Sociedade Secreta de Anti-Heróis escrita por Fernanda Melo


Capítulo 15
Que os Jogos Comecem




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Barry havia chegado, mas era tarde demais ele havia parado por frações de segundos para ajudar Roy contra os capangas mascarados no lado de fora do galpão, Arsenal seria atingido nas costas se não fosse por ele, mas aquilo custou para Felicity custou quando ele conseguiu segurar duas das três flechas e quando olhou para trás a viu cair de joelhos não podia acreditar, não podia carregar o fardo pesado em seus ombros por aquilo, sua respiração pesada e frenética, ela ainda estava viva sentindo dor e olhava somente para uma única pessoa, Oliver. O homem estava amarrado com machucados pelo corpo, mas mesmo assim chorava por ela, ele viu quando o homem lhe olhou, Barry também estava desolado.

Alguns dias antes...

– Felicity pode me dizer quem concordou em patrocinar o próximo projeto? – Ele olhou para a direção da mesa de sua vice-presidente achando que houvesse se enganado em ter visto ela por ali, mas ela apenas não havia respondido. Ela parecia em estado de choque olhando pela janela sua pele estava pálida demais o celular se mantinha em suas mãos. – Você está bem?

Ela levantou ainda sem dizer nada, deu dois passos e antes que o previsível acontecesse Ray largou o tablet sobre o sofá de qualquer maneira e correu até a loira antes que seu corpo desabasse. Ele preocupado a colocou no sofá e discou do celular dela para Oliver, o outro homem completamente preocupado largou tudo o que fazia no covil e correu sem dar explicações para os companheiros deixando Diggle, Roy e Laurel atônitos.

Quando ele chegou, ela estava recobrando a consciência e quando o viu as lágrimas desceram e envolveu o pescoço do homem com força escondendo seu rosto enquanto chorava incessantemente.

– O que houve? – Oliver perguntou redirecionando a pergunta ao Ray.

– Não sei, vim perguntá-la algo sobre o trabalho e ela em seguida desmaiou. – Ray respondeu firmemente. A TV que estava ligada na sala da mulher chamou a atenção do loiro com a notícia “Arqueiro cai morto de edifício” ele olhou incrédulo para aquelas imagens havia um tumulto logo na esquina por isso passou por uma rua paralela, não havia visto o que estava acontecendo e ele teve certeza que dali tinha uma imagem privilegiada do local do crime.

– Amor o que aconteceu? – Ele afastou o rosto dela, aquele pânico estampado em seu olhar, aquele medo que exalava dela aquilo não tinha que ser assim.

– Recebi uma ligação, era Slade... – Ela parou e olhou para Ray indicando que havia gente na sala.

– Você sabe guardar segredos? – Oliver perguntou um pouco relutante, mas Ray havia feito tanto por Felicity que achou que poderia confiar nele.

– Claro.

– Peça aos seguranças privacidade, o que vamos dizer aqui morre aqui, está entendido? – O tom ameaçador fez Ray estremecer um pouco em seguida pediu aos seguranças que saíssem um pouco e ficaram a sós. – Pode continuar. – Ele disse enxugando mais uma lágrima que insistiu em cair.

– Eu rastreei o sinal e vi que era em um prédio logo à frente a voz, parecia tanto com a sua voz que eu pensei que fosse você de verdade. Slade lutou contra Arqueiro e em seguida ele cravou a espada no peito do homem e o jogou de cima do prédio. Eu fiquei desesperada não sabia o que fazer foi quando o Ray entrou na sala.

– Já está no noticiário. – Ele indicou a TV. – Ele está passando dos limites.

– Então era você? Eu tinha quase certeza, mas preferi não me intrometer. – Ray disse com convicção. – O que devemos fazer agora?

– Você nada, eu vou levá-la para casa, mantê-la segura.

– Ei, quero saber o que está acontecendo tenho esse direito.

– Você não tem. – Oliver disse o olhando friamente. – Ela é minha namorada e estou dando conta de cuidar muito bem dela sozinha.

– Claro, você pode ser o namorado, eu sou o chefe e amigo dela, não pense que estou fazendo isso por você porque não é, mas acho que está na hora de certo traje sair do fundo do meu guarda roupa.

– Do que está falando Palmer?

– Lembra do ATOM? Um herói de traje azul e vermelho? Pois é, sou eu e o criei para proteger a pessoa que mais me importo e não adianta me olhar com essa cara de cão com raiva que eu não tenho medo de você. – Ray disse em um único fôlego.

– Não preciso da sua ajuda.

– Tudo bem não estou pedindo para aceitá-la, mas eu vou protegê-la você querendo ou não e saiba que se algo acontecer a ela eu vou culpá-lo pelo o resto de sua vida por agir como uma criança orgulhosa que não aceita ajuda de ninguém. – Ele disse sem alterar o tom de voz, seu olhar era rígido não conseguia compreender as atitudes do homem. – Saiba que ela daria a vida por você, mas eu não estou disposto a permitir que ela faça isso.

Oliver ainda sim contrariado via a razão nas palavras de Palmer e não teria como negar sua ajuda, sua participação naquele plano seria mais um diferencial.

***

– Primeiro passo invadir o sistema do STAR lab. – Carrie concluiu. – Temos que liberar o maior número de vilões possíveis que Flash capturou, vamos atrasá-lo para a chegada na festa.

– Certo, mas e se mesmo com todos os vilões soltos ele ainda sim prefira vir.

– Ele estaria dividido, ele tem pessoas que ele ama por lá, não deixaria sua família em apuros.

– Ele também tem a quem amar aqui em Starling. – Slade concluiu de imediato. – Felicity é de longe a sua melhor amiga.

– Esses heróis têm princípios e o maior deles é nunca trocar uma única vida por várias outras. – Ela sentou-se olhando o mapa da cidade. – Ele pode amar Felicity, mas ama seus amigos da STAR lab, ama seu pai adotivo e a filha dele, ele não iria trocar seis vidas por uma única pessoa.

– Enquanto ao time do arqueiro? Eles farão de tudo para encontrá-la.

– Teremos que pegar Felicity e Oliver juntos e eliminar qualquer coisa suspeita de rastreamento.

– Fique tranqüila daremos conta.

– Será um grande dia.

***

– Por que você está tão irritado? – Diggle se aproximou de Oliver que mantinha uma carranca enorme.

– Palmer. – Ele se permitiu resumir o seu mau humor a um único nome, ele olhou o modo como o homem de olhar negro como a noite observava sua mulher. – Eu não sou obrigado a isso.

– Vai com calma Oliver, quanto mais pessoas será melhor para protegê-la.

– Daqui a pouco vocês vão me pedir para que o deixe morar conosco.

– Não chega a tanto, Thea já está fazendo isso e Laurel está no apartamento ao lado agora.

– Ele a olha com desejo.

– Ele também a ama Oliver, ninguém consegue mandar no coração, mas você está com raiva à toa.

– Como?

– Está sim. Você sabe que a Felicity só tem olhos para você, por que está ai raivoso no canto? Você poderia estar ao lado dela, conversando conosco e rindo um pouco para tentar afastar essa loucura dos ataques daqueles filhos da mãe da nossa cabeça, mas não, você prefere perder os poucos momentos de sorrisos que tem ao lado dela com sua aljava. Depois não se queixe de perdê-la, porque ele está lá com ela, por ela. – Diggle apontou voltando a caminhar na direção do grupo que estava conversando tranquilamente.

Felicity olhou para Oliver quando notou a presença de Diggle de novo no local, ela sorriu para ele sem obter respostas. Ela jamais deixaria aqueles atos do homem passarem despercebidos, apesar da expressão de mau humor ela caminhou até ele, sabia que ele estava enciumado por Ray estar ali conversando tão divertidamente e a olhando com seu olhar protetor.

– Ei. – Ela disse carinhosamente, em momento algum ele tirou os olhos de sua flecha, ela então tirou o objeto da mão do homem e afastou a aljava de perto dele. – Eu sei que está com ciúme e não acho isso certo de sua parte.

– O que exatamente?

– Não ficar ao meu lado enquanto tudo o que eu quero é sentir você por perto. – Ele relutante se permitiu sorrir e mais que imediatamente a trouxe para se sentar em seu colo. – É disso que eu estava falando. Eu queria ver esse seu sorriso bobo quando me vê.

– Está satisfeita?

– Muito. – Ela o beijou se esquecendo dos outros que estavam presentes, tão logo eles começaram a ouvir uma crise de tosses vindas mais a frente, Oliver enrolou um pano o atacando em qualquer direção enquanto ainda se perdia nos beijos de sua amada.

– Vão para casa seus pervertidos. – Brincou Roy rindo da situação. Naquele momento eles apenas encaravam um ao outro com paixão o sorriso tímido o desviar de olhos de Felicity que lhe indicavam a timidez como aquilo deixava Oliver completamente louco de amor.

Enquanto Felicity acariciava a nuca do homem sentiu uma corrente, achou estranho, pois ele nunca andava com algo como aquilo e olhou questionadora.

– O que é isso?

– Ah... – Antes que ele pudesse responder ela puxou o que havia no fim da corrente para fora da camisa do homem e lá estava a aliança que ela não havia nem chegado a ver. – É sua aliança.

– Oliver.

– Me desculpe você disse que não queria aceitar por medo de que eu perdesse minha vida caso algo ruim acontecesse a você o problema que eu dependo de você há mais tempo que você imagina.

– Esmeraldas? – Ela observou atentamente o anel e sorriu com a ironia. – Não é minha cor favorita, mas poderia começar a pensar. – Oliver sorriu como uma criança tanto imaginou os comentários que ela faria e nunca conseguiu acertar.

– Fique com ele.

– Eu não posso. Já te expliquei o motivo inúmeras vezes.

– E até mesmo me pediu para seguir com a minha vida amorosa caso algo acontecesse, o que eu acho um absurdo imenso. – Ele parou por um momento e tirou a aliança de seu pescoço. – Porém essa aliança eu comprei para você e mesmo se um dia eu conseguir amar outra mulher, o que eu duvido muito, ela não será merecedora de usar esta aliança.

Ele pegou a mão dela e colocou a aliança que se encaixou perfeitamente, Felicity olhava abobalhada para o objeto em seu dedo, tanto ansiou por aquilo e agora que o tinha tanto o menosprezava, pois ela queria que aquele gesto lhe trouxesse alegria e que aquelas palavras lhe fizesse a mulher mais feliz do mundo, porém aquilo parecia mais facadas em seu peito, saber que poderia ter uma vida amorosa com Oliver e vê-la escapando por entre seus dedos.

– E entre nós não saberemos se ela terá o mesmo tamanho de seus dedos. – Ele brincou e ela riu mesmo contendo o choro dentro de si. – Fique com ele, é seu, nunca será de ninguém.

– Essa é uma ótima tentativa emocional de me fazer ficar com a aliança.

– Com certeza. – Ele piscou para ela beijando-a em seguida. – Deveria contar para sua mãe que está noiva.

– Não ela iria querer vir aqui e ultimamente o clima anda mais pesado, não quero envolvê-la nisso.

– Você está certa.

– Você parece tão bobo sabia? Com esse seu sorriso, como eu te odeio Oliver Queen. – Ela mantinha suas mãos nas bochechas do homem enquanto ela colava suas testas. – Eu queria tanto sair daqui e escolhermos a data do nosso casamento.

– Escolher o convite e as bebidas que seriam fornecidas. Poderia ser na boate nossa festa de casamento. – Ele a olhou intensamente. – Eu te amo. Guarde essas palavras elas serão como uma promessa, até hoje nunca permiti que nada lhe acontecesse e não será agora.

Ela sorriu contendo o choro, como andava drasticamente emocional aqueles dias, mas ela sabia o motivo, não tinha como se manter segura com tantas ameaças, com tantos ataques, seu emocional estava como uma montanha russa nunca sabia quando esperar um novo ataque.

***

“- Primeiro obstáculo retirado.” – Slade disse pelo comunicador alarmando Carrie sobre a conclusão do plano.

– Ótimo a boate ainda está funcionando a irmã dele só sai daqui quando fecha e adivinha nossos amigos estão saindo, como seria fácil matá-los. – Carrie observou cada um indo embora Ray, Diggle, Felicity e Oliver.

“- Nos encontramos no apartamento dela então.” – Slade disse antes de continuar andando tranquilamente pelo beco.

***

– É a Laurel. – Oliver disse olhando o identificador de chamadas antes de entrar no carro. Ele atendeu a ligação enquanto Felicity o observava. Quando encerrou a ligação olhou atentamente para a mulher a sua frente. – Laurel está no hospital o pai dela passou mal, está internado.

– Como ele está?

– Agora está estável, ela ligou apenas para informar que passará a noite com ele.

– Devemos visitá-lo amanhã. – Ela disse preocupada e o homem concordou.

Oliver disse a Thea que precisaria dela mais cedo em casa e que ela deixasse que Roy fechasse a boate e logo em seguida fosse para o novo e temporário apartamento de Laurel. O casal seguiu sozinho até o apartamento e quando chegaram tudo o que queriam era um bom descanso. Quando ambos já dormiam mal conseguiu abrir os olhos quando viu a janela se estilhaçar e algo lhe atingir duas vezes o pescoço a única coisa que conseguiu fazer foi observar se Felicity estava ao seu lado antes de apagar novamente.

Quando ele conseguiu despertar ouvia o choro baixo de uma mulher logo ao fundo, não era qualquer mulher era sua Felicity, ouviu uma risada tenebrosa e tentou enxergar o que acontecia logo a sua frente e praguejou por sua visão estar turva. Ele sentiu algo arder em seu peito e alguma coisa lhe atingir fortemente o estômago logo sua visão ia melhorando e viu Slade tão perto de si que a fúria foi grande.

– Dormiu bem garoto? – Ele perguntou em seguida lhe jogando água gelada. – Pois sua noiva não teve uma das melhores noites. – Slade permitiu que ele olhasse para Felicity logo a sua frente abrindo caminho.

Sua fúria cresceu dentro de si enquanto via Carrie amarrar Felicity novamente na cadeira, ela estava de cabeça baixa, mas mesmo assim ele conseguia ver os machucados o sangue escorrer pelo nariz dela o modo como o corpo dela tremia e as marcas vermelhas em seu braço.

– Levante a cabeça campeã, seu noivo deve estar querendo observar seus hematomas com mais detalhes. – Ela puxou o cabelo de Felicity bruscamente e a mulher fechou os olhos odiaria vê-lo lhe olhando naquelas circunstâncias. Em seu pescoço ela mantinha uma marca de mão bem delineada.

– Seus filhos da mãe. – Ele praguejou. – Não façam nada com ela o problema de vocês é comigo.

– Por certo tempo foi com você Oliver. – Carrie soltou Felicity e deslizou seus dedos pelo braço da mulher. – Até que descobrimos que o gênio por trás de tudo era ela, foi sempre ela a pedra no meio do caminho e você deveria agradecer por não liberarmos outros inimigos seus eles adorariam fazer o que estamos fazendo, porém, nós somos egoístas e queríamos isto só para nós.

– Vocês são doentes. – Ele sentiu a dor novamente em seu corpo desta vez parou para reparar e viu o corte em seu peito ainda sangrando, aquela ardência o fez acordar e quase presenciar a luta entre Carrie e Felicity onde a loira perdia fragilmente.

– Se você tem crença garoto é melhor começar a rezar. – Slade caminhou até Carrie sorrindo ambos trocavam olhares vitoriosos o plano estava dando certo e não demoraria muito para que eles o finalizassem, mas os joguinhos estavam apenas começando, não teria hora para acabar.


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