Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 2
O dia do banimento foi anunciado!


Notas iniciais do capítulo

Olá, primeiro cap! Apresento meu personagem e outras coisinhas. Espero que gostem. ^-^
Mais coisas a serem expressas por mim na Nota final.
—Boa leitura.



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Distante de qualquer lugar, a colônia dos humanos restantes do planeta terra é isolada por muralhas altas de puro concreto e aço, que cercam os vários quilômetros em seu interior, onde se encontra tudo de que eles precisam; desde áreas de cultivos e criação de animais á um grande rio rabugento e cheio de onde eles tiram a energia elétrica para a cidade. O rio é considerado o coração do lugar, já que sua presença é o que permite toda a vida.

A estação de energia naquela manhã teve um problema. S-K, órfão de quase dezoito anos, foi designado para ajudar o mecânico do equipamento, e foram longas horas suportando o som das águas e o ruído metálico e agudo da maquinas. Por sorte o rapaz conseguiu interpretar o que o homem lhe instruía a fazer e não teve mais problemas com o serviço. Porém logo depois ao meio dia, andando pelas ruas estreitas de pedra e entre as varias casas de mais de dois ou três andares e precárias, já tinha percebido que seus ouvidos perderam a habilidade de escutar as coisas, e isso o deixou um pouco irritado e estressado, já que estar surdo, mesmo temporariamente, o fazia ficar displicente com as coisas a sua volta. Tanto que até foi avisado por alguém que uma bicicleta enferrujada e desgovernada vinha em sua direção, mas ele não ouviu e acabou por perceber no ultimo segundo, se jogando atrapalhado contra uma parede que lhe ralou nas mãos e braço.

Então, depois de atravessar quase a cidade inteira e passar por um corredor de arvores secas pela estação e grama baixa, ele chegou ao centro de treinamento dos órfãos. O casarão, próximo de uma das faces internas da muralha, tinha espaço, tanto dentro como fora, e logo ao lado se estendia uma área chamada de bosque que sumia de vista seguindo a enorme parede. S-K não gostava daquele lugar, pois era o mais frio que conhecia e o mais distante também. Mas se juntou ao grupo de sua idade, que esperavam o horário de começarem. De longe analisou os outros grupos divididos por idade espalhados no espaço calçado da frente do lugar. A maioria conversava entre si sem muito ânimo depois do trabalho durante a manhã. Era rotina os órfãos se adiantarem unindo-se com os da sua idade antes do treinamento começar, já que o que era ensinado era planejado por idade, e a cada ano o treino era mais difícil, mais coisas novas surgiam e mais uso de força era necessário. Apesar disso o treinamento era importante para a vida dos órfãos, não só por garantir alguma chance quando forem expulsos, mas também por que era nos objetivos impostos todos os dias pelos instrutores e avaliadores que se garantiam as refeições de cada dia. Assim se não conseguir atingir o objetivo deve se preparar para passar o dia seguinte comendo apenas um pão duro de manhã e nada mais.

S-K não faltava e nem se atrasava para nada, não tinha mais o que fazer da vida e compreendia que ser do Governo exigia essa retribuição injusta de dedicação em tudo que o órfão fizesse. Mas isso não significava que ele gostava da vida dele. Em todos os anos em que viveu no abrigo se perturbava cada vez mais, pois mais crianças eram jogadas lá dentro, e cada espaço se tornava ocupado por mais de cinco pessoas. O abrigo era outro lugar que ele não gostava tanto, mas era onde ele morava e podia descansar em um quarto, divido com outros cinco, e em uma cama própria.

Depois do treinamento comandado por algum ex-agente de proteção da colônia, o dia do órfão tinha acabado. Em plena noite, mas acabado. S-K seguia um grupo qualquer em direção ao Abrigo. Sua surdez havia diminuído um pouco, mas estava cansado para notar para isso. Logo se viu quase sozinho caminhando, alguns dos mais velhos que ainda tinham energia se dissiparam para andar pela cidade. Então o abrigo subitamente estava diante dele, mal percebeu o longo percurso que fez. O prédio de dez andares, o mais alto do quarteirão, era quadrado, cinzento e marcado por bolores que ninguém dava atenção. Depois de subir os degraus da entrada e atravessar a porta dupla de madeira mofada e rachada, S-K chegou ao hall completamente lotado e perturbado pelas conversas dos jovens que estava lá, mas que ele não ouviu direito, e nesse momento agradeceu por estar meio surdo. Entretanto, mal deu alguns passos para as escadas e um sujeito magro, saltitante e de olhos acompanhado de olheiras escuras, surgiu na sua frente e gritou o encarando fixamente:

–Está marcado! Está marcado! O dia do banimento foi anunciado! Adeus S-K! Seja feliz no Mundo!

O garoto semi-surdo ouviu muito bem a voz alta e esganiçada do garoto alucinado, conhecido como F-G, e sem muita paciência o empurrou para fora de seu caminho. Mas F-G estava acostumado com coisas assim, e logo abordou outra pessoa para contar a novidade e espalhar o pânico para aqueles que tinham certeza que não iriam ficar na colônia.

Em seu quarto no quinto andar, S-K pegou algumas coisas em um dos dez armários de ferro que ocupavam uma parede do quarto, e dessa vez teve que dar a senha e usar um soco para o velho armário abrir, então foi tomar um banho no banheiro, provavelmente cheio, do andar. Quando voltou decidiu que iria comer a ultima refeição do dia, apesar de estar querendo mesmo usar sua cama e dormir.

O refeitório do abrigo usava o porão do prédio, o que fez S-K descer tudo o que subiu, e quando chegou encontrou o lugar meio cheio, com a maioria das pessoas terminando o jantar. Caminhou sobre o piso branco e fino, desviando das diversas mesas clones que estavam espalhadas no lugar, todas de tampo branco e ferro cromado, acompanhadas de quatro ou três cadeiras. Lá no fundo do espaço de paredes cinza estava o balcão onde ele iria dizer seu nome a um dos funcionários rechonchudos que consultaria uma lista e, se tivesse certo que tinha havia ido bem no teste do treinamento do dia anterior, receberia a comida. Depois de pegar uma bandeja de coisas estranhas S-K a jogou sobre uma das mesas livres e se sentou, após analisando o alimento molenga demais perdeu a pouca vontade de comer que tinha, então pegou apenas a garrafa de suco e começou a toma-la analisando as outras pessoas. Era comum encontrar crianças pequenas vagando por ali, normalmente elas não iam bem nos testes e ficavam sem comer, alguns dos mais velhos permitiam que elas disputassem o que deixavam, mas não faziam isso com frequência, pois se fizessem essas crianças os marcavam e o seguiriam em cada refeição para conseguir o que comer.

Nessa noite S-K encontrou poucas dessas crianças no refeitório, e achou que elas ficaram mais preocupadas com o fato de serem mandadas embora em breve do que matar a fome. Mas, quando a garrafa de suco ficou mais leve em sua mão e ele olhou para frente, na mesa seguinte havia uma menina pequena, de oito anos com um gorro roxo na cabeça que ocultava suas sobrancelhas sobre os olhos verdes e grandes, e ela se sentava comportada e paciente o olhando de longe. S-K desviou o olhar depois de nota-la, mas sabia que ela continuava ali o encarando sem hesitação. Quando se cansou daquilo se levantou, pegou a bandeja, caminhou até ela e largou em sua frente sem olha-la, antes de ir para seu quarto. Assim que chegou o rapaz se jogou em sua cama cansado, e, passando os dedos no meio dos cabelos ruivos da cabeça que doía, pensou sobre o banimento, sabia que não tinha muito que fazer para fugir e só restava esperar que os quatro dias se passassem e então teria que sobreviver.


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Notas finais do capítulo

:D Essa historia me traz felicidade, foi animador as vagas serem preenchidas como água. Pensei que teria que postar outro capitulo para chamar mais pessoas. Rs. Acredite estou feliz por isso.
Então - Comentários são votos para manter o personagem. E vale desde o primeiro até o fim.
Meus comentários sobre o capitulo:
—Eu não informei, mas o os órfão ganham letras como nome. Sabe, ajuda eles não terem ligações com a famílias. E se o seu personagem é um órfão, eu darei as letras ou usarei os nomes, mas mais tarde posso dar um jeito de todos usarem os nomes que deram. :v Sem grilo.
—Pude descrever um pouco de muitas coisas: a colônia, o trabalho de órfão, o lugar de treinamento, como é o abrigo onde os órfãos vivem e também sobre o personagem que vou usar. *--*
Bom, espero que tenha gostado. No próximo começo com os primeiros personagens.
Obrigada por ler. Obrigada para quem mandou a ficha e respondeu minhas duvidas.
Até um próximo capítulo ou nos comentários.