Coliseu escrita por Bela Escritora


Capítulo 22
Epílogo - Percy Jackson


Notas iniciais do capítulo

HEY-YO leitores dedicados!

Finalmente chegamos ao fim da história! Pode chorar! Ninguém vai te julgar por isso. Só o seu computador.

É aqui que eu faço a minha despedida dessa fic, por isso, lá vai:

Eu queria agradecer por todo o apoio que vocês me deram. A recomendação maravilhosa, os vários comentários, a montagem... Tudo isso me motivou a continuar escrevendo e a não achar que a minha história estava uma droga. Vocês são pessoas ótimas e desculpa se eu fiz vocês sofrerem revivendo a morte de algum personagem ou deixando a história parada por vários meses seguidos.

Foram, ao todo, três anos escrevendo essa história. O documento Word em que eu a escrevi totalizou exatas 150 páginas A4. Foram 65.393 palavras, 1.966 parágrafos, 5.014 linhas e 359.561 caracteres contando os espaços. Resumindo: foi uma jornada que começou comigo no meu quarto ouvindo o álbum "Save Rock&Roll" da Fall out Boy e, por algum motivo, encaixando cenas de batalha no Coliseu com os personagens de PJO e HDO nas várias músicas (acredite ou não). Ainda lembro que usei "Where did the party go" para bolar a cena do Jason e da Piper, "Death Valley" para a do Frank e a da Reyna e "Young Volcanoes" para os dois capítulos anteriores e, basicamente, para alinhar todo o enredo dessas cenas soltas na minha cabeça. Era uma manhã de sol quando eu comecei a escrever e postei o primeiro capítulo e eu estava super nervosa, morrendo de medo que achassem a minha história um lixo. E, para a minha surpresa, vocês adoraram a minha ideia maluca.

Espero, do fundo do meu coração, que esse final corresponda às expectativas de vocês e que vocês tenham se divertido tanto quanto eu durante esse longo caminho que percorremos juntos.

E, antes que essas Notas Iniciais fiquem do tamanho do capítulo, eu desejo a vocês, pela última vez nessa história, uma Boa Leitura.



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Corremos pelo que pareceu vinte minutos antes de encontrarmos refúgio nas Termas de Trajano, no que, de acordo com Annabeth, um dia fora a Casa Dourada de Nero e, séculos atrás, havia sido reformada pelo arquiteto grego Apolodoro, um filho de Atena. Ali também estaríamos seguros por tempo suficiente para planejar os nossos próximos passos. Éramos apenas eu, Annabeth, Piper, Jason, Frank, Hazel, Reyna, Clarisse, Nico e Will. Todos os outros semideuses que haviam escapado tinham resolvido ficar por conta própria.  

— Mal consigo acreditar que conseguimos fugir. - falei me sentando no chão, recostado contra um dos arcos. Tivéramos de arrombar a porta para entrarmos, mas já éramos criminosos procurados pelo Império mesmo. Mais um crime não ia mudar muito a sentença de morte sobre as nossas cabeças.

— Não cante vitória ainda, Percy. - comentou Reyna se sentando também - Ainda temos um longo percurso pela frente. Eu e Jason, por exemplo, precisamos reencontrar nossa legião e tirá-la das mãos do Octavian.

— Estou com você. - falou Frank logo ao lado dela.

— E eu também. - emendou Hazel - Meu tempo com as sacerdotisas de Hecate já chegou ao fim. Hora de chutar a bunda daquele augure metido à besta.

Os três riram, apesar de eu não ter a menor ideia de quem eles estavam falando. Jason, por sua vez, baixou os olhos para o chão de pedra.

— Eu... Eu não sei, Reyna. Ainda estou machucado e... - ele se calou, lançando a Piper um olhar de esguelha que deixava bem claro o verdadeiro motivo dele estar hesitante quanto a ir naquela missão.

— Pois eu estou bem a fim de ir com vocês. - falou Piper com a voz ainda rouca - Não sei quem ele é, mas o que ele fez merece um soco bem dado dos seus irmãos gregos.

Os quatro riram e Jason suspirou.

— Ok... Já que só eu estou ficando para trás, vou com vocês então. - ele resmungou.

Reyna sorriu satisfeita.

— E quanto a vocês? - ela perguntou olhando para nós.

— Eu vou para casa. - respondi - Mas antes... Meu pai me pediu para encontra Lupa e Quíron. Aparentemente, os deuses querem que eles se responsabilizem pelo nosso treinamento e proteção. O problema é... Eu não sei onde encontrá-los.

— O Lupercal. - respondeu Frank e eu o encarei, confuso - É uma gruta, logo abaixo do palácio de Augusto. Acredita-se que foi lá que Lupa amamentou Rômulo e Remo. Foi lá que Roma nasceu.

— Mas então por que ela ainda estaria lá? - perguntou Clarisse, limpando embaixo da unha.

— O lugar é o templo dela. - respondeu Reyna - Talvez seja interessante começar por lá.

— Seria uma boa ideia se não fosse uma missão suicida. - retrucou Annabeth - É impossível entrar no palácio de Augusto.

— Vocês não precisam ir pelo palácio. - respondeu Frank - Há uma passagem de acesso pelo Rio Tibre, a leste daqui. Ela fica escondida, mas não deve ser difícil de achar.

Olhei para o restante do grupo.

— O que vocês acham? - perguntei.

— Por mim tudo bem, - falou Will - mas antes eu vou limpar os ferimentos de vocês dois. - ele apontou para Annie e Jason - Ou ambos vão ter que amputar um braço.

Nenhum deles protesto e eu observei ele arrastar os dois para perto da água. Água... Antes que eu me desse conta, estava me juntando a eles, mergulhando na enorme piscina e me deixando afundar. Fazia tanto tempo que eu não nadava que cheguei a me sentir estranho, desengonçado até. Eu não me molharia se não quisesse, o que era bom naquele momento, já que a noite não estava das mais quentes e a última coisa que eu precisava era ficar doente. Aquele simples mergulho revigorou as minhas energias. Respirei fundo, sentindo a tranquilidade da água invadir a minha mente. Éramos um.

Mas nenhuma paz dura para sempre e eu tive que aceitar o fato de que, como dissera Reyna, eu ainda tinha um caminho longo pela frente. E mergulhar em uma piscina termal não mudava isso. Com um suspiro triste, voltei à superfície e retornei à realidade. Todos me olhavam com expressões confusas.

— Como você consegue prender à respiração por tanto tempo? - perguntou Jason, assombrado.

Sorri.

— Fácil. Eu não prendo. Eu respiro em baixo d’água. - retruquei.

Os outros ergueram as sobrancelhas, mas nada disseram.

— Demorei muito? - perguntei.

— Uns cinco minutos. - murmurou Will, concentrado em fazer um curativo apertado no braço de Annabeth. Ele ergueu os olhos brevemente para mim - É impressão minha, ou você está seco?

Dei de ombros.

— Eu não me molho a não ser que eu queria. - respondi e Will assentiu, compenetrado.

Dando um nó na bandagem, ele falou:

— Estamos prontos para partir.

Todos se colocaram de pé e se juntaram aos seus respectivos grupos.

— Acho que nossos caminhos se separam aqui. - falou Reyna oferecendo a mão.

— Espero que não por muito tempo. - falei, aceitando o cumprimento.

— Vamos tentar manter contato. - garantiu Frank.

— Tomem cuidado ao deixar Roma. - falou Annabeth - As guardas locais provavelmente já foram avisadas da nossa fuga e vão estar nos procurando.

— O mesmo vale para vocês. - emendou Piper.

— Estamos com Clarisse. - respondi - Qualquer coisa é só deixar ela irritada e colocar a culpa nos romanos.

— Muito engraçado, Jackson. - ela retrucou - Agradeça ao fato de você estar namorando a Annabeth ou eu já teria te espetado na ponta da minha lança.

Nos despedimos, o que foi tão difícil quanto deixar Leo para trás. Eu sabia que cada um de nós tinha um caminho diferente a seguir a partir de agora, mas eu não queria me separar deles. Não sem saber se ou quando nos encontraríamos de novo. Eles tinham lutado na arena, sobrevivido, sofrido nas mãos do imperador, planejado uma fuga comigo e lutado do meu lado. Podia conhecê-los fazia pouco tempo, mas já tinha desenvolvido uma amizade que eu sabia que duraria. E a última coisa que eu queria era perder os meus amigos.

Deixamos as termas juntos e, na rua, nos separamos. Ainda olhei algumas vezes por sobre o ombro, apenas para garantir que eles estavam bem, mas eles logo desapareceram atrás de uma esquina e eu não pude fazer mais nada além de aceitar o fato de que nossos destinos eram diferentes agora. Assim como fora com os outros semideuses que já deviam estar fora da cidade.

Seguimos em silêncio pelas ruas, tentando evitar ao máximo fazer barulhos que pudessem chamar a atenção de alguém ou acordar algum civil que decidisse avisar às autoridades. Eu ia com Contracorrente na mão, iluminando o caminho à frente com a luz bronze. Caminhamos por ruas tortuosas e estreitas que desciam em direção ao rio. Por sobre as casas era possível ver a silhueta sombria do Coliseu e a fumaça que saia da parte de trás, onde o liceu ainda ardia.

Levamos meia hora ou um pouco mais para chegar ao rio. Suas águas escurecidas pela noite passavam sem muitas correntezas pela cidade, navegando por sob pontes com lentidão. Ele parecia ser fundo o suficiente para comportar um navio, mas não precisamos testar isso. Havia uma série de trilhas de seguiam pela sua margem e apenas precisamos acompanhá-las, rumando para sul com os olhos bem abertos.

Eu perdi a conta de quantos minutos andamos a beira do rio. Eu estava apenas preocupado em encontrar a entrada para o Lupercal antes que os romanos nos encontrassem. E juro que quase dei um pulo no lugar quando Nico resolveu quebrar o silêncio.

— É aqui. - ele falou apontando para uma enorme quantidade de heras e arbustos que cresciam sobre o paredão de pedra que ladeava o rio.

— Alguém aqui leva jeito com ninfas da natureza? - perguntei, olhando ao redor para o nosso diminuto grupo de cinco pessoas.

— Não olhe para mim. - resmungou Clarisse, cruzando os braços - Eu sou filha de Ares e não de Deméter.

— Deixa comigo. - falou Will, se colocando diante das plantas e dando um pigarro para limpar a garganta - Com licença, senhoritas ninfas? Desculpe acordá-las a essa hora da madrugada, mas acredito que vocês estão ocultando a passagem para um templo e nós precisamos entrar antes que os romanos nos encontrem. E, se isso acontecer, eles vão nos matar e os deuses vão morrer junto.

O efeito foi instantâneo. Os caules das heras e os galhos dos arbustos se curvaram para os lados, se afastando do caminho e revelando um longo e profundo túnel escuro. Eu havia contado para os quatro que haviam sido mantidos como prisioneiros nas catacumbas sobre o meu sonho com meu pai e a mensagem dos deuses durante a nossa corrida desesperada pela cidade. A princípio, eles me odiaram por eu não ter comentado nada antes, mas quando eu consegui provar para eles que não tinha tido muito tempo para falar sobre o assunto antes que a batalha começasse, eles acabaram me perdoando. O que foi um alívio, porque Clarisse parecia realmente interessada em me matar. O que eu não tinha pensado era que aquela informação poderia vir a ser útil durante a nossa fuga.

Avançando pelo túnel escuro, ouvi quando as plantas tornaram a se fechar atrás de nós. O caminho seguia reto interminavelmente pela escuridão e houve momentos em que eu comecei a suspeitar se estávamos no lugar certo ou se Nico nos tinha indicado para um canal de esgoto.

A dúvida ficou me atormentando até que a escuridão começou a ficar cada vez menos densa e a estreita passagem começou a se alargar até que, de repente, se abriu em uma câmara circular de mais de seis metros de altura e sete de diâmetro. As paredes e o teto eram todos trabalhados em mosaicos e, no centro do domo, uma águia branca observava o que se passava ali embaixo. Braseiros ardiam ao redor de toda a circunferência, proporcionando ao lugar uma temperatura agradável e uma iluminação distinta. No centro ficava um altar de mármore para se deixar oferendas.

Como se não bastasse tudo isso, uma loba e um centauro nos observavam do fundo da sala. O animal rosnou, mas, de alguma forma, entendi a sua postura e linguagem corporal.

Quem são vocês e o que querem com o meu templo?! ela perguntou.

— Seu... templo? - murmurei e, assim que entendi quem ela era, me ajoelhei, abaixando a cabeça em sinal de respeito. Os outros me imitaram - Meu nome é Percy Jackson, senhora, e estes que me acompanham também carregam o sangue dos Olimpianos. Sou filho de Poseidon e fui enviado aqui em nome dos deuses para buscar o seu auxílio.

Ergui os olhos a tempo de ver Lupa trocar olhares com o centauro, que bateu o casco no chão de pedras, levemente desconfortável com a situação. Eu o conhecia. Lembrava de tê-lo visto uma vez ou outra na Grécia, treinando pessoas como eu. Aquele era Quíron. Minhas palavras mal tinham acabado de ecoar pelas paredes quando ele se pronunciou.

— O que os deuses poderiam querer conosco? - ele perguntou, me olhando com seriedade.

— Eles requisitam os seus serviços novamente. - respondi - Dizem que precisam do seu auxílio para treinar e proteger os filhos deles, para impedir o que estava acontecendo no Coliseu de se repetir.

— Estava? - perguntou Quíron dando um passo a frente. - O que quer dizer com isso.

Não pude evitar um sorriso.

— Eles nos mandaram fugir e nós obedecemos. - respondi - Todos os que sobreviveram ao combate fugiram. Os romanos e uma grega partiram em busca da legião atualmente liderada por um garoto chamado Octavian. - ao ouvir isso, Lupa agitou as orelhas e piscou os olhos, satisfeita - Outros se dispersaram pela cidade. Nós viemos transmitir o pedido dos deuses.

Os dois tornaram a se entreolhar, como se travassem uma discussão silenciosa, e, ao final de alguns minutos, Quíron assentiu. Erguendo a cabeça, a loba se adereçou a nós.

Levantem-se, heróis. Ela falou. Temos muito o que conversar.


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Notas finais do capítulo

E FIM!

E dessa vez não é brincadeira.

Espero que vocês tenham gostado, não só do capítulo, mas da história como um todo.

Agradeço a todos os leitores que, pacientes, aturaram os meus bloqueios criativos e leram essa fic até o final. Vocês são o máximo! O suporte que vocês me deram foi tão incrível que, mais de uma vez, eu me esqueci que essa era a minha primeira história publicada no site. E isso faz de vocês ainda mais importantes. Eu nunca vou me esquecer do apoio que vocês me deram ao longo do percurso.

Espero, sinceramente, encontrá-los novamente nas próximas fics que eu publicar aqui, caso elas sejam do seu agrado, claro. ;)

Falando nisso... Fiquem atentos para o título "A Nossa Secessão", porque esse aqui é apenas um dos vários finais que eu desejo postar aqui.

Isso não é um adeus. Nos veremos novamente. Talvez antes do que vocês esperam. ;)

[Atualização: "A Nossa Secessão" já começou a ser postada! o/ Se você curtiu essa história, dá uma olhada lá!]



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