Filhos do Poder – Devotas da Magia escrita por Caio Loys


Capítulo 14
Feiticeira do Sol e da Lua




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570093/chapter/14

Minha cabeça doía enquanto o mundo girava ao meu redor.

O tornado negro em que Nyx me jogara me fez sentir como se eu estivesse em uma espécie de montanha russa, girando, subindo e descendo. Meu estomago doeu; eu vi fleches de coisas distorcidas, que pareciam demônios, lutando para se libertar o que quer que os prendia ali.

E então... tudo acabou e eu me vi em um grandioso castelo medieval feito inteiramente de pedras negras e decorado com grossas tapeçarias e com duas e enormes estatuas de mármore negro de Nyx e de um sujeito de medonho de longos chifres retorcidos

– Quem é esse? – eu perguntei.

Nyx virou-se para mim e sorriu para a estátua.

– Este é Érebo, meu temeroso Guardião – ela andou até a estátua e passou a mão pela perna do mármore negro. – Ele já me protegeu de muitos perigos; podia se transformar em um grandioso e adorável cão negro. As asas de Érebo resistem até mesmo á maior das tempestades. Nem mesmo o furioso e gigantesco filho de minha irmã Gaia, o gigante Tifão, poderia vencê-lo em um combate.

– E como os deuses conseguiram?

Nyx voltou-se para mim e cerrou os olhos.

– Eles não conseguiram; tiveram que adormecê-lo e prenderam-no em um sarcófago de ouro, impregnado com os poderes imundos dos deuses da luz. Hemera e Éter nunca conseguiram achar a arma que poderia nos derrotar eternamente.

– E essa arma existe?

A deusa me olhou séria.

– Por que pergunta? Você tem a intenção de me trair, jovem feiticeira?

Engoli em seco.

– É claro que não! Não sou tão idiota a ponto de trair você... eu sei quais seriam as conseqüências para isso.

Nyx sorriu.

– Na verdade, feiticeira, as conseqüências seriam bem maiores.

Ela olhou para uma entrada escura que havia no lado oposto do salão em que estávamos.

Uma mulher graciosa e linda saiu daquela entrada; ela era perfeitamente linda, mas linda até do que uma deusa. Ela tinha cabelos negros que tinha a metade dos cabelos de Nyx e que estavam presos em uma trança grossa. Os olhos dela eram verdes claros e penetrantes, como se quisessem olhar dentro de mim. Seus lábios eram volumosos e avermelhados, como se fosse pintado com sangue seco. A mulher usava um vestido de seda branco e uma toga romana roxa escura pendia de seus ombros.

A mulher segurava um cajado de carvalho branco de 1 metro de altura com um globo branco perolado no topo.

– Olá, feiticeira. Como vai?

Eu olhei dela para Nyx e vice versa.

– Estou bem. Quem é você?

– Meu nome é Circe, sou filha de Hélios, o deus-sol, e de Hécate, a deusa da magia e a represente da lua crescente.

– Eu sou...

– Taylor Sulley, filha de Ulisses Sulley – eu olhei-a seriamente. – Eu te conheço desde o seu nascimento.

– Então você sabe quem é minha mãe?

A mulher olhou para a deusa Nyx e depois me respondeu:

– Sim, eu sei quem é sua mãe – ela respirou fundo antes de continuar. – Ela esta morta, Taylor.

Meus olhos encheram-se de lagrimas, mas eu não ia chorar na frente de Nyx, não darei á ela o prazer de ver o quanto os meus sentimentos me afetam.

– Como você sabe disso? Como você sabe que a minha mãe morreu?

A mulher comprimiu os lábios.

– Fala!!! – eu gritei.

– Eu a vi morrer; sua mãe morreu diante dos meus olhos, pelas mãos de um feiticeiro... um feiticeiro servente da luz.

Eu fiquei encarando aquela mulher.

– Que feiticeiro? Qual é o nome dele?

– Eu não sei.

– E por que ele á matou? O que ela fez?

– Sua mãe não fez nada, mas o feiticeiro achava que ela estava juramentada com as trevas.

– Mas ela não estava!

– De maneira alguma; na verdade, sua mãe era uma das mais poderosas feiticeiras da luz.

– Então por que ele fez isso com ela? O que minha mãe fez para ter sido acusada disso?

– Já basta, feiticeiras!! – Nyx gritou conosco. – Circe, você tem o que prescisa para o ritual? – a mulher assentiu. – Ótimo, então podemos começar.

– Ainda não, minha senhora – falou Circe.

– Como não, Circe? A menina esta aqui; assim como o guerreiro e os objetos sagrados. O que mais falta?

Circe ergueu a cabeça e encarou o céu.

Em meio as poucas nuvens que estavam no céu, a lua se projetava em um crescente, brilhando timidamente.

– A lua precisa atingir o seu ápice para que o nosso ritual obtenha o resultado deseja.

A deusa olhou-a com raiva.

– Tudo bem; então Circe, se prepare – a deusa me olhou séria. – Ajude-a.

– O que? Não!!

Nyx se voltou para mim.

– Você me prometeu que soltaria Jack se eu viesse junto; eu estou aqui. Onde esta meu amigo?

A deusa ergueu a cabeça e disse:

– Hipnos!!

Um garoto saiu das sombras atrás da deusa.

Ele era alto e musculoso, seus olhos eram inteiramente dotados de um branco leitoso, como se ele fosse cego, mas também parecia que ele podia enxergar tão bem quanto eu. Os cabelos dele eram longos e brancos, presos em um rabo de cavalo. Ele estava usando uma armadura grega, totalmente negra. Em sua bainha, ele tinha uma espada de ferro negra, que possuía um brilho arroxeado em volta.

Mas foram as asas que me chamaram a atenção.

O garoto, Hipnos, tinha longas asas que pareciam as asas de um corvo gigante; elas eram fortes e esguias, arrastando-se pelo piso do salão enquanto o menino andava até mim. As asas pareciam ser as nuvens da meia-noite, belas e delicadas.

Ele aproximou-se de Nyx e se curvou diante da deusa.

– Sim, milady! – ele falou com respeito.

A deusa na noite sorriu para o garoto.

– Meu amado filho... quero que traga-me o guerreiro.

Hipnos se curvou á Nyx e voltou a se envolver em sombras e escuridão.

Circe olhou para mim.

– Ele está quase morto; o seu guerreiro.

Olhei-a seriamente.

– O que?

– Jack Brandy... ele esta em um estado debilitado no momento – ela estava com um cálice de prata na mão. – Não tentem resistir á deusa. Jack não vai sobreviver.

Circe falava comigo em sussurros enquanto colocava em uma mesa alguns objetos estranhos. Um deles parecia uma pedra normal, mas era prateada e brilhante. Ao lado da pedra, havia uma faca encurvada, como se fosse uma daquelas foices usadas em plantações. Um anel feito de um tipo de metal negro estava á beira da mesa; o anel possuía uma pedra preta em cima.

– O que são estas coisas? – eu perguntei.

– São os objetos místicos que usaremos na ressurreição do Consorte.

– Consorte?

Circe me olhou séria.

– Você não tem a mínima idéia do por que Nyx os trouxe aqui... tem?

Balancei a cabeça negativamente.

– Taylor... Nyx te trouxe para Fortaleza dela para te sacrificar... ela vai usar o seu sangue e o de Jack para despertar o Guardião.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Filhos do Poder – Devotas da Magia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.