Quando Nyx falou sobre Jack, meus olhos se arregalaram rapidamente.

– Onde ele esta? Onde Jack esta? Fala droga. – eu comecei a berrar com ela.

A maldita deusa somente me olhou, fria e calculista.

– Me responda.

– Já mandei você se acalmar, bela feiticeira. Seu amigo está bem. Eu preciso de você tanto quanto preciso dele.

– Pra que? O que você quer de nós?

Nyx começou a caminhar em volta de mim.

– Meu declínio ao abismo foi ganho de muita dor e sofrimento; muitos morreram para que os luminosos pudessem me derrubar e me levar aos abismos de tártaro – ela parou ás minhas costas.- Minha ascensão deve ser conquistada da mesma maneira.

– Mas você já ascendeu! – eu falei. – Esta viva. Do que você precisa?

– Não estou completamente “ viva “; isso que você vê é somente uma parte do meu ser. Completa eu sou uma criatura de sofrimento e medo.

– Então é pra isso que você nos quer. Para se completar.

Nyx não falou nada, somente me olhou e sorriu.

– Ta rindo de que?

– De vocês, feiticeiras da luz. Vocês pensam que somente por estar no lado que julgam ser o certo podem fazer qualquer coisa; mas não podem.

Eu á encarei séria.

– Onde está Jack?

– Em minha casa.

– Sua casa? O tártaro?

A deusa sorriu malevolamente.

– Não criança. Antes de ter sido deposta pelos poderes dos deuses da luz, eu tinha um reino somente meu; um reino envolto em trevas e escuridão.

– O que você fez com meu amigo?

– Ele esta bem; mas a continuidade do bem-estar dele só dependerá de você. – Ela ficou séria. – Me acompanhe e ele vive, voltando para você lúcido e intacto.

– E se eu não á acompanhá-la? Se eu me recusar á segui-la?

A deusa ergueu o queixo com ar de superioridade.

– Eu devolverei o Filho da Escuridão á vocês, inteiro. Pelo menos corporalmente.

– Como assim?

– A mente dele já esta atormentada pelo tempo que passou comigo e com meus amados filhos. Recuse e eu deteriorarei a mente dele; você passara o restante de seus dias vendo seu amado Jack Brandy em um estado mental debi-litado e frágil. A sua única saída será acabar com o sofrimento dele para todo o sempre.

Engoli em seco ao entender o que ela falava.

– Matando-o.

Nyx assentiu.

– Ou, você pode me acompanhar e salva-lo com as próprias mãos. A decisão é sua, Taylor.

Olhei para o restante do refeitório; á minha volta, vários adolescentes estavam paralisados.

– O que você fez com eles?

– Acalme-se feiticeira; os estudantes do Castelo estão bem. Eu apenas os coloquei em um estado mental de inconsciência. Quando você vir comigo, eles voltaram ao normal.

A deusa primordial foi para a parede oposta do refeitório e, com os próprios dedos, traçou um símbolo nela, um sigilo mágico que eu, mesmo não as-bendo o que significava, sabia que era algum tipo de magia das trevas. A parede começou a brilhar fortemente e, um segundo depois, um grande tornado de es-curidão expandiu-se pela parede, girando e me fazendo sentir sonolência.

Nyx voltou-se para mim e me estendeu a mão.

– Venha, minha doce criança, deixe-me ceder-lhe as respostas que você tanto procura.

Eu estendi a mão para a deusa.

– Senhorita Sulley, não. Não faça isso.

Vire-me para a entrada do refeitório e vi os gêmeos videntes do Castelo de Luz, Silas e Klérigo, me encarando cheios de medo.

Ambos estavam com suas túnicas vermelhas, com grandes espadas de prata brilhantes na mão. Silas abaixou a sua espada e falou comigo, com uma voz carregada de emoções:

– Eu sei como as trevas são sedutoras e belas quando você a conhece. Mas não se deixe levar como eu me deixei levar. Nyx somente lhe trará dor e sofrimento; as trevas te prometem paz e conforto, mas no final tudo o que você ganha é um pesar que lhe atormentara para todo o sempre.

Olhei para Nyx e depois para os gêmeos novamente.

– Me perdoem!

Segurei a mão da deusa das trevas e ela me jogou para dentro do tornado e tudo começou a rodar e parecer confuso.

A última coisa de que me lembro foi das três palavras finais de Silas:

– Eu á perdôo.

E então tudo se tornou escuridão e trevas.