(8 de Agosto de 1993)

Flashback on.

–Damon, pega seu irmão e se esconde em um lugar em que nunca pensariam em procurar vocês! E depois que estiver tudo quieto, corre, corre para bem longe. – Letty, a mãe de Damon tentava manter o sorriso no rosto, enquanto o desespero a consumia.

–Mas mamãe, eu... – Damon tentava falar com as lágrimas escorrendo.

–Meu filho, obedece a mamãe e faz o que eu estou te pedindo. Mas antes, me promete uma coisa, você nunca vai deixar nada de ruim acontecer com o Stefan ou com você, promete que você vai proteger o Stefan e se proteger. PROMETE PRA MIM DAMON!

–Eu prometo mãe, eu prometo.

– Ok, obrigada amor. Agora vai, se esconde e quando você não ouvir mais nada vá embora, vá para qualquer lugar bem longe daqui. Mamãe ama você. – Letty beijou a cabeça de Damon e de Stefan que ainda estava em seu colo e o entregou a Damon que saiu correndo pela porta dos fundos.

Damon sabia muito bem onde se esconder, havia um porão em sua casa, o somente ele e o irmão sabiam pois ficava escondido por trás de um enorme guarda-roupa velho e caindo ao pedaços. Os dois o empurraram e entraram lá. Damon deu ao irmão água e algumas bolachas e colocou a “porta” do porão em seu lugar. Os barulhos, gritos que vieram a seguir, seriam os que nunca deixariam de atormentar os dois garotos. Portas sendo derrubadas, os gritos de sua mãe e das pessoas que assassinaram seus pais, James, seu pai, pedindo para que não machucassem sua esposa.

–Sorte de vocês que não encontramos seus pirralhos, eles seriam os primeiros a serem mortos, mas vamos deixar que eles vivam uma vida de órfãos. É mais divertido. – Foi a ultima coisa que Damon ouviu, antes do barulho de tiro.

Como sua mãe disse, após tudo se silenciar Damon pegou seu irmão no colo e saiu com ele. Já era noite, o menino, desobedecendo sua mãe voltou a casa e à viu, morta, assim como seu pai. Havia sangue, muito sangue envolta.

–Papai, mamãe. – Damon começou a chorar e se aproximou do corpo dos pais com Stefan. – Isso não vai ficar assim, eu vou encontrar quem fez isso e vou vingar vocês dois. – O menino beijou o rosto dos dois e saiu correndo assim que ouviu barulho de pessoas e carros de polícia. E assim, os dois se perderam no escuro da noite.

Flashback off.

(19 de Setembro de 1997)

–Damon? - Sra. Bennett, a dona do orfanato onde Damon e Stefan estavam abriu a porta de seu quarto o chamando.

–Oi. – Ele respondeu.

–Você não quer se despedir do Stefan, ele é seu irmão Damon... – Ela colocou a mão no ombro do garoto que estava sentado na cama.

–Eu já me despedi do meu irmão Sra. Bennett. – O menino falou se levantando e afastando a mão dela. – Eu já expliquei para ele que uma vida sem mim seria melhor para ele, para qualquer um. Ele vai ter uma vida boa, com pais que o amam e longe de problemas. Não me venha falar o que eu tenho ou não tenho que fazer. – O menino voltou a se sentar na cama.

–Ok Damon, faça o que quiser. Mas depois que você completar 18 anos e sair daqui, não terá ninguém. – Ela falou andando em direção a porta.

–Estou tão comovido e triste Sra. Bennett. – Ele falou ironicamente e revirou os olhos.

Sra. Bennett deu uma ultima olhada no garoto, balançou a cabeça negativamente e saiu. Quando a porta foi fechada, ele correu até a janela e viu Stefan indo em direção ao carro preto e grande do casal Sanders, o qual havia adotado seu irmão. Damon colocou uma mão na janela quando seu irmão olhou para cima e acenou.

Aquela foi a última vez que ambos se viram.

(25 de Dezembro de 2003)

“Meu querido irmão,

Assim como me pediu, nunca fui te visitar durante todos esses anos. Eu sinto sua falta irmão, gostaria que estivesse aqui, gostaria que conhecesse o Sr. e a Sra. Sanders, eles são pessoas ótimas e muito boas. Eu tenho uma irmã e um irmão também, Melody e Dylan, Melody é a mais velha, ela tem 18 anos e Dylan tem apenas 3. É muito bons tê-los por perto, eles me fazem lembrar você. Principalmente o Dylan.

Porque você nunca respondeu minhas cartas? Eu sei que você as recebe, a Sra. Bennett já me disse isso por telefone. Gostaria de poder te ver e falar com você novamente. Não tenho ninguém para falar sobre o papai ou a mamãe, porque assim como você também me pediu eu nunca contei a ninguém sobre o nosso passado. Mas Damon... Uma hora eu terei de contar. Eu queria que você estivesse comigo nessa hora e nesse dia. Queria muito. Espero que esteja bem.

Feliz Natal, Damon.

Do seu irmão, Stefan."

Damon terminou de ler a carta, olhou a foto dele com a família como toda carta tinha uma e a colocou novamente no envelope, assim como fez com as outras milhares que recebeu de Stefan. Pegou a caixa onde as guardava e colocou a nova dentro. Guardou a caixa, deitou e se cobriu.

–Feliz Natal, irmão. - Ele falou para o quarto vazio antes de fechar os olhos.