Cuidando de um Malfoy - Dramione - 2 temporada escrita por Jéssica Amaral


Capítulo 2
Eu sei o que você fez!




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Depois que Clara tinha dito aquilo, eles não perguntaram mais nada. Hermione não entendeu o que ela quis dizer, mas sabia que aquilo tinha sido para o Draco.

Passou o dia todo pensando no que poderia ser, mas o Draco ficou fora de casa o dia todo e ela não teve oportunidade de perguntar. Sabia que sua filha não ia falar nada, então teria que perguntar ao loiro o que significava aquilo.

— Mamãe... — Ethan apareceu no quarto.

— Oi, filho.

O pequeno se aproximou e subiu na cama com certa dificuldade, já que era alto para ele.

— Papai ficou bravo por minha causa.

— Não foi por sua causa, amor. Seu pai que é... Explosivo mesmo.

— Ele estava bravo.

— Estava, mas já passou, tá bom?

O pequeno concordou com a cabeça.

— Vem cá, vem... — Esticou os braços para recebê-lo.

O loirinho se aproximou e deitou em cima de Hermione, fazendo ela rir.

A noite Draco chegou finalmente em casa. O loiro foi direto para o quarto do filho e deu um beijo nele. O pequeno dormia todo esparramado na cama. Depois foi ao quarto de Clara, mas ela não estava dormindo como o irmão.

— Posso entrar?

— Claro.

Draco entrou no quarto e fechou a porta. Depois se aproximou e deu um beijo na cabeça de Clara.

— Está tudo bem?

— Sim.

— Mesmo?

— Sim.

Clara cruzou os braços e Draco suspirou.

— Você não entenderia.

— Será?

Os dois riram.

— Pai eu sei que vocês estão em crise no casamento, mas... Vocês se amam e isso é fato. Você não pode deixar essas brigas abalarem. Acredita em mim, vai ser pior...

— O que você viu no sonho?

Clara ficou em silêncio olhando o pai.

— Não quer me contar também?

— O que eu vi, não gostei nem um pouco — disse séria.

— Por quê?

— Deixa pra lá. Só te peço que pense no que eu disse.

— Tudo bem...

Hermione ouvia a conversa dos dois atrás da porta. Ela também não sabia o que tinha acontecido para os dois terem se afastado dessa forma, mas também não sabia o que fazer em relação a isso. E agora com esse suspense todo que envolvia ele, ela estava preocupada.

Voltou para o quarto pensativa. Tinha uma coisa incomodando-a, uma sensação ruim no peito... Deitou na cama e ficou olhando o teto. Que merda era essa que eles falavam? E por que tinha essa sensação ruim lhe incomodando?

Estava tão concentrada nos pensamentos que nem viu Draco entrar no quarto, só percebeu quando ele deitou por cima dela.

Os dois ficaram se olhando por um tempo, até que o loiro se aproximou e a beijou nos lábios. As mãos de Hermione foram direto para os cabelos dele, onde apertou um pouco.

O beijo era intenso e desesperado.

Draco enfiou a mão por baixo da blusa de Hermione e apertou cintura dela fortemente. Hermione suspirou. Com a outra mão ele puxou o braço dela para cima e depois o outro, colocando-os em cima de sua cabeça e segurou os pulsos com força. Sem perder tempo o loiro subiu a mão que estava na barriga e acariciou o seio dela, massageava com gosto e apertava levemente quando ela gemia seu nome.

Hermione colocou as pernas em volta da cintura dele e o fez arfar quando as intimidades se chocaram. Ainda estavam de roupas, mas era visível o desejo dos dois.

Se apressaram em tirar as roupas e quando sentiram a pele um do outro, foram quase ao êxtase antes da hora.

Hermione o apertava com força e quase gritava com os movimentos e carícias do loiro. Ele estava diferente... Há tempos não pegava ela de jeito assim na cama.

***

Sentiu um peso sobre si e abriu os olhos. Já estava de manhã e Draco beijava levemente suas costas.

— O que foi isso de ontem à noite? — Virou de frente pra ele e percebeu que seus olhos foram direto aos seios que estavam descobertos.

— Apenas a gente fazendo amor como antigamente... — Beijou um dos seios e fez Hermione fechar os olhos.

— Draco... — perdeu a voz quando ele sugou com vontade.

— Hum...

— O Ethan pode aparecer...

O loiro a beijou nos lábios para que parasse de falar.

— Dra-aco... — tentou falar, mas ele apertou a cintura dela com força fazendo gemer.

— Fica quieta... — sussurrou e a beijou de novo.

Em pouco tempo estavam rolando nos lençóis da cama como se nunca mais fossem fazer isso de novo.

Quando terminaram, deitaram na cama um do lado do outro. Respiravam ofegantes e olhavam o teto.

— O que aconteceu com a gente?

— Eu não sei. Acho que depois que o Ethan nasceu ficamos ocupados com cuidar dele e...

— Ficamos? — Draco perguntou com uma sobrancelha levantada.

— Desculpa...

O loiro se aproximou e a envolveu em seus braços.

— Eu entendo que as crianças precisam de atenção, Hermione, mas eu também preciso. — Fez biquinho.

Hermione sorriu e acariciou o rosto dele.

— Estou falhando na missão de cuidar de você, não é?

O loiro concordou.

— Sinto muito...

— Eu sei que fez isso pensando no melhor para os nossos filhos, mas não esqueça que estou aqui também. — Se aproximou e a beijou.

— Me faz lembrar me pegando assim todo dia... — disse mordendo o lábio.

Draco sorriu safado.

— Pode deixar comigo!

Os dois riram.

Desceram para comer e encontraram Clara sentada à mesa na sala de jantar, a menina alimentava Ethan, que fazia caretas com a comida.

— Anda logo! Come!

— Nããão! — o menino esperneava e empurrava a mão dela.

Clara respirou fundo. Enquanto estava tentando fazer seu irmão comer e não conseguia, começou a ficar nervosa e várias abelhas apareceram no lugar.

— Clara!

As abelhas sumiram no mesmo instante em que escutou a voz de repreensão de sua mãe. Hermione a olhou com os braços cruzados.

— Estava tentando dar comida a ele, pois não parou de reclamar de fome a manhã toda — disse emburrada.

— Comida ruim! — reclamou o pequeno.

Clara o encarou com fúria.

— Seu ingrato!

— Ei, parem com isso! — Draco repreendeu.

— Isso é jeito de tratar seu irmão? — Hermione se aproximou e pegou pequeno no colo.

— Ah de nada por não deixar ele atrapalhar vocês! — Saiu da sala pisando forte.

— Que merda...? — Draco falou de boca aberta.

— O que será que deu nela? — Hermione perguntou confusa.

Draco deu de ombros.

— Estou com fome — Ethan reclamou.

— Eu vou lá falar com ela.

Draco subiu as escadas e seguiu em direção ao quarto de Clara. Por que diabos ela respondeu daquela forma? Ela nunca falou assim antes... Muito estranho. O loiro levantou a mão para bater na porta.

— Entra, pai.

Draco deu uma risadinha e abriu a porta. Como ela sabia?

— O que aconteceu hein?

— Senta aí. Vamos conversar — disse séria.

— Isso é jeito de falar com seu pai?

— Eu sei o que você fez!

Os dois ficaram em silêncio. Draco a olhava de olhos arregalados e ela o encarava séria.

— Como assim?

— Não se faça de desentendido, você sabe do que estou falando.

— Clara... — Entrou e fechou a porta. — Você precisa entender...

— Eu não tenho que entender, pai e muito menos aceitar. Estou pensando seriamente em contar pra mamãe.

Draco sentiu o corpo gelar.

— Por favor filha... Não faz isso. Não agora que a gente está se dando bem de novo.

— Você acha certo isso?

— Não acho. Foi um erro, minha filha. Agora eu sei... Por favor, não conte.

— Tudo bem. Eu não conto.

Draco suspirou aliviado.

— Você vai contar.

O loiro ficou pálido.

— E-eu?

— Sim.

— M-mas...

— Se você não contar eu conto.

— Não ameace seu pai, Clara!

— Você está errado e sabe disso!

Draco colocou um feitiço contra sons no quarto.

— Eu não posso fazer isso!

— Eu disse que você tinha dois futuros e você não me ouviu... Agora aguenta.

— Olha como fala comigo! — disse alto.

— Eu te admirava sabia? Mas agora... — Desviou o olhar.

— Agora o que? — Ouvir sua filha falar assim partiu seu coração.

— Estou com muita vergonha de ser sua filha.

Draco arregalou os olhos.

— Você tem até o natal para contar. Agora me deixa sozinha. — Virou de costas para ele.

Draco saiu do quarto e seguiu para o seu. Assim que entrou, fechou a porta e se encostou nela. Sentia seu peito apertado, como se algo esmagasse seu coração. Tudo isso por ter ouvido tais palavras de sua própria filha e por tudo que tinha feito.

Que burro que ele foi!

***

Os dias passaram e chegou a hora de Clara voltar a Hogwarts. Como em todos os outros anos, Hermione e Draco estavam na plataforma esperando o trem que a levaria.

Desde a conversa que teve com o pai, Clara não falava direito com ele, só na presença de Hermione para disfarçar, pois sabia que sua mãe era inteligente para descobrir algo errado.

— Vou sentir saudades — disse abraçando a filha.

— Também vou, mãe.

— Nada de aprontar hein!

As duas riram.

— Vou tentar.

— Merlin! Você deveria mesmo ter ficado na Sonserina!

— Estou bem na Grifinória.

— Eu sei — disse sorrindo. — Se cuida, viu? E me conte as novidades.

— Pode deixar.

Draco se aproximou dela.

— Toma cuidado com os gaviões que tem por lá...

Hermione e Clara riram.

— Tudo bem. — O trem fez barulho mostrando que ia sair. — Vejo vocês no natal. — Encarou Draco. O loiro desviou o olhar.

— Até minha filha — Hermione se despediu.

— Tchau Clara — Ethan balançou o bracinho na direção dela. Clara lhe deu um beijo no rosto e depois seguiu até o trem.

— Por que ela te olhou daquele jeito?

— Que jeito? — perguntou tenso.

— Não sei... Pareceu querer te lembrar de algo... — disse desconfiada.

— Você está vendo coisas. Não é nada disso.

— Tá bom.

***

Clara andava pelo trem procurando uma cabine para sentar. Distraída, olhava os bancos e estavam todos cheios. Ela esbarrou em alguém e quase caiu, mas a pessoa a segurou.

— Olha só...Se não fosse por mim...

— Eu não teria batido e machucado meu ombro — disse com a mão onde foi a pancada.

— Machucou muito? — Se aproximou e fez a menina se afastar um pouco.

— Não. Eu tenho que ir. — Se afastou dele indo embora.

— Na minha cabine tem vaga...

Clara olhou para trás. Os olhos verdes penetrantes a encaravam de um jeito sedutor.

— Legal. — Virou as costas e continuou andando.

O loiro sorriu olhando-a sumir do corredor.

Clara andou um pouco e suspirou derrotada. Não encontrava uma praga de cabine com vaga para sentar. Maldita mania de demorar a entrar no trem! Sempre ficava sem um lugar decente.

Quase que se arrastando, Clara seguiu até a cabine de Enrico. Ao chegar, parou na porta olhando o loiro. Ele estava sentado de um jeito folgado e a olhava com um sorrisinho cínico. Ela revirou os olhos.

— Posso?

— Deve.

Depois de um suspiro profundo, Clara sentou de frente para ele.

— Está tudo bem com você?

— Por que a pergunta?

— Você é muito estressadinha sabia?! Só perguntei porque você parece abalada...

Clara desviou o olhar.

— Não importa.

— Hum... Então tem algo... Não me diga que o Weasley te fez alguma coisa?

— Não fez.

— Entendi.

Os dois ficaram em silêncio. Clara olhava para fora da janela. Estava com o pensamento longe. Pensava se seu pai falaria a verdade para sua mãe e o que aconteceria depois disso.

Enrico a observava em silêncio. Parecia realmente preocupada com alguma coisa. Clara limpou os olhos tentando disfarçar que chorava. Enrico suspirou.

— O que está acontecendo com você?

— Nada.

— Ninguém chora por nada.

— E se eu for uma exceção?

— Você é muito esquisita!

— Então por que fala comigo? — falou alto.

— Eu também não sei! — Levantou e saiu da cabine com raiva.

Clara fechou os olhos e mais lágrimas caíram. Que droga! Por que falou assim com ele?


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