A bailarina estava com um pouquinho de ciúmes, mais se controlou.

– Oi vagabundo! Oi lutadora. - disse Jade se aproximando dos dois

– Oi Jade... Vagabundo? - perguntou Karina meio confusa

– É um apelido carinhoso que a minha dama me deu. - disse Cobra rindo

– Ah, entendi. Tchau pra vocês! - disse Karina rindo da situação.

Karina voltou para praça onde Pedro e Bianca estavam e comentou que Lucrécia havia deixado os dois ficarem juntos, e que estava feliz por eles.

– Esquentadinha... Eu não me importo com eles, eles que fiquem pra lá e eu pra cá, porque aquele Cobra é sinistro. - disse Pedro

– É... Eu também Ka. Pra mim esses dois se merecem, mais a Jade ainda vai sofrer muito... - disse Bianca

– Ah que isso Bi! Vira essa boca pra lá! E pra informação de vocês, eles se gostam sim. E eu acho que ele não faria mal a Jade.. - disse Karina

– De novo esquentadinha! Não gosto de você defendendo esse cara! - disse Pedro

– Ué.. É a mais pura verdade oh ciumento! - disse Karina que deu um selinho no namorado. - Além do mais só tenho olhos pra você meu guitarrista maluco!

Pedro ficou satisfeito com as palavras da lutadora. Enquanto isso no QG, á poucos passos da praça, Cobra e Jade estavam aos beijos.

– Gostei de ver minha dama! - disse Cobra

– Rum, gostou de ver o que? - disse Jade

– Você não ficou com ciúmes da Karina!

Jade se afasta de Cobra e senta em uma cadeira.

– Você que pensa! Mais eu resolvi me controlar, assim como você vai se controlar daqui pra frente né? - disse Jade com uma expressão de preocupação.

– Claro minha dama. Posso até ser meio maluco, mais eu prometo que com você vai ser diferente. Tá bom?

– Tá. - respondeu Jade com um belo sorriso no rosto

– E você me promete uma coisa?

– O que?

– Promete que não vai mais se mutilar? Que vai parar com essa mania louca de arrancar os seus cabelos lindos? - pediu Cobra, acariciando os seus cabelos castanhos

– Prometo! - disse Jade e o dois se beijam novamente.

Enquanto isso, Lucrécia estava sozinha em casa, refletindo no que havia feito e repensando em suas atitudes com a filha. Talvez pressiona - la a ser perfeita sempre estava prejudicando a menina. Mais a vontade de Lucrécia de ver sua Jade ter uma carreira de sucesso era tanta, que as vezes passava dos limites, e o envolvimento dela com Cobra e até mesmo a doença que estava enfrentando lhe ajudou a enxergar isso. A partir de agora Jade seria mais livre, consequentemente mais feliz.

Passaram - se duas semanas, e Cobra e Jade estavam mais felizes do que nunca, e eram o assunto do bairro. Cobrade não era mais segredo, se encontravam na Ribalta, no QG, na praça. Algumas pessoas criticavam Jade, mais a garota nunca ligou para críticas, e dessa vez não seria diferente. Lucrécia continuava com suas quimioterapias, e sua doença continuava sendo um segredo. Apenas Edgard e Jade sabiam do drama da professora. Eram 14:00 horas e Jade estava junto com Cobra no QG, afinal era sábado, só precisavam ir a Ribalta e na academia pela manhã. A relação dos dois havia mudado muito, pois estavam conversando sobre o futuro, sobre o sonho de cada um. E prometeram que sempre iam dar total apoio um ao outro, sem se separar jamais.

Jade recebeu uma ligação de Edgard que estava muito nervoso ao telefone. Jade não conseguia entender direito o que Ed dizia, mais quando finalmente ele conseguiu dizer, uma lágrima caiu sobre o rosto de Jade que deixou seu celular cair.

– Dama... O que aconteceu? - perguntou Cobra, mais parece que a garota não ouvia nada ao seu redor. - Jade, Jade, o que foi? Fala comigo! - disse ele balançando o braço da bailarina que finalmente o escuta.

– Cobra eu tenho que ir! - disse Jade pegando a sua bolsa e virando - se para ir embora.

– Não, não vai... - disse Cobra segurando seu braço. - Você não vai sair enquanto não me disser o que está acontecendo. Olha o seu estado!

Jade voltou a se sentar, e começou a explicar sobre a doença da mãe, que até então Cobra não sabia que existia. Disse o que Edgard havia dito no telefone, que sua mãe havia passado mal e estava no hospital em estado grave, soluçando de tanto chorar.

– Caraca... - disse Cobra tentando consolar sua dama. - Eu vou lá no hospital com você!

– Então vamos!

Eles saíram correndo do QG de mãos dadas e foram buscar o carro. No caminho para o hospital, Jade não parava de chorar. Edgard estava a espera da bailarina no hospital, Lucrécia estava entre a vida e a morte. Cobra estava indo o mais rápido possível. O hospital onde Lucrécia estava internada era bem longe do QG, mais demoraram apenas vinte minutos para chegar, pois parecia que Cobra estava dirigindo um foguete. Quando Cobra e Jade chegaram no hospital, Jade correu para abraçar Edgard que também estava chorando muito.

– Como ela está Ed? - disse Jade abraçada com o professor, chorando.

– Está muito mau minha querida, muito mau. - disse Edgard, e Jade começava chorar ainda mais.

Cobra estava muito comovido com a situação, apesar de ter presenciado Jade chorando muitas vezes, aquela era diferente. Cobra se emocionou, pois Lucrécia podia morrer a qualquer momento. " Se alguma coisa acontecer não vou deixa - la. Vou cuidar dela!" pensava ele, olhando a garota. Ninguém podia entrar no quarto onde estava Lucrécia a não ser os médicos, pois não estava podendo conversar. Depois de algumas horas, os médicos deram uma resposta: "Ela só sobreviverá por um milagre...", disse o médico, fazendo Jade se ajoelhar e começar a orar, ali mesmo, na frente de todos. Cobra ajoelhou - se junto a ela e começou a abraça - la e disse que ia ficar tudo bem, deixando - a mais calma.

Na hora que Cobra e Jade saíram correndo do QG, Bárbara (a ruiva) estava saindo da Ribalta junto com Bianca, e começaram a especular o que poderia ter acontecido. Quando chegaram na casa de Bianca, Dandara estava ao telefone, com uma expressão abatida. Era Ed contando sobre o estado da amiga. Dandara sentou - se no sofá com os olhos cheios de lágrimas e contou o que havia acontecido.

– A Lucrécia está em estado grave no hospital. - disse a cantora, tirando assim, a dúvida de Bárbara e de Bianca.

Bárbara, Bianca, Karina, Pedro, Gael e João que estavam na sala, ficaram chocados com a notícia, pois ninguém sabia que Lucrécia estava lutando contra o câncer.

Enquanto isso, no hospital, o médico que estava cuidando de Lucrécia aparece novamente, desta vez para dar uma notícia mais desagradável ainda: "A Dona Lucrécia não resistiu... Sinto muito." disse o médico com a cabeça baixa. Naquele momento, parece que o mundo de Jade desabou, e começou a chorar ainda mais abraçada com Cobra, que até então tentou não demonstrar tristeza, mais também caiu em lágrimas. Edgard se agachou com a mão na cabeça, e logo depois foi abraçar Jade, que não soltava Cobra, formando assim um abraço triplo. Assim ficaram por algum tempo.

– É Jade... A gente não pode mais fazer nada, Lucrécia nos deixou. - disse Edgard tentando ser forte.

Cobra pegou um copo d'agua para Jade, que parou de chorar por um momento. Cobra não saia de perto da garota por nada, agora ela precisava dele mais do que nunca.

– E agora Cobra? Como vai ser sem a minha mãe aqui? Meu coração está destruído.

– Eu estou aqui tá? Vou te proteger de tudo! Infelizmente isso aconteceu, mais você tem que ser forte e eu estou aqui pra te ajudar.

– Obrigada... Não sei o que seria de mim sem o meu vagabundo. - disse ela com um pequeno sorriso.

Todos na casa de Gael esperavam por notícias, Dandara principalmente, estava muito abalada. "Está explicado porque o Cobra e a Jade saíram do QG daquele jeito. Que barra!" pensou Bianca, comovida com a situação. De repente o telefone toca, era Edgard novamente para dar a notícia que ninguém queria ouvir. Dandara atende e começa a chorar muito, todos na sala já imaginam o que Ed disse no telefone. Bianca consola Dandara, pois ela e Lucrécia eram amigas a muito tempo.

Já era noite, Cobra e Jade estavam indo para a casa da bailarina, em silêncio. Jade já havia se acalmado e parado de chorar, mais não parava de pensar em seus momentos ao lado da mãe. A partir daquele momento, promete a si mesmo que vai ser motivo de orgulho para Lucrécia, mesmo ela estando longe. Quando chegaram na casa, Jade achou tudo muito estranho, afinal sabia que não encontraria mais sua mãe no sofá a lhe esperar. Apesar de Lucrécia ser muito exigente, as duas se amavam incondicionalmente. Os dois se sentam no sofá, e Jade deita se apoiando em Cobra. Era lá que ele ia passar a noite. Edgard se ofereceu para dormir com Jade, mais a garota avisa que Cobra ficará com ela. A princípio Edgard se preocupa, mais logo se conforma. Cobra não queria deixar sua dama naquele estado.