My First Love escrita por sweetie


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Vooltei, espero que gostem... Boa leitura!



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Sherlock revirou os olhos ao ver o irmão parado do lado de fora da escola, encostado no carro, girando o guarda-chuva. Mesmo não estando chovendo, lá estava Mycroft, um idiota, balançando o objeto como se fosse a coisa mais legal do mundo.

Normalmente só o carro estaria lá, e o motorista o levaria para casa, porque “Sherlock é muito pequeno para ficar andando sozinho nas perigosas ruas de Londres.” Mas, hoje ele seria obrigado a ir para a casa dos avós, porque eles estavam com saudades do netinho querido. Mycroft provavelmente ia dizer “oi”, e inventar a desculpa que ele tinha muito trabalho para fazer, e não poderia ficar.

“Você demorou hoje, irmãozinho” disse Mycroft. “Acha que eu tenho tempo sobrando para ficar esperando por você?”

O mais novo ficou tentado em responder algo irônico, e dizer que ele ao contrário do que a sua mãe pensava, já estava grande o suficiente para ir sozinho para casa. Mas ele sabia que isso resultaria em ele sendo obrigado a pegar o ônibus escolar, e por mais que Mycroft e o motorista de seu irmão fossem irritantes muitas vezes, os seus colegas de classe eram mil vezes piores.

Sherlock entrou no carro, tentando ignorando o irmão, que foi insistente e ao sentar ao lado dele no banco de trás, continuou com o interrogatório.

“Por que demorou?”

Pelas poucas vezes que Mycroft tinha ido junto com o motorista buscar Sherlock, todas elas a pedido de sua mãe, ele perceberá que o irmão era o primeiro a sair, sempre apressado, e sempre sozinho. Uma coisa os dois tinham em comum, odiavam a escola, e as pessoas que estudavam e trabalhavam na mesma.

“Não me diga que você arrumou briga com o menino Moriarty”

“Na última vez, ele tinha roubado o meu trabalho! Eu não podia deixar que o Jim levasse crédito por algo que eu fiz”

“E, quanto as outras vezes?”

“Eu não podia o deixar ser um imbecil completo”

“Sherlock, quantas vezes eu vou ter que dizer? Nós vivemos em um mundo de peixinhos dourados, e mesmo depois de terminar a escola, você terá que conviver com todos eles. Bem que eu queria que todos fossem tão bons como eu”

Jim Moriarty podia ser um imbecil, mas ele não era um peixinho dourado. Por mais que Sherlock odiasse admitir, o garoto era inteligente, quase tão quanto ele.

“Peixinhos dourados não viram piratas”

Mycroft deu um longo suspiro, a obsessão de Sherlock com isso de piratas era uma perda de tempo. O menino tinha talento para ser tornar um gênio quando crescesse, e ele tentava o máximo que podia, para contribuir que isso acontecesse, mas sempre tinha uma parte infantil e boba que nunca saia do menino.

“Você também não vai ser pirata, Sherlock”

“Eu vou fazer faculdade”

“Para ser pirata?”

“Sim”

“Você não pode ser estúpido o bastante para achar que isso é uma profissão de verdade”

“Não importa, eu posso inventar a profissão que eu quiser”

“Aposto que sim” respondeu Mycroft, mas para si mesmo do que para Sherlock, sem duvidar que, um dia ele realmente inventaria a própria profissão, claro, não seria a de pirata.

...

Do outro lado de Londres, John gritava com a irmã pelo controle da televisão. Sua maratona de Doctor Who já tinha começado há quinze minutos, e Harry insistia que um filme idiota sobre um vampiro que brilha do sol era mais importante do que viagem no tempo.

“John, você já viu essa besteira milhões de vezes. Posso ver o Edward, por favor?” ela dizia segurando o controle no alto, enquanto o mais baixo pulava tentando alcançar.

“O Doctor é mais legal do que essa fadinha” ele disse, sem fôlego, já estava “lutando” pelo controle desde que chegou da escola.

Segunda-feira sempre era o pior dia de todos. Harry saía cedo da escola, e ele acabava perdendo metade e, algumas vezes a maratona inteira, por causa da irmã. Por que ele não tinha uma televisão em seu quarto?

“Qual é o motivo da gritaria?”

“Harry não quer me deixar ver Doctor Who”

“Eu cheguei primeiro” ela disse, deitando no sofá.

John olhou para a Sra. Hudson, ela tinha subido correndo para ver o que estava acontecendo, e ele ficou imediatamente com pena da avó, afinal, agüentar a Harry era uma tarefa difícil, até para alguém tão amável.

“Vem ajudar a vovó no Speedy’s, Joh” ela pediu, colocando a mão no ombro do garoto, que assentiu e desceu a Sra. Hudson, deixando Harry e sua expressão vitoriosa para trás.

...

Para a surpresa de Sherlock, Mycroft acabou ficando com ele durante as duas intermináveis horas na casa de seus avós. Isso teria feito com Mycroft subisse no patamar de seu irmão preferido – o que ele seria de qualquer jeito, já que Sherlock não tinha outro irmão –, só que ele estava se recusando a jogar dedução com o irmão.

“Mamãe e papai vão ficar muito zangados se souberem que nós vimos até aqui e, ignoramos completamente os nossos avós” ele começou a se explicar, o que Sherlock arquivou como uma desculpa furada. “Além disso, você não quer que sejamos forçados a vir aqui mais uma fez esse mês, não é?”

O pequeno se deu por vencido, e negou com a cabeça. Sua avó voltou da cozinha com mais biscoitos, tortas e doces, fazendo Sherlock comer até não poder mais. Não que ele não tentasse negar, mas a cara ameaçadora de Mycroft o impedia de protestar. Esse, por outro lado, não largava a comida, nem para responder as perguntas chatas da avó, e Sherlock entendeu na mesma hora o motivo dele ter ficado ali com ele.

“Mycroft, querido, você engordou bastante desde a última vez que o vi” disse a vovó Holmes, fazendo com que ele colocasse a torta na mesma hora de volta ao prato.

“Querem mais, meninos?” o avô perguntou, entrando na sala, e se juntando aos dois.

Mycroft negou com a cabeça, e Sherlock, mesmo estando completamente cheio, pediu por mais um pedaço de torta. Sorrindo, o pequeno comia enquanto Mycroft o olhava, fervendo de raiva. “Como você é infantil” ele pensava, e como se tivessem uma conexão telepatia de irmão, Sherlock respondia com um olhar atrevido que dizia “Isso é por você não ter brincado de dedução comigo”

...

John estava sentado em uma cadeirinha, no canto do Speedy’s. Ele entendia que a Sra. Hudson não devia ficar se estressando com a Harry, mas ele queria tanto ver Doctor Who, e ter que perder uma briga com a irmã era humilhante, ele odiava.

“Como foi o primeiro dia de aula?” disse a Sra. Hudson sentando-se ao lado do menino, que se lembrou das pessoas que tinha conhecido naquele dia.

“Assim que eu cheguei uma menina bonita apareceu e se ofereceu para me levar para ir conhecer a escola”

“Já fez uma amiguinha” ela aprovou, sorrindo.

“Sim, ela e o Sherlock” ele disse, pensando no menino. Ele era diferente de todos os garotos da sua idade que já tinha encontrado, mas tinha algo que fazia com que ele tivesse gostado disso, e ele não via a hora para descobrir mais sobre ele.

“Sherlock, huh? Nome diferente”

“Ele é diferente”

“Como assim?”

“Eu não sei explicar”

“Você pode convidá-lo para vim brincar com você, e eu vou poder ver esse menino diferente com meus próprios olhos”

“Pode ser” John concordou, mas duvidando se Sherlock aceitaria ou não, ou se ele iria querer brincar. Ele não parecia muito gostar disso, o que era muito estranho, já que ele tinha dez anos.

“Mas... só quando a Harry não tiver em casa” ela sorriu. “Não a queremos importunando seu amiguinho”

Ele sorriu em resposta, e observava ela se afastar para pegar alguma coisa de baixo do balcão do café. Os olhos do menino se iluminaram, e ele pulou da cadeira, ao ver o que tinha dentro da sacola que a avó trazia. Era um Box de Doctor Who!

“Meu deus, meu deus” ele correu para pegar a embalagem, mas a Sra. Hudson colocou a mão para trás.

“Não conte a Harry”

“Não conto a Harry. Prometo, só vou ver quando ela não estiver em casa. Ela é burra, não vai nem perceber que é DVD, e não a televisão”

“Não chame sua irmã de burra, John”

“Desculpa” ele disse, automaticamente. Os olhos ainda centrados na sacola.

“Divirta-se!” ela disse, entregando, finalmente, a sacola ao menino.

Não era só um o Box de uma temporada de Doctor Who, e sim, todas as três primeiras temporadas da série atual. Ele pulou no colo da Sra. Hudson, e a beijou em agradecimento. O sorriso triunfante do menino ao abrir e admirar o presente fez com que a avó sentisse que seu dinheiro não tinha sido gasto à toa. Ela bagunçou o cabelo do pequeno, e concluiu que nada se comparava ao vê-lo feliz.


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Notas finais do capítulo

John sempre teve cara de menino whovian para mim kkkk Será que tem algum fã de doctor who aí?
Digam o que acharam aí nos comentários, e um beijo para todos que estão acompanhando (até vocês, leitores fantasmas)