Cobra

Quando a Jade foi embora, fique aqui nesse QG a tarde toda, sem nada pra fazer, a única coisa que me vinha á cabeça era a minha dama. Não queria pensar nela, é uma coisa que eu não controlo. Nunca me apaixonei por ninguém e com a Jade não seria diferente, eu acho.

Bom, já estava entediado, pensei em ligar para ela, mais com certeza ela ia me atender e dizer "Joaquina, não posso falar agora", pois a Dona Lucrécia não dava uma folga á ela. Decidi ir lá, nem se fosse para ficar olhando o apartamento de longe, afinal isso é melhor do que ficar naquela loja que não tem um ventilador. Depois que eu cheguei lá, vi Jade saindo com a mãe dela e com aquele Edgar. Logo perguntei ao porteiro onde eles foram e fui atrás. Sabia que era arriscado, pois a mãe da Jade é uma fera, mais eu adoro aventuras. Fiquei lá observando ela como sempre fiz, e finalmente ela me viu lá. Ela ficou rosa, vermelha, branca, e logo pediu pra eu sair de lá. Óbvio que eu fui, se a Dona Lucrécia me visse.... Não sei nem o que ia acontecer, afinal ela já nos flagrou juntos uma vez.

Os dias se passaram e continuamos com aquele joguinho, mais na verdade, as coisas mudaram muito. Não sabia o que eu estava sentido, era um sentimento estranho, uma coisa diferente. Toda vez que a Jade chegava perto de mim meu coração batia mais forte, e eu não podia admitir isso e muito menos começar um relacionamento sério com ela. Também percebi que ela estava sentindo a mesma coisa, mais diferente de mim ela não escondia, e isso parecia que estava cada vez mais nos afastando. Passamos a se encontrar menos, comecei a treinar mais, tentar pensar em outras coisas.

A gente começou a discutir, coisa que não acontecia antes da gente começar a gostar um do outro. Por isso que eu digo, sentimento demais atrapalha.

– Não entendo, você não me tratava assim antes, o que aconteceu? - Ela me disse com os olhos cheios de lágrimas.

– O que aconteceu? Você não vê que tudo mudou, a nossa relação não é mais a mesma. - respondi

Eu vi a decepção nos olhos dela.

– Olha aqui garota, vaza! Não sou o seu príncipe encantado. - disse

– Quer saber? Cansei, realmente você não é o cara pra mim. - ela disse chorando e indo embora com a cabeça baixa.

Eu sempre gostei de ficar com ela, ela é a única que me entende, que me apoia, mais eu sou um perigo para ela, só quero protege - lá. A Jade não podia saber dos campeonatos ilegais que tenho que participar e não quero ela ligada com as pessoas que eu ando, isso pode acabar com a carreira que ela tanto sonha. E eu prometi á ela que não mais me meter nessas coisas, mais preciso de dinheiro.

Já se passaram três dias, e não se falamos. Quero muito a minha dama ao meu lado, mais não quero que ela se machuque. Hoje mais tarde, vou participar de mais um campeonato, e não posso decepcionar o meu mestre.

Narração do autor:

Jade não entende o motivo de Cobra ter acabado tudo com ela. Desde o dia que tudo aconteceu, é difícil alguém ver um sorriso em seu rosto. Sempre quando ensaiava até tarde na Ribalta, não conseguia tirar os olhos do QG e nada do Cobra. Ela sempre teve medo de que acontecesse algo mais grave com ele, e ela não podia deixar, afinal era a única pessoa que gostava dele apesar de tudo. Ver que ele não estava no bairro á noite e nunca mais foi atrás dela lhe causava preocupação.

Na noite daquele novo campeonato ilegal, Jade estava indo para casa, depois de um dia intenso de ensaios. Ao descer as escadas que lhe levavam até á academia do Gael, deu de cara com a Karina.

– Você ainda por aqui lutadora? - disse descendo as escadas

– É.. Eu estava treinando, mais já estou de saída e você? - respondeu Karina

– Eu também estava ensaiando. Bom, então eu já vou indo, tchau.

Ao sair da fábrica, Jade finalmente viu Cobra, com o Lobão e outros lutadores. A bailarina ficou paralisada vendo eles conversarem e sentiu que não era coisa boa. Karina já estava fechando a academia quando viu a garota lá enfrente parada

– Tá tudo bem Jade? - perguntou

– Karina, aqueles não são os lutadores da Khan? O que será que eles estão fazendo aqui?

– Não sei, coisa boa não deve ser.

Enquanto as duas observam, Cobra entra no carro junto com os rapazes.

– Karina, você sabe muito melhor do que o quanto essa Khan é perigosa. A gente tem que ajudar o Cobra! - disse Jade preocupada.

Quando Cobra e os rapazes foram embora, logo trataram de pegar um táxi e segui - los. Apesar de Karina e Jade não serem melhores amigas, quando se tratava de Cobra, as duas esqueciam de tudo. Cobra e os outros lutadores pararam em um lugar bem estranho, onde iria acontecer o campeonato. Mais mesmo assim Jade e Karina não deixaram de segui - los.