Capítulo 4 – Fuga de Londres Parte I

–Tio John… - Athena estava há beira do choro. – O meu pai… ele está em Charing Cross!

–Eu sei, eu sei – John parecia estar com um ataque de nervos. – Eu estou a caminho e Mary está a ir buscar-te. Nem Baker Street está segura.

–Eu sei, eu estou a ver as notícias… - Athena fungou. – O que está a acontecer, tio John?

–Eu gostaria muito de te contar, mas isso é tarefa do teu pai – a jovem tentou ripostar, mas John não parou. – Mary está a caminho, mantém-te calma.

–Está bem – Athena respirou fundo, procurando acalmar-se. – Esperarei pela tia Mary.

E Athena esperou. Mais do que queria. Era o pânico em Londres: um ataque terrorista em plena National Gallery. Um assassinato em Charing Cross. O metro estava fechado. O trânsito estava caótico. Era impossível movimentar-se no centro de Londres.

Athena tentou abstrair-se, indo fazer um chá com Mrs. Hudson, mas assim que viu o saquinho do chá na água a sua garganta fechou-se. Mrs. Hudson tentava acalmá-la, dizendo-lhe que isto acontecia em Londres quase todos os dias.

Mas não era com Londres que ela estava preocupada. Ela estava preocupada com o seu pai. Ele tinha recebido uma chamada, tinha falado “dez horas!” e logo de seguida, um grito. Um assassinato. Em plena luz do dia.

Bateram há porta e Athena deu um salto na cadeira. Relutantemente, Mrs. Hudson levantou-se, sendo seguida pela jovem. Eram Mary e Henry.

–Tia Mary! – Athena correu para os braços da sua família. Mary apertou-a no seu abraço de Mãe.

–Está tudo bem, minha querida. Sherlock, Mycroft e John vão resolver tudo.

–Athena, não há mais ninguém capaz de resolver este problema britânico do que o tio Sherlock.

–Isso é verdade – Mary desfez o abraço e pegou nas mãos de Athena. – Traz algumas mudas de roupa contigo.

–Porquê?

–Porque enquanto isto não estiver resolvido, virás connosco para casa.

Os olhos de Athena encheram-se de lágrimas.

–O que se passa aqui? Porque é que eu tenho que sair da minha casa?

–Eu não te posso contar. Sherlock prometeu que te iria contar tudo, quando pudesse.

–Mas eu não posso esperar mais!

–Lamento, querida, mas terás que esperar – disse Mary, começando a ficar impaciente.

–É para o teu bem, Athena – concordou Mrs. Hudson e Athena sentiu-se traída: como é que Mrs. Hudson poderia saber o que se passava e ela não?

–Está bem – assentiu a mais jovem, suspirando. – Dêem-me cinco minutos. Temos cinco minutos, não temos?

Mary sorriu docemente.

–Claro que sim. Nós ficaremos aqui a fazer companhia a Mrs. Hudson.

–Eu vou ajudá-la – prontificou-se Henry e Athena notou o olhar de censura por parte de Mary.

©AnaTheresaC