Quando Cobra e Jade chegaram, encontraram a casa vazia. Jade gritou o nome de Edgard várias vezes, sem resposta. Logo a bailarina se despreocupou. "Deve ter saído para resolver alguma coisa" pensou ela. Então Cobra e Jade sentaram - se a mesa e tomaram tranquilamente o seu café da manhã, que Edgard havia preparado. Apesar de não gostar muito de Cobra, o professor queria agradar Jade naquele momento difícil, e então, quando chegou surpreendeu a garota.

– Bom dia meus jovens! - disse Edgard com um sorriso no rosto, deixando as compras feitas em cima do sofá.

Cobra e Jade ficaram paralisados, esperavam que Edgard expulsasse Cobra de lá, apesar de a garota estar decidida a enfrenta - lo.

– Oi Ed! Bom dia! - disse Jade

– O que foi gente? Por que essas caras? - perguntou Edgard

– Nada não Ed! Senta aqui com a gente... - disse Jade levantando - se e pegando na mão do "pai" para leva - lo até a mesa.

Os três ficaram em silêncio. Quando Edgard chegou, Cobra e Jade estavam conversando e rindo, mais aquilo tinha acabado. Depois de alguns minutos, Jade quebra o silêncio.

– Então Ed, o que é aquele monte de sacola que você trouxe? - disse Jade curiosa

– É apenas algumas compras para a casa... E um monte de presente para você minha querida! - disse Edgard acariciando o rosto de Jade, que tinha um sorriso estampado no mesmo.

Logo a bailarina correu para ver o que tinha dentro das sacolas. Estava muito feliz. Havia roupas novas, joias, vários filmes em DVD, pelo qual a garota é viciada entre outras coisas. Cobra e Edgard se levantaram da mesa e ficaram em pé, lado a lado observando Jade. Os dois estavam felizes ao ver Jade sorrindo. Edgard percebeu o jeito que Cobra olhava para Jade.

– Garoto, você gosta mesmo dela né? - disse Edgard

– Sim... Já não posso mais esconder. - respondeu Cobra rindo

– Só não decepciona ela ok? Ela está completamente apaixonada e... - disse Edgard que foi interrompido pelo lutador

– Fica tranquilo! Eu vou cuidar bem dela.

Eles estavam conversando numa altura que Jade não conseguia ouvir, afinal ela nem estava interessada. Os dois continuaram observando Jade, que estava encantada principalmente pelo seus filmes novos que havia ganhado.

– Obrigado Ed! Você é um paizão! - disse Jade o abraçando

Edgard não respondeu nada, só se emocionou. Toda aquela atenção que Jade estava ganhando era muito importante. Depois de tudo, Cobra despediu - se de Jade e foi para o QG, onde passaria o resto do dia, sozinho. No caminho, Cobra não parava de pensar no que havia acontecido no dia anterior. Estava muito preocupado, mais não queria demonstrar isso a Jade, não queria preocupa - la.

Ao chegar no QG, Cobra foi para os fundos da loja, onde iria treinar muay thai, afinal esquecera de tudo nos últimos dias, só deu atenção a Jade. Além disso, a academia estava fechada temporariamente. Cobra e Jade estavam em perigo, mais não sabiam. Na noite anterior, quando estava machucado, Cobra revelou a Gael os esquemas da Khan. E logo de manhã, o lutador não perdeu tempo e denunciou Lobão que foi preso.

Já era noite. Cobra estava saindo do banho quando seu celular toca.

– Alô... - disse ele

– Oi... Cobra?

– Nat?

– Sou eu mesma! Só liguei para te avisar que o Lobão foi preso, e todos os integrantes da Khan.

– E o que eu tenho haver com isso?

– Tudo isso aconteceu por sua culpa!

– Minha culpa? - disse Cobra indignado

– Sim.. Se você não tivesse aberto a boca e dito tudo para o Gael, nada disso teria acontecido!

– Ah, então foi ele quem denunciou?

– Foi.

– E porque você está me ligando? Não deveria estar presa?

– Eu e o Luiz fugimos! Mais não é essa a questão... O Lobão mandou ele e outros capangas que não são ligados a Khan, para se vingar de você! Quer dizer, não exatamente de você....

– Quem? Fala garota! - disse Cobra nervoso, imaginando quem seria a próxima vítima de Lobão

– A Jade.

Cobra levou as mãos até a cabeça, estava muito preocupado com a sua dama, porém conseguiu esconder o nervosismo.

– E o que eles vão fazer com a Jade?

– Eles estão planejando um sequestro! Mais pode acontecer coisa pior... Você tem que impedir!

Nat desligou o telefone, antes mesmo de Cobra responder. Cobra sentou - se e uma lágrima caiu. Jade estava em perigo, e tudo por sua causa. Cobra imediatamente pegou seu carro e foi correndo para a casa de Jade, onde estava decidido passar a noite. Cobra tocou a campainha e Edgard que já estava dormindo, levantou - se da cama e abriu a porta.

– Garoto, o que você quer aqui a essa hora? - disse Edgard com os olhos praticamente fechados

– Deixa eu entrar por favor! - disse Cobra juntando as mãos.

– Ed! Quem está aí? - gritava Jade, que estava indo em direção a sala.

Antes mesmo de Edgard responder, Jade chega até a sala e ver Cobra.

– Cobra? - disse Jade, surpresa

O lutador não disse nada, apenas correu para abraça - la.

– O que aconteceu? - perguntou Jade sem entender o porquê daquilo.

– Eu... Eu só queria ver se você está bem! - disse Cobra

– Eu estou ótima. - disse Jade com um pequeno sorriso no rosto. - Mais você me acordou né?

– Eu sei desculpa! Deixa eu dormir aqui com você hoje?

– Olha aqui garoto... Eu não admi... - disse Edgard sendo interrompido por Jade.

– Claro que pode!

Edgard logo se calou. Lembrou - se que queria ver Jade feliz, então deixou o rapaz dormir lá. Mais mesmo assim, estava preocupado.

– Se cuida hein! - sussurrou ele

Jade não disse nada. Edgard saiu da sala encarando Cobra, com um olhar matador. Jade levou Cobra até seu quarto, e pediu explicações.

– Por que isso? Está com medo de ficar sozinho é vagabundo? - disse Jade

– Eu não tenho medo de nada minha dama! - respondeu ele. - Eu só... Não quero ficar longe de você!

Os dois se beijaram e logo que deitaram na cama, Jade dormiu. Mais Cobra não conseguiu pregar os olhos a noite inteira, seus pensamentos estavam acelerados, causando até dor. Cobra havia dormido muito pouco. Quando acordou, Jade ainda estava dormindo e então levemente abriu um pouco da cortina, estava admirando a paisagem quando percebeu que havia um carro parado em frente ao prédio há alguns minutos. Cobra percebeu que aquele carro não era estranho, e ao olhar bem, viu que quem era o motorista era Luiz, o seu antigo companheiro de luta.

Logo Cobra se desesperou. Correu até a sala sem camisa mesmo, afim de impedir Edgard de sair de casa. Encontrou o professor tomando café de pijama, e ficou mais aliviado.

– Tá maluco? Correndo assim pela casa, ainda sem camisa? - disse Edgard

– Desculpa cara, foi mal. - explicou - se Cobra

– Uhun...

– Vem cá, você vai sair de casa hoje? - disse Cobra

– Mais tarde... Por que?

– Olha, acho melhor você ficar aqui com a Jade... Diz o que você vai fazer na rua, que eu faço deixa comigo! - disse Cobra deixando seu nervosismo transparecer

– Calma rapaz você está muito nervoso.. Olha, toma um cafezinho! - disse Edgard colocando o café na xícara.

Depois que Cobra tomou o primeiro gole de café, Edgard tentou conversar com ele.

– Agora me diz...

– Dizer o que? - disse Cobra

– Você não me engana! O que está acontecendo? Você está estranho desde ontem! - disse Edgard

Cobra respirou fundo. Ficou alguns segundos em silêncio, quando decidiu contar o que estava lhe atormentando.

–