Capítulo 6 – Sã e salva

Era muito tarde. Mary e Henry tinham ido dormir há muito tempo, mas Athena estava no sofá da casa dos Watson, enrolada no édredon, roendo as unhas e olhando para o telemóvel incessantemente. Não havia nenhuma chamada de Sherlock, Mycroft ou John.

Algo iria voltar… Athena pensou nas palavras de Henry. Algo ou alguém? Sherlock era um famoso detetive e não lhe faltavam inimigos, mas esses não lhe podiam tocar.

Procurou na lista de contactos o número que precisava. E ligou. Do outro lado, atenderam ao terceiro toque.

–Olá?

–Olá, Molly – a jovem sorriu levemente, ao notar que a voz de Molly soava tão acordada como a dela. – Está tudo bem?

–Sim, tudo bem – Molly não se prolongou. Isso significava que havia alguém com ela. Normalmente, Molly era muito aberta com ela, sempre a perguntar se ela estava bem, se precisava de alguma coisa, se queria sair. Sim, porque Molly sabia que Sherlock conseguia enclausurar qualquer pessoa, mesmo inconscientemente.

–Estás acompanhada?

–Sim – a resposta foi breve. E demasiado breve.

–O meu pai está aí?

Silêncio. E depois, a afirmação:

–Sim. Mas agora não posso falar.

Ou seja, ele não podia falar com ela.

–Ele está bem?

–Sim, está tudo bem. Eu só estou a meio de uma coisa.

–Está bem. Onde é que estás?

Molly suspirou.

–Espera um momento.

Athena esperou uns breves segundos e logo depois a voz que mais queria ouvir soou.

–Está tudo bem comigo, Athena.

–Pai! Oh céus, o que aconteceu? Tia Mary foi buscar-me, e está tudo um desastre! O que aconteceu? Estás bem? O que é que eu posso fazer para ajudar?

–Está tudo bem, Athena – sossegou Sherlock. – E podes ajudar-me, sim. Mas agora quero que durmas descansada. Amanhã o tio Mycroft fala contigo.

–Pai… o que aconteceu? Foi um assassinato, não foi?

–Acredito que já saibas a resposta a essa pergunta.

–Quero ouvir de ti.

–Sim, foi um assassinato. E um ataque terrorista. Mas estás a salvo, não há motivo para preocupações. Amanhã falamos.

–Está bem – Athena assentiu. E dormiu.

–Tens que a manter a salvo – afirmou Irene, como se fosse um desafio.

–Eu irei – prometeu Sherlock.

©AnaTheresaC