Mister K. escrita por Jiinga


Capítulo 9
Sorin Art School


Notas iniciais do capítulo

Annyeonghaseyo!
Como estão todos vocês? Eu estou meio bad porque pintei meu cabelo de verde-água, mas a cor não pegou direito e parece que eu sou loira e fui em uma piscina com muito cloro XD
Bom, esse capítulo é... digamos... especial! Um dos meus leitores favoritos, o Luke Moraes, começou a escrever a fic "Dreamer Singer", um crossover baseado nessa fic, e após ler o primeiro capítulo eu totalmente me inspirei pra continuar! Sugiro totalmente que vocês leiam a fic dele também, antes ou depois de ler esse cap! Aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/582893/Dreamer_Singer/



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Passei o final de semana inconformada, sem saber o que fazer quando voltasse ao trabalho na segunda-feira. Meu segredo havia sido revelado. Como eu iria conseguir conviver com as zoações de K. agora que ele sabia que eu costumava ser uma fã obcecada por ele?

Depois que eu já havia acabado de assistir "You Who Came From The Stars" e "Grandpas Over Flowers", Ha Eun chegou de sua viagem e fez questão de que eu contasse como havia sido a festa de Kari.

– Quer dizer que o Mister K. dormiu aqui? No nosso sofá? - ela tinha um sorriso malicioso.

– É.

– Aposto que você ficou observando ele dormir a noite toda. - ela riu e comeu mais uma colher de seu sorvete.

– Ha Eun, isso é sério! Como eu vou continuar trabalhando na Gumiho agora que eles sabem que eu era uma fã obcecada? Eles nunca mais vão me levar a sério!

– Acho que você está fazendo tempestade em copo d'água, unnie. O Yoon-ssi te contratou exatamente por isso, não foi?

– É, mas... O Yoon-ssi não é tão complicado quanto os garotos... Ah meu Deus, e se ele contar pra Kari? Ela vai fazer da minha vida um inferno!

– Não se preocupe, nos dramas tudo fica bem no final.

– É, mas é a vida real.

Ela não disse mais nada depois disso, então fui para minha cama, irritada.

No dia seguinte, reuni toda a força e coragem do mundo para ir trabalhar. Não tomei café, pois meu estômago estava dando voltas. Entrei no prédio da Gumiho com a cabeça abaixada, quantas pessoas ali já sabiam a verdade sobre mim? Foi justamente por estar com a cabeça abaixada que acabei trombando com uma pessoa.

– Me desculpe. - murmurei e olhei para cima.

– Bom dia, noona. - disse Fox.

Fox. A única pessoa naquele lugar que eu tinha certeza que não me zoaria. Agarrei o pulso dele.

– Fox-ssi, me tire daqui, por favor. Eu não posso trabalhar hoje. Me mande fazer alguma coisa fora daqui, por favor. Se for uma ordem eu tenho que obedecer.

Ele me encarou, confuso e preocupado.

– Se você está tão desesperada, acho que podemos ir a um lugar hoje. Não temos nada importante na agenda, e eu posso ensaiar a coreografia à noite.

Assenti e ele, após colocar óculos escuros e um boné que estavam em seu bolso, me levou até a rua para pegarmos um táxi.

– Você sabe onde estamos? - perguntou Fox, conforme o táxi se aproximava do enorme campus.

É claro que eu sabia. Sorin Art School, a escola onde o Shortcut e o ColorCube haviam estudado quando eram mais novos, uma das melhores escolas para jovens talentos artísticos.

– Sorin Art School... Fiquei triste quando descobri que vocês estudaram aqui, porque eu já era muito velha pra prestar o exame de admissão.

– Então é verdade. - ele disse e olhei para ele - Que você era nossa fã número um.

– Ah... Sim, é verdade. - corei e voltei a olhar pela janela. Tentei mudar de assunto rapidamente - Por que exatamente estamos aqui?

– Eu recebi um telefone dizendo que a escola estava falida, e resolvi dar uma passada aqui pra ver se há algo que possa ser feito. Quer dizer, costumava ser minha escola, certo?

Assenti. O táxi parou em frente ao portão principal e descemos. A escola era muito maior do que parecia nas fotos, e eu me arrependi profundamente de só ter me tornado fã do Shortcut aos dezesseis anos.

Para entrarmos no campus, precisávamos passar pela secretaria. Fox apenas abaixou os óculos e piscou para a secretária, que arregalou os olhos e logo nos entregou cartões de acesso com um sorriso nos lábios.

– Venha, vamos fazer um tour pela escola.

Ele me levou para conhecer todo o campus. Eu estava extremamente animada, mas conforme andávamos, percebi que a Sorin não era mais o que havia sido um dia. As salas de gravação possuíam equipamentos muito antigos que não chegavam aos pés dos que estavam na Gumiho. Os instrumentos musicais nas salas de música estavam totalmente deteriorados pelo tempo. O próprio anfiteatro do colégio, que um dia havia abrigado shows de diversos grupos, estava caindo aos pedaços, com cadeiras quebradas e um ar-condicionado que não funcionava direito. Passamos em frente a algumas salas de aula e os alunos pareciam extremamente talentosos e entusiasmados, mas eram poucos comparados à quantidade que a Sorin um dia teve.

Paramos nosso tour na cafeteria, onde pedi dois cafés e e alguns doces para nós.

– O que exatamente aconteceu pra escola ficar assim? - perguntei.

– Não tenho certeza. Quando nós estudamos aqui, havia poucas escolas voltadas para a arte, então era natural que os jovens artistas viessem pra cá. Depois que nós ficamos famosos, muitos fãs começaram a vir pra cá também. Acho que depois que nós sumimos, eles meio que perderam a motivação e começaram a ir para escolas em que outros grupos estudaram.

– É por isso que você veio aqui? Por que se sente culpado?

– Mais ou menos. - ele sorriu - Você é bem observadora.

O sinal tocou e eu imediatamente comecei a ouvir as conversas dos alunos assim que as portas das salas de aula se abriram.

– Tem certeza de que ninguém vai te reconhecer?

– Tenho. Faz tempo que ninguém me vê e eu mudei bastante. E estou disfarçado também.

Assenti. Realmente, ninguém pareceu notar ou estranhar as duas pessoas relativamente mais velhas que o resto dos alunos ali, com exceção de um garoto magro com cabelos castanho-escuros, que por mais estranho que parecesse, estava reparando em mim, e não em Fox. Teria ele me visto em alguma foto da festa de Kari? Mas o garoto balançou a cabeça como se estivesse imaginando coisas e continuou seu caminho para a fila do refeitório.

Assim que terminamos de comer, Fox me levou para o escritório do diretor. Lee Jin Young era um senhor muito velho, com cabelos extremamente brancos que já não cresciam mais no topo da cabeça. Ele parecia desgastado, como se estivesse enfrentando muitas dificuldades recentemente, o que estava realmente acontecendo. Atrás de sua mesa, na parede, havia dois quadros enormes, um do Shortcut e um do ColorCube.

– Kim Tae Yoon! A que devo essa visita surpresa? - perguntou ele, e demorei um pouco para me lembrar que Kim Tae Yoon era o nome verdadeiro de Fox, e ele provavelmente havia sido chamado assim todo tempo que havia estudado na Sorin.

– Bom dia, diretor. Essa é minha assistente, Min Hye Rin.

– Prazer em conhecê-lo. - me curvei.

– Eu soube que a escola estava em péssimas condições e resolvi dar uma olhada. Parece que é verdade... - Fox se sentou em uma das cadeiras em frente à mesa do diretor, e fez sinal para que eu me sentasse na outra.

– É uma pena, Tae Yoon, mas é verdade. A escola está caindo aos pedaços. Com tão poucos alunos, não temos dinheiro para melhorar as instalações ou comprar novos instrumentos. A única coisa de que ainda podemos nos gabar são nosso professores, então não poderíamos demiti-los e pagar professores mais fracos para diminuir as despesas.

– A situação é tão ruim assim? Podemos fazer um show beneficente ou algo do tipo.

– Receio que nem dez shows beneficentes sejam o suficiente para salvar a Sorin. Se as coisas continuarem como estão, acho que teremos que fechar a escola no ano que vem, e formar apenas os alunos que já estão aqui.

Fox suspirou. Ele parecia bravo e frustrado, de um jeito que eu nunca o havia visto.

– Sinto muito, diretor. Queria poder fazer alguma coisa.

– Não se preocupe, Tae Yoon. Só concentre-se em fazer um comeback incrível, tudo bem? Quem sabe se vocês voltarem ao topo das paradas, nossa escola não ganha visibilidade outra vez?

Fox sorriu e assentiu.

– Obrigada por nos receber, diretor.

– Não há de quê. Obrigado a vocês pela visita.

Nós dois assentimos, nos levantamos e nos despedimos do diretor. Saímos da sala, e mesmo Fox estando mais motivado após as palavras finais do diretor, eu continuava cabisbaixa. Será que um comeback de sucesso seria realmente o suficiente para salvar aquela escola?

Enquanto andávamos pelo corredor de volta para a secretaria, porém, uma garota nos parou e me tirou de meus devaneios. Ela era loira e usava maria chiquinhas, e parecia tão fofa que podia facilmente ter saído da formação original de HelloVenus ou de Crayon Pop.

– Puri, puri, puri! - ela exclamou, numa voz tão fofa quanto sua aparência - Você por acaso é o grande e incrível Fox-oppa do Shortcut?

Os olhos dela estavam brilhando. Ela era claramente uma fã. Será que era assim que as pessoas me viam há alguns anos? Não consegui conter uma careta.

Fox suspirou.

– Sim, sou eu. Parabéns, você me descobriu.

– Ahhh!! Puri, puri! O que uma pessoa tão famosa e importante como você está fazendo na nossa escola?

– Eu... Bem... Vim resolver alguns assuntos pessoais. Qual o seu nome?

– Meu nome é Ye Young Soo! Você não se lembra de mim, Oppa? Eu fui em vários eventos de vocês, até beijei o Mister K. uma vez!

Minha careta se intensificou. O K. havia realmente ficado com uma garota daquelas? Sem contar que ela devia ser pelo menos dez anos mais nova que ele. Até que ponto a imprudência de K. ia?

– Sinto muito, Young Soo. Faz muito tempo que não fazemos nenhum evento, devo ter me esquecido. - respondeu K. - E, ei, você não pode comentar com ninguém que nos viu aqui, tudo bem? Posso te dar um autógrafo ou um abraço se você quiser.

– Não precisa me dar nada, Oppa. Não vou contar pra ninguém. Mas lancem um novo álbum incrível, ok?

– Pode deixar! - ele fez um sinal de positivo para a garota, e ela desapareceu cantarolando pelo corredor.

Continuamos nosso caminho em silêncio até o ponto de táxi. Quando estava prestes a atravessar os portões da Sorin, porém, ouvi algo que chamou minha atenção. O garoto de cabelos castanhos de antes estava sentado no gramado, usando fones de ouvido e cantando uma música que eu conhecia muito bem: "Star Cutter", a primeira música do Shortcut. E ele estava cantando extremamente bem. Talvez essa escola não estivesse indo tão mal assim.

Chegamos na Gumiho ao final da tarde, pois havíamos pego um trânsito infernal no caminho de volta e passamos duas horas num congestionamento. Como não deveria haver mais ninguém do Shortcut por lá, concordei em acompanhar Fox até a sala de ensaios, mas me despedi assim que chegamos lá, pois não queria chegar muito tarde em casa.

Estava quase alcançando o elevador quando uma voz chamou minha atenção:

– Fã número um!

Me virei. Não devia ter virado, estava praticamente admitindo que ele poderia me chamar assim.

– O que foi, K.?

– Onde você estava o dia todo?

– O Fox me mandou fazer algumas coisas pra ele.

– Ah, entendi. - ele começou a se aproximar de mim - Às vezes esqueço que você é assistente do grupo todo, e não minha assistente pessoal. Mas você preferia ser minha assistente pessoal, não? Já que guardou todos aqueles pôsteres sem camisa, todas aquelas fanfics...

Ele estava cada vez mais perto, e eu estava corando, mas não de um jeito fofo e romântico.

– K....

– Fico imaginando o tipo de coisas que você já fez pensando em mim. - ele tinha um sorriso malicioso, e lágrimas começaram a se formar no meu rosto.

– K., pare, por favor.

Ele de repente me assustou, socando a parede ao meu lado.

– Por que você não admite que aquela carta era sua, hein? - ele estava quase gritando, mas Fox não ouviria porque a música estava muito alta.

– Eu não... - eu não podia admitir. Por mais que já tivesse chegado àquele ponto, eu não me permitiria me humilhar ainda mais. Porque eu estava errada. Porque K. não era o cara que eu havia descrito naquela carta. E eu sabia que se admitisse que havia sido eu, ele jamais me deixaria em paz por ter sido tão idiota.

– Você não vai admitir não é? - ele estava visivelmente irritado - Tá bom então, que seja. Está demitida.

Ele disse aquilo, mas não se afastou. A raiva cresceu dentro de mim como um vulcão em erupção. De todas as razões possíveis, ele iria me demitir por causa daquilo? Por não ter admitido que escrevi uma carta de fã idiota? Eu poderia admitir para manter meu emprego, mas a verdade era que eu não aguentava mais aquela companhia, aqueles garotos, e principalmente K.

Com lágrimas escorrendo de meus olhos, tudo que eu queria fazer era dar um tapa na cara dele, mas não foi o que fiz.

Não sei se já comentei isso, mas eu sou do tipo de pessoa que tem as reações mais estranhas possíveis quando está emocionalmente abalada. Então, antes que eu pudesse pensar em qualquer outra reação, me inclinei e pressionei meus lábios contra os dele.

Após alguns segundos, K. se afastou, completamente assustado. Aproveitei a brecha e saí correndo, apertando o botão do térreo no elevador repetidamente até que as portas se fechassem.

Uma vez sozinha, eu desatei a chorar. Nunca mais queria colocar os pés naquele lugar novamente.


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Notas finais do capítulo

TANTANTAAAAAAAAAAN
E agora, o que acontecerá com a Hye Rin?



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