Keega no Mirai - O Passado Volta dos Mortos escrita por Jaoruega


Capítulo 4
O Vento


Notas iniciais do capítulo

Um capitulo pequeno antes de ir dormir. Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570121/chapter/4

O vento... ah, esse vento! O único que tem várias personalidades, um amigo que afaga o seu cabelo, um namorado que esfria as noites mais quentes, um pervertido que levanta as saias das mulheres, um gatuno que produz a trilha sonora perfeita para o momento de "invasão de propriedade"... Ah, esse vento! Pode-se sentir os corpos tremerem com o seu toque, arrepiar com sua doçura na calada da noite. E, naquele anoitecer miraiano, embelezava a cena que corria no fatídico festival agora, acariciando o vestido branco da dama se apresentava.

Aosora Assumi tamborilava seus dedos pela flauta, promovendo um som doce e rítmico que abraçava a colônia. Seu cabelo solto e liso era acariciado pelo pervertido vento, que o jogava para lá e cá, alisando-o, beijando-o, seduzindo-o de todas as formas. Esta força da natureza apenas fazia com que os espectadores, sem exceção, definissem que a garota era a Julieta e o instrumento, o seu Romeu. Os dois eram um só.

Todavia, um homem sentia ódio daquela garota ou talvez não seja esse o adjetivo correto. A desarmonia dos dois era evidente... opa, esta pessoa é uma exceção. Uma desatenção do autor e quase que mentiras foram escritas.

Esse homem é Utiyama Hiroshi, o patriarca de uma das grandes famílias de Keega do Futuro. O modo de como a garota lembrava a sua avó, Kaya Aosora, só dava mais motivos para o coração daquele idoso regar a semente do repúdio. Ora, pode-se ficar curioso quanto aos outros motivos dele, contudo, grossos portões de grafeno postavam-se em alerta contra intrusos.

Tendo a apresentação acabado, os Aosora, Kara Aosora, a mãe, e os primos foram parabenizar o talentoso membro da família. Porém, para a surpresa de todos, a felizarda sumira do local da apresentação.

Ora, ora, não é de se espantar que a garota já tivesse sumido. Afinal, tinhas assuntos a acertar com um certo miraiano.

O Festival do Décimo Ano da Fundação de Keega no Mirai era enorme, ocupava setenta porcento da cidade-colônia miraiana. Havia principalmente barraquinhas de jogos e dangos, o que sempre levava a pequena população a passar a madrugada ainda aproveitando aquela festa toda. E, por entre várias barracas animadas, uma jovem corria.

Então, alguém parou a corredora.

– Ei, sensação da noite, acalme-se! - disse Utiyama Tairo, sarcástico. - Me procurando?

A garota bufou.

– Mas é claro, gênio. Combinamos algo e eu espero que os Utiyama tenham palavra.

Ele riu, mas com um tom sombrio circundando sua voz.

– Eu gostaria... se você soubesse, gostaria também que não tivéssemos.

– Então, me diga o que é.

– Só saiba que eu não tive participação nenhuma na maquinação desse plano...

Diga!

– As famílias planejam se unir. Ou seja, como manda a tradição, casamento.

– Entre...?

– Não seja burra.

Bem, a garota não ficou tão surpresa, na verdade. O anúncio da tortura que se abateria sobre os dois a nocauteara por dentro, sim, mas não que já não tivesse ouvido algo do tipo por esses dias. Cochichos entre as empregadas e a sua mãe, seus primos e suas risadas tímidas misteriosas.

Tairo ficou confuso com a aparente calma dela.

– Por acaso... você já sabia?

– Eu suspeitava. - ela lamentou. - E você, em momento algum, teve a decência de se postar contra?

– Não tenho muita voz naquela casa.

– Então admite ser apenas um fantoche do seu avô.

– Sim. E que tem apenas uma perspectiva de vida: crescer o bastante para lhe dar netos fortes e vigorosos. Que triste ter que decepcioná-lo quanto a última parte.

– Afeh. - murmurou, ríspida. - Tenho que fazer algo. Tenho que falar com a minha mãe. Digo, ainda temos força o suficiente, mesmo depois da morte do meu irmão, para calar a boca do seu avô.

– A esperança é a última que morre.

– Idiota. - disse, já se afastando. - Não é atoa que seu avô não lhe dá ouvidos.

E então a garota sumiu na multidão, arrebatada com as previsões do futuro.

É estranho como tudo pode mudar com uma notícia e mais estranho ainda quanto atinge apenas o seu interior. O ambiente, de animado torna-se caótico, sons de felicidade tornam-se barulhos excessivamente altos, o mundo gira a sua volta e todos os rostos lhe parece desconhecido. Contudo, nada tinha mudado realmente. Mas a sua expressão torna-se cada vez mais conturbada, até, então, desmoronar.

Uma morte repentina a frente da garota torna-se o gatinho da arma da roleta-russa que se iniciou e o vento começa a uivar, choroso.

A recém-falecida chama-se Kara Aosora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se houver alguns erros de gramática, fiquem tranquilos. Revisarei amanhã.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Keega no Mirai - O Passado Volta dos Mortos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.