? Acho que nem a minha versão mais positiva teria a esperança que algo assim ocorresse, apesar de que com um deles não tenho tanto gosto de papear.

“Pelo quê?” — Audrey.

Foi de maneira tão rápida que me surpreendi por ter saído de forma perfeita, mas isso agradeço pelo corretor automático ter se comportado ao substituir de maneira certa as palavras.

“Que houve?” — Audrey.

Piriguetes, sintam inveja.

“Por ter feito o Log ir te buscar.” — Evan.

Ele é um evil em forma de gente. Além de querer que eu o ajude com a Catherine e me fazer entrar para o lado negro da força, ainda fica me mandando SMS para que eu seja grata pelo que fez.

“Eu que te pergunto. Não foi dormir?”— Logan.

Como assim? Isso foi muito estranho.

“Não entendi.” — Audrey.

Respondi ao que me deu carona.

“Para que ia dizer obrigada? Deveria era te matar! Era para você ter ido me pegar, não ele.” — Audrey.

“Não deu “boa noite”? Então, pensei que ia ir para a cama.” — Logan.

Ufa! Ainda bem que era isso.

“Eu apenas tinha cumprimentado, mas logo irei dormir mesmo” — Audrey.

Pareço muito desesperada? Respondendo rapidamente e ainda querendo a todo o custo que fale comigo? Esse lance de paquera com certeza não é para mim.

“Até eu chegar lá no outro dia você estaria nas capas dos jornais, mas como mais uma assassinada naquela região.” — Evan.

Rolei os olhos e o deixei de lado ao ver que um novo recado foi enviado por uma pessoa mais gentil e maravilhosa que ele.

“Também irei. Até amanhã.” — Logan.

Será que é o que estou pensando? Ele quer me ver e conversar amanhã? Isso mesmo? Não! Acho que é apenas para ser educado mesmo.

Olhei de novo a mensagem do diabo de olhos verdes e resolvi por ver os noticiários. O que vi me fez ficar aliviada, mas ao mesmo tempo preocupada pelo que ocorreria se fosse solto.

“Um homem é preso portando arma e maconha nessa madrugada.”

Pela foto parecia ser aquele que nos seguia, mas a sua expressão de irritação me fazia crer que queria se vingar de quem fez aquilo. E a pessoa que justamente ligou para a polícia fui eu.

“Mesmo assim pouco me importo quem ia me buscar, se você ou ele.” — Audrey.

Fiz-me de indiferente com o propósito de esconder que ter uma chance de conversar com o Logan deixou-me nas nuvens. Não sei o que é isso, mas desde que eu o vi meu coração e mente não teve tanto sossego quanto antes.

“Conta outra Drey! Só um cego não veria que é completamente apaixonada por ele, apenas pelo olhar de peixe morto que lança ao passar perto de ti.” — Evan.

O quê? Amor? É isso o que eu sinto ao vê-lo? E se ele morrer ficarei que nem minha mãe? Não! Algo parecido com esse sentimento nunca poderia experimentar.

“Vai dormir!” — Audrey.

Só que eu, ao contrário do que mandei na mensagem, não consegui fechar os olhos por bastante tempo. Tudo por causa do que escreveu.


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Notas finais do capítulo

E ai? Que acharam?

A imagem não é minha. Se tiver erros sorry! Tentarei o máximo para responder meus leitores queridos.

Quem quiser comentar muito me fará feliz. Amo vocês, senti muita falta e meio que me perdi e tentei lembrar como ia continuar essa fanfic. Tudo estava perdido, assim como as ideias.

Beijos, até a próxima.



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