Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 15
Brienne


Notas iniciais do capítulo

Briennão O/



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Brienne de Tarth estava parada em frente ao espelho escovando seus cabelos loiros. Alguns minutos antes, havia pego uma tesoura e cortado seus fios dourados. Não gostava de deixá-los passar da altura do ombro.

Será que Jaime gostaria que meus cabelos fossem grandes como os de Cersei?, se perguntou. Sabia que nunca chegaria aos pés da leoa morta, mas não conseguia evitar de fazer certas comparações.

Seus pensamentos foram cortados por uma batida na porta.

– Entre. - Brienne pediu.

O tio de Jaime, irmão mais novo de Tywin, entrou no quarto. Sor Kevan Lannister é um homem gordo de cinquenta anos, com ombros redondos e pele clara. Sua barba e os poucos fios de cabelos que ainda restavam eram amarelos e tinha um grande maxilar fazendo Brienne lembrar do maxilar de seu próprio pai. Trajava roupas vermelhas e douradas: a cor dos Lannisters.

Brienne o conheceu em seu casamento com Jaime, mas apenas de vista. Seu leão já havia contado algumas histórias para ela a respeito do homem. Kevan Lannister nunca tinha algum pensamento que Tywin não tivesse tido antes. Viveu sempre na sombra do irmão. Agora que o pai de Jaime morreu, seu tio deve estar um tanto perdido, Brienne se pegou pensando. Mas, Jaime a havia alertado, Kevan poderia ser submisso, só que jamais seria um tolo. Kevan era um homem que se sentia confortável em cumprir seus deveres e não em dar ordens. Me parece um homem leal e de honra, Brienne concluiu ao olhar nos olhos esmeraldas calmos de Kevan.

– Boa tarde, minha Senhora. - Disse Kevan, dando um sorriso tímido. - Não queria atrapalhá-la.

– Não está atrapalhando, Sor. - Disse a garota, se levantando e retribuindo o sorriso.

– Estou aqui apenas para informar que viajarei para Porto Real, à pedido da Rainha Daenerys Targaryen.

Ouvir o nome da Mãe de Dragões fez com que o coração da Beleza de Tarth batesse mais rápido. A ideia de que a nova Rainha queria vingança pelo seu pai, cujo foi morto por Jaime, sempre a perturbava.

– O que Sua Graça está querendo, Sor? Se me permite perguntar.

Sor Kevan hesitou por alguns segundos, até que finalmente disse:

– Ela pede para que todas as nobres Casas partam para Porto Real jurar fidelidade. Acredito que a mesma carta tenha sido mandada para os Starks, Martells, Tyrells e outros. - Respondeu Kevan de maneira cautelosa, pois sabia qual era o verdadeiro medo da dama de Tarth.

É só isso. Ela vai esquecer de Jaime eventualmente, pensou Brienne, embora não estivesse convencida disso. Afinal, ele está na Muralha. Ela não pode alcançá-lo lá, concluiu seu pensamento e continuou sem ter certeza de nada. Sua garganta se apertou e Brienne se obrigou a dar um sorriso.

– Obrigada por me avisar. Caso Jaime volte enquanto o senhor estiver em Porto Real, eu o avisarei. - Disse a Beleza de Tarth.

– Obrigado, Brienne. - Respondeu Kevan e logo sem seguida fez uma reverência, saindo do quarto.

A Beleza de Tarth se jogou na cama, olhando para o teto. Respirou fundo e, pela primeira vez em muito tempo, desejou que Jaime estivesse lá com ela.
Um vento gelado entrou pelo quarto, e Brienne se abraçou. Imediatamente, se lembrou dos olhos azuis e gelados do bebê de seu pesadelo. Fechou os olhos e deixou que as lágrimas escorressem pelo seu rosto.

Preciso parar de chorar, decidiu. Abriu os olhos e se levantou em um pulo, indo até o espelho. Estava furiosa consigo mesmo. Limpou as lágrimas com raiva.

– Essa é a última vez que derramarei lágrimas pelo meu filho que não nasceu. - Sussurrou para o próprio reflexo.

Respirou fundo e começou a guardar algumas roupas limpas. Colocou a cota de malha e em seguida a armadura azulada que Jaime lhe dera. E, é claro, embainhou a Cumpridora de Promessas em sua cintura.

Feito isso, foi até a cozinha, calada. Não disse nada para nenhuma das aias e começou a coletar suprimentos necessários para uma viagem longa. As mulheres se entreolharam, mas não ousaram fazer perguntas.

Saiu pelo pátio de Rochedo Casterly e parou alguns segundos para vislumbrar o céu. Estava um negro quase azulado e a lua estava minguante. Várias estrelas enfeitavam a noite. Respirou fundo o ar puro. Continuou a andar até chegar em um corredor que levava até um aposento que a Beleza de Tarth sabia que pertencia ao seu mais fiel escudeiro.

Bateu duas vezes na porta. Alguns segundos depois, um Podrik descabelado e sonolento apareceu. Ao vê-la com espada e armadura, arregalou seus enormes olhos da cor de chocolate.

– Sor... Senhora... O que está acontecendo? - Perguntou, sua voz embriagada de sono.

Brienne deu uma olhada no menino. Por um momento, queria recrutá-lo. Seria bom ter uma companhia na viagem que ia fazer. Mas um instinto maternal a dominou ao olhar nos olhos dele e se lembrar, não pela primeira vez, de seu falecido irmão. Não quero ele em perigo, decidiu. Seus olhos amoleceram. Sentirei sua falta, quis dizer, mas sabia que isso só deixaria seu escudeiro vermelho como um pimentão e gaguejando mais ainda. Então disse:

– Podrik, eu sei que está tarde, mas queria que você soubesse por mim e não por outra pessoa. - Começou, lambendo suavemente os lábios enquanto preparava as próximas palavras. - Estou indo embora.

– Como, Sor... Senhora? - Perguntou Podrik, sua expressão de sono passando para confusão.

Brienne substituiu seu olhar melancólico por um olhar determinado. Um brilho em seus olhos de safiras mostravam que não voltaria atrás com as suas próximas palavras.

– Estou indo para a Muralha.


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