O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 11
11 - Tamanho 52


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Como estão? Feliz natal atrasado, assim como um novo ano cheio de paz, amor, felicidade. Que quem estiver com o seu amor que tudo melhore e perdure, para quem não tiver que encontre ou feliz sozinho - pois não precisamos necessariamente de um para sermos. Que tudo de certo ocorra com a vida pessoal, na família, estudo, trabalho. Quem quiser contar-me como passou a quinta e sexta posso dizer que não fizeram piadinha, muito menos as tias perguntaram do namorado que eu não tenho.

Sei que ninguém comentou, mas resolvi por postar, principalmente porque tenho planos e vou pensar enquanto isso sobre essa fanfic. Vamos ver o que irá ocorrer.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo onze

Tamanho 52

“O tempo é muito lento para os que esperam

Muito rápido para os que têm medo

Muito longo para os que lamentam

Muito curto para os que festejam

Mas, para os que amam, o tempo é eterno.”

(Henry Van Dyke)

 

— Eu tenho de ir. — disse a minha mãe pela milésima vez.

Estava no sofá da casa gesticulando de maneira desesperada, enquanto eu me encontrava já arrumada com uma jaqueta, blusa de manga comprida básica e calça jeans. Completava o look um tênis esportivo.

Não, sem maquiagem ou acessórios dessa vez.

— Mas não posso ficar sozinha, não quando ele pode vir a qualquer momento. — implorou.

— Então vem comigo. — propus.

Dessa vez pegou em minhas mãos e me olhou seriamente.

— Se ele nos ver vai nos matar. Sabe disso. — argumentou novamente.

Apesar do meu medo eu a fitei firmemente antes de me pronunciar.

— Do que adianta insistir se eu já decidi que vou a delegacia? — informei.

Passou a mão em meus cabelos e nada falou, deixando que as lágrimas escorressem por um tempo por sua face, para depois limpar com o pijama. Eu já olhava para a porta, querendo a todo o custo sair e voltar o mais rápido possível, só que antes que me soltasse dela pela impaciência abriu a boca.

— Por que não desamarra esse cabelo pelo menos? — pediu.

Isso fez-me realmente largar-me de seu aperto e levantar-me no mesmo momento.

— O que tem de errado no meu rabo de cavalo? — aumentei um pouco o tom.

— Deixa-me então passar maquiagem em ti? — provocou-me.

Sua seriedade tinha saído do seu rosto há um tempo, deixando-me claro a sua pretensão. E o que fez-me querer me odiar foi ter caído em seu jogo, mesmo que por poucos instantes.

— Por acaso está enrolando para eu não ir? — finalmente compreendi.

— Demorou para entender. — confessou sem hesitar.

— Até mais tarde mãe. — sussurrei ao abraça-la.

Só que antes de eu passar pela porta ouvi algo que em nada me chateou.

— Eu não vou deixar usar o meu carro! — berrou.

Ela esqueceu que não dirijo?

— Quem disse que irei com ele? — perguntou ao virar-me em sua direção.

Um sorriso, mesmo que não seja dos mais bonitos, estava estampado em minha face.

— E vai do quê? Não permitirei que vá de ônibus, muito menos a pé. — quis saber ao me acompanhar até o jardim.

— Logan me dará uma carona. — não tinha nada a esconder mesmo.

— Vejo que alguém está apaixonada, e não é por menos. — balbuciou.

Dou tanta bandeira assim?

— A que está se referindo? — consegui dizer, apesar de ter gaguejado.

— Salvou sua vida. — com animação.

— Mas contou sobre mim para o delegado. — rebati.

Seu semblante se transformou em pensativo com minha frase.

— Então por que vai com ele?

— Pois sabe sobre James Carter. — expliquei.

— Até que era seu ex padrasto e tentou te estu-

— Não, peço também que não complete. — cortei-a ao saber o que ia dizer.

Imaginar aquelas mãos passando entre meu corpo e tentando tirar minha roupa, das vezes em que soltava palavras cruéis apenas para convencer-me em vão do que desejava, ou do único dia em que me deu um tapa tão forte na boca que eu tive de ir no dentista no mesmo instante, me davam calafrios.

— Filha, faz tanto tempo. — consolou-me.

Só que suas palavras surtiram como uma ofensa.

— Não diga isso, não quando você sequer superou a morte do meu pai! — gritei.

— Mas eu tam-

O que a interrompeu foi a buzina do veículo do Smith, fazendo-me sentir um alivio tremendo por não ter de continuar aquela conversa com a minha mãe.

— Só não bebe. — praticamente ordenei antes de fechar a porta.

O silêncio se instalou por uns minutos, tanto que eu já estava me acostumando enquanto observava a paisagem formadas por casas, prédios e algumas árvores.

— Desculpe-me. — essas dez letras em nada me fizeram melhor.

— Pelo quê? Por contar aos policiais sobre mim sem nem falar comigo antes? Ou por tentar me beijar ontem quando eu tinha acabado de levar uma facada? — questionei-o agilmente, respirando fundo depois de bombardeá-lo.

Neste instante segurava tão forte no volante que pensei que ia estraçalha-lo. Já eu? Pensava que quase ia falar que lembrei do Carter quando se aproximou demais de mim.

— Eu não quis te magoar. — murmurou tão baixo que quase não escutei.

— Mas o fez. — confessei.

— E você? Por que não confia em mim e conta o que passou? Por que aquele cara estava te seguindo? Como sabia o nome dele? — perguntas apenas, e nada de respostas.

— Olha para a frente. — berrei quando o vi me fitar com raiva.

— Responde porra! — seu palavrão fez-me sentir mais encurralada ainda, mesmo que já estivesse prestando atenção na estrada.

Onde está aquele garoto tão gentil e sensível que conheci?

— Logan, não tem como sermos tão íntimos, não quando agarrou a Catherine sabendo que o melhor amigo tinha a beijado um dia antes. — recordei.

— Foi ela que grudou em mim do nada na balada. — defendeu-se.

Por que eu gosto dele ainda? Tem como me darem uma explicação?

— Mas você correspondeu. — revidei.

— Eu não vim para brigar, não sou que nem o Evan que tem a resposta na ponta da língua. Por que não passamos naquela lanchonete perto da escola para conversarmos antes de irmos à delegacia? — seu rosto neste momento estava menos vermelho.

Resolvi seguir seu conselho e deixei aquele assunto de lado.

— Não trouxe dinheiro. — segredei.

— Eu pago. — o tom era tão calmo que até me estranhou.

E o velho Smith tinha voltado.

— Posso pedir o de sempre? — mirei-o com os olhos brilhando.

— Um xis da casa, batata frita e refrigerante de 500ml? — como lembrou?

— E um milk shake de sobremesa? — opinei.

— Só aceito pois poderemos ficar mais tempo juntos. — declarou.

Ao pararmos no local eu sai pulando feito uma criança, entrar ali em um domingo era um sonho para mim. Claro que eu tinha almoçado, porém um suco artificial com ovo frito e pão em nada saciava a minha fome.

— Parece outra pessoa quando está aqui. — falou ao sorrir.

— Como assim? — mesmo querendo tocar no que ocorreu na festa entrei em seu jogo.

— Mais alegre. — completou.

Estávamos sim sentados em uma das mesas da janela, fazendo-me observar que enquanto ainda olhávamos o cardápio as pessoas iam embora. A verdade é que estava muito envergonhada para responde-lo.

— Chegou a falar com o Evan? — perguntou de mansinho.

— Não tive coragem. — parecia sincero.

— Então por que não liga? — fiz a proposta.

— Agora? Justo quando estamos em um encontro? — declarou.

— Primeiro: nós não estamos saindo de maneira romântica, ok? Apenas vim para depor sobre a tentativa de homicídio. Segundo: se não quiser falar com o Miller, eu sim. — revidei com seriedade.

Só que quando eu estava começando uma conversa por vídeo o Logan tentou escapar, mas eu o segurei enquanto o fulminava.

— Tenho de ir no banheiro. — inventou uma desculpa.

— Fique aqui! — praticamente berrei.

Depois disso o vi lançar um semblante contrariado e voltar a se posicionar no assento. Ao aceitar a minha proposta vi o Evil com o cabelo todo desarrumado, a expressão sonolenta, e sem camisa.

— Sua mãe foi para o hospital de novo? — o tom preocupado.

Sim, até eu achava esquisita a sua reação.

— Felizmente não, mas é que tem alguém que quer falar contigo. — disse.

Foi assim que eu apontei meu celular em direção ao Smith.

— Audrey, eu pedi para não dar uma de mensageira. — deu uma bronca.

— Esquece que estou aqui. — pedi.

Um silêncio que parecia durar séculos para mim.

— Me desculpe. — começou.

— Não, não somos mais amigos. — respondeu.

— Uma amizade de anos não acaba assim, não por causa de uma garota! — implorou.

— Logan, estamos falando de Catherine. Eu a beijei na sexta, isso significava que não poderia nem sequer se aproximar dela por um tempo. Mulher de amigo é como homem, não é? — brigou.

Eles pareciam umas menininhas no que diz respeito a regras.

— Só que ela não é sua namorada. Aliás, se você realmente se ouvisse não teria nem sequer a tocado. — revidou.

— Quem é o dono dela pouco me importa, já que eu fui o que roubou o primeiro selinho. Ou esqueceu? — com certeza tinha a resposta na ponta da língua, ao ponto de deixar a pessoa que se encontrava ao meu lado calado.

— Ela não queria! — seu berro fez com algumas pessoas virassem para a nossa mesa.

Felizmente o lanche tinha chegado.

— O que interessa é que eu venci, como sempre. — bajulou-se.

— Então por que não deixa o que aconteceu de lado? Eu perdi em todas as vezes mesmo. — declarou de forma desanimada.

— Aceito, pois estou com saudade de dar uma surra em ti no videogame. — sabia que estava sorrindo, mesmo que não estivesse o vendo.

Ocupava-me com o delicioso hambúrguer.

— Espero que quando passar na sua casa mais tarde seu lençol já esteja trocado. — disse.

— O quê? — seu tom de voz denunciava o que ocorreu.

— Dá de ver perfeitamente um sutiã em sua cama. — percebi que apontava para a tela.

Isso fez-me aparecer atrás dele rapidamente e visualizar que realmente estava falando a verdade. Ainda era uma daqueles vermelhos e de tamanho 52. Isso significava que apenas poderia ser a Bridget, Alexia ou Roberta.

Pelo meu estudo nesses dias que estava com ele, tinha a certeza de que era a última. A primeira era um pouco gordinha, não fazendo o tipo dele, e a segunda já tinha transado com ele. Estava tão boa nesse assunto que poderia me formar logo em PhD do Evan Miller.

“Sinto pela franqueza, no entanto vendo as garotas que ele já ficou em todos esses anos dá de saber que você não faz o tipo dele. Prefere uma mais encorpada, de cabelos claros e um pouco mais popular”.

Infelizmente por um momento a frase da Cat entrou em minha mente como uma enxurrada. Algo chato que logo tratei de fugir e extinguir do pensamento.

— Por acaso quer apanhar do namorado forte dela? — gritei.

— Brad só ameaça. — confessou antes de tapar a boca.

— Acertei novamente. — disse ao fazer um gesto de vitória com um braço.

— Tenho de desligar. — e a última coisa que vi foi a sua expressão sem graça.

Dei uma risada fraca e voltei a abocanhar aquela delicia.

— Quer namorar comigo? — ouvi o tal de Log questionar.

Sério? Justo na frente de tantas pessoas?

Sem falar que por ter ajoelhado pensei que ia pedir perdão, não algo deste gênero. Principalmente quando ainda me recordava de tudo o que passou nesse final de semana.


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Notas finais do capítulo

E ai? Que acharam do pedido mega repentino? Qual será a resposta? Logan só manda essas em horas erradas não? E sobre a conversa entre o Evan e ele? Alguma pista já sobre o que ocorreu?

A imagem não é minha. Se tiver erros desculpem-me.

Por favor, sei que é super chato, mas quem quiser comentar muito me deixará feliz. É sério, muito me anima. Assim como sobre recomendar, sei que é cedo e talvez a história não as agradem, mas será um belissimo presente de final de 2015.

Beijos e até a próxima.