Mister K. escrita por Jiinga


Capítulo 10
A Verdade Sobre o Garoto Mau


Notas iniciais do capítulo

Yaaaaaaaaay! Estão animados? Nesse capítulo a verdade sobre por que o Mister K. é assim será revelada! Por favor leiam as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571040/chapter/10

Passei a noite toda chorando e recusei-me a contar a Ha Eun o que havia acontecido. Como eu poderia? Não só era humilhante, como eu não tinha ideia de como contaria a ela que havia perdido o emprego antes mesmo de receber meu salário.

Quando acordei no dia seguinte, já passava da hora do almoço. Peguei meu celular, e através de meus olhos inchados li com dificuldade algumas mensagens de Yoon-ssi. Ele pedia desculpas pelo ocorrido em diversas delas, e em algumas dizia que iria tentar convencer o K. a voltar atrás. A última, porém, acabou com qualquer esperança minha:

“Sinto muito novamnete, Hye Rin-ssi. Parece que não há nada que possa ser feito. Por favor venha ao escritório assim que puder para assinarmos o cancelamento do seu contrato de trabalho.”

Foi quando eu percebi que era real, que não havia como voltar atrás. Por causa de um momento de estupidez, eu havia jogado fora toda a nova vida que havia conquistado, e teria que voltar à minha vida normal de desempregada que mora com a irmã mais nova porque não tem como pagar as contas sozinha.

Joguei o celular no chão e rolei na cama, apertando o travesseiro contra meu rosto. Eu não queria ir, não queria dar as caras lá de jeito nenhum. Mas eu precisava. Devia isso ao Yoon-ssi.

Só criei coragem para aparecer na Gumiho na noite seguinte. Presumi que por causa do horário, os garotos já teriam ido embora. E eu estava certa, porém, quando cheguei no escritório de Yoon-ssi, descobri que ele também já não estava mais por lá. Droga, teria que voltar na manhã seguinte.

Virei-me para ir até o elevador, mas quando fiz isso, percebi que K. estava parado no corredor. Engoli em seco e comecei a caminhar calmamente, fingindo que ele não estava lá. Nossos olhares se cruzaram. Prendi a respiração, assustada, e então saí correndo.

Eu podia ouvir seus passos rápidos atrás de mim enquanto eu corria. Ele logo me alcançou, poucos metros antes de chegar no elevador, e me empurrou para dentro de um depósito, trancando a porta atrás de nós.

– O que foi aquilo ontem? – ele quase gritou, sem fôlego.

– Um beijo, você nunca tinha recebido um?

Ele segurou meu pulso com força.

– Eu quero mais.

Ele me pegou de surpresa e meu coração deu um salto. O quê? Do que ele estava falando? Como assim “quero mais”?

– O-oquê?

– Você sabe o que eu quis dizer. – ele pressionou a mão contra a parede, fazendo com que eu me afastasse – Vamos lá, eu sei que você quer.

– Eu não quero! – gritei, apesar de saber que não era verdade.

– Então por que fez aquilo? – ele socou a parede atrás de mim.

– Eu estava com raiva!

– Com raiva? Quem diabos beija uma pessoa porque está com raiva?

– Eu beijo! Agora me deixe sair. – tentei empurrá-lo para longe, mas ele se aproximou, me pressionando contra a parede.

– Se você quiser manter seu emprego, é melhor me dar o que eu quero.

Eu não conseguia acreditar. Ele ainda era o idiota que costumava ser. E pensar que eu quase havia me deixado enganar naquele dia depois da festa...

– Você já me despediu, mesmo! – respondi com lágrimas nos olhos. K. hesitou, então empurrei-o para o lado e alcancei a maçaneta, mas a porta não abria – Não está abrindo.

– O quê? – ele testou a maçaneta também, sem sucesso.

– Que droga! – choraminguei, as lágrimas já escorrendo pelo meu rosto.

Ele suspirou e pegou seu celular.

– Não se preocupe, vou ligar pra alguém. – ele discou um número e colocou o celular na orelha, mas logo o abaixou novamente – Não tem sinal. E o seu?

– A bateria acabou. – apoiei minhas costas contra a parede, tentando enxugar as lágrimas – Tudo bem, os garotos não vão sentir sua falta?

– Não, todo mundo foi embora. Eu fiquei aqui esperando pra ver se você aparecia.

– Ai, merda. – escorreguei pela parede até ficar sentada enterrei meu rosto em meus joelhos.

suspirou e se sentou ao meu lado.

– Ei, me desculpe pelo lance do beijo. – eu não o respondi. Nem sequer olhei para ele – Por favor, pare de chorar, eu não sei como lidar com pessoas chorando. - tentei–enxugar meu rosto de novo – Prometo que não vou tentar nada, ok? Posso ir sentar ali se você quiser.

– Não, fique aqui, está frio. – murmurei e ele sorriu. Não estava tão frio assim no depósito e ele provavelmente percebeu. A verdade era que eu estava realmente gostando de tê-lo tão perto de mim, apesar das coisas cruéis que ele havia me dito.

– Você não acha que eu sou uma pessoa ruim, acha?

– Não, eu não acho. Eu acho que você é muito metido.

Ele riu de leve.

– É, acho que você tem razão... É só que... Desde que eu era pequeno, todos sempre fizeram tudo que eu pedia. Acho que eu não sei o que fazer quando as coisas não saem do meu jeito. E você... Desde que eu debutei, toda garota que eu conheci se apaixonou por mim e eu não tive que mexer nem um dedo, mas você... – ele não terminou a frase, mas eu sabia o que ele queria dizer.

Que ironia, não? Cinco anos atrás eu estaria morrendo para estar onde eu estava naquele momento.

– Eu era a fim de você. – ele me olhou com um sorriso tristonho.

– Eu imaginei isso, quando vi as coisas no seu quarto. Achei que eu teria alguma chance. O que fez com que você mudasse de ideia?

– Acho... Acho que você não é quem eu pensava que você era.

– Como assim?

– Quero dizer... Eu costumava achar que esse seu jeito era só atuação e que apesar da imagem de cara mau, você era realmente fofo e carinhoso... Mas você realmente só finge ser assim para manter uma boa imagem para os fãs. – eu não podia acreditar que estava realmente dizendo tudo aquilo para ele, mas já que havia ido tão longe, decidi continuar – Nunca achei que você fosse o tipo de cara que fica tão bêbado e ia a festas o tempo todo e fazia sexo com garotas desconhecidas.

Ele sorriu de leve novamente.

– Eu não costumava ser assim. Eu costumava ser o cara fofo e carinhoso que você achava que eu era.

– O que aconteceu, então? – lentamente e quase inconscientemente, coloquei minha mão sobre a dele, entrelaçando-as. K. pensou por alguns minutos antes de prosseguir, como se estivesse tentando convencer a si mesmo de que podia me contar a história.

– Minha mãe descobriu que meu pai a estava traindo... – ele apertou minha mão sem perceber – E então ela se matou. – olhei para ele, pasma, mas o olhar dele estava distante – Eu não conseguia parar de me culpar, então comecei a beber, e então vieram as baladas, e uma coisa levou à outra...

– Se culpar pelo quê? Não foi sua culpa.

– Ele a estava traindo com a minha assistente. Entende? Se eu nunca tivesse me tornado famoso, minha mãe ainda estaria viva. – ele tinha lágrimas nos olhos – Deu o maior trabalho pra companhia conseguir cobrir a situação. Eles deram uma boa grana pro meu pai e a vadia dele ficarem quietos e se mudarem para outro país. Mas depois do incidente, eu simplesmente não conseguia mais voltar pra esse mundo, então eu simplesmente mergulhei cada vez mais fundo na vida noturna.

– O que fez com que você voltasse?

– Um dia, eu quase tive uma overdose numa festa. Por sorte, a garota com que eu estava pegou meu celular e ligou pro Min Soo-hyung. Os caras me levaram pra um médico particular e depois que eu estava limpo de todas as substâncias, eles tentaram me convencer a voltar a ser como eu era, mas eu não dei ouvidos. Eles me levaram para o meu antigo quarto no dormitório e me disseram para ler algumas cartas de fãs e ver se eu mudava de ideia. Peguei algumas delas e taquei fogo. – ele olhou para mim, esperando minha reação, mas eu não disse nada – Então eu encontrei uma carta especial. Tinham desenhos presos nela – meu queixo caiu – Eles chamaram minha atenção, então decidi dar uma olhada antes de queimá-la. Mas aquela carta... Ela dizia tudo sobre quem eu era, e me fez querer voltar a ser quem eu costumava ser.

– E quanto à música? – perguntei abruptamente e ele congelou.

Foi você que escreveu! – ele sorriu, de verdade dessa vez.

– Ok, fui eu. Eu não queria que você soubesse porque achei que você ia infernizar minha vida aqui ainda mais.

– Eu sabia! Eu não ia te infernizar, eu estou há anos procurando a garota que escreveu aquela carta! E a música! Você tem que trabalhar comigo!

– Eu já trabalho com você.

– Não, você trabalha pra mim. – cerrei os olhos para ele – Desculpa, não era pra ter soado assim. – ele respirou fundo – Podemos por favor trabalhar juntos na música? Ela tem um significado especial pra mim, e eu realmente quero que ela esteja no nosso novo álbum. E não seria a mesma coisa se a garota que a escreveu não acompanhasse o processo de gravação.

– Contanto que você pare de me assediar. E de gritar comigo. E de ameaçar me despedir.

– Ótimo. Eu não vou fazer nada a não ser que você me peça.

Sorri.

– Ok, então podemos trabalhar juntos. Agora fique quieto e vamos tentar dormir um pouco já que provavelmente ficaremos aqui até de manhã.

Apoiei minha cabeça no ombro dele e tentei ficar confortável, por mais que minha bochechas estivessem queimando de vergonha. Quem diria que eu um dia passaria uma noite num depósito apertado com o Mister K.?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ei pessoal, uma dúvida: vocês gostariam de ver a letra da música ou acham que dá pra continuar sem saber? Me respondam nos comentários por favor, preciso disso pro próximo capítulo! ^.^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mister K." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.