Promessas escrita por Nightnyu


Capítulo 13
Capítulo 13 - Desconfiança




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Em seu próprio apartamento, Kikyou pensava a respeito de uma coisa que havia ocorrido no momento em que ajudava Inuyasha a se equilibrar, quando ele desmaiou. Seu rosto pendeu para frente e seu boné, que sempre costumava usar – até demais, para seu gosto – caiu. Nisso, um par de orelhas animais surgiu no topo da cabeça do namorado, por entre os cabelos prateados.

Orelhas?

Ela não teve muito tempo para observar, pois Miroku rapidamente colocou o boné de volta, um pouco assustado. Mas não era a única coisa que ela achava estranho, pois Inuyasha não gostava que quando mexiam no seu cabelo ou com o seu boné, alegando que se sentia incomodado. Além disso, ele raramente aparecia sem algo na cabeça. E nesses momentos, ele pintava seus cabelos de preto, sem nenhum motivo aparente, sendo que logo voltava a tê-los prateados.

Decidiu descobrir o que estava acontecendo com o seu namorado, afinal, ele não poderia estar escondendo algo dela, certo? Na melhor das hipóteses, poderia ser um simples acessório cosplay. Será que ele sentia-se envergonhado por ser um gosto tipicamente mais feminino? De certa forma, seria até bonito, apesar de excêntrico.

Enquanto isso, Inuyasha e Miroku estavam numa lanchonete, após as aulas. Miroku, lembrando-se do ocorrido, achou que já era hora de contá-lo ao amigo.

- Cara, aconteceu uma coisa hoje de manhã... – Iniciou, levando o canudo do refrigerante até a boca. O hanyou, que comia distraidamente uma batata frita, deu de ombros.

- Sei, eu desmaiei. – Disse como se não fosse nada. O outro revirou os olhos, terminando de engolir o líquido.

- Não foi isso! Na hora que você desmaiou, a Kikyou viu... – Miroku abaixou o tom da voz. – As suas orelhas de hanyou. – Inuyasha deixou as outras batatas caírem sobre a bandeja, surpreso.

- Você tem certeza disso, Miroku? – Perguntou, colocando a mão no boné, certificando-se que ele estava bem preso.

- Sim, o seu boné escorregou... – O humano olhou em volta, preocupado. – Acho que ela conseguiu ver! – Inuyasha sabia que o amigo não tinha motivos para mentir.

- Isso vai dar confusão... vou falar com ela depois. – Murmurou, embora ainda estivesse incerto. Escondera a verdade todo o tempo de Kikyou porque tinha medo da reação da namorada. Miroku pareceu notar a insegurança do amigo, pois adiantou-se em perguntar.

- Vai contar para ela... seu segredo? – Inuyasha desviou os olhos, focando-os nas batatas fritas. Comeu algumas, antes de responder.

- Talvez. Afinal, Miroku, já estamos juntos há três anos. Mesmo que eu esteja cansado, acho que já tenho confiança na Kikyou... – Confessou. Miroku terminou de comer seu hambúrguer, lambendo os lábios e o polegar direito.

- Isso é você quem sabe. Além de mim, quem sabe desse segredo? – Perguntou. O hanyou não precisou pensar muito.

- Meu irmão, alguns antigos amigos do meu pai... – Seus olhos tornaram-se nostálgicos. – E a Kagome. – O humano levantou uma sobrancelha.

- Hã? Quem? – Inuyasha saiu de seus pensamentos, abrindo um sorriso sem jeito.

- Hm? Ninguém! Ah, e você, claro. – Tentou desconversar.

No colégio feminino, Sango estava incrivelmente se adaptando rápido. Conseguiu fazer várias amizades, e inscreveu-se em várias atividades que o colégio oferecia às alunas. Kagome, por outro lado, não era tão popular quanto Sango. Era mais reservada, e a única atividade em que se dedicava era voltada para artes.

A garota de olhos azuis estava desenhando embaixo de uma árvore, no pátio, quando apareceram duas garotas em seu campo de visão. Uma delas era alta, morena, de cabelos pretos e curtos. A outra, era pequena, como uma criança, de cabelos prateados e um olhar inexpressivo.

- Hey, você! – Disse a mais alta, numa voz autoritária. – Qual é o seu nome? – Ela deixou de desenhar para prestar mais atenção nas duas garotas.

- Kagome. E vocês? – Kagome observava as duas de forma desconfiada. Não se sentia muito bem falando com elas.

- Meu nome é Kagura. Esta é minha amiga, Kanna. – A garotinha fitava Kagome em silêncio, não fazia qualquer movimento e nem falava alguma coisa. Talvez fosse muito tímida.

- Prazer em conhecê-las, Kagura e Kanna... – Disse, abrindo um gentil sorriso, que foi ignorado pela mais alta.

- Soube que o Houjo gostou de você. – Foi rapidamente ao ponto, surpreendendo Kagome.

- Q-Quem? – Questionou, confusa. Onde ouvira aquele nome?

- O nosso professor de artes. – “Nosso”. Kagome nunca havia visto as duas na sala de artes. Não sabia como responder ao comentário, já que ainda não conhecia aquele professor. As aulas extra-curriculares só começariam na próxima semana. – Queremos te avisar para não se aproximar dele. Ele é meu. Cuidado, querida Kagome.

- Mas o que...?! – A garota observou as duas irem embora. Havia sido ameaçada por causa de um professor que nem conhecia!

- Confusão, outra vez! Kagome... por que isso só acontece com você? – Ela deitou-se na grama, deixando o caderno de desenhos ao seu lado. Olhou para o céu, pensando no que Kagura havia dito.

- E eu nem conheço esse tal Houjo... – Murmurou, desanimada.

- Mas passará a conhecer, senhorita Higurashi! – Um jovem alto e de cabelos castanhos saiu de trás da árvore, aproximando-se de Kagome com um sorriso simpático no rosto.

- AAH! – Ela gritou, levantando-se rapidamente. Um homem surgindo de repente num colégio feminino? E ainda por cima, o pátio estava vazio!

- Desculpe-me, senhorita! – Ele tentou contornar a situação, abaixando a cabeça em sinal de arrependimento. Kagome piscou várias vezes, confusa. Ele havia dito seu sobrenome. – Meu nome é Houjo, trabalho neste colégio! – Apresentou-se.

- Houjo? Você é o professor de artes? – Perguntou, tranquilizando-se.

- Sim, sou eu mesmo. – Ele voltou a sorrir.

- Ah... – Ela riu, lembrando-se do grito que dera. – O senhor me assustou um pouquinho... – Ele a acompanhou no riso, um pouco envergonhado. Olhou para o chão, vendo o caderno de desenhos aberto.

- Nossa, foi você quem fez este desenho? – Tomou a liberdade de pegar o caderno e folheá-lo, analisando os outros desenhos feitos por Kagome.

- Sim... – Ela respondeu, um pouco sem jeito. – Mas são só uns esboços... – Ele parou em um dos desenhos, curioso.

- São muito bons! Você está no clube de artes, certo? É o local perfeito para você, eu a ajudarei a desenvolver seu talento. – Ela corou um pouco pelo elogio.

- Muito obrigada, professor! – Ele sorriu, apontando para uma das folhas do caderno.

- Por que esta criança está sempre sem um rosto definido? – O sorriso de Kagome desapareceu momentaneamente. Era o garotinho de cabelos prateados que ela sempre via em seus sonhos, mas que nunca pudera ver o rosto com clareza.

- Eu também gostaria de saber... – Murmurou. Houjo estranhou a reação da aluna, então preferiu mudar o foco do assunto.

Os dois ficaram um bom tempo conversando sobre técnicas de desenhos e artistas famosos, sem perceberem que estavam sendo observados. De fato, eles haviam ficado próximos de forma muito rápida, já que tinham muitos pontos em comum.

- Kagome... eu avisei, agora irá sofrer as consequências. – Sussurrou uma jovem de cabelos pretos e olhos vermelhos, com um enfeite de cabelo em formato de pena.


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