Inquebrável escrita por Lola


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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Eu me movimento no ritmo da música que sai das caixas de som. O lugar está cheio e esfumaçado, cheio de pessoas bêbadas demais para saírem sozinhas ou sóbrias demais para saírem de qualquer modo. Eu seguro com copo com cerveja e fecho os olhos, sorrindo sozinha.

Meu celular toca em minha bolsa incansavelmente, mas não atendo. Provavelmente é Jared, me ligando pela décima sexta vez.

Vou até o bar e peço uma outra cerveja para o garçom. Imagino por que diabos eu não posso ficar bêbada como uma pessoa normal. Por que eu não posso beber até cair, ter que tomar soro em um hospital ferrado ou algo assim?, penso, irritada.

-Você é maior de idade? - o barman pergunta, sorrindo.

Me inclino e sussurro:

- O que você acha?

O rapaz me serve outro copo, com direito ao seu número de celular. Me afasto sorrindo. Se eu fosse normal o bastante para poder namorar com alguém sem tornar sua vida um inferno...

Meu celular toca mais uma vez, e mais outra.

Me viro para pesca-lo de dentro da bolsa e sinto alguém batendo em mim com uma garrafa. Ouço o vidro se partindo em mil pedaços e caindo no chão, e sinto uma dor no meu antebraço.

-Ai droga, eu sinto muito! - um rapaz fala quando vê.

Vejo um caco de vidro alojado na minha carne e solto um palavrão baixinho. Um filete de sangue corre pela minha pele e eu vejo que o corte foi bastante profundo.

Começo a contar.

-Tá tudo bem. -eu digo, tentando me livrar do cara que vem ao meu encalço.

O machucado dói bastante, e eu cerro meus dentes.

-Não tá nada bem. Você precisa de pontos, foi profundo. - ele diz, parecendo um pouco bêbado.

Dois minutos. Me desvencilho das pessoas que passam por mim e vejo que o rapaz ainda está me seguindo, parecendo realmente preocupado.

Merda, Jared vai me matar. Solto um riso momentos depois, me divertindo com o que eu acabei de dizer.

-Olha, eu vou ficar bem. -digo, entrando no banheiro feminino.

Escondo meu braço das garotas que se inclinam nas pias, em direção aos espelhos sujos. Entro em um reservado, trancando-o logo em seguida. Ouço o homem conversar com as mulheres, pedindo para que elas vejam se estou bem.

Pego um chumaço de algodão e puxo uma ponta do caco de vidro, mordendo meu lábio quando ele sai da minha pele. Limpo o sangue, as minhas mãos tremendo.

Vai demorar pouco agora, penso.

-Ei, você tá bem? -uma mulher chama.

-Estou. - respondo, tentando me manter calma.

Olho para meu ferimento. Como mágica, a carne começa a se recompor, junto com a pele, depois de segundos. Eu encaro o que antes era um corte, nunca me cansando de ver isso.

-Estou bem. - sussurro, mais relaxada.

Limpo o resto do sangue e jogo tudo no lixo. Saio do reservado com um sorriso congelado no rosto. Algumas mulheres me observam.

-O que aconteceu? - pergunto, indo até o espelho e arrumando meu cabelo.

-O rapaz disse que você havia se machucado. -uma menina diz, me analisando.

Mostro meus braços, intactos.

-Estou bem. - esboço um sorriso.

E saio do banheiro, sentindo o olhar do homem me seguindo.

Atendo meu celular ao sair da boate. É Jared.

-Está tudo bem, Lexie? - ele grita no meu ouvido.

-Tudo perfeito, Jared. Tudo perfeito... - murmuro, encarando uma gota de sangue que manchou minha blusa.


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