Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 6
Estou sentindo muita falta..




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Os dias foram passando e Draco e Hermione se quer se viram. Hermione pediu a mãe para levar Ethan até Draco para não ter que encontrar com ele.

— Como faço para vê-la?

— Ela não quer falar com você por enquanto.

— Eu sei, mas eu preciso... — disse agoniado.

— Sei disso, querido, mas você conhece a Hermione. É teimosa demais. Espere mais um pouco — aconselhou a sogra dele.

— Mas eu estou sentindo muita falta...

— Ela também está.

— Então por que se afasta?

— Está muito magoada.

— Eu sei...  queria ao menos uma chance de falar.

— Ela já voltou a trabalhar.

— O que? Não sabia.

— É, mas ela voltou tem uns dias.

— Vou procurar saber.

— Não diga que fui eu que falei. Ela brigaria comigo.

— Não vou dizer.

A mulher deixou o pequeno com Draco e foi para casa.

— Mamãe fala dormindo...

O loiro riu.

— Às vezes sim.

— Mas ela não fala seu nome...

— E o que ela fala?

— "Clara, Ethan..." "Como ele pôde fazer isso..." E fala outro nome...

— Qual?

— Não consigo lembrar.

— Não tem problema. — Beijou a cabecinha dele.

***

Hermione estava sentada na cadeira olhando uns papéis. Resolveu voltar a trabalhar, pois assim ocupava sua mente. Sua mãe cuidava do pequeno Ethan e ficou mais fácil. E ela resolvia os encontros com Draco, então estava melhor ainda.

Ela não encontrava o loiro no trabalho, pois eram áreas diferentes e não tinha como ele saber que ela tinha voltado, a menos que alguém falasse para ele. Mas até agora ela deu sorte.

Estava concentrada nos papéis. Eram julgamentos e ela tinha que ler todos e ver os dias e horários para cada um deles. Um trabalho chato, porém, ocupava o dia todo e isso era perfeito.

Alguém bateu na porta e ela suspirou.

— Entra.

Um cara de cabelos negros entrou e Hermione sentou melhor na cadeira. Estava toda torta pelo cansaço.

— Desculpe te atrapalhar, mas o Ministro pediu para levar os papéis de ontem.

— É claro. — Levantou da cadeira e foi até a outra mesa pegar. Enquanto estava distraída olhando os papéis, nem percebeu o olhar do homem sobre si.

Hermione virou de frente para ele, que disfarçou.

— Aqui.

— Obrigado.

— De nada.

— Está tudo bem?

— Por que a pergunta?

— Parece cansada.

— Estou mesmo.

— Que tal tomar um café para relaxar?

— Agora?

— Sim. A menos que você esteja muito ocupada...

— Acho que não faz mal deixar isso aqui um pouquinho.

O homem sorriu e Hermione também.

— Então vamos?

— Claro. — Pegou seu casaco. Começava a ficar frio lá fora.

Os dois saíram juntos.

— Eu gosto muito de uma cafeteria trouxa. Você não se importa, não é?

— Por que me importaria? Meus pais são trouxas.

— É mesmo. Esqueci. — Os dois riram. — Então vamos lá?

— Claro.

Em pouco tempo estavam sentados à mesa. Os dois ficaram um bom tempo conversando na cafeteria. Há tempos que Hermione não se sentia bem assim. E Caleb era um cara muito divertido, além de lindo, é claro.

— Eu preciso ir. Meu filho deve estar me esperando.

— Tudo bem. Não faça ele esperar — disse sorrindo.

— Nos vemos amanhã?

— Claro.

Cada um seguiu seu caminho. Quando Hermione chegou em casa, Ethan veio correndo e pulou no colo dela.

— Você demorou! — Brigou com ela.

— Desculpa, filho.

— Onde você estava?

— Fui tomar café com um amigo — respondeu à pergunta da mãe.

— Que amigo?

— Um amigo do trabalho...

— Só café?

— Comi uns biscoitos também.

A mãe dela cruzou os braços.

— Mãe eu não estou saindo com ele! — Seguiu até as escadas. — Ainda... — Subiu e seguiu para o quarto.

Ethan olhou sua avó com cara de confusão.

— Não liga pra isso, meu filho. Sua mãe é doida!

O pequeno riu.

No dia seguinte Hermione foi a seu trabalho normalmente. Estava de ótimo humor. O papo com Caleb tinha animado de verdade.

Assim que entrou em sua sala, a alegria sumiu por inteira. Draco estava lá dentro sentado na cadeira esperando. Que diabos ele fazia ali?

— Você invadiu a minha sala!

— Não. Eu apenas entrei porque você deixou aberta.

Hermione pensou por um momento e lembrou que saiu tão animada com Caleb que esqueceu de trancar a porta.

— Merda! — resmungou. — Sai da minha sala!

— Por que não disse que voltou a trabalhar?

— Porque não te devo satisfações!

— Você ainda é minha mulher, sabia?

Hermione riu.

— Se você quiser a gente resolve isso também.

Draco ficou sério no mesmo instante.

— O que quer dizer?

— Chama-se divórcio.

O loiro ficou em silêncio. Ela tinha os braços cruzados o olhando cínica.

— Se você não se lembra... Divórcio bruxo não é igual ao dos trouxas.

Hermione suspirou.

— Não interessa.

— Eu não dou.

— Que merda... Por que não me deixa em paz e fica com sua vadia?

— Porque você é minha mulher.

— E se eu não quiser ser mais? — falou alto.

— Será que você pode me ouvir um minuto?

— Você já me roubou dois! — disse com raiva.

— Que merda! Fica quieta e me escuta!

— Não estou a fim! Sai da minha sala!

— Já chega! — Tirou a varinha do bolso e lançou um feitiço nela antes que conseguisse reagir.

Hermione ficou paralisada.

— Que droga será que só assim você escuta?

Só com os olhos ela mostrava o quanto estava irritada com essa situação.

— Olha... Eu fiquei sim com ela, mas... Hermione a gente estava tão estranho um com o outro. Sempre brigávamos e era normal, mas depois de um tempo só tinha brigas! Não tinha reconciliação. Você concorda comigo que tinha algo errado, certo? — Ela não respondeu por estar petrificada. — Eu estava irritado com você e por causa do filhote do Weasley e... Eu bebi nesse dia. Bebi bastante para falar a verdade. Fui trabalhar completamente bêbado. Mas eu não estava nem aí pra isso porque o que mais importava era ficar bem com você.

Os olhos de Hermione transbordavam fúria nesse momento.

— Mas aí quando cheguei na minha sala... Ela começou a dar em cima de mim quando percebeu minha fragilidade e como eu estava abalado e bêbado... Mas depois que fiz isso, senti um grande remorso.

Silêncio. Os olhos de Hermione queimavam de ódio.

— Eu fiquei com muito medo de te contar, pois não queria te perder, mas a Clara me ameaçou e disse que eu tinha até o natal para te contar, senão ela mesma faria. Eu juro que tentei contar, mas não tinha coragem. Mas eu sei que te mandaram uma carta. E sei quem foi — disse com raiva e viu os olhos de Hermione brilharem de curiosidade. — Vou te soltar, não me mate por ter feito isso. Só queria que me ouvisse.

Ele balançou a varinha e Hermione conseguiu se mexer de novo. O encarava com fúria e tinha os punhos cerrados.

— Quem mandou a carta?

— Foi a piranha da Jenny.

— Sua piranha não sabe guardar segredo, não é?

Draco revirou os olhos.

— Não era para guardar! Mas também não era pra você saber por ela! Que droga!

— Ela foi mais corajosa do que você.

— Por favor, me perdoa. — Se aproximou bastante e fez Hermione encostar na mesa percebendo que não tinha como fugir.

— Sai da minha sala!

— O que eu tenho que fazer pra você me perdoar?

— Nasça de novo!

***

Clara corria pelos corredores do castelo. Outra vez tinha feito besteira e não queria levar bronca. Muito menos que seus pais fossem avisados de sua arte. A menina entrou no salão comunal da Grifinória e suspirou. Conseguiu chegar sem ser pega.

— Você não cansa de sair na hora de dormir?

— É a hora que eu consigo... — parou de falar bruscamente.

— Que você consegue se encontrar com seu namorado mariquinha.

— Não fala assim, Alex.

— Mas é a verdade. O que vocês fazem a essa hora da noite hein?

— Isso é problema meu, não acha?

— Seu pai não gostaria de saber de uma coisa assim, não é?

— Ele não vai saber.

— Não?

— Está me ameaçando? — Se aproximou com raiva.

— Só acho que você não deve enganar ele.

— Eu não vou enganá-lo.

— Acabou de dizer que ele não vai saber.

— Isso porque sair nesse horário é errado.

— Então sair para ver o namorado, não é?

— Por que está tão preocupado com isso? — Cruzou os braços.

— Porque esse cara é um idiota e está te usando.

— Quem disse?

— Eu disse! Ele é um babaca e tem fama de mulherengo, você sabe disso.

— A gente não está namorando...

— Pior ainda, não acha?

— Eu tenho que dormir! — Saiu de perto dele e seguiu para o dormitório.

Em parte, Alex tinha razão, não sabia se nesse momento ele estava brincando com ela ou se gostava de verdade. Sabia que um dia iam namorar, mas não sabia se era agora.

Mas por que não curtir um pouco? Eles brigavam a maior parte do tempo, mas era muito bom ficar com ele.

No dia seguinte levantou, tomou um banho e seguiu para o salão. Estava cheia de fome e queria logo comer. Assim que chegou, percebeu que tinha algo errado. Todos os alunos estavam em pé e bem embolados perto da mesa da Sonserina.

— O Alex tá se metendo em encrenca! — Alyce disse afobada.

— Com quem?

— Com o Agnelo.

Clara se aproximou depressa e passou por entre os alunos para ver melhor.

— Estou avisando seu loiro metido! Se fizer algo com ela eu vou te matar!

Enrico riu debochado.

— Está com ciúmes, Weasley? Ou inveja porque eu consegui e você não?

— Seu idiota! Então é isso? Uma competição? — perguntou furioso.

— Não é. Mas você queria estar no meu lugar que eu sei.

— Se eu souber de qualquer coisa que você faça...

— Parem com isso! — Clara falou alto e só assim os dois perceberam que ela estava ali.

Todos ficaram em silêncio olhando-a.

— O que vocês pensam que estão fazendo?

— Eu estava quieto aqui. Ele que veio falar asneiras — Enrico respondeu tranquilo.

Clara não falou nada. Só agarrou o braço de Alex e puxou para longe da multidão.

— O que deu em você? Ficou louco? — falou alto.

— Só estava tentando te proteger.

— Eu sei me proteger sozinha!

— É mesmo? Não ouviu o que ele disse? Isso tudo não passa de uma competição pra ele! É assim que ele age!

Os dois falavam alto um com o outro, furiosos.

— Se meta com a sua vida!

— Tudo bem, mas não venha falar comigo quando ele te chutar! — Saiu dali andando rápido.

Clara suspirou. Que droga por que ele ficou assim tão furioso?

— Clara...

A menina olhou para quem chamou.

— Oi Alyce...

— Está tudo bem?

— Alex estava brigando com ele por minha causa.

— Eu sei... Ele anda meio frustrado ultimamente.

Clara suspirou.

— Você sabe, não é?

— De que?

— Sabe sim, Clara...

— Que ele gosta de mim?

Alyce acenou e Clara respirou fundo.

— A gente nunca daria certo.

— Como você sabe?

— Eu não sei...

— Então como pode dizer isso?

Clara ficou sem fala.

— Acho que você deveria dar uma chance a ele.

— Mas...

— Eu sei que você gosta do Agnelo, Clara, mas ele não é o melhor partido desse castelo.

— E o Alex é?

— Eu acho.

— Você está dizendo isso porque é seu primo!

— Não. Eu digo isso porque acho importante você ficar com alguém que gosta de você de verdade.

— Está certa. Mas não é legal quando você não sente a mesma coisa.

Alyce ficou em silêncio.

— Eu preciso respirar.

Saiu de perto da morena e seguiu até o jardim. Queria ficar sozinha e refletir tudo que estava acontecendo. Muita coisa para assimilar. Foi a um lado mais afastado do jardim e olhou todos os lados para ver se tinha alguém.

Quando percebeu que não tinha nada, respirou fundo e fechou os olhos. Uma luz branca começou a brilhar em volta do corpo dela. Clara pensava somente em coisas que a deixavam feliz e calma nesse momento.

Sentia uma paz envolver seu ser agora. Não sabia como e nem se era real aquilo, mas tinha descoberto isso a pouco tempo e gostava de usar para relaxar. Era como uma droga...

— Não deveria ir tão fundo assim nos poderes, menina.

Clara abriu os olhos com pressa e a luz se apagou.


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