Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 5
Dias difíceis.


Notas iniciais do capítulo

Olá, Nesse capitulo mostro: Louis, Alice e Henry.
Para deixar a leitura em paz deixo coisas para as notas finais:
—Boa leitura.



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[Louis]

D-L andava pela cidade anoitecida depois do treino obrigatório de órfão. Era um menino de quinze anos vestindo de roupas escuras, que media 1,63 de altura, cabelos curtos e completamente negros iguais os olhos que possuía, a pele clara tinha algumas manchas de terra pelo serviço do dia e seu físico, um pouco largo, seguia o caminho para se tornar forte.

Um grupo de três amigos o seguia conversando sobre coisas que os faziam rir, mas D-L caminhava indiferente à conversa, sempre alguns passos na frente e olhando as ruas e casas sob as luzes fracas de postes tortos.

Mais um dia para o banimento tinha acabado, e bastava mais três e estariam sobrevivendo em um lugar que ninguém sabia como era. D-L e todos os que ele conhecia daquele Abrigo iriam ser jogados em um destino escolhido pelas leis de pessoas que ele nunca viu. A essa altura planejar um revolta dos órfãos não faria muito efeito, mas ainda era uma chance de poderem ficar... E com um sorriso astuto, D-L se virou para os amigos e disse seu plano. Os garotos, todos mais novos que ele, riram, mas aos poucos notaram uma seriedade em sua expressão.

–Mas, D-L, se essa revolução não der certa como nas ultimas vezes, eles podem piorar nossa situação no banimento só para nos punir mais. -disse uma garota de cabelos extremante curtos e com um casaco maior que ela.

–Ah! Fica quieta E-V!- disse outro com uma voz rouca e ao mesmo tempo aguda. -É um bom momento! Vai ter um monte de gente que vai nos ajudar dessa vez... Só temos que dar um jeito de pegar algumas armas ou coisa assim, e impe...

–Presta atenção demente! O que você está pensando?!- E-V se revoltou com o colega ao seu lado. -Se descobrirem que o D-L esta pensando em causar mais confusões o encarregado de nos controlar vai prendê-lo! Se esqueceu do aviso dele na ultima vez? Além disso, os soldados são mais velhos que nós, experientes com qualquer arma e com certeza mais fortes do que os que comem aquela coisa do Abrigo! Mesmo que todos participem, eles vão conseguir arrumar um jeito de acabar com a gente. E com esse banimento tão perto, eles podem nos ferrar de vez arrumando um kit inútil para sobrevivermos.

E-V estava certa, e D-L concordava. Todos ouviram falar desse suposto kit que teriam para sobreviver depois de banidos, mas seu conteúdo ainda seria um mistério até que estivesse lá fora. Então ele encerrou o assunto antes que o displicente que discutia com E-V começasse a xinga-la sem educação, assim o grupo seguiu seu caminho para o Abrigo em silencio.

D-L tinha um único nome fixo em sua memoria: Louis. Ele não sabia se era um nome ligado á sua família ou se foi dado pela moça órfã que cuidava dele quando era apenas um bebê.

Louis foi entregue ao governo e cresceu no abrigo. Como toda criança pequena ele foi cuidado até os seis anos de idade por outros órfãos que realizavam o serviço de babá. Depois desses anos, recebendo atenção de alguém, as crianças são subitamente abandonadas para viverem sozinhas como os outros órfãos, recebendo seus primeiros serviços e sendo iniciados nos treinamentos. É sempre uma fase difícil, ter que aprender sozinho que as pessoas que lhe cuidaram faziam por obrigação e que se teria que se fazer o que não agradava para se conseguir sobreviver naquele mundo que o usava. Foi a partir dessa época que o pequeno Louis começou a pensar em não seguir as regras daqueles que o tratavam mal e não querer ser liderado por aquelas pessoas do governo que só o usava. Aos longos dos anos esse sentimento se tornou mais solido, gerando muitas confusões, detenções e brigas com pessoas que não costumavam ser afrontadas por órfãos.

[Alice Hans Steiner]

Um enorme quarto do primeiro andar do Abrigo estava com as luzes apagadas. Apenas a lua trazia sua luz azulada para o cômodo através das diversas janelas sem cortinas e iluminava o espaço com diversas camas. Ali era o quarto das crianças pequenas. De um lado os berços iguais e de ferro com bebes de 1 a 3 anos, e no resto fileiras de camas com as crianças de até 5 anos, pois depois dessa idade eles eram mandados para outros quartos, junto com outros jovens que muitas vezes eram mais velhos.

Alice é uma órfã considerada bonita. Alta com seus 1,78 m e magra, tem longos cabelos dourados e ondulados, com mechas que emolduram seu rosto redondo de pele branca com sardas quase imperceptíveis e os olhos entre azul e verde claro que combinam com a boca naturalmente vermelha.

Ela e outras duas jovens, vestidas com o uniforme cinzento de algodão, estavam de olho no sono das crianças e se revessavam em turnos para descansarem em uma cama livre do cômodo. Não era a vez de Alice, mas ela estava cansada e seus olhos começaram a pesar. Ela estava sentada em um banco e apoiava a testa contra a grade do berço de um bebê que tinha dificuldades para dormir, e não demorou para que ela se visse na casa que viveu até os quinze anos, em um ambiente sempre nublado e confuso de sonho.

Chegava à porta em pela tempestade noturna, com frio e fome. Enquanto batia na porta refletia sobre sua fuga falha tendo apenas dez anos por causa do apelido de mal gosto que alguns familiares lhe deram. Então o calor da casa a atingiu quando abriram a porta, e o sorriso para visitas de seu pai, sempre bem vestido, se desfez ao nota-la pingando na soleira. Com desgosto ele permitiu que ela entrasse e a mandou para o cômodo de depois da cozinha que era seu minúsculo quarto. Tremendo Alice obedeceu de cabeça baixa, passando pela irmã gêmea na sala, vestida com um bonito vestido claro de babados e bem diferente das roupas remendadas de Alice.

O cenário muda e a garota agora tinha quinze anos. Estava trancado no pequeno cômodo que era seu quarto e anteriormente uma dispensa. Uma festa para a irmã gêmea e os parentes acontecia nos outros cômodos da casa. Enquanto passava seu tempo costurando um rasgo em uma de suas roupas a porta se destranca e Haylie entra deixando a festa para trás. A loira se acomoda ao lado da irmã na cama e carregando um grande pedaço de bolo diz “Feliz aniversario.”.

–Alice. -a voz hesitante de sua irmã diz logo depois que o doce está na metade. -Eu não queria que fosse assim... Essa historia de família perfeita, sem histórico de banidos, é muito ridícula. Não gosto de te ver sendo tratada assim e ao mesmo tempo, não quero que você fique longe. Ainda mais se você for mandada embora a qualquer momento. Quero aproveitar a irmã que tenho.

Haylie sempre foi a filha perfeita para aquela família perfeccionista e cheia de etiqueta, ao contrario de Alice; e essa foi uma das razões de Alice ser sempre mal tratada e sempre considerada um erro que nasceu para estragar o orgulho da família de não ter ninguém com seu sangue fora da colônia há muitos anos.

Então o sono perturbado de Alice pula para o dia seguinte aos seus quinze anos: Haylie a arrastava apressada para o segundo andar da casa, sempre desesperada e chorando sem conseguir se conter, e depois elas vão para uma sacada, Alice busca olhar abaixo a entrada da casa e assiste seus pais assinando alguns papeis e entregando-os á um homem com uma capa azulada e um distintivo brilhando no peito, a seguir ele segue para dentro da casa acompanhado de outros dois homens.

–Eles estão te entregando Alice... -disse a irmã dela entre os choros e soluços.

Elas ouviram os homens procurar no andar de baixo e Alice observou rapidamente e com desgosto alguns parentes e vizinhos se agruparem na rua para ver a cena. Subitamente ela abraça a irmã fortemente e diz o que sabia á um ano, chocando a garota e a fazendo chorar muito mais: Haylie nasceu depois de Alice, mas pelo seu jeito mais comportado e de acordo com a família elas foram trocadas, eles escolheram Haylie para ficar. Após ser apertada mais pela irmã e com os homens já a encontrando, Alice conclui dizendo que ficará bem sabendo que Haylie estará à salva, sabia que era mais forte e resistente que a irmã. Então, enquanto os homens tentavam solta-la da irmã, Haylie disse com todas as palavras e sentimento "Eu te amo", marcando o momento na memoria de Alice.

–N-I...? –e alguém a chacoalhou despertando-a e fazendo abrir os olhos umedecidos. -Você esta bem?- a moça diante dela a olhava preocupada.

–Estou sim. –Alice, chamada de N-I, respondeu abrindo um sorriso, se aprumando no banco e limpando as lagrimas que escaparam. -Não se preocupe.

–Hm... Se quiser pode ir se deitar na cama. -sugeriu a garota vendo que a criança de que Alice cuidava estava dormindo.

Alice soltou um riso baixo e divertido, como se não tivesse sido lembrada do fato triste que aconteceu há cinco anos, depois negou com a cabeça:

–Acho que já visitei o mundo dos sonhos um pouco. -a menina acompanhou o sorriso dela. -Vou ficar bem, pode ir.

[ Henry Carter Smith ]

Um novo dia tinha começado com os órfãos indos para seus serviços e os primogênitos para as escolas, mas, no caso de um dos herdeiros da família Smith, conhecidos pela mistura de bondade, autoridade e alegria que sempre carregavam, um dia de folga. Henry Carter seguia andando pela cidade fazendo o favor de entregar umas encomendas para o dono de um mercadinho não muito longe de sua casa. Era um rapaz de dezoito anos, alto, forte e com barba a ser feita, que andava sempre de bom humor; possuía os cabelos castanhos claros, não muito compridos, em um penteado bagunçado e a pele clara combinava com os olhos intensamente azuis. E Henry tinha um irmão de exata aparência, mas não de mesma personalidade.

Enquanto andava cumprimentando muitas pessoas, uma senhora debruçada em uma janela do outro lado da rua o chamou para perto com um sorriso fino. Henry tentou apenas cumprimenta-la de longe e seguir o seu caminho, pois sabia que aquela mulher e as vizinhas eram um tipo que gostavam de conversar. Mas ela o chamou de novo com determinação e, contrariando a si mesmo, ele foi ver o que ela queria, sem estampar isso na expressão, pois carregava o sorriso contagiante de sempre.

–Olá Henry meu querido. -Disse a mulher debruçando sobre a janela para vê-lo. -Como você esta? Não posso dizer que sinto muito por seu irmão Anthony estar indo embora nesse banimento, e me preocupo de como isso vai te afetar. Não se preocupe com ele, aposto que do jeito que ele é, vai conseguir viver alguns dias fora da colônia...

Henry continuou olhando a senhora, ouvindo-a sem ouvir. As pessoas tinham esse costume de não esconder como o irmão dele não era tão querido por ser um oposto da família toda, sendo ranzinza e encrenqueiro. Mesmo assim, era a pessoa que veio ao mundo com ele e o assunto o perturbava um pouco.

–Ah. –e a mulher o cutucou no ombro. -Esta sabendo, Henry, que a neta da Lídia esta estudando para entrar na secretaria do nosso governo? Sim, e em breve ela estará procurando alguém que possa acompanha-la no resto de sua vida. Será uma moça com boa casa e um bom trabalho...

Henry soltou um riso que cortou o que ela dizia, então ele olhou-a com um sorriso que fez a mulher o perdoar e disse galanteador:

–Eu tenho o que preciso podendo falar com você. -A mulher corou um pouco e ele riu, depois se despediu, saindo caminhando antes que a mulher conseguisse falar alguma coisa.

Ele brincava com as pessoas e era compreendido como um cara engraçado. Mas às vezes Henry odiava algumas pessoas que claramente se aproximando com outras intensões, pois sabiam e ouviram que o rapaz era um tipo que ajudava em qualquer coisa que lhe pedisse, porém Henry não expunha diretamente, apenas ignorava essa gente quando podia.

A tarde chegou e Henry resolveu voltar para casa. No caminho uma mocinha loira com um sorriso largo o parou e ficou o encarando admirada enquanto tomava ar de uma corrida longa. Depois ela contou que Anthony, seu irmão, tinha se metido com um negociante chamado de Açougueiro, que era bem mais ranzinza, no Mercado Fechado do lado Sul da colônia. Este foi um dos momentos que Henry deixou de sorrir e correu para ajudar o irmão. Pela narração da menina, Anthony tinha arrumado confusão com o homem e depois fugiu levando coisas sem pagar.

Logo Henry chegou às redondezas do mercado e procurou qualquer sinal do irmão, então alguém segurou sua blusa e o puxou para um beco estreito e sombrio entre duas casas.

–Henry... -disse o irmão dele apreensivo e encarando. -Não foi culpa minha, eles que começaram dessa vez, é serio!

–Droga, Anthony, porque você não simplesmente comprou as coisas.

–Eu?! -estranhou o outro. -Eu não ia pagar aquelas porcarias que eles vendem. Ainda mais daquele cara... - e Anthony xingou o dono do lugar.

Os dois se calaram quando alguns oficiais passaram pela rua claramente atrás de Anthony ao repassarem as características do individuo que procuravam.

–Tsc... Vamos trocar de roupas. -Falou Henry para o irmão.

–O quê? O quê pretende fazer? -Anthony estranhou, mas não contestou.

–Eu corro mais rápido, acho que posso despista-los mais facilmente. E você volta para casa e conta para os nossos pais o que houve. Talvez eles possam dar um jeito nessa situação.

Vestido com as roupas que caracterizou o irmão, Henry correu e tentou seguir um plano de chegar às áreas mais afastadas e se esconder em algum bosque, plantação ou jardim. Entretanto, quando um trio de oficiais estava em seu encalço após abandonarem quatro que não aguentaram a corrida, um novo par de oficiais surgiu em sua frente. Henry virou e atravessou a rua em direção à uma ruela para fugir do cerco, mas mal pisou na calçada nova e seus pés tropeçam. Depois de cair ele olhou o que se enroscou em seus tornozelos e encontrou um equipamento de corda com pesos nas pontas. Henry tentou se livrar, mas rapidamente os oficias irritados chegaram e deram um jeito de deixa-lo inconsciente.

Com uma aguda dor na cabeça e sangue seco no rosto Henry acordou em um lugar diferente: frio, sem nada, de paredes de cimento liso e claustrofóbicamente estreito. Em um extremo havia uma porta de barras de ferro e foi para lá que Henry caminhou ao ouvir vozes discutindo, então se localizou em uma das celas de um corredor que ecoava o som de uma conversa, entre o chefe dos oficiais com um casal, sua mãe e seu pai. Ambos argumentando sobre o fato e reclamando que era Henry que estava preso não Anthony, que era o culpado, mas o homem arrogante não dava ouvido.

–Não podemos fazer nada a respeito. –respondia ele. -Sinto muito, mesmo que o Anthony seja banido em alguns dias, terá que ficar preso pelo que fez. E suponho que só poderão vê-lo no dia do Banimento.

–Mas ele não é o Anthony!-Falou sua mãe com irritação rara.

–Tenha uma boa tarde. E saiam antes que mande alguém ajuda-los.


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Notas finais do capítulo

Parabéns, você leu um mega capitulo que não consegui diminuir - juro que tentei, mas não tinha o que eu pudesse deletar. :T
Para ajudar a memorizar:
—Louis: 15 anos, tem um pouco mais de 1,63 metros de altura. Seus cabelos são negros e ele tenta mantê-los curto, seus olhos são da mesma cor. É magro, forte e um pouco largo.
—Alice Hans Steiner: 20 anos. Cabelos longos, dourados e ondulados, pele branca com sardas quase imperceptíveis, olhos entre azul e verde claro, boca naturalmente vermelha. 1,78 m e magra.
—Henry Carter Smith: 18 anos. Cabelo castanho claro em penteado bagunçado. Pele branca, olhos intensamente azuis, lábios finos e está sempre com a barba por fazer. É alto e forte. [Foto: http://static.cinemagia.ro/img/db/actor/02/81/97/chace-crawford-254086l.jpg ]

Tem questões do reviews do capitulo anterior que devo responder:
—porque N-C?
R: Seguindo uma logica: como Ross que tem 20 anos era M, escolhi o N para o Tae, e C, hm, porque dizia ficha que é Coreano. Entendeu? Dai veio o C.
—Quando acontece o banimento todos os órfãos são mandados, ou apenas alguns são escolhidos?
R: A grande(imensa) maioria vai. Grande parte dos escolhidos para ficar e continuam sendo tratados como órfãos são crianças de até dez anos que estão indo bem nos treinos, já que precisam de pessoas para os serviços que ninguém quer. E os mais velhos escolhidos, que são apenas alguns, são aqueles que são Muito bons em algo com algum futuro promissor ou útil para colonia. E Crianças até os cinco também ficam (afinal bebes em um mundo selvagem é petisco).
—Órfãos treinam para sempre, é isso?/Como funciona a parada da IdadeXBanimento?
R: Enquanto não houver um banimento o órfão trabalha e treina. A não ser que seja escolhido para ficar depois de algum banimento, ai são classificados como habitantes normais e ficam em paz.

Espero que tenha tido uma boa leitura. E, ah, depois das apresentações a historia vai andar. E acho que não vou passar de 2.000 nos capitulo.
Obrigada por ler.