Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 47
Clown


Notas iniciais do capítulo

Yoo! Leitores. Parece miragem, mas não é, viu. Vocês sabem, eu demoro, no entanto não irei abandonar a fic até que esteja concluída
Quero agradecer a força que você continuam oferecendo a mim, isso é muito importante, me impulsiona a prosseguir de uma forma ou de outra, mesmo a trancos e barrancos. Obrigada. Li cada comentário e pode ter certeza que irei responde-los, se não for hoje, amanhã no máximo.

Fiz com muito carinho e espero que gostem.

Em Itálico são lembranças, ok?

Boa Leitura!



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Capítulo XLVII

"A verdade é que todo mundo te machucar,

você só tem que escolher por quem vale a pena sofrer."

(Airton Sena)

Palhaça

Ao lado da porta permanecia em pé afastado de todos e principalmente do casal que em poucos minutos foi capaz de nutrir tanta raiva, culpando ambos cegamente, mesmo com a amarga consciência da sua grande parcela. No fundo, Suigetsu apenas não queria admitir que se não fosse por ele, dando corda as ideias mirabolantes e cada vez mais obcecada em fazer o amigo feliz, talvez, não teria chegado a tal ponto. Desde que Karin foi levada inconsciente para dentro não saiu do lugar, não moveu um músculo com medo de perder qualquer informação sobre o estado dela, com os olhos fixos a porta de emergência, durante as duas horas e meia que estivera ali, recusou falar com qualquer pessoa, até mesmo Mikoto que sempre o tratou como filho, ele ignorou. 

    Absorto com a impotência de não poder fazer nada além de esperar, as lembranças recentes repetiam incontáveis vezes trazendo enxurrada de sensações, tal qual foi impossível segurar as poucas lágrimas que, não se importou com quem estivesse olhando, aquela era sua rendição a tudo que tentou negar, ele não conseguia mais esconder seu coração quebrado, sua condição destroçada. Suigetsu estava desmoronando completamente assustado com a falta de notícias.  

    Quando o choro soou forte entre os soluços engasgado, os olhos daqueles que também aguardavam por respostas recaiu sobre o homem cabisbaixo aos prantos, e, em meio aqueles que titubeou sem saber como consolar, Sasuke surgiu alcançando o amigo.  

   ─ Nós não vamos perde-la… Karin…  Ela é forte - sua voz soou trêmula, arrastada, nem mesmo ele conseguirá acreditar em suas palavras - Já passou por coisa pior, então...  - tocou os ombros que balançava com os soluços e puxou para abraça-lo, não houve relutância, apenas compreensão de que eles precisavam um do outro para serem fortes - Ela vai ficar bem, cara, ela vai ficar. 

    Suigetsu nada respondeu, apenas chorou intensamente como uma criança, completamente vulnerável expôs sua dor, em meio a soluços contínuos culpou Sasuke, acusou e não mediu palavras atingi-lo. Confessou seus sentimentos e o quanto odiava vê-la sofrer sem nada poder dizer.  

    Em momento algum Sasuke discordou ou tentou argumentar, apenas ouviu do começo ao fim, sustentou o peso do amigo pelo tempo que foi necessário. Seus olhos marejaram, mas ele não derramou uma única lagrima, conteve suas emoções calado, esgotado. 

   ─ Tenho certeza que Karin é forte e vai sobreviver, ela precisa ver o quanto é amada por seus amigos - Sakura disse com tamanha ternura e confiança que, Suigetsu elevou os olhos avermelhados a procura da dona dos fios róseos - Ela é obstinada, tanto que deseja a felicidade dos outros acima da própria. E eu estarei em dívida com ela eternamente, por isso, Karin vai superar. Eu acredito nisso - seu sorriso transbordou determinação e de seus olhos irradiaram esperança.  

   ─ Eu também acredito – incapaz de discordar, sussurrou em resposta. Ao se afastar observou todos ali, preocupados; Mikoto e Fugaku, Minato, Itachi e Washu, Mebuki e Kizashi Haruno, Ori e os seguranças. 

    Ele nem mesmo havia percebi quantas pessoas estavam ali por Karin, ocupando toda recepção, fazendo barulho (Ori, Tobi e Deidara) e incomodando as enfermeiras (Mikoto) enquanto a recepcionista tentava inutilmente acalma-los. Seria cômico se a situação não fosse fatídica.  

   ─ Como aconteceu?  - indagou Sasuke num murmuro sôfrego. Tentou esconder a voz embargada, falhando miseravelmente.  

    O Hozuki cruzou os braços à medida que seus olhos fixa a porta, pensativo, fungou escolhendo as palavras para dar início.  

   ─ Não dá pra falar só de uma parte - fechou os olhos e soltou o ar, nervoso - Karin ficou maluca com a ideia toda, ela dizia que era responsável, tudo por causa de uma maldita promessa que esse merdinha nem deve se lembrar.  

   ─ Promessa? - confusa, voltou os olhos esmeraldinos à Sasuke.  

   ─ No hospital, quando Karin perdeu os pais, nos éramos crianças e eu prometi que estaríamos sempre juntos…  

   ─ Não só isso, você prometeu que iriam se casar. Uma promessa estupida que aquela cabeça de ketchup levou a sério por anos - vociferou - Pode mudar essa expressão de merda, porque Karin achava que você se sentia preso, tanto quanto ela, e quando viu que a Haruno era quem você amava… - não prosseguiu, seus nervos a flor da pele consumiam o pouco de sanidade que ainda tinha, do contrario teria seus punhos na cara de espanto do Uchiha - Nessa ideia louca sua mãe esteve ajudando - afirmou, sustentando o olhar confuso de Sasuke - E a sua - apontou para Sakura que, não foi capaz de conter a surpresa - Sua amiga loira também…  

   ─ Mamãe e Ino? - arregalou os olhos.  

   ─ Você tem um diário sobre ele, não tem? Pense um pouco - disparou, decidido a não mais compactuar com aquele segredo.  

    Sakura nada respondeu, havia tantas informações para processar, pensar e digerir, se a sua cabeça estava dando voltas, imaginava como estaria a mente de Sasuke.   

   ─ Toda essa loucura machucou apenas uma pessoa. Eu tentei para-la, juro que tentei, mas ela é teimosa e queria ir até o fim. A última carta foi entregue, Karin estava animada em finalmente ver vocês se acertarem e acabar de vez com essa babaquice. Então, tudo aconteceu rápido demais… - fungou reprimindo o choro, teria que continuar - Sakura estava prestes a cair daquela cabine, foi tão inesperado…Vi Karin correr para o outro lado pedindo ajuda e quando tentou voltar... Vocês sabem o resto - suspirou com pesar ao concluir. 

    Sasuke e Sakura permaneceram calados, perdidos em seus devaneios. Apenas a Haruno procurou conforto no calor dos braços fortes que, não moveram para retribuir em momento algum.  

   ─ Ela não foi a única ferida... - após alguns minutos de silêncio, Sasuke pronunciou, com o olhar preso a porta – Eu nunca pedi para que interferisse. Não tinham nada que responsabilizar pelo que diz respeito a mim. Sakura não foi uma escolha, ela sempre foi meu destino, e isso ninguém, nem mesmo Karin, poderia mudar.  

   ─ O QUE VOCÊ DISSE? - deu um passo a frente com os punhos cerrados, porém Sakura que permanecia entre ambos o interceptou - ELA ARRISCOU TUDO, QUIS A SUA FELICIDADE DE MERDA! - a pleno pulmões impôs sua indignação - KARIN FOI BOA DEMAIS, PARA ALGUÉM QUE SE DIZ SER AMIGO. 

   ─ Por favor senhor, isso aqui é um hospital! - repreendeu a recepcionista aturdida.  

   ─ Não, ela apenas foi idiota demais – sua voz soou firme, sem hesitação. 

   ─ Sasuke... - silabou aflita. A angustia, mesmo que escondida sob a mascara impassível, estava ali, exposta através dos olhos negrume.  

   ─ UMA IDIOTA QUE IMPEDIU SUA EXISTÊNCIA FODIDA DE IR PRO OUTRO LADO DO CONTINENTE – voltou a gritar ignorando o pedido severo de silêncio. Toda raiva que antes conformou-se em esquece-la, ao menos alguns minutos, expandiu de forma descomunal a medida que verdades eram ditas – Você nunca vai deixar de ser egoísta. Olhe a sua volta e veja quantos destruiu com as suas merdas. Meu amigo era aquele cara corajoso que enfrentou valentões para me ajudar... Não este. Esse cara que não se importa com mais nada além de uma... Uma... 

   ─ Abra a boca pra falar do meu algodão doce e eu não terei compaixão da sua alma, pivete! - sugeriu Kizashi, atento a discussão.  

   ─ Por favor acalmem-se vocês, isso daqui não é um ringue – a matriarca Uchiha, casada de assistir o sofrimento de ambos, interferiu afastando Sakura e tomando o seu lugar entre eles – Sasuke, meu filho, por favor – tornou a suplicar, vendo que ele ainda encarava Suigetsu. 

   ─ Vamos lá Sasuke - reforçou Itachi ao seu lado – Um pouco de ar puro vai te fazer bem. 

    Em momento algum voltou a pronunciar uma só palavra. Seus sentimentos comprimidos, entalados na garganta permaneceram durante o tempo que ficou calado. Guardou suas mãos no bolso distanciando à passos curtos da recepção cheia. Sem ter a menor ideia para onde ir, não esperou que Itachi o alcançasse, seus pés estariam no comando com anseio de manter-se longe o bastante.    

 

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    Quando o telefone tocou já imaginava sobre o que iriam tratar, mesmo que não estivesse de acordo, ele nada poderia mudar. Cresceu guiado para lutar, prosseguir com a arte que tornou a família Hyuuga reconhecida e sem duvida de maior influencia.  

    Desde muito pequeno sua vida resumia em proteger e estar pronto para liderar, pois sabia que a prima, cada vez mais focada em construir um futuro distante do dojo, deixaria tudo em suas mãos. Entretanto ela cresceu, encontrou alguém por quem lutar, assumiu responsabilidades grandes, seguindo o próprio instinto. Hinata mostrou-se valente, decidida e benevolente as tradições. Agora, depois de descobrir os espinhos ao qual o conselho criou uma superfície frágil para que todos pudessem viver sob suas regras, ela alcançou o ápice, era hora de abrir passagem e conceber seu caminho.  

    A partir do momento que a menininha vulnerável deixou de existir, Neji percebeu que precisava soltar suas mãos e deixa-la ir sozinha.  

   ─ Neji - abrandou.  

   ─ Hiashi-sama. Como o senhor mesmo previu, Haiato não está agindo sozinho. Todas as informações garante, apenas, o envolvimento parcial de Darin. Acredito que o conselho esteja levantando pistas propositais para culpa-lo, vendo que Kurenai não é tão fraca quanto pensavam e existe aliados determinados em provar sua inocência - relatou, pensativo.                               

   ─ Eles sabem como manipular alguém, se decidirem que Darin deve morrer farão com que pareça suicídio, alegando que a culpa o sucumbiu. E nós precisamos de Darin vivo. Leve-o para o antigo templo na floresta. Não deixe que ninguém o veja, entendido? 

   ─ Farei como me pede – consentiu prontamente – Eu... 

   ─ Não hesite, Neji. Diga de uma só vez. 

   ─ Hiashi-sama, devo me desculpar por duvidar de sua decisão, mais uma vez, Hinata é tão forte quanto o senhor - confessou sincero, arrependido - Ela enfrenta o conselho com garra, como jamais a vi fazer.Tenho certeza que o motivo não é somente o Uzumaki, Hinata cultivou afeição pelo povo.  

   ─ Hinata é melhor do que eu, minha Hime é exatamente como a mãe - alegou, deixando escapar no tom de sua voz o orgulho excessivo pela filha mais velha.  

   ─  Mieko-san sorriria satisfeita. 

   ─ Sim, ela sorriria. Neji, não deixe que minha filha saiba que estou a caminho, conto com você.  

   ─ Sim, Hiashi-sama.  

oOo    

Seus olhos abriram num rompante, assustado, vasculhou o local parcialmente escuro, procurando por uma saída, ao menos uma porta, mas tudo que viu foi velhas estatuas de buda organizadas e, provavelmente, empoeiradas. Apoiou suas mãos sobre o assoalhou para que pudesse levantar, quando sentiu seus músculos fraquejarem incapaz de sustentar o peso do próprio corpo.  

    Por um instante fechou os olhos, assimilando suas reações a um tipo de erva muito comum a qual fez com que adormecesse por longas horas; vulnerabilidade, fadiga e sede, eram consequências do uso exacerbado, provavelmente a pessoa estava com pressa e precisa ter certeza de que não acordaria tão cedo.   

    Aspirou oxigênio suficiente, reunindo forças para se sentar, ao menos, as paredes frias de tabua chacoalharam quando apoiou suas costas em demasiada dificuldade.  

    Sua única certeza era de que não sairia vivo, quem quer que fosse tinha motivos fortes, pois se não, não o levaria para tão longe do clã, um lugar desconhecido que mesmo ele, conhecedor da extensão territorial, não tinha ideia de onde estava.  

    O soar de passos dissipou o silencio mórbido, a medida que se aproximava seu coração batia freneticamente, ansioso, fincou os dedos na palma das mãos ignorando tamanha pressão das unhas que chegava a ferir.  

    Quando a porta rangeu abrindo-se por completo, a sombra daquele que se escondia desapareceu, diante da pouca luz surgiu o corpo definido e bem estruturado, cabelos presos em um coque frouxo e logo abaixo os olhos característicos, no entanto carregados por ódio.  

   ─ Espero que não esteja com medo, temos muito o que conversar – a voz que sempre soou equilibrada não havia mais resquícios de gentileza, alta e grave atingiu o outro igualmente a lamina de uma Katana. 

   ─ Eu não vou contar nad-... - antes que pudesse prever tais movimentos, recebeu o punho em seu rosto, tão inesperado que, mordeu a língua.  

   ─ Você sabia que descobriríamos o plano logo, e, também sabia que a partir do momento que tudo viesse átona, seu aliado o deixaria – caminhou tranquilamente até o lado esquerdo do quarto, com os braços cruzados nas costas, retornou, parando diante do homem que, ainda agonizava em dor – Quando fui a sua casa carregava mais certezas do que duvidas, afinal estive observando dês do enterro de Mesaren. - abaixou-se apoiando o peso na ponta dos pés e joelhos. A luz iluminou parcialmente o rosto jovem – Acha que Haiato vai mandar alguém? Que o seu repentino sumiço fará diferença? 

   ─ Você esta tão desesperado, que não percebe o óbvio – o sorriso de canto tornou-se gargalhada, seus olhos lagrimejaram enquanto segurava a barriga - Abra os olhos filho do sacrifício - debochou. 

   ─ Não coloque o nome dos meus pais nessa boca imunda! - agarrou o pescoço entre os dedos e apertou, no entanto ele não reagiu. 

   ─ Me.Mate! - soletrou, irrevogável a cooperar. 

    Neji encarou os olhos opacos encontrando um lampejo de sofrimento, havia dor e arrependido que durou poucos segundos. Seus dedos afrouxaram, tentando a oferta, levantou-se apertando os punhos, mirou em uma das estatuas de bronze e socou quebrando em pedaços. 

   ─ Eu não vou mata-lo, se é o que quer – respirou fundo e soltou o ar, buscando acalmar-se - Você viu seu irmão discutindo com Naruto, mas não interferiu, alegando que seria mais importante recorrer a ajuda quanto aos mortos e feridos... 

   ─ Eu disse? – questionou, sarcástico. 

   ─ Não houve mortos – prosseguiu, ignorando o tom divertido do outro – Onde esteve durante a invasão Darin? - elevou a voz, impaciente.  

   ─ Não recordo desta afirmação – insistiu. Levantou-se, sentindo que o efeito da erva já diminuirá, contudo seus lábios secos incomodavam. 

   ─ Pare de enganar a si mesmo – virou-se, furioso com a hipocrisia - Você sabia onde estava a Kusanagi... Mesaren estava no chão, havia desmaiado... Você poderia tê-lo salvado, Darin. 

   ─ Não diga o que não sabe – deu três passos a frente, apenas um único movimento os separava – Mesaren estava morto... FOI AQUELE MALDITO UZUMAKI – segurou a gola do Kimono para gritar a plenos pulmões.  

   ─ É o que você acredita  – murmurou sucinto – Não tenho duvida que o atestado de óbito chegou em suas mãos. Você sempre soube sobre a saúde frágil do seu irmão, por esta razão esperava ansioso por sua morte, pois quem mais tomaria seu lugar se não fosse um familiar próximo? Todavia, o conselho mudou. Haiato promoveu um acordo com os anciões, uma troca.   

   ─ Do que esta falando? Que acordo era este? - afastou-se o suficiente, dirigiu seus olhos a porta e retornou a Neji. 

   ─ Se Naruto fosse preso, teríamos que envolver a policia, por ele não pertencer ao clã não seria problema nosso. A líder estaria frágil e com certeza renunciaria – certo que era exatamente como Darin pensava, cruzou os braços satisfeito – Mas, existe um segredo que Haiato não lhe contou e seria através de alguém ingénuo que conseguiria cumprir o acordo. 

   ─ Você... Você só esta especulando... - deu um passo para trás, desnorteado - Não existe segredo algum, é um blefe!  

   ─ Diga, então, é mentira que todo conselho odeia Kurenai e com ela presa, prestes a receber o julgamento que a mataria, não facilitaria todos os meios - avançou alguns passos, encurralando Darin – Haiato não confiou em você. O plano nunca foi atingir Hinata, mas destruir Kurenai. 

   ─ Não! Eu... Ele prometeu que não machucaria, apenas queria afasta-la... Despois, quando tudo estivesse bem a soltaríamos e Kurenai veria que tudo que fiz foi para protege-la 

   ─ Abra os olhos Darin –  o empurrou contra a parede e o ergueu pela gola – Foi Haiato quem matou Mesaren. Você foi apenas usado! 

   ─ Você esta errado, completamente errado! - dirigiu os olhos marejados aquele que o segurava – Mesaren sabia de tudo – confessou num fio de voz – Foi ele quem... Quem começou tudo e eu o matei. 

   ─ O que? Está mentindo, não tem sentindo! 

   ─ Mesaren pediu para uma medica-nin preparar um elixir que o fizesse parecer que estivesse morto – murmurou, como se estivesse relembrando o exato momento – Ele pediu para que eu nunca confiasse em Haiato, se acontecesse qualquer coisa que mudasse os planos, meu dever seria levar a Kusanagi para longe. Mas... eu queria tanto ser alguém importante, só para Kurenai olhar pra mim - esboçou um sorriso triste, frustrado. Suspirou com pesar, retornando ao foco - Nós discutimos. Haiato mostrou-se egoísta, ele desejava tudo para si. Então eu tentei fugir, iria acabar com os planos, mas... - hesitou, o arrependimento nublou seus olhos – Ele tirou de mim a Kusanagi e fincou em Mesaren. Foi tudo culpa minha... Eu matei meu irmão.  

  " A espada foi retirada e posta nas mãos de Darin que, observava em choque o sangue do irmão jorrar. Tudo que começara como um objetivo para conseguir a soberania e tudo que o clã multimilionário representa, havia causado o que tanto queria; A morte.  

   ─ Esta vendo o que fez Darin, isso tudo é culpa sua - apoiou uma das mãos sobre o ombro e apontou para o corpo inerte ao chão - Siga as minhas ordens e não acabará como ele - ameaçou, sustentando um sorriso maldoso na boca. 

   ─ Acha mesmo que vou ficar calado? - sua voz soou embargada pelo choro – Esta louco! Mesaren estava fazendo de tudo por nós e você... Você o matou! - virou-se com brusquidão apontando a espada contra o pescoço de Haiato – Vou contar tudo ao conselho e você não poderá fazer nada, NADA!  

   ─ Tão ingênuo, Darin - avançou um passo tomando a espada de maneira agiu – Eu sou o conselho, se desejar acabar com sua existência... - mirou a ponta afiada diante do coração - Será apenas um a menos. Mas, acredito que mudará de ideia quando estiver ao meu lado governando... Usufruindo de todo poder. Não era o que Mesaren queria? Que você tomasse seu lugar. 

    A hesitação de Darin foi a resposta que Haiato ansiava, seus planos estariam apenas começando. 

   ─ Agora, leve a Kusanagi até o quarto do Uzumaki – retornou a colocar nas mãos de Darin. 

   ─ Se eu não fizer, o que acontece? 

   ─ A cabeça das filhas e esposa do seu irmão serão entregues na primeira hora da manhã - sugeriu friamente, sem conter um pingo de compaixão - Faço questão de coloca-las em uma bandeja. " 

    Neji permaneceu pensativo após ouvir Darin, sua testa franzia, contudo seus olhos mantinham fixos a parede, como se estivesse juntando todas as peças e somente agora tudo começasse a fazer sentido.  

    Haiato sempre soube o que queria, seu objetivo era apenas um, e ele não mediaria esforços para usar quem quer que fosse. O resultado estava ali, as cartas postas na mesa. Ele sabia que Kurenai não iria titubear, pois Naruto fora apenas a isca. O segredo da mestra era o que a impulsionava para agir, para proteger. 

   ─ Darin, está medica-nin é alguém que faria tudo pelo conselho? - perguntou, alguns minutos depois. 

   ─ Já falei mais do que deveria, descubra por si só. 

   ─ Ótimo, estava ansioso para encher sua cara de hematomas.  

    No instante seguinte ambos travaram uma luta corpo a corpo, prestes a descarregar a raiva, o ódio e o desprezo que não puderam expor a muito tempo.  

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   Médicos e enfermeiros iam e vinham de um lado ao outro e a todo momento o grupo de pessoas que ali aguardavam, reprimindo a angustia, apressava em despejar perguntas das quais nunca eram respondidas. No entanto até aquele momento tudo que sabiam era que Karin entrará na sala de cirurgia. 

    Sasuke havia retornado um pouco mais calmo, sentou-se longe e ali permaneceu calado, pensativo. Em algum momento Sakura sentou ao seu lado, deitou a cabeça em seu ombro sem nada dizer. Por mais que fosse tentador, as palavras se perdiam, um consolava o outro com o silêncio e a compreensão, apenas.  

   ─ Você não deveria estar aqui – murmurou, quase num sussurro. Seus olhos desprenderam da porta dupla, como se não houvesse mais esperança. O toque das mãos pequenas em seu rosto não deixou que continuasse a divagar em possibilidades negativas.  

   ─ Não me exclua assim. Karin é alguém importante na sua vida, então, também é para mim – declarou sincera. Uma vez todos estiveram ali por ela, lhe dando forças, acreditando que ficaria bem, agora era sua vez de fazer o mesmo.  

   ─ Não estou falando sobre Karin – carinhosamente segurou ambos os pulsos para depositar um beijo terno na palma das mãos pequeninas – Seu pai está nos vigiando há tempos, ele nunca vai gostar de mim – olhou para o casal Haruno ao longe e acenou, Mebuki correspondeu da mesma forma, no entanto Kizashi lançou um olhar assassino e silabou vagarosamente " Afaste suas mãos se não..." Fez um gesto que lhe cortaria o pescoço se fosse contrariado.  

   ─ Papai precisa de tempo para se conformar, você sabe como ele é difícil – sorriu sem graça, sabia que Kizashi Haruno jamais iria se acostumar com a ideia da sua única filhinha namorando, ainda mais sendo Sasuke.  

    Sasuke afastou as mãos para abraçar o ombro dela e traze-la mais perto, assim provocando o Haruno de formar inestimável. Aproximou a boca colando sobre o ouvido e sussurrou: 

   ─ Se ele continuar assim, como posso pedi-la em... 

   ─ Quem são os familiares de Karin Uzumaki? - anunciou repentinamente a médica. 

   ─ Como ela esta Doutora? - apressou-se Suigetsu. 

   ─ O senhor é familiar?  

   ─ Não mas... 

   ─ Eu sou tio. Minato Namikaze. Estes são amigos de Karin, estamos todos preocupados. Por favor nos informe seu estados. 

   ─ Poxa, a ultima vez que vi uma sala tão cheia foi quando Sakura entrou em cirurgia – comentou, dirigindo um olhar terno a mesma que, correspondeu. Rapidamente focou no relatório em suas – Karin bateu com a cabeça, isso provocou a perca de sangue. Estacamos o sangramento e logo fizemos a transfusão, para nossa sorte havia sangue compatível em estoque. Ela também fraturou uma costela e o braço direito e obteve alguns ferimentos superficiais na face – explicou a Senju em tom profissional, observando grande parte dos presentes soltar o ar quando concluiu – Os exames foram feitos para constatar se haveria algum rompimento, ou lesão, mas nada foi encontrado. Fiquem tranquilos, Karin foi levada para o quarto, provavelmente acordara somente amanhã.  

   ─ Graças a Deus – Mebuki e Mikoto disseram em uníssono. 

   ─ Obrigado Doutora – agradeceu Minato, por todos. 

   ─ Estou apenas fazendo meu trabalho, senhor Namikaze – assentiu em respostas. 

   ─ Karin? Eu posso vê-la? - suplicou, num fio de voz. Suigetsu estava prestes a cair, tamanho era seu alivio – Por favor? 

    A doutora analisou a sala cheia e todo problema que causaria se burlasse o horário sincronizado de visitas, contudo ela já conhecia alguns ali, como Sasuke, havia lidado com a insistência do jovem durante o tempo que Sakura esteve ali, até render-se a situação, sabia que se não permitisse assim mesmo faria.  

   ─ Tudo bem, somente uma pessoa, o restante poderá visitar apenas amanhã - alertou, impondo a condição. 

   ─ Obrigado, Dra. Tsunade – a voz firme do Uchiha quase perdeu-se em meio a euforia que ali ocorria, no entanto ela havia escutado. 

    Antes que Tsunade adentrasse novamente, dirigiu os olhos amendoados a Sasuke, sorriu e correspondeu com um leve aceno.   

     oOo     

Durante o caminho a enfermeira tagarela dizia algo sobre como aquele hospital andava cheio de deuses gregos, homens lindos que somente havia visto aos montes na tv. O homem que seguia logo atrás apenas ignorava boa parte do que era dito. Mais um corredor e a enfermeira estagnou a frente da porta e virou-se para ele antes de abrir.  

    O olhar cauteloso atingiu o Hozuki de tal maneira que por um segundo seu coração perdeu uma batida.  

   ─ Você precisa estar preparado -  a enfermeira iniciou. Ele estava prestes a abrir a boca para interrompe-la, contudo ela prosseguiu - Karin está ligada a uma máscara de oxigênio, mas não será por muito tempo, apenas até estar estável. Os fios ligados a ela são para recepção de soro e medicamentos. Ela esta um pouco pálida e há círculos escuros sob seus olhos. Saiba que Karin está indo bem, acredito que irá se recuperar logo. Pode entrar. 

    Sem qualquer hesitação entrou, ele precisava mais do que qualquer coisa constatar com seus próprios olhos que ela estava viva, que seu coração batia normalmente e cada pedacinho do seu corpo estaria perfeitamente no lugar. 

    Todavia, a imagem que preencheu seus olhos fora devastadora. 

    Sim, ela esta viva, mas completamente destruída. 

    A cama de hospital parecia querer engolir o corpo frágil, mostrar que aquele era o único resultado que ela poderia receber, sozinha, indefesa... ferida.  

    Suigetsu aproximou-se da cama para acolher a única mão livre e leva-la aos lábios em um doce beijo cálido. 

   ─ Olha onde sua loucura a trouxe – murmurou, afastando alguns fios vermelhos que caia sobre os olhos - Não se preocupe ketchup, eu vou cuidar de você - carinhosamente depositou um beijo sobre a testa pálida selando sua promessa. 


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Notas finais do capítulo

Ai que medo >.<
Qualquer duvida pode perguntar a vontade, ta bom fofuras.

E eu tenho um comunicado importante: AKAI ITO ESTA PRÓXIMO DO FIM!

Quando? Como? Onde? Vocês saberão logo.

Música de hoje: Clown - Emeli Sandé.

Beijos ♥