Promessas escrita por Nightnyu


Capítulo 16
Capítulo 16 - As lágrimas de Inuyasha


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo era para ser "As lágrimas de Inuyasha e o grito de Kagome", mas não deu para colocar completo...q



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Kagome ainda estava consciente, apesar do golpe na cabeça. Sua sorte era que o rio ainda não estava muito fundo e a correnteza não estava muito forte, de forma que ela pôde chegar até a margem e segurar-se. Porém, ela não enxergava quase nada, devido ao sangue que ainda escorria, e a chuva que não cessava.

Mas além de abrir um corte em sua cabeça, o golpe com a pedra serviu para revirar a memória de Kagome, de algum jeito. Várias imagens de um passado desconhecido vieram à sua cabeça. Elas surgiram com tanta intensidade que ela gritou o único nome que surgiu diversas vezes na ponta de sua língua, como se sempre o dissesse.

- INUYASHA! – Gritou em plenos pulmões, antes de perder definitivamente a consciência, e desmaiou na margem do rio.

Inuyasha, que apenas chorava compulsivamente, instintivamente foi levado por seu coração para o único local onde sentia-se realmente bem. O local onde conhecera Kagome. Quando aproximou-se, apesar da chuva forte, suas orelhas sensíveis conseguiram ouvir claramente um grito de socorro. Alguém chamara seu nome. Conhecia aquela voz.

Parando de chorar, o hanyou aumentou a velocidade, procurando, ansiosamente, a dona na voz que ouvira, até que viu um corpo perto da margem. Estava muito escuro, mas ele percebeu que se tratava de uma garota. Ela havia caído?

Foi até ela, segurando-a firmemente pelos ombros, e a arrastou para fora da margem, deitando-a no chão. Retirou-lhe os cabelos negros do rosto, para verificar se ela ainda respirava. Contudo, reconheceu-a no mesmo instante. A garota que havia visto do outro lado da rua. A garota que o fizera desmaiar. Kagome.

O coração do hanyou pareceu saltar dentro de seu peito. Ele esfregou os olhos para constatar que não era uma miragem ou algo semelhante, já que a chuva forte podia estar embaçando sua visão. Porém, ela havia gritado o seu nome. Tinha que ser ela.

Trêmulo e confuso, ele aproximou-se do peito da jovem, sentindo que seu coração batendo de forma acelerada e sua respiração. Porém, o rosto dela estava manchado com sangue. Preocupado, ele pegou-a no colo e a única coisa que pensou foi em levá-la correndo para sua casa.

- Kagome... você está bem? – Kagome abriu os olhos lentamente. Na sua frente havia um jovem de cabelos prateados e olhos âmbares olhando para ela. Ela já tinha o visto antes... mas onde?

- Q-Quem é você? – Perguntou, agarrando-se ao cobertor. Estava em um quarto desconhecido, ainda estava de noite. Sua cabeça doía um pouco, e logo ela lembrou-se do que havia lhe acontecido. Será que aquele rapaz havia a ajudado?

- Inuyasha... – Ele murmurou, levantando uma sobrancelha. Ela não havia o reconhecido?

- Como... você sabe meu nome, Inuyasha? – Ela perguntou, um pouco confusa. De certa forma, o nome dele não parecia estranho.

O hanyou ficou paralisado. Fitou a garota por um longo tempo. Era ela, sem dúvidas. A Kagome de seu passado. Mas ela não demonstrou nenhuma reação ao vê-lo ou quando ele lhe disse o nome, como se não o conhecesse. Será que Kagome tinha se esquecido dele?

- Eu... vi na sua identidade. – Inuyasha hesitou um pouco, com medo que a mentira não funcionasse.

- Ah, sim... desculpe-me pela desconfiança, você me salvou, certo? – Ela tinha uma vaga lembrança de ser carregada por ele, naquela chuva intensa. – Ai, minha cabeça... – Tentou levantar-se, mas a dor na cabeça era intensa. Sobre sua testa e cabelos, havia uma faixa.

- C-Calma, não se levante. O ferimento pode abrir. – Ele a empurrou gentilmente em direção à cama, adquirindo um tom rosado nas maçãs do rosto. Lembrou-se da noite anterior, onde ele teve que trocar as roupas molhadas da garota de olhos fechados. – T-Tem alguém pra quem eu possa telefonar? – Mudou o foco de seus pensamentos.

- Sim, ligue para a Sango, por favor. – Kagome pegou o papel e a caneta oferecidos pelo rapaz e escreveu o número de um telefone residencial.

Inuyasha foi para a sala, ainda perplexo e sem graça. Como Kagome havia se esquecido dele? Será que o passado juntos não tinha sido tão importante para ela quanto fora para ele? Mas, por enquanto, isso não era o importante. Pegando o telefone, ele concentrou-se no bem-estar de Kagome, enquanto discava o número do papel.

- Alô? – Uma voz feminina surgiu do outro lado.

- Alô, eu poderia falar com a Sango? – Ela estranhou a voz masculina. Não se lembrava de ter passado seu telefone para nenhum garoto.

- Sou eu mesma. – Ela disse. Estava com pressa, já que Kagome ainda não havia retornado.

- É que aconteceu uma coisa com a Kagome... – Ele tentou explicar-se.

- O que aconteceu com a minha amiga? – Ela saltou do sofá, imaginando o pior.

- Calma! – Ele exclamou. – Ela teve um pequeno acidente, mas não corre perigo.

- Onde ela está? – Sango mordiscava os lábios, enquanto procurava um pedaço de papel.

- Está na minha casa. Anote o endereço... – O hanyou passou o endereço. Ela estranhou o fato dele não levá-la a um hospital ou algo semelhante, mas ele estava sendo prestativo em telefoná-la. Talvez fosse algum conhecido de Kagome.

- Quem é você? – Perguntou, depois de um tempo.

- Meu nome é Inuyasha Taisho. – Ela não conhecia ninguém com esse nome.

- Tudo bem. Estou indo agora mesmo, senhor Taisho! – Ela desligou o telefone, indo para seu quarto trocar de roupas.

Inuyasha voltou para o seu quarto, e viu Kagome sentada em sua cama, olhando para ele de forma curiosa. Aquele olhar... era o mesmo de anos atrás.

- Nós já nos conhecemos? – Ela perguntou. O hanyou sentiu um aperto em seu peito.

- Não vamos falar sobre isso agora. – Contornou. – Você está se sentindo bem? – Ela sorriu docemente.

- Sim. Graças a você. Obrigada! – Ele a encarou, nostálgico. Realmente, ela não tinha mudado. Fitou as faixas na cabeça da garota, pensando na forma como a encontrou no parque.

- O que aconteceu lá no parque? Você poderia ter morrido. – Sentou-se ao lado dela, visivelmente preocupado. Ela lembrava-se claramente de Kagura e de sua atitude, mas preferiu não preocupar mais o rapaz. Ele já havia a ajudado o suficiente.

- Eu não me lembro direito... foi tudo muito rápido. – Pensando melhor sobre aquele momento, ela lembrou-se de algo curioso. – Mas me lembro de ter visto... você na minha mente, um pouco antes de desmaiar.

Inuyasha surpreendeu-se. Talvez ela se lembrasse de algo. Porém, quando ia tentar saber mais alguma coisa, a campainha tocou. Era Sango, provavelmente. Ao abrir a porta, o hanyou foi empurrado pela morena. Perplexo, observou-a invadir seu quarto como um tufão.

- KAGOME! – A garota gritou, ao ver a amiga com a cabeça enfaixada. – Está tudo bem?!

- S-Sango! – Ela abraçou Kagome com tanta força que chegou a sufocá-la. – Assim você vai me matar de vez... – Murmurou, sentindo o ar faltar-lhe nos pulmões.

- Me desculpa, Kagome! Mas fiquei tão desesperada! – Sango quase gritou. Seus cabelos despenteados a deixavam com uma aparência exagerada. Inevitavelmente, Kagome teve um ataque de risos. Inuyasha, que apenas observava tudo da porta do quarto, achou graça da situação e a acompanhou nas risadas.

- É assim, né? Eu toda preocupada e vocês dando risadas... – Ela ficou um pouco envergonhada, passando as mãos pelos cabelos castanhos. – Bem, Inuyasha... – Ela ficou um pouco surpresa por ele aparentar ser da mesma idade, além de ser um rapaz muito bonito. – Obrigada por cuidar da Kagome. Agora irei levá-la para casa.

- Certo. Tem certeza que está tudo bem, Kagome? – Perguntou.

- Sim, Inuyasha... obrigada novamente por me ajudar! – Ela levantou-se com o auxílio de Sango.

- Sem problemas. – Ele ficou um pouco incomodado, imaginando se poderia vê-la de novo. – Hey, desculpem-me se eu for muito indiscreto, mas vocês estudam por aqui? – Perguntou. Sango havia reparado que ele olhava para a amiga de forma intensa e um tanto apaixonada. Será que Kagome estava escondendo algo dela?

- Sim, estudamos na Academia Feminina, conhece? – Respondeu Kagome, distraidamente, enquanto colocava os sapatos.

- Eu estudo perto desta Academia... – Ele comentou, segurando um sorriso. Seria fácil procurar por ela.

- Sério? É um colégio misto? – Kagome iria continuar a conversa, se a amiga não estivesse com pressa.

- Bem, desculpa por interromper os pombinhos, mas o táxi está esperando lá embaixo! – Disse Sango, emburrada, enquanto terminava de pegar as coisas da amiga. Ela estava mais interessada em continuar a conversa com um garoto em vez de preocupar-se com o próprio estado. A garota de olhos azuis começou a rir mais uma vez.

- Agora vou ter que cuidar desta esquentadinha. – Brincou. – Tchau, Inuyasha! Espero vê-lo de novo! – Ela sorriu, sendo arrastada por Sango, que deu um leve aceno.

- Até! – O hanyou sorriu, sem deixar de olhar para Kagome, até que as duas garotas sumiram pelo corredor.

Após elas terem ido embora, Inuyasha sentou-se no sofá e olhou para o teto. O que tinha acabado de acontecer era real? Lembrou-se de uma frase que Kagome dissera:

“Mas me lembro de ter visto... você na minha mente, um pouco antes de desmaiar”.

Será que algo havia acontecido com Kagome? Ou será que ela realmente tinha simplesmente se esquecido dele e da promessa que fizeram? Ele olhou para a mesa, percebendo que tinha esquecido de entregar para Kagome o lenço que estava no bolso do uniforme dela. Mas sorriu em seguida. Seria um motivo para procurá-la na escola.

Ele pegou o lenço, trazendo-o para perto de seu nariz. Há quanto tempo não sentia aquele cheiro? Estava tão feliz por ter reencontrado-a, que naquele momento ele esqueceu-se completamente de Kikyou.


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