Capítulo 9 – Pensamentos Holmianos

–Eu não percebo – Athena atirou o monte de papéis para cima da mesa e recolheu os seus pés para o sofá. – Não percebo a ligação deles!

–Nicholas Sparks apareceu mais do que uma vez – observou Sherlock.

–Assim como J.K. Rowling e Stephenie Meyer – Athena revirou os olhos. – Acho que não é essa a conexão.

–Alguma sugestão?

–Harry Potter e Twilight têm imensas fanfics e fan-arts. Mas acho que não é isso, também. Nicholas Sparks tem imensos filmes.

Sherlock olhou para Athena.

Athena olhou para Sherlock.

–Todos têm filmes.

–Sim! Até os clássicos mais antigos! – Athena bateu palminhas, entusiasmada.

–Mas há uma coisa – a jovem perdeu o seu sorriso imediatamente. – Não sabemos como é que essa conexão pode estar ligada ao atentado.

–Hum – Athena pensou e juntou as mãos, como se estivesse a orar. Uma posição claramente copiada de Sherlock. – Gostarias de entrar no Palácio Mental?

–Não. Tenho-te a ti – Sherlock piscou o olho. – Tu és mente mais brilhante nesta sala, depois de mim.

–Não recebi essa afirmação como uma ofensa – Mycroft, que estava sentado num sofá individual, do outro lado da mesa, sorriu para os dois, erguendo o queixo.

–Ótimo – afirmou Sherlock. – Realizadores?

–Todos diferentes. Nem vamos mencionar o Harry Potter nessa questão: são oito filmes.

–Estúdios?

–Não. Twilight é produzido pela Summit Entertainment.

–Bilheteira?

–Subjetivo.

E continuaram. Nada conseguia conectar a lista interminável de livros. Depois dos filmes, dos quais viram que havia alguns que não tinham tido adaptações cinematográficas, as suas opções esgotaram-se. Datas de lançamento, dias e meses, convenções, sessões de autógrafos, nada. Nada os conectava.

Sherlock levou Athena até 221B. Na sua casa, Athena deixou-se descansar, para no dia seguinte ter energia para enfrentar tudo de novo. Sherlock permaneceu na sala, analisando os livros, tirando detalhes que podiam adiantar o trabalho dos dois no dia seguinte.

O detetive ouviu passos na escada. Era tarde e aqueles não eram os passos de Mrs. Hudson. Porém, Sherlock não se moveu quando a porta se abriu e o seu maior inimigo entrou.

–Olá, Sherlock. Sentiste a minha falta?

–O que vais fazer quando Moriarty aparecer?

–Moriarty está morto – afirmou Sherlock, sem dúvida alguma.

–Tens mesmo a certeza?

–Claro que tenho. Foi provado que quem andou a espalhar a imagem dele por Inglaterra era apenas um jovem sem saber o que fazer da vida, num momento entediante.

John abanou a cabeça, desiludido por o amigo não ver a verdade à sua frente.

–Quando ele voltar…

–Ele não vai voltar – interrompeu Sherlock e John praguejou com os braços no ar.

–Ele vai querer vê-la. E sabes o que vai acontecer? Ele vai tirá-la de ti.

©AnaTheresaC