Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 6
Diferente de outros...?


Notas iniciais do capítulo

Lhe apresento: Pietra Marie Mclean e Yuki (ele não tem sobrenome, assim como Louis).

Eu disse final de semana éh?... e volto hoje. Hm.
Ah! é que estou pifando, não consigo pensar em nadinha... nem como responder os últimos comentários, ou apresentar as meninas que faltam, como vou fazer depois, mostrar partes de historias que deixei para outra hora... Só ha nuvens na minha mente nesses momentos... Mas vou tentar funcionar no tranco ou na persistência e continuar.
Vou responder os comentários (eu tenho uma fixação por isso). Desculpe se minha mente escreveu bobeira em alguma resposta, como disse, ela anda tendo muuitos lapsos de desatenção e não penso direito em muitas vezes, e quando vejo o que escrevo depois é difícil me aceitar...
Coisas a parte: estamos tão perto de alguma coisa acontecer. Nesse capitulo temos o penúltimo dia da vida na colônia.

Até as notas finais. Boa leitura.



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[Pietra Marie Mclean]

Em uma área entre as muralhas da colônia e o centro, também chamada de cidade, existem muitos campos de plantações cuidados por famílias especializadas para essas funções. E numa dessas propriedades isoladas um celeiro alto, de madeira escurecida pela chuva e próximo de uma casinha de dois cômodos, andava se agitando no final daquela manhã.

Uma flecha artesanal voava pelo espaço do deposito e atingia um tecido pintado com um alvo e estendido sobre um bloco de feno. Uma segunda foi preparada no arco caseiro, pronta para fazer o mesmo percurso da irmã, mas a madeira se sua haste se partiu, deixando a garota com a arma irritada por dentro, pois por fora sua expressão permanecia indiferente e aparentemente calma.

–Vamos ter que parar por hoje, Pietra. -A voz rouca e lenta do velho fazendeiro acomodado em um dos cantos do celeiro chamou a atenção da menina. -Amanhã buscaremos material e faremos flechas novas.

Então o velho se levantou, apoiando-se em sua bengala, e com um sorriso, que sabia que nunca ia ser retribuído, chamou a menina para fora.

Pietra tinha quatorze anos, longos cabelos preto, lisos e repartidos de lado, pele pálida e levemente corada e seus olhos eram de um azul escuro quase imperceptível na sombra. A garota esbelta, vestida com um macacão escuro, botas e um suéter azul, seguiu o homem após esconder a arma no meio dos sacos de grãos do deposito. Ela nunca conheceu o pai, cresceu com a mãe Helena e a irmã mais velha Aurora Marie Mclean naquela área rural da colônia, em uma fazendinha simples, que mesmo distante não teria jovens poupados do Banimento. O senhor que lhe ensinava algumas coisas tinha perdido o único neto cedo, e se comoveu para ajuda-la. Ele e outra pessoa eram os únicos conhecidos/amigos que a menina isolada aceitou em sua vida além da família. Pietra desde pequenina pensava no banimento e sabia que pessoas não eram confiáveis, então se preparou mantendo-se reservada dos desconhecidos e treinando como podia.

Ela negou almoçar com o velho e saiu caminhando pela estrada de terra e pedras que cortava as plantações. No meio caminho notou alguém vindo em sua direção em uma bicicleta antiga, e logo reconheceu seu perseguidor insistente numero um, que fez de tudo para conquistar um espaço na vida dela, e há alguns meses tinha um pouco mais que amizade. Hiago era o segundo filho de uma costureira da região e no começo da amizade deles perturbou Pietra com sua persistência, levando-a a superar seu limite para conter seus sentimentos, e sair na mão com ele uma ou outra vez. Contudo, eles se acostumaram um com outro e viraram bons amigos e então iniciaram um namoro que poderia durar bastante tempo.

O menino de cabelos castanhos e um pouco compridos avisou sorrindo e parando o veiculo que a mãe dela a esperava para o almoço. Pietra sorriu levemente e assentiu com a cabeça continuando a andar e deixando-o que virasse a bicicleta e a seguisse. Os dois caminharam um do lado do outro, falando de algumas coisas e se silenciando quando o pensamento do banimento, que perturbaria o futuro dos dois, surgia.

[–--]

O refeitório do Abrigo estava cheio, era o horário de almoço e S-K não podia esperar que fosse diferente. Após passar pelo processo de dar seu nome e ser permitido pegar a refeição, ele procurou um lugar, mas isso não foi possível. Seu canto costumeiro estava ocupado por um rapaz de olhos puxados e sério, que de alguma forma conseguia manter o silencio em sua mesa.

Em outro lugar uma cadeira caiu no chão e ficou no caminho sem que ninguém se importasse em coloca-la no lugar. Por alguns segundos S-K pensou em atravessar todo aquele espaço para se sentar lá, mas um rapaz alto, de uma mesa vizinha, se levantou um pouco irritado e colocou a cadeira sob a mesa, e assim ela foi ocupada facilmente por alguém. Entretanto o rapaz também teve que tirar alguém que surgiu sentado em sua cadeira, dizendo alto e até possessivamente que era o lugar dele e logo foi obedecido. S-K no começo achou bem feito, pois se não fosse pelo fulano ele teria uma cadeira, mas se esqueceu disso quando notou uma garota loira e bonita, sentada não muito longe da cena, rindo e com conversinhas com outras garotas supostamente sobre o rapaz que resolveu deixar as coisas no lugar.

Então S-K se virou para outro lado e assistiu um grupo de quatro menores de quinze anos sendo seguidos por uma pequena turma de crianças. E reconheceu Louis, quando o garoto parou todos e entregou sua bandeja aos pequenos antes de seguir com os amigos, que ainda levavam seus alimentos, para os andares de cima.

Sem muita paciência de continuar procurando um lugar, S-K resolveu encostar-se em alguma parede e seguiu caminhando pelos cantos do lugar atrás de uma área onde não fosse pisoteado ou atingido por uma cadeira. Encontrou um espaço de uns dois metros entre duas colunas, bem afastado das mesas e onde ninguém ia chegar muito próximo dele. Porém quando se aproximou notou que já tinha um alguém ali, sentado bem no meio do espaço, então continuou andado. Mas parou um passo depois de passar pela criança sentada ali. O gorro roxo se moveu ao nota-lo parado, e logo os olhos verdes com entornos avermelhados o observaram. Como se tomasse uma decisão súbita S-K desfez o passo e se acomodou do lado da garotinha, escorregando-se pela parede. Hesitante a menina encarou-o mantendo as mãos escondidas entre as pernas com calças largas e um cinto de corda.

–O que aconteceu?-ele perguntou, olhando a bandeja e escolhendo algumas coisas que dava para ser levadas nos bolsos.

A menina suspirou com um seguido som de contenção de choro, então tirou as mãos do esconderijo, uma delas estava enfaixada com varias camadas de tiras de tecidos aleatórios, e o rapaz não se conteve em encara-la.

–Segura isso. -e depositou a bandeja nas pernas estendidas da menina. –Você não devia fazer isso. Vai abafar o ferimento e... e depois será pior.

Pegando a mão da menina ele começou a desfazer as camadas até chegar às ultimas com qual teve que tomar mais cuidado ao ouvir os resmungos da criança, só então pode ver o corte recente e umedecido que atravessava a palma da mão dela.

–Eles não vão me deixar ficar... -a voz chorona e infantil da menina o fez notar que ela o analisava o tempo todo, e estava prestes a voltar a chorar.

–Não. -disse ele indo escolher uma faixa mais limpa. -Você tem menos de dez anos. Isso não vai ser motivo para expulsarem você.

A menina negava com a cabeça sem conseguir falar, e pelo movimento balançava a mão que ele tentava passar a faixa escolhida.

–E-eles não gostam de mim... não sou como os outros, mal...mal consigo ter refeições todos os dias...

S-K se ajeitou no lugar depois de terminar o curativo e encarou brevemente o espaço deixando que a garotinha lidasse com o choro que a tomava. Então limpou a garganta, chamando a atenção dela, e lhe devolvendo as faixas restantes, disse:

–Hoje você conseguiu um almoço. - sorriu e ele se levantou pronto para ir. -Mas... Não perca tempo pensando que é diferente dos outros, apenas faça o seu melhor e pode acabar descobrindo que é mais capaz do que aqueles com quem você fica se comparando.

[Yuki]

Naquela tarde, em um segundo complexo do casarão de treinos, os órfão de dezessete anos se reunirão para um treino pratico de luta e defesa. Desde que a data do banimento foi marcada os treinos se tornaram mais práticos e quase sem nenhuma aula teórica em sala. O lugar era como um tipo de ginásio mal cuidado, com gramas saindo do piso e um buraco considerável no telhado que permitia que poças da chuva noturna se formassem em algumas partes.

Enquanto o instrutor-chefe explicava o que iam fazer, um rapaz entrou atrasado no lugar sem ser percebido por muitos. Os cabelos loiros estavam crescidos e encobriam ligeiramente os olhos verdes, ele tinha a pele clara e limpa, um físico definido, era alto, e vestia-se com Jeans e uma blusa branca que significava aviso, já que qualquer órfão que trabalhavam descobria facilmente que era impossível manter uma roupa daquela cor. Ele deixou dois homens com distintivos o vigiando da porta e seguiu para junto do grupo sem olhar diretamente para ninguém.

Soldados ajudantes do instrutor, que carregavam bolsas volumosas nos ombros, dividiram os órfãos em diversos grupos. S-K, que tinha dezessete anos, ficou em um grupo com seis ou sete pessoas, e logo deu atenção ao soldado no meio do circulo, que explicava as técnicas e golpes que podiam praticar. De repente o ruivo foi empurrado sem querer e quando se virou viu que era o garoto de branco, de rosto virado para encarar o oficial logo atrás que o empurrou para o grupo mais próximo. A seguir o loiro olhou S-K sem medo soltando um pedido de desculpas baixo e frio, depois voltou sua atenção para o instrutor diante deles, que tinha um ajudante nos braços para exemplificar um golpe. S-K também fez a mesma coisa, mas mais sério, pois tinha notado dois detalhes incomuns no garoto que não conhecia.

R-A tinha um histórico inusitado. O departamento de controle dos órfãos o marcou com uma tatuagem no pulso, com o numero do crime que cometeu, e uma pulseira elétrica que o controlaria no caso dele querer atacar alguém, além de mantê-lo sobre vigia constante. Os cuidados ainda eram os mesmo, apesar de ter se passado sete anos desde que ele se mostrou capaz de matar. Os pais de R-A foram assassinados sem explicação, diante dele, quando ele tinha apenas alguns anos, depois foi morar com uma mulher que conhecia como Tia, e ela tinha fixação por gatos. O garoto conseguiu viver com ela até os dez anos, todo esse tempo sendo perturbado pelos gatos que não gostavam dele e pelo crime sem solução da morte de seus pais. Então, em um momento de discussão com a Tia, ele não se conteve mais e mostrou que tinha sangue frio. Depois disso, mesmo sendo o primeiro filho, foi condenado a ser um órfão e ser expulso sem ressalva da colônia.

Faltando apenas dois dias para o banimento, ele foi autorizado a frequentar os treinamentos. Normalmente ficava trancado em uma sala fechada, fazendo um serviço monótono de separação de papeis de manhã e a tarde, e de noite jogado em um quarto só dele. R-A não era obediente ao serviço e algumas vezes usava o longo tempo para se exercitar das formas que imaginava, era uma das maneiras que encontrou para acabar com o tédio.

“Separação de duplas” e S-K, esperando que alguém se oferecesse para ser sua dupla, se viu sozinho, então ele observou o soldado-instrutor que posicionava as duplas distantes uma da outra.

–O que vocês estão esperando? Ali, vão.

E o homem de roupa escura e grossa empurrou S-K para dar um passo para trás. Ao se virar o ruivo percebeu quem seria sua dupla. Imitando os outros o rapaz loiro se posicionou diante dele. O instrutor abriu a bolsa e orientando todos (“mantenham-se em guarda e permaneçam firme para não serem atingidos.”) tirou um primeiro equipamento que jogou para S-K, e continuou distribuindo os itens para os outros.

S-K olhou o objeto em suas mãos, pareciam luvas redondas e acolchoadas. Depois de coloca-las começou a testar o posicionamento diante de seu rosto, subitamente percebeu uma movimentação em sua frente e teve tempo de arcar para o lado antes de ser atingido de raspão no rosto por um punho. O loiro na frente dele sorriu rapidamente, mantendo o posicionamento dos pés e dos braços flexionados, como um lutador de boxe. O instrutor tinha dito pra começarem, S-K estava distraído e R-A só queria acertar as luvas. No treino S-K teve que suportar alguns golpes fortes, que o fez ter a certeza de ficar feliz por ter desviado do primeiro soco, e na vez de acertar as luvas com R-A foi à mesma coisa, mas o ruivo admitia mentalmente: R-A se manteve mais parado do que ele ao suportar as colisões.


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Notas finais do capítulo

^-^ Oie. Obrigada por ler.
Seguinte, preciso de opiniões de quem esta lendo sobre a quantidade de palavras por cap. (é uma questão que queria por desde o começo)
Como viram, eu estou me vendo na media de duas mil palavras por mais que tente estar abaixo. Eu sou fã de capítulos assim de no máximo duas mil e alguma coisa, mais que isso eu evito (menos se a historia for boa, *-* ai não tem jeito). E neste momento entro em conflito do meu gosto e do que estou produzindo.

Dessa vez optei por mostra um pouco do S-K e dos órfãos que estão no abrigo (esclarecendo eram o Tae, Ross, Alice e Louis naquele trecho), assim no próximo temos três personagens.
Pietra: morena, de olhos azuis escuro, branca, e magra.[ http://2.bp.blogspot.com/-3kOTc_yqOXI/UPa8eL1dHGI/AAAAAAAAAME/fF8C79V1g8g/s1600/orkut-mulheres-bonitas-do-orkut-9cfe3c.jpg ]
Yuki: alto aproximadamente, corpo bem definido, loiro e usa seu cabelo meio cobrindo seus olhos olhos verdes claros, que as vezes muda de cor dependendo de como está seu humor.

Espero que tenham gostado e comentem para minha alegria e inspiração. :D
Segurem seus sapos saltitantes de chocolate, e até mais ver. o>