– Ai fala logo Cobra! Você está me deixando nervosa! - disse Jade curiosa

– É... Eu te amo! - disse Cobra sussurrando no ouvido da bailarina

Jade ficou surpresa com as palavras do rapaz, ele nunca havia dito aquilo. Seu coração bateu mais forte, parecia que ia sair pela boca, como uma bomba. Estava com lágrimas de emoção nos olhos e com um sorriso enorme estampado em seu rosto. Ficou encarando o lutador, quando finalmente respondeu.

– Eu também te amo! - disse ela, que logo depois o beijou.

Os dois ainda ficaram alguns minutos na praia, quando Edgard liga para Jade. Já estava tarde 01:22 horas da manhã. Cobra e Jade não estavam nem aí para o horário, e nem faziam ideia que horas eram. Cobra deixou Jade em casa e foi para o QG. Aquela foi uma das melhores noites da vida de Jade, inesquecível. A menina entrou em casa e andou lentamente até o quarto com um sorriso enorme, não parava de pensar nas palavras do seu vagabundo. Cobra estava dirigindo, as ruas estavam desertas. Dirigia lentamente, pensando na sua dama, estava completamente apaixonado, começou a sorrir sozinho, ele também nunca se esquecerá daquela noite.

Jade:

Cheguei em casa, tomei um banho e me deitei. Só deitei, porque eu não conseguia dormir, não parava de pensar no Cobra. "Ele me ama! Ele me ama!" dizia a mim mesmo, parecia uma criança pensando no primeiro namoradinho. Bom, finalmente consegui dormir, um sono tranquilo, dormi como um anjo, há muitos dias não dormia tão bem.

Acordei exatamente ás 8:00 horas da manhã e aquele sorriso bobo insistia em aparecer, acordei simplesmente feliz. Decidi voltar á Ribalta, estava com saudades, principalmente da maluca da Joaquina e o Lírio. Me arrumei e fui tomar café, Edgard estava quase terminando seu café quando me viu chegar sorrindo que nem uma abestada.

– Bom dia querida! Dormiu bem? - disse Edgard levantando - se para me dar um beijo na testa.

– Como um anjo Ed... Fazia tempo que eu não dormia tão bem sabia? - disse

– Que bom minha querida! Você merece... - disse ele acariciando meu rosto. - Ainda bem que você não teve aqueles pesadelos de novo ne?

– Ai Ed! Não gosto nem de lembrar! - disse eu

– Está bem, me desculpe! - disse ele. - E eu posso saber porque você está tão feliz? Esperai... Já sei! Ricardo Cobreloa aceitei? - disse ele me apontando um dedo após a pergunta.

– Em cheio! Ed, ele disse que me ama! - disse eu, com os olhos brilhando.

– Que bom meu amor! Ele realmente gosta muito de você... Pena que a Lucrécia só deu uma chance a ele quando já estava perto de... Você sabe. - disse ele, abaixando a cabeça após finalizar a frase.

– Pois é... Então eu vou indo! Beijo. - disse já me dirigindo a porta.

– Você vai para a Ribalta? - disse ele

– Sim... Estou morrendo de saudades daquele lugar!

– Que bom que você está se recuperando. Os alunos vão adorar te ver! Vai com Deus querida...

Peguei um táxi e fui para a Ribalta. Quando cheguei no bairro, o primeiro lugar para onde eu olhei foi para o QG. Lá estava o meu vagabundo indo colocar o lixo para fora. Ficamos nos olhando alguns segundo quando finalmente entrei na fábrica. Todos me cumprimentaram, até mesmo os que não iam muito com a minha cara, afinal eu sumi de repente. Logo veio um mar de perguntas, fui educada o máximo possível, mais é impossível não se estressar com um monte de gente falando ao mesmo tempo no seu ouvido.

– Jade! Ai que bom que você está aqui! - disse a Joaquina correndo para me dar um abraço.

– Oi Jô! Também estava com saudades de você sua maluca! - disse eu abraçando - a novamente.

– Olha, eu também estava com saudades hein? Não se esqueça que eu sou seu maior fã. - foi a vez do Lírio vir me abraçar.

– Tá bom.. Pode deixar, nunca vou esquece Florisvaldo! - disse eu, rindo da cara do Lírio.

Enquanto eu estava conversando com Lírio e Joaquina, percebi que Cobra havia chegado, e enquanto e arrumava para ir treinar, ficava me olhando. Pedi licença aos meus amigos e fui falar com ele, aquela noite ainda não havia saído da minha cabeça.

– Oi dama! - disse ele com um sorriso enorme

– Oi vagabundo. - respondi

Ele me beijou, ali mesmo, na frente de todo mundo, até porque não temos mais nada o que esconder, estávamos juntos oficialmente. Infelizmente o mestre Gael nos interrompeu.

– Vocês dois! - ele deu um maior grito. - Querem namorar? Vão para o motel! - disse ele

– Boa ideia mestre! - disse Cobra rindo

– Para. - disse eu, dando um tapa de leve em seu ombro. - Agora tchau! Tenho aula agora.

Nos despedimos e eu fui correndo para a aula do René. Entrei na sala de aula e a maioria dos alunos já estavam lá. Me sentei em um lugar que estava vago, nem prestei atenção em quem estava ao meu lado. Quando me viro, vejo a ruiva, a única que não foi me bajular naquele dia. Ficamos nos encarando por alguns minutos quando ela resolveu quebrar o silêncio.

– Oi Jade. Fiquei sabendo que você... Estava mal! Está melhor? - disse ela

– Estou. - respondi

– Olha, isso tem alguma coisa haver com o Cobra? Eu te avisei que... - disse ela, mais eu a interrompi.

– De novo esse assunto ruiva? Para a sua informação, Cobra não teve nada haver com nada disso, ele só me ajudou! - disse eu, irritada

Eu havia dito as pessoas que estava tendo pesadelos e meio depressiva, mais não dei mais detalhes. Automaticamente acharam que era por causa de Cobra.

– Desculpa. Já que você confia tanto nele... - disse a ruiva

– Confio sim! - respondi

Quando ela estava prestes a responder, René chegou na sala para dar início a aula. Se ele se atrasasse mais um pouco, aquele conversa teria sido bem longa. Se a ruiva não gosta de mim por que se preocupava tanto comigo? Pensava, mais tenho coisas mais importantes para me preocupar.