O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 2
2 - Eu sou do tipo Olivia Palito


Notas iniciais do capítulo

Boa noite queridos leitores! *-*

E ai? Demorei? Confesso que no começo geralmente é rapidinho, mas depois as coisas acabam virando mais lenta do que uma tartatuga.

Quero agradecer a Mari Campos, Branca, Mrs Moony e Lari gomez por comentar no anterior. Não tem noção do quanto são importantes para mim e muito me motivam a continuar. Saber que tem pessoas vendo a minha fic é algo maravilhoso.

Muito obrigada a Mrs Moony por favoritar e acompanhar e a Branca e Lari gomez por acompanhar. Adorei demais quando vi, de verdade. Dá um colorido a mais onde fica capa da história não é? aue

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo dois

Eu sou do tipo Olivia Palito

 

“Quando eu era pequena, costumava ler contos de fadas. Nos contos de fadas, você conhece o príncipe encantado e ele é tudo que você sempre quis. Nos contos de fadas, o cara malvado é muito fácil de se localizar. O cara malvado está sempre usando uma capa escura, então você sempre sabe quem ele é. Então você cresce e percebe que o príncipe encantado não é tão fácil de se encontrar como você imaginou. Você percebe que o cara malvado não está usando uma capa escura e ele não é nem um pouco fácil de se localizar; na verdade, ele é muito engraçado, te faz rir e tem cabelo perfeito.”

(Taylor Swift)

A primeira coisa que eu fiz quando senti sua língua nojenta se enroscar com a minha foi quebrar o contato. Vi alguém dos olhos mais verdes que já tinha presenciado e um cabelo sedoso e preto como a noite.

Evan.

Meu primeiro beijo tinha que ser justo desse jeito? Assim? Com esse ser que mais parecia um diabo ao invés de humano? Que nem sequer valoriza ele mesmo para se importar com o sentimento dos outros? Um gigolô mais usado do que uma prostituta de cinco reais?

— Morra! — foi o que consegui balbuciar.

Depois simplesmente desferi um tapa nele e o empurrei com toda a minha força para que saísse de perto de mim. Só senti um pouco de água respingar em mim e ele caindo para dentro da piscina.

Seu corpo foi para baixo e por um segundo fiquei desesperada ao pensar que ele não sabia nadar, porém logo isso sumiu quando o vi aparecer na superfície. Só o que queria nesse momento era fugir.

— Não vai escapar ratinha. — berrou.

Esse é apelido é demasiado pífio e nada criativo. Sério.

Notava-o cada vez mais perto de mim enquanto eu tentava correr. Só que em pouco tempo já me encontrava prensada entre ele e a parede. Experimentava a sensação do frio me abater e minha roupa ficar mais molhada a cada instante enquanto recuperava minha respiração.

Estava encurralada. Não tinha mais saída.

— Você tinha que bater justo onde já estava machucado em? — sussurrou perto da minha orelha.

No local em que a Catherine tinha batido mais cedo.

Nem sequer respondi. Isso deve tê-lo irritado, porque no momento seguinte fui virada para a frente de maneira bruta. Seu corpo se colou ao meu de novo, para que eu sentisse essa parte sendo molhada também.

A mão foi de encontro ao meu rosto. Fiquei esperando pela surra que ia levar ao fechar os olhos, mas só o que fez foi colocar a mão em minha testa e levantar a franja.

— Até que é bonitinha. — declarou.

Ver sua face mais de perto me fez ficar vermelha e um nervosismo se apoderar de mim. Assim como a raiva por notar que sorria de lado de maneira sarcástica.

— Seu...

Fui novamente interrompida por sua boca que se esmagava contra a minha de forma cruel e insensível. Na realidade ele nem sequer resolveu abrir a boca como antes, tornando isso apenas um selo um pouco demorado.

— Por que me beijou? — disse enquanto esticava o braço para que ficasse em uma distância razoável.

— Você estava apenas no lugar errado e na hora inadequada, não tinha arranjado nenhuma garota para depois da aula e resolvi ficar contigo ao te ver sozinha. — simples assim. Como se estivesse listando o que comeu no café da manhã.

Idiota. Traiçoeiro. Galinha.

— Pensei que... — minha foi cortada pela sua risada.

— Que tinha te confundido com a Catherine? Jamais, seus corpos são muito diferentes um do outro. E eu ouvi a conversa das duas mais cedo. — deu de ombros.

— Já que terminou posso ir? — questionei.

— Só espera eu te mostrar uma coisa.

Levantou o celular que se encontrava em suas mãos e eu vi uma imagem que me deixou chocada. Uma em que estávamos nos beijando.

— Não irei ficar aqui nem mais um minuto. — esbravejei.

— Então quer dizer que posso mostrar isso para todos? E também contar ao professor que foi você que limpou no lugar de outra? — ameaçou.

Como uma pessoa com QI tão baixo pode ter uma mente tão malévola?

— Não mudará nada. — disse um suspiro.

— Claro que sim, ou acha que as garotas não se importarão ao saber disso? Acho até que serão capazes de pedir sua cabeça em uma bandeja. E ninguém mais vai confiar em ti se souberem o que fez. Resumindo: sua vida vai se tornar uma droga maior do que está agora. — explicou.

E não é que esse cérebro de ervilha tem razão?

— O que você quer? — dei-me por vencida.

— Boa garota.

Vontade de tirar aquele sorriso idiota a base da porrada.

— Vai dizer ou não? — berrei.

— Deixa eu pensar.

Estava me provocando, só pode.

— Se demorar terá de falar amanhã.

Daqui a pouco a lanchonete perto da minha casa vai fechar. Então terei de dizer adeus ao hambúrguer de bacon, molho, ovo, duas carnes, queijo cheddar, alface, tomate e batata frita. E com certeza a beleza que é saboreá-lo. Sem contar a sensação daquele refrigerante gelado descendo pela garganta.

— É simples: me ajudar a convencer a Catherine que eu sou uma pessoa boa o bastante para namorá-la. — declarou.

Um milagre ocorreu!

— Está apaixonado por ela? — meus olhos chegaram a se arregalar.

— Óbvio que não, quero é que ela caia de amores por mim para que aprenda que comigo não se brinca. Depois é só rejeitá-la e vê-la chorar na frente de todos por minha causa.

Só faltava soltar uma gargalhada maléfica depois.

— E como irei conseguir fazê-la crer em mim? — tentei fazê-lo desistir dessa ideia maluca.

— É certo que você não tem moral nenhuma, mas como é certinha, nunca fez nada errado, não irão desconfiar de ti. — declarou.

E como sabe disso? Pensei que não prestava atenção em nada.

— Isso...

Parei automaticamente ao ver aquela maldita foto em sua mão.

— O que me diz? — pressionou.

Ele acha que eu sou o quê? Uma heroína que pode salvá-lo a hora que quiser? Que está lá para tudo? Não nasci para isso não, muito menos ser escrava de um ser menos inteligente que a maioria dos alunos dessa escola. Superior manda em inferior, o contrário é inadmissível.

Respira. Inspira.

Era o que repetia enquanto pensava nisso.

— Acho que isso vai ficar lindo no mural principal. — comentou.

Novamente digo: é o diabo em pessoa.

— Por onde começo?

— Com essa cara nem parece que a resposta é positiva. — provocou.

Estou começando a odiá-lo.

— Eu aceito. — dei um sorriso fraco no final.

Só que isso fez com que gargalhasse de maneira alta.

— Obediente como uma cachorra. — pareceu como um relinchar de um jumento o que balbuciou.

— Se for nos comparar com animais então significa que você é um burro? Ou uma mula? — devolvi.

Se vissem sua expressão agora ririam até outro dia.

Ponto para mim.

— Por que está fazendo essa dança ridícula da vitória? Não esquece que terá de me ajudar de agora em diante. — os braços dele cruzados.

Tinha de estragar minha felicidade dizendo algo assim? Mesmo?

— Vou indo. — tentei me despedir da maneira mais apropriada que conseguia.

— Espere ai. — berrou quando estava no meio do corredor.

Tive de virar e encarar a cara feia dele mais uma vez nesse dia.

— Não esquece de passar um gloss, batom ou manteiga de cacau nessa sua boca, ela está seca e rachada. — deu a dica.

Aproximou-me de maneira astuta e lenta, para que rapidamente colocasse o dedo em cada parte dos meus lábios. Aproveitou ainda para lamber os dele e piscar para mim.

— E você de guardar bem esse seu celular. — revidei ao tirar sua mão dali com um forte tapa.

Vê-lo sumindo pelo corredor foi a melhor coisa que me ocorreu nesse dia.

Era ter de fazer o que mandava ou ter minha vida arruinada. O mundo é para os fortes e os bonzinhos só se ferram. Acabam sendo pisadas, nocauteados e esmurrados pelas pessoas.

Enfim, não tive outra opção se não me juntar as forças do mal por enquanto.

“Onde está agora filha?” — Mãe.

Sempre tenta falar comigo para que eu não sentisse sua falta. Isso pode ajudar por um tempo, porém logo percebo que seria melhor a presença dela perto de mim do que qualquer outra coisa.

Como quando meu pai ainda era vivo.

“Na lanchonete perto de casa!” — Audrey.

— Um hambúrguer desse duplo com mais bacon por favor. — pedi a garçonete.

A sua expressão dizia o quanto estava decepcionada por perceber que eu era mulher, e não um homem bonitão.

— O que mais? — quis saber.

Se fosse pelo atendimento eu teria parado de vir aqui há muito tempo.

— Um refrigerante de 500ml. — respondi ao me lembrar.

“De novo? Já disse para comer coisas mais saudáveis minha filha. Acho que terei de começar a passar no supermercado e comprar algumas frutas para você, mas agora terei um paciente para atender.” — Mãe.

Coisa de enfermeira.

Quando terminei o lanche e o milk shake que pedi depois suspirei por saber que a parte mais saborosa que teria hoje teria acabado. Depois era comer bolacha quase mofada e leite com o resto de chocolate em pó se eu tivesse sorte de encontrar, até porque dinheiro eu não tinha mais de tanto que gastava aqui.

Eu sei que tinha de economizar ou parar de comprar tanta porcaria, mas eu não consigo. Sou uma pessoa sedentária e amo um pedaço de carne gordurosa. Só que sou magra. Apesar de que de ruim meu corpo é quase de uma Olivia Palito.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Proposta mais sem noção não é? Será que vai dar certo?

A imagem não é minha. Se tiver erros de português me desculpem.

Quem quer me mandar review com sua opinião? Seja achando ruim, nada a ver ou até bom. E recomendação? Está cedo eu sei, mas não custa nada colocar por aqui. Deixa uma autora como super feliz! *-*

Beijos, muito obrigada e até próxima!