Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 18
Entre mulheres


Notas iniciais do capítulo

Se estão lendo isso é porque cinco pessoas comentaram. :3 Obrigado a todos que recomendaram a história, obrigada mesmo.



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Pov Clary:

Depois de tomar o remédio, Anne voltou para o quarto e fechou a porta. Deitou-se ao meu lado e se encolheu nas cobertas.
–Por favor, odeio quando fica calada. – disse ela. – É porque eu fiz aquela besteira né?
–Anne. Isso é pouco muito pouco. – falei. – Perto de tudo o que aconteceu hoje, o seu desastre superou todos os outros.
–Você conheceu seu pai? – perguntou interessada.
–Conheci. – respondi. – Ele é bem mais acabado que Harry.
–Harry é um gostoso, me desculpe. Eu sei que ele é seu padrasto, mas... É um homem delicioso! – e ali estava de volta a Anne idiota de sempre.
–Ele não é mais meu padrasto. Minha mãe praticamente terminou com ele. Mentiu para ela e muito.
–Eae. Conheceu seu irmão?
Só de pensar no beijo tive que bater minha cabeça contra o colchão.
–Eu o beijei.
–O quê? – ela gritou e depois começou a gargalhar. – Isso sim é pecado, tirar a virgindade não chega aos pés desse seu pecado ai. Incesto. Clarice, quem imaginaria uma coisa dessas?
–Foi sem querer, só que quando estávamos ali, eu não consegui me distanciar dele só quando fiquei sem ar. E eu estou morrendo de vergonha.
–Vai se confessar amanhã para o padre? – perguntou ela. Estava tudo escuro, eu sentia que seus olhos estavam cravados em mim.
–É claro, e você também vai. Quero ver o que ele vai dizer sobre isso.
–Sobre nós? Ele vai pensar “Essas duas têm um lugar reservado no colinho de satanás”.
–Credo! – gritei tacando meu travesseiro nela. – Vai dormir vai!
Virei-me de costas para ela.
–Clary?
–Oi.
–Você e Wanessa brigaram?
Eu até tinha me esquecido da existência dela. Realmente nos últimos dias eu e Anne nem tocamos no nome dela.
–Ela quer que eu fique longe de Black, ele é que me persegue. – avisei.
–Toma cuidado ta? Dá última vez que ela brigou com alguém foi presa.
–Eu sei... – falei afundando no cobertor e tentando esquecer tudo o que eu lembrava aquele dia.
–Boa noite Clary!
–Boa noite Anne.
–Obrigado, eu te amo amiga, não sei o que eu seria sem você!
Nem eu.
[...]
Acordei ouvindo batidas na porta lá em baixo. Franzi a testa e Anne roncava alto. Saí da cama e abri a porta, minha mãe também dormia profundamente. Que estranho só eu ouvi as batidas? Desci as escadas e acendi a luz da sala indo em direção a porta, quando pensei, quem é o louco de vir até aqui a essa hora da madrugada?
Abri a porta e Joe entrou como um furacão. Olhou-me de cima a baixo e respirei fundo. O que ele estava fazendo aqui?
–Joe... – sussurrei.
–Eu sei, eu devia estar longe daqui. Mas eu não consigo. Todo caminho que eu sigo, me leva para cá.
–Joe... – falei. Droga minha mãe está lá em cima e Anne também. – Vá embora!
–Não... – ele me agarrou e me beijou. Suas mãos deslizaram por minha cintura me prendendo a si enquanto eu me limitei a tentar retribuir seu beijo cheio de fogo. – Oh... Clary.
Fomos caminhando sem separar nossos lábios, e suas mãos desceram para minha bunda e pela primeira vez na vida eu deixei um menino apertá-la. Ele gemeu e me apertou ainda mais contra si. Senti um calor mesmo tudo ao nosso redor estando frio.
Quando dei por mim, estávamos deitados no sofá. Ele por cima de mim, acariciando cada parte de meu corpo, não deixando sua boca se afastar da minha.
–Joe... – me afastei e quando fui olhar para seu rosto vi Kevin. Seus olhos negros brilharam.
–Irmãzinha!
Gritei de pavor e o empurrei.
–Clary! – gritou Anne me balançando. – Ta tudo bem?
–Anne? – sentei-me na cama olhando ao redor. O sol da manhã entrava pela janela e Anne bocejou. – O que...
–Você tava ai gritando igual uma louca! E ainda empurrou-me fazendo cair da cama! – disse ela esfregando os olhos. Ela pegou seu celular e deu um gritinho. – Já são sete horas, se arruma que temos uma missa para ir!
Esfreguei os olhos processando as informações. Tudo não passou de um sonho, um simples sonho. Acabei rindo. Anne abriu meu guarda- roupa e colocou uma roupa decente. Eu me levantei e fiz o mesmo. Descemos as escadas já prontas, só prendi o cabelo num coque enquanto Anne insistiu em molhar seu cabelo e fazer cachos.
Minha mãe já estava tomando café e lendo jornal. Ela olhou para nós duas e sorriu.
–Que lindo! Minhas meninas indo para a igreja. Também... Passaram a semana inteira em festas! – disse ela – Têm que ir confessar seus pecados. – minha mãe olhou diretamente para Anne.
Sentei-me e tomei café com um pedaço de bolo enquanto Anne apenas comeu uma bolacha recheada. Ficamos em silêncio afinal não tínhamos nada para conversar.
–Anne, dói muito perder a virgindade? – perguntou minha mãe e eu quase cuspi o café para fora. Anne ficou boquiaberta.
–Como...
–Eu vi a caixa de remédios, o jeito como Clary saiu daqui para ir te buscar. Eu sei por que sou mãe também! – disse ela olhando para mim. – Vocês duas fizeram um voto de castidade, só falta Clary quebrar o dela.
–Jamais! – falei.
–Que bom. –minha mãe dobrou o jornal. – Responda Anne.
Ela ficou sem palavras, eu e minha mãe nos entreolhamos e caímos na gargalhada. Anne ficou tão sem graça que me deu uma tapa no braço.
–Estamos entre mulheres. – falei.
–Diga Anne, ele foi carinhoso com você? – insistiu minha mãe.
–Isso é uma pergunta muito intima! – respondeu Anne.
–Pelo visto deve ter doído muito para você tomar um remédio tão forte. Aquele remédio ali é pra quando a mulher tem parto normal e o bebê sai pela...
–Mãe! – gritei querendo que ela parasse.
–Enfim, é para isso! – disse ela. – Se ainda estiver doendo você tem que usar por uma semana e esconda esse remédio muito bem, porque se sua mãe achar ela vai te matar!
–Eu sei... – sussurrou Anne.
–Eu não sou católica fiel, sua mãe é. Se Clary tirasse a virgindade dela ela só ia receber umas boas cintadas na bunda e depois eu a liberava.
–Mãe! – gritei ofendida.
–Agora se for sua mãe Anne, ela realmente tira tudo de você. Até a amizade de Clary. Não estou mentindo vocês duas sabem muito bem.
–Obrigado Marylin, eu vou fazer os possíveis para ela não descobrir. – disse Anne.
–Assim espero!
Depois do café, nós duas saímos de casa. Como a igreja era ali perto fomos a pé mesmo. Anne parecia muito calada.
–Você ligou para o que minha mãe disse? – perguntei.
–É claro que liguei Clary! Ela tem razão, se minha mãe descobrir ela tira tudo de mim. Todos os luxos inclusive meu carro e até sua amizade. Ela vai achar que foi você que me influenciou.
–Ah não. Eu te recomendei a ficar longe disso, você mesma se ferrou nessa história.
Paramos diante a pequena capela onde o sino começava a tocar anunciando o começo da missa. Respiramos profundamente e antes de entrarmos fizemos o sinal da cruz.


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Notas finais do capítulo

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