Sweet Revenge - Não temos nada a perder! escrita por Naylla K


Capítulo 7
"Andando sozinha" ou "Um maluco no corredor"




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Robbie caminhava tranquilamente pelos corredores. Já era noite e mais uma vez ela ficara de detenção. Não conseguia segurar seu temperamento e acabava se metendo em diversas discussões e brigas. Mas, por trás da aparência mal-humorada, Robbie é bastante solitária e, se não fosse por seu primo, ela estaria completamente sozinha naquela escola. Só este simples pensamento a desarmava, Robbie era sozinha. Com este pensamento, encostou a testa na parede, frustrada.

— Nas histórias, a escola parecia mais divertida. - disse para si mesma.

— Nada é tão ruim quanto parece. - uma voz rouca sussurrou em seu ouvido a fazendo virar tão rápido que quase fora de encontro ao chão, se não fosse apenas por um braço forte que a segurava pela cintura. A ruiva, que estava com os olhos vidrados no chão, virou o torço lentamente, encarando aquele que a salvara. Um par de olhos castanhos a fitava veemente, seguidos por um confiante e carinhoso sorriso. A garota se sentiu em transe por alguns segundos até se dar conta da situação em que se encontrava: os braços de um estranho.

— Dá pra me soltar? - disse rispidamente. Ele a soltou, não deixando por um segundo de observá-la enquanto ele sorria gentilmente. - Posso ajudar? - ela disse friamente, o olhando de cima a baixo. Bom, Robbie tinha que admitir, ele não era nada mau. Alto, sorriso bonito, cabelos castanho-escuro um pouco ondulado e levemente bagunçado, rosto bem desenhado e ombros largos e fortes.

— Não, não. Eu tô legal. - ele disse sem mover um músculo. Ela franziu a testa, um pouco surpresa e incomodada. ‘Por que ele tá me olhando assim?‘

— Está escrito "peça de museu" na minha testa, por acaso? - ela disse irritada. Sem resposta e já estressada, ela continuou seu caminho ignorando o garoto.

‘Bonitinho, mas completamente maluco, Merlin! Essa escola não está melhorando.‘ pensava seguindo seu caminho para o salão comunal da Sonserina. Já estava ficando bem tarde e ela definitivamente não precisava de outra detenção pra sua lista. Quando sentiu estar sendo observada. Parou na mesma hora, bruscamente e virou-se para trás. Há não mais que cinco passos de distancia de onde ela se encontrava, a figura do ser aparentemente meio problemático a observando inocentemente, como uma criança encarando doce na vitrine. Ela o olhou com desdém se perguntando por que esse ser a seguia.

— Você não me disse seu nome. - ele explicou quase como se pudesse ler sua mente. A Weasley revirou os olhos pensando em que raios Merlin estava pensando para colocar um maluco atrás dela. Pelo menos era um maluco bonitinho, mas, ainda sim, um completo maluco.

— Meu nome é Robbie. Robbie Weasley. - disse calmamente e voltou a seguir seu caminho no mesmo ritmo lento e tranquilo de antes. Afinal ela gostava do silêncio que era o castelo durante a noite, ele parecia muito mais aconchegante e menos solitário naquela hora.

— Ramon Wood. - ele disse alto o suficiente para que ela possa ouvir. A garota acenou com a cabeça sem sequer parar de andar e Ramon seguiu seu próprio caminho desta vez. Robbie deu um leve sorriso com o canto do lábio e continuou seu caminho pensando ‘Maluco... E estranho.‘

Na manhã seguinte Robbie acordou um pouco menos mal-humorada do que o costume, ela se trocou e foi tomar o café da manhã no salão principal, como tem feito os últimos quatro anos. Esse tempo em Hogwarts a fizeram bem, ela havia crescido, já não tinha mais 11 anos, agora estava mais alta, mais vaidosa, mas também não estava passando por uma fase muito boa. Desde que Wallace e Midori haviam começado a namorar ela quase não o via, pois achava que o casal tinha que passar um tempo a dois (ela realmente não queria segurar vela) e quando o via era sempre junto dos Marotos. Lógico, ela já havia acostumado com os animais, digo, amigos dele. Mas não era a mesma coisa de antes. Você pode imaginar dividir a única pessoa que realmente te conhece desde sempre com tanta gente? Melhores amigos são assim. E era bem melhor do quê ficar sozinha o tempo todo. Amigos, ás vezes, são nossos únicos recursos, nosso desabafo e nossa fonte de confiança. Mesmo depois que a asiática fora embora pra Merlin sabe-se lá onde, Wally só se preocupava em ficar se remoendo pelos cantos. Depois dessa trágica fase, ele meio que voltou ao normal, mas mais aprontava e jogava Quadribol do que conversava. Ele não tinha mais tanto tempo para ser o "irmão" dela. Assim como ela, ele cresceu.

— Bom dia, maninha. - Wallace disse bocejando e a abraçando por trás.

— Bom dia. - ela sorriu e continuou tomando seu café. Ele, mesmo não sendo da mesma casa que ela, ainda sentava todas as manhãs para comerem juntos como sempre faziam desde os 4 e 5 anos de idade. Já que, geralmente, essa era a única hora do dia em que eles realmente se viam e conversavam.

— Então, aconteceu algo de interessante ontem? - ele perguntou ainda meio sonolento. Robbie se lembrou da noite passada e franzia a testa. - Você vai ter rugas. - ele disse dando um peteleco na testa da ruiva.

— Uma detenção por jogar um caldeirão em Kate Parkinson e, sim, ela mereceu. – acrescentou antes que Wallace a interrompesse - Um pervertido pirado me seguindo no corredor ontem a noite e eu sonhei que eu era um bacon gigante e estava sendo perseguida por uma torrada queimada que se parecia bizarramente com o meu pai. Coisas do dia-a-dia. E você? - Wally riu e bocejou.

— Colocamos bomba de bosta debaixo da mesa do professor Slughorn ontem. Dois dias de detenção lavando sem magia os vestiários do campo de Quadribol. Mas, espera. - ele parecia finalmente estar começando a raciocinar. - Quem?

— Quem o quê?

— Quem é pervertido?

— Ah. - Robbie riu por um momento. - Ontem eu estava voltando da minha detenção da estufa do professor Longbottom, passeando um pouco pelos corredores.

— Você faz muito isso.

— Não me interrompe. - ele concordou com a cabeça. - Enfim... Eu estava filosofando contra a parede quando...

— Você também faz muito isso. - ele a interrompeu levando um olhar feio dela.

— Quando um ser surgiu do nada e me assustou. Eu quase caí, ele me segurou. Mandei ele pastar, ele ficou me encarando igual um maluco, então eu saí andando e ele me seguiu. Ele era alto, potencialmente bonito, mas meio estranho - ela gesticulava com um copo de suco de abóbora na mão - Eu olhei pra ele e ele perguntou meu nome. Eu disse e bem, saí andando.

— Você foi seguida tarde da noite por um cara potencialmente maluco e sonhou que era um bacon ruivo gigante na mesma noite? - ele perguntou parecendo meio confuso. Ela concordou com a cabeça e tomou um gole do suco.

— Ah, o nome dele é alguma coisa Wood. - disse com a boca cheia de pudim. Wallace arregalou os olhos.

— Espera, você está falando de Ramon Wood? O filho de Olívio Wood?

— Isso. Mas eu não pensei na hora que ele fosse filho do Wood. E, aparentemente isso foi bem estúpido da minha parte. - ela disse pensativa.

— Mas isso é estranho. Antes de ontem ele e a Rock pareciam estar juntos, ontem na hora do almoço ainda pareciam ter alguma coisa. Então porque ele estaria perseguindo ruivas inocentes tarde da noite?

— Eu não sei, mas não me importa. Estou atrasada e você tem treino. - ela disse enfiando um pedaço de bolo na boca e se levantando.

— Espera, Robbie. - ele disse puxando um embrulho do bolso das vestes e jogando pra ela. - Feliz aniversário!

— Obrigada. - ela sorriu com o pequeno embrulho nas mãos. Logo em seguida recebendo um abraço do primo.

— Ah, o correio. - Wallace disse vendo as corujas começarem a entrar no castelo com pacotes e cartas em suas garras. Uma velha coruja soltou um grande embrulho acompanhado de uma carta bem em frente a garota. Ela o pegou, feliz.

— Meus pais me mandaram um pacote! - disse rasgando-o e tirando um vestido verde escuro, comprido, estilo gala, de dentro. - Um vestido? - ela logo tirou o sorriso do rosto. Wallace quase rolava no chão de tanto rir. - Wallace John Weasley, eu sou uma garota. - disse indignada olhando o amigo que já estava púrpura de tanto rir. A esta altura o salão inteiro olhava curioso para eles. Logo, o resto dos Marotos se aproximaram curiosos, junto ao novo amigo deles.

— Qual é a graça? - Thomas perguntara confuso enquanto Robbie, enfezada, cruzava os braços.

— Eu ganhei um vestido estúpido dos meus pais e ele começou a rir. Mas caso ele não tenha percebido eu sou uma garota e garotas usam esse treco. - disse apontando para o vestido jogado na caixa na qual veio. - Afinal, por que um vestido?

— Ah, você não ficou sabendo? - Joey perguntou risonho apoiando-se no ombro direito da coitada. - Esse ano eles vão fazer um baile para comemorar o aniversário de mil e quinhentos anos de Hogwarts. A diretora vai anunciar essa semana.

— E como você sabe disso? - ela questionou.

— Simples: eu tenho meus contatos.

— Engraçadinho. - ela mostrou a língua. - Então... Um baile. - ‘Droga‘, pensou. Odiava bailes, todos eles. A única vez que foi (no terceiro ano), foi com os meninos, mas eles logo arrumaram garotas por aí e ela acabou sentada a noite inteira sozinha. Mas, dessa vez ela não iria, não mesmo. Nunca ia mesmo. Bom... Isso era o que ela achava. - Espera... - ela disse olhando pra um certo moreno sentado comendo torradas. - Você! - ela apontou para o garoto, o mesmo da noite passada. Ele a olhou com a boca cheia de torrada.

— Oi. - disse de boca cheia.

— Ah, é verdade. - Wallace disse olhando o novo amigo. - Cara, você não pode sair perseguindo as pessoas, elas se assustam.

— Eu não estava perseguindo ela. - Ramon respondeu engolindo de uma vez a torrada.

— Estava sim. - Robbie respondeu indignada.

— Não. Só aconteceu de estarmos no mesmo lugar ao mesmo tempo. - ele deu de ombros e voltou a comer.

— O quê? Mas... Você me seguiu! - ela indignou-se.

— Não segui, não. - respondeu mastigando mais torrada.

— Tá bom, tá bom. Chega disso. Cansa a minha beleza. Vamos embora que já estamos atrasados e se pegarmos mais uma detenção, meu pai me mata. - Thomas disse puxando Ramon pelo colarinho e sendo seguido pelos outros. Robbie ficou lá parada, num misto de puro estresse com simples indignação.

— Eu não... Mas ele... - foram as únicas coisas que saíram da boca dela, mas os meninos já estavam bem longe e ela já estava atrasada. Pegou o embrulho e a carta e foi correndo guardá-los no seu dormitório para depois seguir para a torre de Astronomia. Na mesma noite, quando voltou para o dormitório da Sonserina, Robbie leu a carta mandada pelos seus pais junto ao vestido:

"Querida Roberta,

Esperamos que vá neste baile e se divirta.

Feliz aniversário! Nós te amamos muito!

Abraços,

Mamãe e Papai."

— Droga. - ela disse jogando o vestido dentro do malão e se deitando. Não demorou muito para que ela pegasse no sono.


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