Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 1
Quatro anos Depois




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Hermione se apressava em arrumar Ethan, seu filho mais novo. O menino tinha quatro anos de idade, era loiro e tinha olhos claros, assim como o pai.

— Draco pega aquela blusa pra mim?

Em pouco tempo a roupa veio voando em direção a Hermione.

— Eu disse pegar!

— Eu peguei.

Hermione revirou os olhos.

— Levanta logo, Draco!

— Que coisa chata! Toda vez é a mesma coisa, pra que a pressa? — perguntou irritado.

— Então fica ai! — disse alto e saiu do quarto levando o menino.

Draco respirou fundo.

Hermione desceu as escadas da casa e seguiu até a sala. Clara estava lá sentada no sofá esperando.

— Cadê meu pai?

— O que você acha? — perguntou nervosa.

A menina revirou os olhos.

— Não precisa se estressar! Vamos chegar a tempo.

Hermione suspirou.

Era o aniversário do filho de Rony e Hermione estava histérica, pois eles precisavam chegar antes do menino. Era surpresa e ela não queria estragar tudo.

Minutos depois Draco apareceu. Estava de cara amarrada. Além de ter que ir de encontro ao Weasley, Hermione ainda ficava apressando-o, coisa que ele odiava.

— Vamos logo! — disse seco.

Clara suspirou e Hermione ficou séria.

— Vamos pelo menos fingir que está tudo bem? — perguntou a menina.

— Vamos.

Em pouco tempo chegaram à toca. Depois de todos esses anos, Draco virou amigo de Harry e Gina, ainda mais por tudo que eles ajudaram quando ele precisou. E claro, Hermione nunca o deixava esquecer disso. Até com os pais de Gina ele se dava bem, mas com Rony ele não conseguia, pois sabia que um dia, no passado, ele tinha beijado a mulher dele!

— Que bom que chegaram! — disse Molly abraçando todos.

— Chegamos a tempo, né?

— Sim. Ele ainda vai demorar um pouquinho.

Clara olhou a mãe com as sobrancelhas levantadas.

— Você precisa aprender a acreditar em mim...

— Eu acredito, minha filha, mas fiquei com medo de estragar a surpresa.

— Mas eu disse que ia dar tempo, mãe.

— Tudo bem. Desculpa...

— Agora vai lá fazer as pazes com meu pai — disse pegando o irmão dos braços da mãe.

— Agora não. — Saiu de perto dela e foi conversar com a Gina.

Clara respirou fundo.

— Mamãe boba — disse o pequeno.

— Concordo.

Hermione se aproximou de Gina, que a olhou de cima para baixo.

— Você não cansa de brigar com seu marido?

— Quem disse que briguei com ele? — perguntou cruzando os braços.

— Sua cara amarrada e a dele falam muito por vocês — disse rindo.

— Vai a merda, Gina!

— Sério, não sei como vocês não explodiram aquela casa ainda.

— Agora eu sei pra que ele comprou uma casa tão grande...

— Pra que?

— Para cada um ficar de um lado quando brigamos.

Gina explodiu em gargalhadas enquanto Hermione a encarou com fúria.

— É uma bela razão.

— Chega de falar disso! — disse alto.

Quando Gina ia soltar mais uma piadinha, Rony apareceu e falou para todos ficarem em silêncio, pois o menino estava chegando. Todos os convidados pararam de falar no mesmo instante. Aquela pequena casa estava bastante cheia, devido a todos terem que ficar ali dentro escondidos.

Em pouco tempo a porta abriu e todos gritaram surpresa. O menino arregalou os olhos e logo em seguida sorriu.

Alex era um garoto muito bonito. Tinha olhos verde claro e era ruivo com o pai, o jeito de ser era bem parecido também.

Todos cumprimentaram o menino e finalmente puderam sair da toca, a festa ia ser ao lado de fora porque assim caberiam todos e não ficariam como sardinhas enlatadas.

Draco ficou a maior parte da festa com cara amarrada e longe de todos. Odiava quando brigava com Hermione, ainda mais por coisas idiotas como a de hoje. Mas ela era teimosa e não dava o braço a torcer para pedir desculpas. E isso sempre fazia os dois ficarem distantes, pois ele também não pedia nada.

Clara, Alex e Alyce — filha de Harry e Gina — estavam em um lugar separado dos adultos. Ethan estava junto com eles e brincava com Alyce.

— Acho que esse ano arrumo uma namorada — disse olhando Clara.

— Boa sorte. Pra alguém ficar com você, tem que ser realmente retardada...

Alyce deu uma risadinha e Alex ficou sério.

— Pois eu vou te provar que vai ser fácil.

— Tudo bem.

— Não se esqueça que ela sabe do futuro, Alex. Pode saber que você não vai encontrar nada e falou isso.

O ruivo encarou sua prima com fúria.

— Não me interessa o que ela sabe de futuro! Eu posso mudá-lo.

— Então mude — disse Clara. — E Alyce, ele vai arrumar sim. Só que não a que ele está pensando — disse olhando os olhos dele.

Alex desviou o olhar. Não gostava quando ela falava assim, pois parecia que sabia da sua paixonite por ela.

Óbvio que ele queria namorar com a Clara, ela era a menina mais bonita de Hogwarts na opinião dele. Mas ela parecia não dar chance a ninguém daquele castelo.

— E você Clara... Vai arrumar alguém esse ano?

Clara ficou vermelha na mesma hora.

— Isso não te interessa!

— Deve dar uma chance ao Connor, o que acha? — perguntou rindo. Connor era o filho de Neville e Luna.

— Você é um grande babaca, sabia?! O Connor é um amor.

— Então fique com ele!

— Vai a merda garoto!

Saiu de perto andando rápido. Alyce deu uma risadinha e Alex a olhou.

— Se você quer conquistá-la, deveria parar de irritá-la.

Alex saiu de perto da prima para não ter discussão. Já tinha falado mil vezes para não falar nesse assunto assim, pois ela poderia ouvir. Mas sua prima era teimosa e sempre soltava umas piadinhas sem graça sobre esse assunto.

Clara andava rápido pelo lugar. Alex a tirava do sério com seu jeito imaturo de ser. Ela viu seu pai sentado em uma das mesas sozinho e se aproximou.

— Está tudo bem?

— Sim.

— Mesmo?

— Sim.

— Sabe que quando você só responde "sim", é porque é não, não é?

Draco ficou em silêncio.

— Não liga pra mamãe, pai. Sabe que ela é histérica com algumas coisas.

— Sim e você sabe que eu não tenho muita paciência...

Clara engoliu em seco.

— Posso falar uma coisa?

— Pode. — Olhou sua filha finalmente. Estava olhando o nada enquanto falava com ela.

— Se você fizer o que tem em mente... Vai sofrer bastante.

Draco ficou em silêncio. Como essa menina sabia o que ele estava pensando?

— Como sabe o que penso? Achei que só via o futuro...

— E só vejo mesmo.

— E o que você vê para me falar isso?

Clara suspirou.

— Tem dois futuros para você. Mas eu não sei qual vai se realizar.

Os dois ficaram em silêncio por uns segundos se olhando.

— E são ruins?

— Um deles sim. Como eu disse, você vai sofrer bastante.

— Me conte.

— Não posso...

— Por quê?

— Você quem tem que decidir, pai. Não posso ficar interferindo na vida das pessoas com minhas visões.

— Está certa.

— Mas pensa bem.

— Vou pensar.

Clara se aproximou e o abraçou. Draco beijou a cabeça dela. Os dois ficaram em silêncio na mesma posição. Em pouco tempo Draco olhou para o lado ao sentir alguém puxar sua calça. O loiro pegou seu filho no colo.

— Estava sozinho?

O menino acenou. Draco olhou Clara com o rosto sério.

— Ele estava com a Alyce! — Se defendeu antes de receber um sermão.

— Lyce disse que o Alec gosta da Clara...

Clara arregalou os olhos quando o menino disse isso batendo palmas. Draco olhou para a frente com um olhar de fúria.

— Ele gosta da sua irmã?

— Pai não liga pro que ele diz. Ele não sabe o que está falando.

— Aquele filhote de Weasley já te falou alguma coisa, Clara? — perguntou visivelmente nervoso.

— Não, pai.

— O que mais eles falaram, Ethan?

— Que ele tem que conquistar ela.

Draco levantou da mesa com fúria.

— Pai, por favor! — pediu, mas ele não escutou e entregou o pequeno a ela. Logo estava indo em direção ao Alex.

— Seu linguarudo! — falou com o pequeno, que deu língua para ela. A menina seguiu seu pai em passos rápidos.

Assim que Draco se aproximou, colocou Alex contra a parede. O garoto levou susto e nem reagiu, só ficou o olhando assustado.

— Escuta uma coisa moleque! Não se atreva a dar em cima da minha filha está me entendendo? Se te ver em cima dela, te capo! — disse furioso.

— Pai... Solta ele, por favor... — Clara pediu nervosa.

Ethan estava no colo dela agarrado em seu pescoço. Estava assustado com o jeito do pai.

— O que você está fazendo? — Hermione se aproximou e tirou as mãos dele de Alex.

— Só estou dando um aviso.

— Ficou louco? — falou alto.

— Estou muito normal! E o recado foi dado! — Virou as costas e saiu de perto.

Todos na festa olhavam a cena. Hermione pediu desculpa a todos e foi atrás de Draco.

— O que deu em você?

— Não quero aquele garoto dando em cima da minha filha!

— Draco não é você que escolhe os namorados dela sabia?

— Namorados? Tem mais? — perguntou alto. Hermione suspirou.

— Não tem, Draco, mas quem vai escolher é ela e não você.

— Aquele garoto não! — gritou.

— Por que não?

— Porque eu não quero!

— Você não tem que querer nada! É a Clara que escolhe! — falou alto.

— Mas eu não deixo e ponto final!

— Você não pode mandar no coração da sua filha. Se ela se apaixonar, vai ficar com quem quiser.

— Não enquanto eu estiver vivo!

— Deixa de ser ridículo, Draco! — falou alto. — Quando você era mais novo traçava todas as meninas de Hogwarts e sua filha não pode namorar um garoto?

— Não pode!

Hermione passou a mão no rosto com raiva.

— Acho melhor irmos embora.

— Concordo!

Hermione saiu de perto dele andando rápido e em pouco tempo voltou com Ethan nos braços. Clara vinha logo atrás.

— Vamos — disse seca.

Assim que chegaram em casa, Clara seguiu para o seu quarto sem falar com ninguém. Hermione deixou Ethan no quarto dele e voltou para sala, onde Draco estava andando de um lado para o outro feito louco.

— Draco você precisa...

— Eu não quero discutir agora! — cortou com arrogância.

— Mas você não pode...

— Eu disse que não quero discutir! — falou alto.

— Ok. — Virou as costas. Draco respirou fundo.

— Hermione...

— Não quer discutir, esqueceu? — Subiu as escadas.

— Merda! — falou sozinho.

Draco passou a noite em outro quarto. Sempre que discutiam ele dormia sozinho. Sentia falta de quando eles brigavam e faziam as pazes na cama... Por que aquilo mudou? O que ele estava fazendo de errado? Era tudo tão gostoso e agora...

E por que diabos a Clara falou aquilo para ele? Agora não sabia o que fazer. Ainda mais que um dos futuros não era bom.

— Porcaria! — reclamou sozinho.

No dia seguinte nem levantou da cama. Ficou pensando o que faria para resolver essas coisas que estava passando com Hermione.

Hermione escutou um grito seguido por um choro e levantou da cama com pressa. Assim que Draco escutou, também levantou. Os dois correram para o quarto de Clara.

A menina se contorcia em cima da cama e chorava, mas estava dormindo.

— Clara... Filha acorda... — pediu Hermione sentando na cama.

Draco se aproximou e ajoelhou em frente a menina. Clara abriu os olhos e suspirou aliviada.

— O que foi, filha?

— Não foi nada...

— Como não foi nada, Clara? — Hermione perguntou preocupada. — Você estava gritando! O que você viu agora?

Clara engoliu em seco enquanto os dois a encaravam sérios.

— Eu não posso dizer.

— Quem disse que não pode? — Draco perguntou.

— Eu estou dizendo.

— Pois eu quero saber — disse Hermione.

— Não.

— Clara...

— Mãe eu não vou dizer!

— Só diga se é ruim ou bom... — Hermione olhou Draco, que estava a olhando.

— Depende do que você deseja — disse olhando o pai.

O loiro engoliu em seco.


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