O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 17
17 - A criança que eu era


Notas iniciais do capítulo

BOA NOITEEEEEEEEEEEEEEEEEE!

Quanto tempo, não é verdade? Nem sei qual foi a última vez que postei, passei por várias coisas ruins que me fizeram ter um bloqueio enorme. Por isso estou começando aos poucos, por isso perdoe o capítulo pequeno e sem sentido.

Quero muito agradecer a butterfly por ter comentado no anterior. Espero que possam me dar uma nova chance, apesar de eu não merecer.

Muito obrigada a todos! ♥



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Capítulo dezessete
A criança que eu era

 

“Se você consegue acreditar que em tudo existe um poder
Existe um sol que brilha dentro de você
Acredite que o show da vida pode acontecer”
(Kaleidostar)

Pelo resto da tarde eu repeti em minha mente cada parte da nossa conversa, suas palavras, gestos e como a deixei no final, era algo que jamais esqueceria. No meio dessa troca de farpas, uma coisa que comentou tinha chamado a atenção.

“Eu não sou igual vocês”.

Se pareço-me tanto com o Evan Miller, será que me tornei um monstro?

— Eu ouvi. — Quando esse dia se tornou tão longo? Por que ainda não estou na cama e dormindo?

— Está sóbria? — Mal olhava para trás, ainda sentada na escadaria.

— Sim. — Por favor, não me achem uma péssima filha, porém essa resposta era a última que queria.

Dei um suspiro, pronta para entrar e ter uma séria conversa, dessas que tenho raramente com minha mãe da parte dela. Na maioria das vezes eu era a responsável, porém jamais conseguiria inverter o papel a vida toda.

— De um a dez, qual o grau em que estou ferrada? — Já estava no sofá, depois de demorar um bom tempo até me sentar pelos machucados, enquanto esperava pela sua sentença.

Seu sorriso em minha direção tornava isso mais difícil.

— Zero. — O meu pulo não foi exagerado quando escutei sua pontuação, principalmente por conhecer que das vinte discussões que tivemos desse estilo, em 21 delas eu saia de castigo.

— Você bebeu. — Afirmei com o risinho que deu.

— Não, Audi, estou apenas decepcionada por não ter descoberto antes. — E ela ainda insistia nesse apelido. Colocou os pés em meu colo sem nem pedir permissão antes de terminar de falar, apoiando a cabeça na única almofada que tínhamos.

Qual dos segredos que escondia que se referia? Não ter amigas? Comer sanduiche quase toda a semana? Ou, o pior de todos, de estar ajudando o Diabo em pessoa?

— A que se refere? — Depois de então contar voltará atrás e estarei sem comida por um tempo e vai me tirar do emprego. Ficarei sem dinheiro, não poderei fazer o que mais gosto, comer, e sem vida.

— Está começando a amar. — Jogou a bomba!

Se fosse antes eu confirmaria com vergonha e abaixaria a cabeça. Porém não hoje, justo no dia que descobri que meu coração não batia forte por Robert Logan Smith, que o achava até grudento demais para aguentar. Talvez tenha percebido algo, mas tarde demais.

A paixão me pegou, tentei escapar e consegui.

— Não sinto nada pelo Logan. — Como uma mentirosa quase nata, dizer a verdade não doeu tanto assim dessa vez.

— Mãe não se engana nessas coisas. Você está apaixonada, mas pode ser por outro ele. — Tentei me levantar para ir na cozinha antes de continuar essa conversa sem pé e cabeça, mas ela não deixou.

Percebi que ia fazer esse favor para mim. O que eu quero: um suco de uva com biscoito de leite ou biscoito de leite com suco de uva? Pelo menos o sabor do saquinho em pó mudava de vez em quando, porém daqui uma semana eu poderia aumentar nossas opções.

— Vai o de sempre. — Gritei, como se estivesse em um restaurante.

— Audrey, está muito machucada para fazer esforço, então quando eu estiver aqui, e precisar de algo, me chame. — Depois disso passou o copo de requeijão, relíquia ainda da época do meu pai. — Espero que um dia possa me contar o que realmente aconteceu.

Respirei fundo muitas vezes, engoli saliva e enrolei ao pensar se ia ou não dar outro voto de confiança. É possível que não estar bêbada tenha um lado positivo no quesito guardar segredos.

— Há quanto tempo escutava a nossa conversa? — Atrás da porta.

— Desde o beijo dela com aquele garoto muito bonito. — Parece que hoje está querendo me provocar.

— Quem? — Os dois eram maravilhosos, apesar de que uma pessoa tenha passado em minha mente primeiro. Infelizmente o diabo em pessoa chamava mais atenção.

— O Evan. — Falou como se fosse óbvio.

— E sobre uma tal de Alexia? — Perguntei, em uma tentativa de contar tudo o que se passou naquela noite no parque.

— Infelizmente ninguém é perfeito, não é? Já que está mais que provado que ele passa o rodo em qualquer pessoa que use saia, se fosse você aproveitaria o fato dele ser mulherengo para dar uns beijos nele. — Imaginei “n” coisas depois dessa frase, tudo para não ter a cena dos dois se pegando passando pela minha cabeça.

— Isso já aconteceu, mas não foi porque eu quis. — Pelo menos essa omissão eu posso riscar da minha lista, quem sabe desse jeito eu ganhe um presente do papai noel no final do ano.

— Como assim contra a sua vontade? — Será que pelo menos dessa vez teremos uma conversa séria? — Isso é impossível, com certeza você é muito afim dele. — Falei cedo demais.

— Deve ter se confundindo, está na cara que o detesto.

— Isso é só tesão reprimido, filha. O ódio e o amor andam lado a lado, quando ver estarão casados. — E a pessoa que ela estava falando que estava apaixonada antes era o Evil.

— Eu mal descobri que não gosto mais do Logan e quer me convencer de que prefiro alguém maldoso, egoísta e sem coração? Preferia que tivesse dito que estava namorando o Sr. Antenor, menos ele. — Depois disso só escutei uma risada de sua parte.

— Você não pensa desse jeito, até porque adoraria ficar jogando xadrez com o nosso vizinho na praça. Sua alma é tão velha quanto a dele, que tem 87 anos. — Continuou com a brincadeira enquanto pegava alguma coisa perto dele.

— Eu nem sou assim!

— Desculpa, eu errei, ele parece é mais jovem que você, pelo menos ainda vai dançar no baile dos idosos todas as quintas-feiras. — E essa era a deixa para eu sair dali e ir para meu quarto.

— Tenha uma boa noite, de preferência sem bebida. — Despedi-me rapidamente enquanto levantava-me do sofá com dificuldade.

— Agora falando sério, realmente acha que o Evan é uma pessoa tão ruim como fala? Meu palpite é que não. — Estava de costas e continuei assim, mas meus pés tinham parado de caminhar desde as primeiras palavras.

— Por que acha isso? — Meus punhos estavam fechados por perceber o quanto estava nervosa apenas por tocar novamente nesse assunto, por nem entender o motivo de me sentir desta maneira.

— Apesar de dizer que é egoísta e detestável, você não pensou duas vezes em defende-lo hoje quando estava com sua amiga. E tenho certeza que apenas ficaria quieta se ele não fosse importante, como quando apanhou dos seus amigos na infância.

Se soubesse que eu não tenho amizade com nenhum deles, que apenas foi um trato e algo de interesse, talvez pensasse diferente. No entanto, mesmo sem conhecer metade da história, ainda assim teve uma conclusão parecida com a minha. Só que ela jamais sentiria toda a culpa por trás disso, pois quando o protejo na frente da pessoa que mais sairá machucada com a aposta, é como se tivesse concordando.

— Eu cresci. — A voz quase não saiu pela vontade que tinha de chorar.
Acho que a criança que era sentiria tristeza por ver o que me tornei, passou de alguém que sorria para todos e perdoou os colegas que a bateram terrivelmente, simplesmente por continuar sendo ela mesma, para uma pessoa fraca que prefere ferir os outros para não arranjar outra confusão com seu nome.

“Eu vou contar tudo. — Audrey


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

A gif não é minha. Se tiver erros de português podem me avisar.

Quem quer comentar? Realmente vai me deixar bem contente, de coração, até porque saber a opinião de vocês sobre a fic me faz compreender mais o que desejam e estão achando. Além de que adoro criar intimidade com meus leitores, se quiserem mandar MP, podem ficar a vontade. E se por acaso sentirem que essa história merece uma recomendação, como a diva da Miih Lima fez, pode ter certeza que essa autora vai amar demais!

Beijos e até a próxima.



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