Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 52
Daenerys


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– Sor Damião, você está na presença da Rainha Daenerys nascida da Tormenta, da Casa Targaryen, a primeira de seu nome, Rainha dos Andalos e dos Primeiros Homens, Khaleesi dos Dothrakis, Mãe de Dragões e Quebradora de Correntes. - Anuncia Sor Barristan Selmy, o Ousado.

Daenerys está usando um vestido longo e de mangas compridas, com pouco decote, devido ao frio. As cores se misturam entre preto e vermelho, como as de sua casa, em alguns detalhes prateados. Usa também a coroa de ouro enrustida em rubis com o dragão de três cabeças, enquanto seus cabelos loiros quase brancos caem em seus ombros.

A Rainha de Prata vislumbra o semblante de Sor Damião, confuso e irritado. Em pouco tempo passou a desdenhá-lo com uma grande facilidade. Abominava homens que desprezavam e batiam em mulheres.

– Sim, Vossa Graça. - Disse o cavaleiro covarde, fazendo uma reverência.

– Sor Damião. - Começou Daenerys Targaryen. - Você foi chamado até aqui para responder pelos seus crimes contra Brienne de Tarth. A mulher alega que o senhor bateu nela, ameaçou-a de estupro e em seguida chutou sua barriga que carrega um bebê.

– Vossa Graça, eu... - Começou o homem, pálido e gaguejante. - Eu não fiz tal coisa.

– Não? - Perguntou Daenerys, com ironia. Podia se dizer que estava quase se divertindo. - Como o senhor explica os hematomas da mulher, então? Ela se bateu sozinha?

– Não sei, Vossa Graça. Pode ter sido outro homem...

– Você era o guarda encarregado da cela de Brienne. Apenas você. - Interrompeu a Rainha.

– Eu não fiz tal coisa. Ela está querendo me incriminar de propósito.

– Não. Não está. - Respondeu Daenerys. - Eu sei que você a maltratou. Agora, assuma sua responsabilidade e talvez meu castigo seja ameno. Não assuma, e eu não mostrarei misericórdia.

– Vossa Graça, eu juro pelos Sete que eu...

– Como pôde bater naquela mulher grávida? - Perguntou Daenerys, serrando os olhos de desdém. - Não posso tolerar isso no meu Reino.

– Deve ser mentira! - Gritou Sor Damião, irritado. - Como alguém engravidaria aquela porca?!
– Já chega! - Gritou mais alto, levantando-se de seu Trono de Ferro. Olhou para dois Imaculados que a fitavam, sem expressão. Fez um sinal com a cabeça e ambos seguraram Sor Damião pelos braços, enquanto o mesmo lutava para se soltar. - Sor Barristan, chame o carrasco. - Pediu.

– Eu não quis dizer isso! - Gritou Sor Damião. - Misericórdia, Vossa Graça!

– Como deseja. O que devo falar para ele, minha Rainha? O que fará com este homem desonrado? - Perguntou Sor Barristan, deixando claro a desaprovação pela atitude de Sor Damião. Isso apenas deixou Daenerys ainda mais satisfeita. Deu um sorriso discreto, e suspirou de alívio.

– Castre-o. - Disse a palavra devagar, saboreando-a. - Assim ele nunca mais poderá tentar estuprar alguma outra mulher. - Olhou para o homem mais uma vez, com a boca franzida de desgosto.

– Não! - Gritou o homem, em prantos. - Misericórdia! Por favor! Misericórdia. - Continuou a gritar, em vão, enquanto era levado para fora da Sala do Trono.

xxx

Após todas as audiências e satisfeita com a decisão que havia tomado sobre o destino de Sor Damião, Daenerys Targaryen chama seu Pequeno Conselho para uma reunião.

Estava sentada na ponta da mesa, enquanto Tyrion estava de seu lado direito e Missandei de seu lado esquerdo. Ao lado de Tyrion, estava Sor Barristan Selmy, seu melhor e mais honrado cavaleiro. Ao lado do mesmo, se encontra Varys, a Aranha espiã. Ao lado de Missandei, se encontrava Verme Cinzento. E, ao lado do Imaculado, estava Qyburn, seu Meistre e espião.

Havia uma certa admiração de Daenerys por Brienne de Tarth. Gostava da maneira como a mulher se empunha, como saía dos padrões da sociedade, como era corajosa. Mas isso não mudava o fato de que era esposa do Regicida, e o mesmo deveria morrer.

Fez justiça em nome de Brienne, como uma boa Rainha faria. Mas agora precisava fazer justiça em nome de seu pai, Aerys Targaryen.

Quando todos já estavam em seus lugares, a Mãe dos Dragões começou:

– Quero saber o que fazer com aquele homem que está em minhas masmorras. Jaime Lannister. - Disse, dando uma pausa antes de continuar. - Quero a cabeça dele numa estaca.

– E você pode fazer isso, Vossa Graça. - Disse Varys, calmo e tranquilo. - Quando a Senhora quiser.

– Claro. Eu sou a Rainha. - Disse Daenerys. Essa reunião está ridícula, pensou a mulher, se amaldiçoando. Para que quero a aprovação deles para algo que eu posso fazer?, se perguntou, se sentindo confusa e tonta. - Algum de vocês tem algo a dizer sobre Jaime Lannister?

– Eu o conhecia. - Continuou Varys, a Aranha. - Um homem sem honra, com certeza. Sua morte não fará falta para ninguém.

Não, pensou Daenerys. Apenas para sua esposa e seu filho por nascer. Pensou em Drogo e em seu filho, mas logo se amaldiçoou por isso.

– Me pareceu diferente quando o conheci, Senhor Varys. - Disse Qyburn. - Uma vez Jaime julgou a maneira como... - Parou o Meistre, por um segundo, analisando o rosto da Rainha. - Faço meu trabalho. Então perguntei quantas vidas ele havia salvo. Alegou que havia salvo Porto Real das mãos de seu pai. Parecia bem tranquilo quanto sua consciência, que havia feito a coisa certa.

Daenerys fechou a mão em punho.

– E o Senhor acha que ele fez a coisa certa, Qyburn? - Perguntou, cerrando os dentes.

– Sou apenas um Meistre. Não posso julgar esses assuntos e não estava aqui quando ocorreu.

Nem eu estava, pensou Dany. Mas sei que Jaime Lannister nunca tomou essa atitude por achar que foi o certo a se fazer. Traiu meu pai, o homem pelo qual era juramentado, e precisa pagar por isso.

– Certamente ele o fez apenas para ter a glória do pai. - Disse Varys. - Tywin Lannister era mão de Aerys Targaryen. A traição está no sangue da família Lannister.

– Não em todos. - Interrompeu Tyrion, falando pela primeira vez. - Assim você me ofende, pensei que éramos amigos. - Brincou, abrindo um sorriso sagaz.

Varys retribuiu o sorriso.

– É claro, meu Senhor. Tirando você, nenhum Lannister pode ser confiável. De qualquer forma, Jaime nunca salvaria a vida de alguém a não ser sua própria.

– Temo ter que discordar novamente, Senhor Varys. - Disse Qyburn, abrindo um sorriso sagaz.

– O que quer dizer com isso? - A Rainha quis saber.

– Quando estávamos tendo essa conversa, Jaime estava voltando para Porto Real, em segurança. Todo o pesadelo de ter sido capturado e de ter perdido a mão estaria em breve no passado. Mas... - Qyburn deu uma pausa, analisando o rosto de Daenerys. - Ele voltou para salvar uma mulher que havia sido jogada para ser comida de urso. E agora é casado com ela.

O coração de Daenerys se apertou.

– Vossa Graça. - Chamou Tyrion, e Daenerys focou sua atenção em sua Mão. - Eu apenas peço que me deixe ver quando meu querido irmão tenha a cabeça arrancada de seus ombros. Como, onde e quando a senhora decidir fazê-lo, não me importa.

– Como você pode querer a morte de seu irmão? - Perguntou Missandei, assustada. Olhou para Daenerys e corou. - Me desculpe, Vossa Graça.

A Rainha apenas assentiu, mostrando que estava tudo bem. Missandei não precisava ter ódio do Regicida.

Sentia um amor pela garota que não sabia explicar. Missandei é tão criança, mas tão ingelitente. Estava calada até agora, e o único comentário que fez foi de desaprovação, refletiu. Os únicos que concordaram comigo foram bajuladores e um homem sedento por vingança, seja lá o que o Regicida fez de tão grave para que o próprio irmão o queira morto.

– Saiam, por favor. - Pediu Daenerys, por fim. - A reunião acabou. Obrigada a todos por terem comparecido.

– Vossa Graça. - Diziam, um a um, enquanto se deslocavam devagar de seus assentos e iam porta afora.

– Barristan, fique. Por favor. - Pediu com gentileza. O velho cavaleiro a olhou e assentiu, voltando para seu lugar. - Notei que o senhor não disse nada na reunião. - Falou, dando um sorriso tímido. Barristan retribuiu com um sorriso triste.

– Não tenho o que dizer, Vossa Graça. Faça o que a Senhora achar de mais justo.

Daenerys segurou a mão do seu velho cavaleiro e o olhou nos olhos.

– Você conhecia meu pai e conhece Jaime Lannister. Além de tudo, é um dos únicos homens dos quais ainda confio. Eu perdi todos... - Pensou em Jorah e Daario, e segurou suas lágrimas. - Você é o único que não me deixou. Diga-me, por favor. Sua opinião é muito importante para mim, tanto quanto sua aprovação.

Sor Barristan Selmy ficou alguns segundos calados, parecendo formar as palavras em sua cabeça. Por fim, opinou:

– Vossa Graça, acho que Jaime deveria ter um julgamento, tal como Sor Damião. A Senhora lhe deve a chance de explicar, e seria bom ter uma outra visão da noite em que seu pai foi assassinado. E então, fazer o que a Senhora julgar certo.

– Você não acha que devo executar o Regicida? - Perguntou Daenerys, um tanto irritada.

– Eu acho que a Senhora fará a escolha certa, Vossa Graça.

Disse Barristan, por fim. Deu mais um sorriso - triste e cansado, Dany pôde perceber - fez uma reverência e saiu da sala do Pequeno Conselho.

Daenerys ficou mais alguns longos minutos sentada olhando para os lugares não preenchidos na mesa. Lembrou-se de Jorah, como o mesmo a aconselhava, dizia o que era necessário fazê-la ouvir. Seu peito apertou e, dessa vez, a Rainha deixou-se derramar algumas lágrimas.

"Apenas não mate o pai de meu filho", a voz de Brienne ecoou na sua cabeça, como uma maldição. Lembrou-se imediatamente de Drogo.

Se levantou depressa da cadeira, como se tivesse sido agredida, e deu um soco na mesa. Lágrimas de raiva e frustração escorriam pelo seu rosto.

Se apoiou na mesa como se fosse a única coisa que a mantinha em pé. Esperei tanto por esse momento, por finalmente vingar meu pai. Por que agora me parece tão errado?


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