O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 28
28 - Caras como ele


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! *-*

AAAAAAAA, muito obrigada a Mih Lima por comentar no capítulo 26 e 27 e a Bellaluna Creator por também fazer no anterior, adoro saber a opinião de vocês e com certeza me ajudou muito a continuar.

Desculpa a espera de duas semanas, é só que acabou dando pane no meu notebook e tentei arrumar, só dando agora para continuar, também umas coisas que aconteceram. Espero que não tenha interferido no capítulo.

Desejo um proveito e espero que gostem.



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Capítulo vinte e oito
Caras como ele

"Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que você pode me mostrar"
(I want to know what love is - Aerosmith)

Até poderia ter ido embora no momento em que vi os dois se cumprimentando e começando a conversar sem gritos, porém por isso não ter durado e a Catherine ter me chamado com as mãos, resolvi participar da discussão.

— Não sei porque fez isso. — Ouvi o Evan comentar de uma maneira irritada.

Pelo jeito um certo alguém não me queria ali.

— Você vai ver. — Foi só o que disse. — Olá, Audrey. — Está de bom humor? Será que não conversaram sobre o quanto eu fui boca aberta e x9?

Cumprimentei com um aceno e virei para a outra pessoa que estava ali, ele em resposta levantou os ombros em sinal de confusão. É, estava mais do que claro que ainda estavam só no começo.

— Então vamos para um lugar mais sossegado pelo menos. — O rei do centro das atenção está pedindo para ficarmos sem plateia? Isso é novidade.

Nenhuma palavra foi solta enquanto nos dirigíamos até atrás de um bloco, apenas se sentando quando olhou ao redor e não viu sinal de câmeras. Fiquei encarando de um para o outro sem entender o que era tudo aquilo, porque fui convidada a ver essa briga, mas bom que logo algum deles fez questão de sanar minhas dúvidas.

— Diz para ele. — Não tenho bola de cristal para saber sem os detalhes. — Sobre o que te contei do Evan.

— Posso? — Sei lá, vai que entendi errado.

— Deve. — Isso é tão pessoal que fiquei envergonhada antes de dizer, já o Miller parecia era entediado enquanto esperava tudo isso terminar.

— Ela disse que está gostando de você. — Não acredito que eu falei essas palavras que talvez para ela ainda sejam só um sentimento, mas envolvia tanta coisa, principalmente a aposta e a chantagem que me levou a ficar próxima deles.

— Vou embora. — Sua reação não só me deixou surpresa, mas também ela. Era como se achasse que com minhas palavras iam se beijar e ter o final feliz, não ser xingada desse jeito. Cat até tentou o abraçar, mas foi rejeitada. — Você gostar de mim? Conta outra. — Foi o que falou quando recuou e voltou onde estávamos, o tom denunciava o quanto não comprava esse discurso.

Parecia bem chateada pelo que escutou, mas mesmo assim não parava de o encarar, me fazendo sentir que estava sobrando ali. Na verdade era como se eu nem deveria estar no meio dessa conversa tão íntima.

— Acho que sempre foi amor e somente agora percebi. — Tenho que confessar, vendo de longe ia cair pelo seu jeito mais submisso e a voz embargada, além das bochechas coradas, parecia sim uma mulher apaixonada. — Evan, estou falando que eu quero sair e namorar contigo.

Essa declaração era o sonho de muitos caras aqui da escola, também daqueles fanfiqueiros que juravam que os dois iam se casar, talvez em algum momento tinha me incluído nessa. Eu diria que mais, ela era uma daquelas que achavam que ele sentia algo, ao ponto de tentar convencê-lo que era correspondido a todo custo.

— Para com isso, ridículo! — Os dois já estavam bem próximos nessa hora e o clima não era nada romântico. E pelo jeito uma das partes não queria desistir.

— Para você, só me beija. — Mesmo que nem de longe parecia feliz com isso, ela fazia questão de ignorar isso ao o encarar com um sorrisão. Enquanto a mim? Queria era ficar longe, tanto que me afastei um pouco, talvez assim a vergonha ia embora.

Esperava pelo que o Miller ia fazer sem mover um dedo, porque me lembrava de tudo que me disse aquele dia, de não conseguir negar o pedido de uma garota até em momentos que não queria, de seus traumas e mesmo que meu sangue subisse e a irritação viesse com isso, tinha de deixar que os dois se resolvessem sozinhos.

— Não. — Sua resposta me fez dar um pulo e comemorar baixinho, o que era longe do que ela sentia, ainda mais estar com a boca tão perto da dele e ter sido rejeitada desse jeito. Seus olhos se abriram e o constrangimento foi tanto que começou a chorar, mas não julgo, talvez faria o mesmo. — Você apenas acha que gosta de mim, não é verdade.

— Por que não acredita? — A humilhação deve ter sido tanta que nem tentou mais o seduzir, até mantinha uma certa distância entre eles.

— Eu não sou o Logan! — Começou em um tom sério, mas só teve uma risada em resposta. — Que foi? Pensa que eu não sei dos seus joguinhos?

Era para estar aqui mesmo? Fui saindo de fininho, porém algo me dizia que tinha de ficar ali e eu parei para continuar ouvindo. Talvez essa intuição tenha sido pelo arrependimento em não escutar o resto da conversa dos dois outro dia.

— Quem gosta de brincar não sou eu. — Rebateu e tinha de concordar.

— Tá bom, Catherine, então por que contou para a Audrey que gostava de mim? E mais, por qual motivo fez ela vir aqui e me falar isso? — Parecia não ter paciência alguma.

— Nós somos amigas. — Até gaguejava quando comentou isso e fiquei, no mínimo, bem ofendida. É tão ruim assim dizer isso?

E apesar de estar longe, dava de ver que o clima era péssimo e a coisa ia piorar, era como se eu fosse ouvir um segredo que mudaria a minha vida.

— Pelo que sei estavam brigadas. — É verdade. — Para mim você está é  com ciúmes por medo que tenha outra amiga. Mas não sou o Logan e não irei deixar que faça isso comigo!

— Faça o quê? — Obrigada por fazer essa pergunta, também fiquei curiosa.

— Pensa bem, por que apenas agora descobriu que gosta de mim? Eu sempre dormi com várias garotas, mas por andar mais tempo com a Audrey num passe de mágico me ama? — Parece que estou entendendo. — Margo se separou do Logan por sua causa, que não os deixava ficar sozinhos, vivia o chamando, somente porque comigo isso nunca funcionou quer tentar me afastar dela namorando comigo?

— Que viagem é essa? Eles só não se mereciam. — Para mim fez sentido.

— Já está na hora de ver que crescemos, não somos mais aqueles meninos que viviam ao seu redor te paparicando. — Tão maduro né? Nem parece o mesmo de antes. — Nós vamos um dia ter namoradas, casar quem sabe, você também. Aceita isso e para de tentar afastar outras meninas.

— E o que tem se eu gostar de um dos dois? — Agora voltou de novo a ficar próxima dele.

— Nenhum, eu até tentei fazer você e o Logan ficarem juntos por achar que ia ser o melhor. — Até respirou antes de continuar, mas o que mais pensava era: torcia para seus amigos serem um casal? – Depois de ver que chegou ao ponto de se declarar para mim e me pedir em namoro, na frente da Audrey ainda por cima, só por não aceitar que alguém possa se interessar por outra garota que não você, quero mais é que se ferre e fique sozinha.

— Isso é cruel. — Doeu até em mim, Cat. — Eu te amo, não vê? Só diz que também e deu.

— Não, você acha que sim, mas é só ciúmes. — Nessa hora ela chorou novamente e comecei a sentir pena, porque se fosse verdade ia ficar bem chateada por não confiar em mim.

— Quem é você para julgar o que sinto ou não? — Nem sei mais para que lado vou.

— No dia seguinte ao que tivemos uma discussão sobre a Audrey ter ido ao cemitério e ficar braba por isso, foi falar para ela que gosta de mim por ser amiga dela? Conta outra, só queria que a Drey parasse de falar comigo, mas pelo jeito não deu certo né? Aí fez ela me contar que é apaixonada por mim. — Tanta informação jogada que eu fico aqui só no estilo ping pong ao olhar de um para o outro. — E eu te pergunto de novo: para quê?

— Não sei, legal? — Respondeu enquanto secava seus olhos molhados com a mão, que talvez já nem saia nada de tanto que chorou. Ele? Não parecia tão convencido do que escutou.

— Então vamos ficar juntos e ela pode andar com a gente? — Que foi isso?

Olhou para mim depois da pergunta e via que não estava com uma cara boa, era como se quisesse que eu dissesse algo. Mas se eu não abri a boca nem para defender o Evan quando podia te beijar, acha mesmo que irei te ajudar?

— Não vê que ela gosta de você? — Gritou e eu fiquei em choque.

Como assim? Não, isso nem é verdade, apenas estou confusa, talvez com uma certa atração sexual por ele, já que é normal e uma hora ou outra ia acontecer, assim como todas, mas sentir algo amoroso? Será?

— Para de desculpa, nunca se apaixonaria por mim, não a Drey. Nem eu sou por ela. — Seu tom de voz e risada foi diminuindo enquanto se virava na minha direção e parecia que estava olhando através de mim. Era como se tivesse lembrado de algo que o parou de continuar. — Isso não importa, logo vai perceber que confundiu tudo.

— Não vou. — Sussurrou, mas cheguei a ouvir.

— É? Vem aqui comigo rapidinho. — Disse como se fosse nada.

E se eu adivinhasse talvez estaria um pouco mais preparada para o que viria a tona, só que nem quando estávamos indo até aquele pátio e no meio de tanta gente ou subido na mesa para chamar a atenção de todos, tinha sacado o tamanho da confusão que iria fazer.

— Catherine, então quer dizer que gosta de mim? — Seu sorriso de lado enquanto o pessoal se aproximava aos gritos talvez tivessem embaralhado um pouco os meus pensamentos, mas logo percebi que a aposta viria a tona.

A tal famosa aposta seria falada!

— E você corresponde. — Rebateu e depois colocou a mão na boca.

— Admitiu. — O touché falei baixinho depois. Se preferir xadrez foi um xeque-mate ou Eureka para os da ciência. — Ganhei.

Quem disse que ela não admitiria tiveram de dar quase R$ 200,00 para ele, apesar de eu estar um pouco escondida ali no meio, foi em minha direção e me entregou toda a quantia como se eu fui a que dei a ideia.

— Que é isso? — Poderia ter sido eu, mas foi a Cat.

— É fácil, eu apostei que você se apaixonaria para mim e venci! — Para piorar ainda passou os braços no meu ombro e se aproximou de mim antes de decretar o meu fim junto ao dele. — A Drey me ajudou nessa desde do começo do ano.

Posso matar o Evan agora ou depois? Se for se destruir, que seja sozinho, não me colocasse no meio. Isso é crueldade.

— Como isso? — Coitada, parecia mesmo confusa.

— Você com ciúmes achando que a gente se pegava, mas só estava comigo pelo plano. — E riu tanto que desejei que se engasgasse. — Só que foi tão sem graça e fácil que nem quero esse dinheiro. — Amassei aqueles papeis que estavam na mão antes de guardar no bolso para não ser assaltada.

, agora se só se machucasse um pouco estava ótimo, porque entendi que falou disso para ver se ela se tocava que não o amava. Pela expressão dela não saberia se tinha caído a ficha, porque apenas via ódio e vontade de bater nele. Pode socar com força, apoio.

"Audrey Campbell da sala 304, venha para a sala da diretoria agora!"

Até assim me tiram em uma das melhores partes? Queria choradeira, confusão, xingamentos, somente entre eles. Sai dali mesmo querendo ficar e quando estava no corredor a campainha para ir a sala tocou. Seria ruim se confessasse ter curtido que o resto também não soubesse o restante?

— Pode se sentar. — Não dizer "oi" e nem perguntar como estava indicava que a coisa era séria, o bastante para me fazer tremer enquanto me endireitava na cadeira.

— Alguém morreu? — Olha, bem que parecia.

— Primeiro é que a delegacia me ligou e disse que o promotor denunciou as três e vai ter julgamento. — O meu alivio foi imediato por saber disso. — Também que foi decidido que vão fazer o restante das aulas até julho em casa e online, depois vamos analisar o processo e ver se serão expulsas, tudo bem?

— Tomara que não venham atrás de mim. — Soltei.

— Pelo que me contaram a medida protetiva contra a Roberta e a Alexia foram aceitas, elas não podem se aproximar, qualquer coisa aciona esse número. — Era de um direto com os policiais e para esses casos.

— Já sei disso, obrigada. — James Carter que o diga.

— E a segunda coisa que eu queria falar, é sobre a sua ida a uma faculdade no exterior. — Sua cara não era nada boa, por acaso não passei? Que foi?

— Não vou? — Fui direta para ver se doía mesmo, só que não funcionou.

— Calma, ainda nem fiz as recomendações. — Deu um pequeno sorriso para me tranquilizar. — Mas tenho de alertar que se continuar assim matando aula, desobedecendo as regras da escola, ainda mais por causa do Evan, não poderei colocar seu nome. – Não sei fico aliviada ou envergonhada por pensar que nos pegaram conversando hoje no primeiro tempo. – Caras como ele apenas vão quebrar o coração de garotas como você. — Foi como receber um tapa.

— Então é melhor eu ir para a classe né? — E essa era a minha deixa.

Ainda bem que aceitou e eu pude ir, mesmo com a minha cara vermelha por imaginar que nos flagrou naquele lugar, talvez cada palavra, o meu choro, nossos toques e também eu ter dito em voz alta tudo o que eu sentia. O diretor tem razão, Audrey, ele só vai te machucar, então só foca em estudar e não faltar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo?

A imagem não é minha. Se tiver erros de português podem me avisar.

Quem quer comentar? Realmente vai me deixar bem contente, de coração, até porque saber a opinião de vocês sobre a fic me faz compreender mais o que desejam e estão achando, como irei seguir para o fim. Além de que adoro criar intimidade com meus leitores, se quiserem mandar MP, podem ficar a vontade. E se por acaso sentirem que essa história merece uma recomendação, como a diva da Miih Lima fez, pode ter certeza que essa autora vai amar demais!

Beijos e até a próxima.



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