Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 5
Faço tudo por você...




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— Acho que se daria melhor lá... As coisas que você faz são da Sonserina — disse rindo.

— É, mas...

— O que?

— Não é nada.

— Você é cheia de mistérios...

— Faz parte da minha natureza.

— Mas eu gosto disso.

Clara desviou o olhar.

— Será que ele não vai me responder? — perguntou nervosa.

— É tão importante assim?

— Muito.

— Por que não falou antes de vir?

— Porque... — Parou de falar bruscamente. Não poderia falar "porque tive uma visão e preciso avisá-lo".

— O que?

— Eu não posso contar.

— Por quê?

— É coisa de família.

— Ok...

Ficaram esperando um tempo a coruja voltar. Clara estava impaciente e andava de um lado para o outro. Enrico estava em pé encostado na parede, tinha os braços cruzados e não tirava os olhos dela.

— Que droga! Por que demora tanto?

— Calma, as vezes ele está dormindo.

— Droga... — Parou de andar e encostou na parede também.

— Olha, isso deve ser realmente importante. Eu nunca vi uma pessoa tão histérica como você está.

— É muito importante!

Clara encostou a cabeça na parede e ficou olhando o teto. Estava preocupada com o pai. Enrico se aproximou dela e colocou seu cabelo atrás da orelha. Quando fez isso, Clara olhou ele. Estava bem próximo e fez ela ficar nervosa.

— Acalme-se. Ficar nervosa não vai ajudar.

— Eu sei...

— Seja lá o que você esteja passando... Eu estou aqui para te ajudar. — Se aproximou lentamente.

— Er... Obrigada...

Enrico sorriu e continuou se aproximando. Adorava ver ela nervosa quando chegava perto assim. Clara chegou mais para trás e percebeu que a parede estava ali e ela não poderia correr.

— Faço tudo por você.

Clara o olhou surpresa. Enrico a olhava diretamente nos olhos. Não sabia o motivo, mas gostava tanto dessa garota. Por que ela? Tão misteriosa e grossa, viviam discutindo e se matando, mas ele gostava tanto.

O loiro se aproximou bastante e ficou uns segundos olhando seus olhos. E que olhos... Falavam tudo. Era um azul forte e tempestuoso, assim como ela.

Clara respirava rápido. Sabia o que ele queria e por mais que quisesse muito isso, estava com medo de fazer errado.

Enrico colocou uma das mãos no rosto dela e aproximou o seu com rapidez. Antes que Clara pudesse reagir, já tinham os lábios colados. A menina arregalou os olhos e prendeu a respiração. Seu coração estava aos pulos no peito. Não sabia o que fazer. Pensou em empurrá-lo e fazer um escândalo, mas não conseguiu se mexer.

O garoto aproximou mais o corpo ao dela e pediu passagem com a língua. Clara fechou os olhos e deixou que ele conduzisse o beijo.

Não demorou muito para aprender o que devia ser feito. Em pouco tempo correspondia na mesma intensidade que ele a beijava. Agora ele a segurava pela cintura e ela tinha os braços em volta do pescoço do menino.

Clara era incrível! Ele sempre quis beijá-la, mas nunca teve oportunidade, pois sempre brigavam ou alguém interrompia. Mas agora não tinha como alguém interromper! Foi perfeito!

Enrico a empurrou mais na parede com o corpo. Nunca quis tanto sentir uma pessoa como queria senti-la. E o beijo dela era incrível! Merlin! Ele deveria ter feito isso antes!

O menino sentiu uma coisa fazer cócegas no seu pescoço. Ele tentou ignorar e continuar beijando, mas as cócegas aumentaram. O loiro se afastou de Clara, mas não muito. Continuou colado a seu corpo. A garota respirava rápido.

Uma borboleta passou perto da orelha dele e fez desviar o olhar da menina. Enrico fez cara de surpresa. Várias borboletas coloridas voavam em volta deles. Clara engoliu em seco quando percebeu o que estava fazendo. Enrico sorriu.

— Você está fazendo isso?

— E-eu...

— É incrível!

Clara sorriu.

— Como faz?

— Eu não sei...

— Mistérios e mais mistérios. — Revirou os olhos.

— Eu realmente não sei.

— Tá bom. Mas de uma coisa eu tenho certeza...

— De que? — perguntou nervosa.

— Seu beijo é muito gostoso! — Se aproximou de pressa e a beijou de novo.

Clara suspirou em surpresa, mas o beijou de volta. Por um momento pensou que ele diria que ela não sabia o que estava fazendo.

Um barulho de asas batendo fez os dois se separarem. A coruja entrou no local com alguma coisa no bico.

Assim que Clara viu a coruja, as borboletas sumiram. Enrico se afastou para que ela pegasse a carta. A coruja se aproximou e pousou no braço da menina. Clara pegou a carta do bico dela.

— Obrigada.

A coruja fez um barulho e voou para um dos poleiros.

Clara abriu o papel e leu. Assim que terminou de ler, apertou o papel em suas mãos. Se antes foi legal ver as borboletas, agora Enrico não estava tão feliz com o que apareceu naquele lugar...

Várias abelhas grandes voavam juntas em cima da cabeça dela.

— Er... Clara...

A garota olhou assim que chamou. Enrico apontou para cima e fez com que olhasse as abelhas. A menina soltou as mãos que estavam apertadas e as abelhas sumiram.

— Desculpe... — Virou de costas para ele.

Puxa vida, ela realmente era um enigma... Mas por que ele gostava mais ainda agora?

— Está tudo bem?

Ela não respondeu e continuou de costas para ele. Enrico se aproximou lentamente, Clara estava com a cabeça baixa e não olhava de jeito nenhum. O loiro puxou o rosto dela para que olhasse para ele. Ela tinha lágrimas nos olhos.

— O que foi? — Fez carinho no rosto dela.

— Meus pais estão brigados... — disse com voz chorosa.

O loiro se aproximou e a abraçou. O que a surpreendeu bastante.

— Não fica assim... Vai tudo se resolver.

— Eu não sei...

— Ei, pensa positivo. Afinal, ninguém pode prever o futuro.

Clara engoliu em seco.

— É, não pode... — Desviou o olhar. — Melhor irmos dormir.

— Tem certeza? Por mim ficaria aqui com você a noite toda.

Clara deu um tapa no peito dele.

— Ai! Sem malicia! — disse rindo.

***

Hermione não conseguia dormir direito. Rolava na cama procurando uma posição boa e nada. Isso a tirava do sério. Não dormir por causa do imbecil do marido, ou ex-marido. Irritada, ela foi até a cozinha beber água.

Bebia água olhando o armário. Aquela casa era muito parecida com a antiga que ela morava. E aquilo fez ela lembrar a vez que ela provocou Draco e ele a pegou de jeito ali mesmo...

— Hermione?

Ela olhou para o lado assustada.

— Oi, pai.

— Está sem sono, filha?

— Sim.

— O que aconteceu com você e seu marido?

— Pai...

— Olha, minha filha... Eu sei que a vida de casado não é fácil, mas se você o ama, tem que relevar algumas coisas.

— E se for uma coisa imperdoável?

— Filha, as pessoas erram. Eu não sei o que ele fez, mas você deu chance de explicar? Porque até onde eu sei, você não faz isso...

— Pai!

— Você sabe que é verdade. Vocês têm uma família linda, Hermione. Não deixe que pouca coisa acabe com isso.

— Só que não foi pouca coisa!

— Converse e veja o que foi.

— Pai eu sei o que foi! Ele é um safado nojento!

— Ele te traiu?

Os dois ficaram em silêncio se olhando.

— Não quero falar disso... — Passou por ele indo para o quarto.

— Eu também fiz isso com sua mãe.

Hermione parou e virou de frente para ele.

— Depois que você nasceu, ela só dava atenção a você e esquecia de mim. Então um dia eu conheci uma garota nova no trabalho e... Me deixei levar pelos encantos dela. Mas isso por estar carente e não ter atenção de sua mãe. Eu me arrependi muito de tudo isso.

— E você contou o que fez pra ela?

— Sim.

— Pois é, mas o Draco não me falou! Recebi uma carta contando e perguntei para ver o que ele falava. Aí ele foi e contou. E acredita que a Clara sabia dessa nojeira? — perguntou furiosa.

— Provavelmente teve medo de te contar. Eu demorei muito a fazer isso. Mas ninguém contou no meu lugar. Ainda bem, porque quando a pessoa sabe por terceiros é pior...

— E a mamãe te perdoou assim fácil?

— Não. Tive que conquistá-la tudo de novo.

— Hum... Mesmo que ele tente... Eu não quero mais.

— Tem certeza?

— Absoluta — disse de nariz em pé.

— Não seja teimosa, filha. E nem faça as coisas de cabeça quente. Escute seu coração e nada mais.

— Ouvir coração não leva ninguém a lugar nenhum. — Virou as costas e subiu as escadas.

O pai dela suspirou. Com esse jeito teimoso, com certeza sofreria muito.

***

Draco estava sentado no chão da sala. A casa estava toda quebrada. Passou o dia encarando a mesma foto dos dois.

Não sabia o que seria de sua vida agora. Ainda mais que Clara disse que ele ia sofrer. Maldita hora que se envolveu com aquela mulher! Mas a culpa não era dela, era dele! Ele que foi lá e ficou com ela mesmo tendo a melhor mulher dentro de casa. Que burro!

Um barulho na janela fez ele despertar dos pensamentos. Uma coruja marrom estava na janela. O loiro levantou de pressa e abriu. Logo pegou o papel e leu tudo.

Pai eu tive outra visão. Não queria me meter e nem falar nada, mas não posso ficar quieta quanto a isso. Sei que minha mãe já sabe de tudo e que não foi você que contou. Por isso estou mandando esse bilhete.

Não confie na sua amante! É isso que eu tenho a dizer.

E... Se cuida pai. Mesmo que agora esteja difícil, não faça nada de que se arrependa depois. Lembre-se: eu e Ethan precisamos de você...

Ele leu e releu a carta várias vezes. Amante... Aquela mulher não era amante dele! Porque geralmente os caras gostam da amante e ele tinha raiva dela nesse momento.

Mas espera... Se ela disse não confie na amante, será que ela que contou a Hermione?

Ia tirar essa história a limpo e era agora!

Saiu de casa apressado e furioso e não respondeu a carta de sua filha. Mas a coruja não foi embora. Ficou na janela esperando. O loiro sabia que a mulher ficava em um bar trouxa bebendo cerveja toda noite.

Assim que a viu, sentiu seu sangue esquentar. Em poucos segundos estava ao lado dela.

— Foi você, não foi?

— Eu o que?

— Que contou a ela.

— Não é legal enganar as pessoas, sabia? — perguntou cínica.

Draco colocou as mãos na mesa e se aproximou dela a encarando com fúria.

— Não deveria ter mexido comigo, sabia?

— Mas você gostou do que aconteceu entre a gente. — Sorriu maliciosa.

— Gostei tanto que agora troquei a Hermione por você, não é? — perguntou sarcástico.

— Você só não fez isso por causa dos filhos. Mas eu já resolvi o problema... Agora é só me levar pra casa, senhor Malfoy. — O puxou pela camisa pra mais perto dela.

— Ficou louca? Acha que eu ficaria com você? Que trocaria a Hermione por... você? — Riu histericamente. — O que aconteceu foi um puta erro! Eu estava nervoso, tenso e bêbado. Porque para ficar com você só bêbado mesmo, né?!

A mulher o encarou com fúria.

— Você ainda vai ser meu, senhor Malfoy.

— Pago para ver!

A mulher sorriu.

— E não chegue perto da Hermione, pois se chegar eu te mato! Entendeu? Volto pra Azkaban numa boa.

A mulher engoliu em seco.

— Não precisara me matar. Vai implorar para me ter.

Draco riu debochado.

— O recado foi dado. Se chegar perto da minha família, será uma mulher morta!

Foi embora andando rápido.

A mulher sorriu sozinha olhando-o sair de perto. Seu plano funcionava bem.

Assim que chegou em casa, Draco viu a coruja ainda no mesmo lugar. Só assim percebeu que não tinha respondido sua filha e do jeito que ela era, estava esperando a resposta e poderia ser pega por estar fora da cama.


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