Liceu de Artes W.L escrita por Nandarazzi, RukeNoKokoro


Capítulo 5
1º TRIMESTRE - Capítulo 5: Os Bolsistas


Notas iniciais do capítulo

~ IMAGENS de REFERÊNCIA ~

— Planta arquitetônica do Liceu de Artes:
http://fc01.deviantart.net/fs70/f/2015/023/f/0/tzd14pa_by_nanaramos-d8f30yl.jpg

— Planta arquitetônica dos quartos: http://th04.deviantart.net/fs71/PRE/i/2015/023/4/7/quarto_liceu_by_nanaramos-d8f318n.jpg




~ GALERIA de PERSONAGENS ~

http://nanaramos.deviantart.com/gallery/52775462/Liceu-de-Artes-W-L



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Um dos rapazes mais cobiçados do Liceu estava apoiado na porta do dormitório, trajando um sutil pedaço de tecido que malmente poderia ser chamado de cueca, e segurando uma lata roxa entre seus dedos. O Mineiro cumprimentou o monitor de corredores com um sorriso e um olhar carregado de desejo, e apesar de seu principal propósito ser a distração de Miles, há tempos o moreno tinha seus olhos naquele baixinho cheio de valentia. Mais do que confiante, apostou todas as fichas naquela abordagem lasciva, ciente de que tudo que o bravo rapazinho precisava era apenas um pouco de carinho...

– Porra, Mineiro! – exclamou o rapaz, sentindo um calor lhe subindo pelo pescoço e lhe tingindo o rosto de vermelho – Coloca umas roupas, cara!

– A manhã foi bem refrescante... Mas a noite está bastante abafada, você não acha? – aquela voz, naquele tom, desconcertava qualquer um. Sendo Mineiro o locutor do Rádio do Liceu, todos os veteranos já estavam acostumados a acordar de manhãzinha com aquela voz agradável e madura, cheia de candura e sensualidade ao mesmo tempo.

– O-onde... – Miles estava ficando desconcertado com aquela deslumbrante visão, especialmente com seus olhos ficando na altura do peitoral torneado do moreno – Onde estão seus colegas de quarto?

Erguendo a lanterna na altura da cabeça, Miles aproximou-se da porta e olhou dormitório adentro, à procura dos colegas de quarto do Mineiro. Ninguém à vista. No entanto, esperava que o moreno desviasse do seu caminho, mas isso não aconteceu – então seus corpos se roçaram, entroncando o baixinho naquele tórax trabalhado e botando sua cabeça entre os peitorais do outro, afundando a ponto de sentir o toque dos seus poros exalando o aroma de perfume masculino. O menor ergueu os olhos por cima dos óculos tortos e embaçados com sua respiração, completamente encabulado – mas logo acima dele, encontrou o sorriso ainda erguido e os olhos castanho-claros pousados sobre ele... Seu coração acelerou tanto e o Minero pensou que o rapaz teria um pirepaque ali mesmo.

Por um momento, Miles até esqueceu que deveria haver outros alunos ali dentro. O Mineiro era o centro do seu universo por breves instantes... Mas ainda assim, instantes, e logo Miles se recobrou-se.

– Então, vá se explicando! – recuperando seu ar sisudo, a autoridade na voz e na atitude de Miles fez o Mineiro estremecer por dentro. Ele agora lhe parecia três vezes maior – Sabe que todos devem estar nos dormitórios antes das oito horas! Onde estão os outros?

– No banheiro.

Todos eles? – apertou os olhos, desconfiado.

– Aham – o moreno não se abalava.

– E eu posso saber o que eles estão fazendo no banheiro?

Do outro lado do corredor, a porta de um dos dormitórios se abre, tão sorrateiramente que nem sequer rangeu. Um par de olhos surge dentre a fenda aberta, já acostumados com a escuridão da noite, e observavam de longe o desenrolar dessa história.

– Eles estão... Mmmm... – fingiu estar pensando, fazendo biquinho e segurando o queixo – Esperando eu terminar! – sorriu. Pousou sua mão no ombro de Miles e acariciou-o, e o monitor sentiu um arrepio subir-lhe a espinha.

– Terminar de fazer o que? – Miles estava ficando desconfiadíssimo. Mas muito interessado em saber onde aquela conversa o levaria.

– Adivinha... – disse de maneira muito safada, e sem dar tempo do menor reagir, puxou-o pela gola da sua camiseta para dentro do quarto e beijou-o ardentemente.

A abordagem foi arriscada, mas parecia estar funcionando. Miles ficou surpreso, pensou até em reagir. Mas quando sentiu o beijo ficando cada vez mais gostoso, seu desejo falou mais alto e ele se permitiu deixar levar, sendo envolvido em seus braços... Eis que toma iniciativa e traz o moreno para perto de si, segurando por trás de sua cabeça e dominando aquele beijo por completo, sentindo-se poderoso ao ter o Mineiro tão receptivo daquela maneira. Naquele momento, sentiu-se um jovem viril novamente, dominando o macho mais desejado do harém...

E era essa a deixa dos rebeldes, que precisavam apenas de uma pontinha para sair correndo silenciosamente na escuridão, sumindo como ninjas nas sombras do Liceu de Artes.

– - - - -

Apenas a luminosidade dos postes quebrava o breu das avenidas e pátios do Liceu de Artes W.L. A canção da noite vinha do bosque, um coro de centenas de grilinhos era o único som que se ouvia além do patinar dos sapatos dos jovens fugitivos. Sariel ia à frente, guiando Daniel com cautela, embebidos na escuridão da noite. Eis que, em certo momento, um temor sondou o coração do jovem do campo... Será que não estaria sendo atraído para uma armadilha? Sariel já havia lhe mostrado interesse, então, seria possível que ele?...

Não. Daniel preferiu a negação ao sofrimento antecipado. Ao chegarem à avenida que levaria ao antigo museu, a dupla diminuiu significantemente a velocidade do trote, pois Sariel ainda procurava saber se os seguranças ainda estavam de patrulha. Olhou os arredores, mas não viu viva alma. Diante deles, havia apenas uma estrada de paralelepípedos abandonada, onde só o vento farfalhava as folhas das árvores erguendo-se ao redor da via, como um corredor florestal. Era sombrio, mas certamente, muito empolgante.

– Nas sextas-feiras, os seguranças são liberados mais cedo – sussurrou Sariel – Isso, e termos o Zezinho como segundo turno de monitor, são as brechas que permitem a realização da nossa assembleia.

Daniel pensou mais tarde se deveria perguntar por que não havia reuniões nas segundas e na quartas, mas pôde imaginar a razão. Já que o grupo só poderia retornar para os seus quartos às duas da manhã por conta da troca de turnos, e as atividades escolares começariam as oito, não haveria tempo de descanso decente para se realizar as demais tarefas do dia – que, tratando-se de um internato, poderiam se estender até o final da tarde. Seria demasiado cansativo.

Já mais tranquilos, caminharam pela avenida até atingir o antigo museu, cercado pelas árvores do bosque e entregue à desolação. O local estava tão abandonado que sequer aparecia nos mapas do Liceu de Arte, fosse em panfletos ou em placas no campus. O que causou estranhamento em Daniel visto que, diferentemente dos prédios em art-noveau construídos no século passado, aquele aparentava não ter mais de dois ou três anos. O que teria acontecido?

Um cheiro forte de tinta spray pairava pelo ar. Os dois foram até os fundos do museu, onde um pequeno grupo já os aguardava, sob a luz de lâmpadas de emergência e cadeiras de plástico, ao redor de uma mesa branca. As condições exigiam trajes furtivos que os misturassem com a escuridão, então preto era a cor dominante em suas vestimentas (no entanto, era claro que cada um tinha suas preferências, ao invés de coordenarem-se em um estilo em comum). Dentre eles, apenas Daisuke era um rosto familiar para Daniel, mas a turma inteira lhe fora tão receptiva que o calouro não se sentiu desamparado de forma alguma.

– Que bom que você veio! – Daisuke beijou as bochechas de Daniel, como uma amiga cumprimentando a outra – E então, o que acha?

– Não era bem o que eu esperava... – disse com sinceridade, mas com um sorriso debochado que indicava uma entonação mais descontraída.

– Pode não ser nenhum palácio, mas dá pro gasto... – um dos rapazes lhe disse, quebrando o gelo. A coisa que mais chamava a atenção em seu visual, além dos piercings no seu lábio inferior e em seu nariz adunco, era seu moicano tingido de azul, caindo para o lado com o peso dos cabelos – Prazer. meu nome é Olivier.

– E até rimou – riu Daniel, apertando a mão do rapaz num cumprimento caloroso – Nunca pensei que encontrasse um nome que rimasse com “prazer”. Deve dizer isso em todas as suas cantadas.

– Jamais perco a oportunidade! – Olivier sorriu cafajeste.

Daniel também fora apresentado aos outros dois rapazes, que se destacavam por seus portes físicos bem dotados. Carlos era forte como um judoca, apesar de inofensivo e aparentar grande camaradagem com Olivier. Era um pouco alérgico ao cheiro da tinta, por isso usava um prendedor nasal e tinha os olhos um tanto aguados. Mas sua paixão pelo grafite era mais forte, afinal, era pelo seu talento naquele ramo que havia conseguido uma bolsa de estudos no Liceu.

– Meu fai trabalha como zelanor – era engraçado ver aquele grandalhão falando fininho por conta do prendedor nasal – Ninzém na minha família poderia imazinar que um pichador como eu entraria pro Licheu de Artes graxas ao grafite.

– Você deve ser o orgulho da família, então – Daniel.

– Marromenos... – Carlos chacoalhou a lata de spray em sua mão e voltou a terminar o seu desenho no muro, agora colaborado por Sariel. Pareciam estar treinando técnicas de caligrafia de grafite.

O outro desconhecido era bem mais quieto. Ainda maior e mais forte do que Carlos, Cairo não aparentava ter seus dezoito anos de idade, pois tinha o porte físico de um adulto grande e musculoso. Em um dos seus braços tonificados expostos pela regata preta, Cairo exibia uma tatuagem que partia do pulso até a base da nuca, numa miscelânea de elementos tribais que muito contribuíam com sua aparência agressiva. A prática do grafite o deixou um pouco corcunda, então sempre passava a impressão de estar se dobrando sobre quem estivesse por perto... Não bastasse isso, sua cara não era das mais bonitas. Não que fosse feio, mas suas sobrancelhas grossas e expressão fechada não contribuíam muito para o seu carisma. Essas características o tornaram o mais temido do Liceu de Artes, até mesmo pelos frequentadores da academia local, que o apelidaram de “o guarda-costas” (de Sariel).

Daniel não sabia descrever exatamente o que era, mas algo em Carlos e Cairo não condizia com os demais... Depois que soube que eram bolsistas, entendeu que os dois eram de famílias bem menos privilegiadas que Sariel, Daisuke e Olivier. Enquanto Olivier preparava algumas bebidas da caixa de gelo, o calouro sentava à mesa com Daisuke e admiravam o trabalho dos jovens grafiteiros, que usavam máscaras de gás trazidas por Sariel para protegerem-se dos tóxicos. Agora, Daniel e Daisuke eram os que tinham as vozes afetadas pelos protetores nasais.

– Eles são muito bons – elogiou Daniel – Obrigado por ter me chamado, cara. Vai ser ótimo encerrar as semanas de aula bebendo com vocês!

– Não há de quê, lindo – Daisuke pegou seu cigarro elétrico, ligou-o e começou a “fumar” – É ótimo ter aliados como você. Quanto mais nos unirmos, mais chances teremos de sobreviver nessa selva.

– Eu não entendo... É tão difícil assim de conviver com os outros alunos?

– Não que todos sejam assim... Mas uma minoria acaba influenciando uma maioria, compreende? – Daniel fez que sim com a cabeça – Os representantes de sala se tornam as figuras centrais de cada turma. Acabam influenciando os demais alunos com suas ideias, seus próprios interesses e até preconceitos...

– Preconceitos?

– Ai, ai... – Daisuke soltou uma baforada de vapor baunilha e canela, suspirando longamente – Lembra daquilo que eu te falei sobre os bolsistas? Pois bem...

Não era novidade que o Liceu de Artes W.L, apesar de uma instituição particular, sempre sofreu influências de interesses políticos e de empresários locais. Desde sua fundação, o Liceu graduou músicos, artistas plásticos e atores que marcaram presença no cenário nacional ou em sua comunidade... Era muito conveniente para esses ditos políticos e empresários que estes artistas tivessem pensamentos em comum e a mesma ideologia sócio-política, de maneira que produziriam um conteúdo a favor das formas de governo da época.

– Dizem que o Liceu foi um verdadeiro pesadelo durante o período da Ditadura Militar, com protestos e conflitos de interesses, entre os alunos e o corpo docente – comentou Daisuke – E o que mais se teme é que essa história se repita, diante das instabilidades do governo atual.

– Por causa dos bolsistas e os representantes de classe? – perguntou Daniel.

– No atual governo, há um grande incentivo à cultura e o acesso à educação superior. O reitor é um homem consciente, e inspirado por essa realidade política bem mais propícia, desde o ano passado ofereceu bolsas de estudo integrais e parciais. Cerca de 15 a 20% das vagas agora são direcionadas a bolsistas de todos os estados do Brasil, mas há um porém... Para concorrer a essas bolsas, você precisa fazer apenas uma prova de talento, e declarar a sua renda mensal.

– Muitos estudantes de classe baixa ingressaram no Liceu, não é mesmo? – desta vez, Daisuke que fez que sim com a cabeça diante da pergunta de Daniel.

– Isso mesmo. São pessoas talentosas, muitas vezes até mais do que as que entram fazendo o vestibular comum. Mas o desprezo dos demais alunos pela cultura dos bolsistas, a cultura popular, é imenso e asqueroso! – Daisuke ficou visivelmente irritado, dando um trago no cigarro elétrico.

Haviam conflitos entre o tradicionalismo de muitos alunos elitistas, e a desenvoltura popular de muitos bolsistas. Os desentendimentos não eram raros, fossem em salas de aulas, pátios ou dormitórios... Alguns bolsistas como Mineiro conseguiam algum destaque, mas o jovem moreno era a exceção à regra: se quisessem se enturmar, os bolsistas se viam obrigados a aderir à cultura e aos padrões de estética dos elitistas – e ainda assim não era garantido que eles se integrassem plenamente à teia social. Nada mudaria o fato que eles eram bolsistas, e sempre seriam vistos como diferentes.

– Esses desgraçados acham que cultura é só aquilo que eles gostam! – Daisuke fechou o cenho – Que música de verdade, que arte de verdade, é apenas a da elite ou estrangeira. Ignoram a pluralidade cultural e repudiam a riqueza do país em que vivem, achando que um artista é menos apto por escrever cordéis, pintar em muros ou cantar pagode!

– Isso é um problema muito sério, Daisuke! – exclamou Daniel, efusivo – e alguém está tomando uma atitude quanto a isso?

– A melhor chance que temos é colocar bolsistas, ou caras como nós, no Conselho Estudantil – suspirou Daisuke – É o único lugar onde temos alguma voz e podemos fazer alguma coisa, pois não apenas alunos compõem o conselho: professores também estão presentes e podem influenciar nas decisões tomadas.

– E por que não fazem isso?!

– Não basta apenas ser popular em sua turma, Daniel! – Daisuke olhou para ele neste momento – Sariel é o único de nós que teve a oportunidade de sentar naquelas cadeiras, mas ainda assim, ele quase não aparece nas reuniões!

– Você sabe o que é ter que ser massacrado verbalmente por dezenas de maurícios mimados? – Sariel sentiu-se provocado pela acusação de Daisuke – Mesmo que eu esteja com a razão, são muitos babacas contra mim. É inútil!

– Está perdendo sua credibilidade cada vez que falta numa reunião do conselho, poxa! – Sariel irritou-se ainda mais, pois Daisuke estava começando a parecer com sua mãe, lhe puxando a orelha daquele jeito.

– E você, por que não tenta entrar no conselho, também? Tem medo de encarar seu irmão mais velho? – não demorou e ele logo arrependeu-se de ter dito aquilo.

– Você sabe muito bem que não! – Daisuke, para evitar levantar ainda mais os ânimos, deu a discussão por encerrada.

A cabeça de Daniel estava fervilhando com informações. Bolsistas, elitistas, rebeldes... Tudo era uma disputa de poder. No caso, os bolsistas acabavam sendo os mais prejudicados, pois eram alvo de todo o preconceito e intolerância das “classes dominantes”. A noite percorreu animada, mas o calouro permanecia pensativo em seu cantinho... Com a chegada das duas da manhã, o grupo debandou de volta para seus dormitórios, onde graças a Zezinho puderam burlar a segurança dos corredores e seguir direto para seus quartos.

Davi dormia profundamente, entre roncos e solavancos no topo do beliche. Daniel e Sariel sabiam que não iriam dormir tão cedo desse jeito, então deitaram-se no grande e macio carpete estirado no chão entre as camas, sentindo os pelos sintéticos acariciando suas peles. Ficaram a fitar o teto, imersos em seus pensamentos, enquanto Sariel matava sua sede bebendo lentamente duma garrafa d’água com gás.

– Sariel – Daniel rompeu o silêncio.

– Fala.

– Você acredita mesmo que mais bolsistas e rebeldes no Conselho podem fazer a diferença? – olhava fixamente para o teto, como que procurando enxergar além do mesmo.

– Por que está perguntando?

– Porque se for... Eu vou me esforçar para me tornar um representante de turma, também... – Daniel abaixou os olhos, mas determinado a fazer jus ao que dissera.

– Por um lado, você pode arruinar completamente a sua reputação no Liceu de Arte se lançando como um membro do conselho, com o seu ímpeto e essa mentalidade progressista que você tem... Que nós temos – suspirou longamente – Mas por outro, você é calouro: pode calcular seus passos e ter chances de conquistar uma boa reputação... Diferentemente de mim e dos outros, que já somos veteranos.

– Pois eu farei isso. Vou procurar ser participativo nas aulas, promover algumas ideias na rede social, me enturmar mesmo! Isso não é só por mim, Sariel... Isso é por todos nós, artistas e futuros profissionais. Muitos não conseguem entender ainda, mas de nada vale o talento nos dedos, se alma não tem pelo que clamar ou lutar... – Sariel arrepiou-se todo com o que Daniel dissera.

– Se você não só se tornar um membro do conselho, mas cativar outros rebeldes e bolsistas a fazer o mesmo... Cara, você vai ser meu fucking ídolo!... – e sorriu.

Quem diria... Sariel, americanizado! Daniel sorriu satisfeito: agora mais do que nunca, se empenharia em alcançar seu objetivo. Teria três meses para afirmar-se em sua sala de aula e promover-se para os mandachuvas do Liceu de Artes, realizando uma verdadeira campanha política. Sariel mostrou-se muito empolgado com a ideia (dentro de suas próprias limitações de expressar-se, é claro, sendo taciturno como era). Conversaram sobre planos, ambições, táticas de aproximação... De certa forma, eram como um casal de namorados discutindo o futuro da relação.

E entre um olhar e outro, um sorriso aqui e ali, quem sabe se não seria isso mesmo?


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