Amor em 4 partes. escrita por CruzZ


Capítulo 1
Acaso


Notas iniciais do capítulo

Sabe no que penso?Penso em nós dois, envelhecendo juntos, quem sabe uma casa na beira da praia, onde iria andar todos os dias pela manhã ao seu lado de mãos dadas. Iria ficar escutando você reclamando da sua artrite e tendinite, com o tempo ficaria ranzinza mas nunca deixando de ser linda. Acredite, você ficará uma velinha bem charmosa. Não prometo te carregar no colo mas digo que jamais soltarei a sua mão. Eu sei que mesmo vivendo toda uma vida ao seu lado em cada segundo contigo sentirei um troço dentro de mim. E ao olhar dentro dos seus olhos ainda encontrarei aquele mesmo brilho que me encantou desde a primeira vez que te vi com os olhos do coração.



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28 de Julho de 2011, Enzo lembrava bem desse dia, era uma quinta-feira normal até o momento em que a viu, lá estava ela, sentada sozinha, dava para perceber que era nova naquele lugar, seus olhos estavam perdidos no meio do nada. Era como se ele pudesse ver algo que estava além do nada, sem perceber estava a encarando, naquele momento seu pensamento era tão alto que poderia ser escutado pelas pessoas ao seu redor então foi ai que um desses pensamentos escapou e saiu de sua boca sem querer:

–Ela é linda.

Saulo um dos seus amigos ouviu meio que um sussuro e perguntou o que ele tinha dito, Enzo respondeu que não era nada mas esqueceu de disfarçar para onde estava olhando. Notando isso seu amigo logo se virou pocurando quem era a menina que por algum motivo havia encantado seu amigo. Saulo imaginou várias hipóteses mas chegou a conclusão que só poderia ser a Bianca, pois todos eram fascinados por ela, como um sonho de comsumo menos para um, menos para Enzo. Conseguiu enrolar o amigo e escapar daquela situação levemente constrangedora, o único problema é que ficou o restante do intervalo tendo que escutar sobre como a Bianca era bonita.

Ele cursava jornalismo, estava no 4 período, a faculdade era imensa mas precisava dar um jeito de saber quem era a novata. No outro dia saiu animado para o intervalo, quem sabe ela não poderia estar lá no mesmo lugar em que estava no dia anterior? Ao olhar para o lugar logo o sorriso deu lugar à um rosto sem expressão, ele viu uma pessoa naquele lugar mas não era a menina linda. Será que ela só veio naquele dia? Perguntava para si. O final de semana passou e logo colocou em sua cabeça que deveria tirar aquele pensamento e aceitar que fora apenas um mero acaso. Mesmo assim ainda tinha um pouco de esperança de quem sabe esbarrar por ela nos corredores, ele tinha certeza que jamais esqueceria aquele rosto assustado mas com algo especial. A semana foi passando e nada, encontra-la era difícil pois não sabia qual curso fazia em meio a uma multidão. Estranho pois a curiosidade de descobrir sobre a menina era tanto que aquilo acabava enchendo a sua mente de tal forma que afetava o seu rendimento nas aulas, sabia que a culpa era sua e resolveu ir para à biblioteca, talvez uma boa leitura poderia fazer parar de pensar um pouco naquele rosto. Dizem que se você estiver pensando firme em alguém, alguém pensa na gente.

Talvez foi apenas coincidência, mas não tinha conseguido nem ler a primeira página quando abaixou o livro para poder descansar um pouco os olhos, ele não acreditou no que estava vendo, logo fechou o livro e se perdeu onde estava, pouco importa pois mais de uma semana depois e ali estava ela, nas pontas dos pés tentando alcançar um livro, sem sucesso olhava para os lados buscando algo para poder subir e conseguir pegar o seu livro, foi quando ele se aproximou devagar e perguntou se ela precisava de ajuda. Ela estava tão concentrada que não percebeu a chegada dele, assustada apenas conseguiu balançar a cabeça sinalizando um sim, apontou qual era o livro e esperou logo atrás dele. Realmente o livro estava em um lugar bem alto, Enzo sabia que mesmo ela tentando seria impossível alcançar, o que fazia imaginar que todo aquele esforço era uma forma de pedir ajuda indiretamente, ele deu um leve sorriso pois tinha caido na armadilha dela. Ela estava com pressa e ficava falando o que ele deveria fazer: -Mais alto -Esse não -Está quase lá -Aí, aí. Não parava de falar mas ele gostava, ele queria parecer grande o suficiente, notou que ao encostar no livro certo ela só faltava dar um pulo de alegria, ficava observando seu comportamento meio pelo canto do olho não percebeu quando o livro caiu e veio direto na sua testa, ela não sabia o que fazer, se preocupar ou rir daquela situação, agachou para pegar seu livro viu que ele estava meio com vergonha e disse:

–Você é um tonto mas obrigada pela ajuda.

Ela já saiu andando quando ele perguntou:

–Posso pelo menos saber seu nome?

Estou atrasada, quem sabe outro dia respondeu ela, se retirando da biblioteca. Ela se foi mas uma dor de cabeça devido estava chegando. No outro dia tinha que explicar para todo mundo o que tinha acontecido para ficar com aquela marca em sua testa. Dizia que tinha batido a cabeça no armário em casa, as pessoas pareciam acreditar. Estava indo em direção á aula quando ela o reconheceu rapidamente por causa do galo que ficou, acelerou o passo chegou rápido bem perto dele e o cumprimentou olhando para frente:

–Ei tonto, como está a cabeça?

Ele não esperava encontra-la novamente tão rápido, olhou para ela e respondeu:

–Estou bem, e aliás, meu nome é Enzo.

Eu não perguntei isso disse ela, os dois se olharam e começaram a sorrir, isso era bom pois sempre depois dos sorrisos surgia aquele olhar sincero e bom. Aquele era o primeiro momento em que ela não se sentia tão sozinha, isso estava bem claro. Perguntou o que ela faria após a aula, chamou para ir em um lugar, ela perguntou onde era, foi quando apontou para o testa e disse:

–Acho que mereço pelo menos isso, confia em mim.

Então quer dizer que foi tudo de propósito disse ela. Cada um foi para o seu lado mas marcaram de se encontrar após a aula. Parecia seu dia de sorte, as aulas foram boas e passaram de uma forma bem rápida, já estava esperando por cerca de 10 minutos, chegou a pensar que ela não iria vir mais, seria bom demais para ser verdade, quase tomando coragem para ir pra casa começou a escudar o som de passos apressados que ecoavam pelos corredores agora já vazios, ela surgiu carregando um violino, agora tudo fazia sentido, seu pingente em forma de uma nota musical o livro na biblioteca, ela estudava música, uma nobre e bela arte. Chegou se desculpando pela demora, sairam andando, se ofereceu para carregar seu instrumento, apesar de tudo tentava ser um cavalheiro, ela não parava de perguntar para onde estavam indo, Enzo apenas olhava e dizia para ter calma, não era longe e um pouco mais estariam chegando. Aproveitou para mostrar um pouco da cidade notou o quanto ela estava perdida, só se localizou quando chegaram em uma praça, entraram em uma sorveteria, era uma forma de desejar boas vindas pois afinal ali era como um ponto turístico de toda a cidade, o dia estava quente, tudo aquilo combinava muito bem, inclusive os dois juntos. Ela gostava de falar e ele de escuta-la. Para sua supresa descobriu que a casa dela não era longe dali, resolveu acompanha-la até a sua casa.

Foram conversando, descobriu mais algumas coisas sobre ela, chegando em sua casa ela agradeceu pelo convite e disse que foi bom ter o conhecido. Ele então deu uma breve e leve abraço e chamou ela de pequena, escutando isso ela deu um sorriso meio tímido e disse:

–Meu nome é Lara mas você eu deixo chamar de pequena, gostei. Foi andando em direção a sua casa, abriu a porta e percebeu que ele ainda estava ali, esperando ela entrar. Enzo viu que o quarto dela era o primeiro com uma janela virada para rua, lá de dentro viu ela olhar para ele mais uma vez e sinalizar que estava tudo bem, ele se virou mas ficava querendo saber o que ela deveria estar pensando. Não sei se era o desespero por não conhecer ninguém naquela cidade mas rapidamento se aproximou dele. Ela precisava dele, acabou se tornando uma referência para Lara. Com o tempo eles se encontraram mais, conversavam sempre e sorriam eternamente.


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