Santana

Kurt apareceu em frente a nossa sala de aula, seu rosto apresentava um tipo de expressão inexplicável que chegava a ser bem confusa, seu olhar buscava algo e ao encontrar deu um sinal, minha pequena se levantou e saiu correndo pedido licença ao professor. Alguma coisa estava errada, me levantei ate sentir uma mão me puxar, Finn possuía a mesma reação que a minha, mas estava calmo.

–Acho que ela precisa resolver alguma coisa.- seu olhar me encarava.

–Você mesmo percebeu um certo desespero no porcelana.- minha respiração se acelerava.

–Percebi sim, deve ser alguma coisa em relação a eles, tenha calma lopez.- Finn segurou minha mão em um gesto carinhoso.- Daqui 5 minutos o sinal bate, podemos ir atrás deles.

–Tudo bem eu espero.- me sentei novamente encarando a porta.

Rachel

Kurt me puxava pelos corredores com uma certa urgência, fiquei meio confusa mais tentava acompanha-lo com um pouco de dificuldade, Kurt analisava algumas salas e logo me puxou para dentro.

–Rachel!- ele disse soltando um ar que parecia ter segurado por um bom tempo.

–Pode me dizer o que esta acontecendo? - tentei controlar minha respiração.

–Você se esqueceu completamente, não sei se vai ter mais tempo, temos apenas uma semana.

–Uma semana? Como assim?

–Rachel acorda, NYADA!- senti um desespero tomar conta, havia me esquecido.- Você não mando nada para lá, como vai fazer o teste para entrar na faculdade?- me senti perdida, sem rumo, deixei meu sonho de lado para viver mais os momentos e fiquei completamente em pânico.- Ela vem semana que vem avaliar os alunos aqui na cidade, talvez apareça aqui ate mais cedo.

Caminhei em direção a cadeira e me sentei, encarei o nada enquanto soltava o ar que segurava, não havia nada que eu pudesse fazer, não conseguia dizer nada. Kurt me encarava preocupado, senti um nó na garganta e já podia sentir as lagrimas.

–Ei vai ficar tudo bem, vamos dar um jeito minha pequena. Venha vamos arrumar a carta e mandar para lá, temos um chance ainda.- balancei a cabeça tentando parecer calma.

Kurt me ajudou em tudo, não conseguia dizer nada, ou simplesmente pensar, aquilo sem duvidas mexeu comigo, me desestabilizo completamente. Kurt pediu para uma pessoa levar a carta pro correio e assim fizeram.

–Agora é esperar.- Kurt percebeu meu estado, não disse nada, apenas me abraço bem forte.

–Obrigada!- única coisa que consegui dizer.

–O sinal já bateu vamos buscar uma coisa para comermos!

–Preciso ficar um pouco sozinha.- me afastei com a cabeça baixa e comecei a andar.

–Tudo bem!- senti um tom de preocupação em sua voz.

Só havia um lugar que queria ir e assim fiz, caminhei para o auditório, queria ficar sozinha e tentar pensar coisa que seria difícil, tudo fico confuso, perdeu o sentido, sempre foquei no meu sonho mais de repente tanta coisa aconteceu e acabei me perdendo. Caminhei até o centro e analisei as cadeiras e por um momento me imaginei em um palco da Broadway, fechei os olhos e quando abri a realidade tomou conta, um desespero absurdo me perturbava, meu sonho estava na ponta de um penhasco e a qualquer momento pode cair ou simplesmente desmoronar. Me sentei ali abraçando meu joelho e me permiti a chorar, um aperto no coração e logo a dor e a angustia me dominou.

Santana

Ao sair da sala corri para falar com minha pequena, toda direção que olhava parecia distinta, não conseguia acha-la, vários alunos invadiram os corredores, fixei meus olhos e encontrei Kurt, tentei correr para alcança-lo, foquei mais meu olhar para não perde- ló de vista, o bom de ser popular é que todos abrem caminho para sua passagem.

–Ei purpurina, onde esta minha namorada?

–Eu não sei Santana!- seu suspiro era cansado e triste.

–Como assim não sabe? O que esta acontecendo?- tentei me conter.

–Rachel precisa de você, não precisa dizer nada, só sua companhia vai ser o bastante, quando ela fica assim o silencio toma conta. Rachel esqueceu de mandar uma carta para NYADA, vamos nos formar daqui a pouco e o teste para entrar nessa faculdade é semana que vem, resumindo foi muito em cima, esse é o sonho dela e se algo der errado, Rachel desaba.- Kurt abaixou a cabeça.- Eu mandei a minha carta nas primeiras semanas e pensei que ela havia mandando, mas percebi que tinha algo errado, e deduzi que ela tinha esquecido.

–Já sei onde encontra-la, obrigada!- sai correndo para o auditório o mais rápido que pude.

Diminui os passos ao me aproximar, seu choro era acompanhando de vários soluços, a dor era transparecida junto com o desespero, senti um aperto no peito, me ajoelhei ao seu lado sem que ela percebesse, passei meu braço em torno do seu pequeno corpo e abracei ela bem forte, seu corpo se relaxo um pouco e se aconchegou nos meus braços.

–Vai ficar tudo bem, estou com você sempre.- Rachel chorava cada vez mais.- Ei minha pequena, se acalma.

Ficamos ali um bom tempo, Rachel estava mais calma e ainda se mantia em silencio, seu corpo estava colado ao meu e em nem um momento ela me soltou, os sinais batiam e aquele tempo voava, respirei fundo e depositei um beijo em sua testa.

–Estou com tanto medo.- sua voz saiu fraca.

–É esse medo que te torna mais forte.- encarei seus olhos, bem inchados e roxo por causa da pancada de mais cedo.

–Podemos ir embora?- ela se aproximou me dando um beijo no rosto.

–Não quer ir pro clube glee? É o que quer?- me levantei e a ajudei ela.

–Prefiro ir embora!-peguei em sua mão e caminhamos para fora do auditório, os corredores estavam vazios, havia mais uma aula e provavelmente todos estavam estudando.

–Santana te procurei em todo lugar, Sue está louca atrás de você, tínhamos treino, faz uma hora que começou.- Brittany disse se aproximando.

–Brittany nem vai da, vou levar Rachel pra casa.- continuei andando.

–Sue vai te matar Santana, e não vai gostar nada disso, as nacionais e daqui a alguns dias, você precisa treinar, como capitã já sabe ne.

–Brittany...- suspirei cansada.

–Ei amor, tudo bem, eu estou legal e você precisa treinar.- Rachel se afasto indo em direção a porta.

–Santana Lopez.- Sue apareceu me puxando pro campo sem me dar tempo de pensar.

Rachel

Sai da escola caminhando calmamente, um vento bateu e logo senti um arrepio, olhei para cima e o tempo ia fechando aos poucos, com certeza ia chover e muito, continuei meu caminho, abaixei a cabeça e suspirei, aquele aperto no peito ficava cada vez mais forte, já podia sentir aquela vontade de chorar. Decidi ir pro lago, ali iria me acalmar, afirmei os passos e logo começou a chover, uma chuva fraca que ia aumentando rapidamente, me sentei de baixo da arvore de frente ao lago, fechei meus olhos e senti a chuva cair sobre mim. A chuva ficava cada vez mais forte mais não me importava, aquilo parecia tirar um pouco do que estava sentindo, minha cabeça doía, os pensamentos vieram átona, e então chorei. O barulho da chuva forte era intenso, as folhas das arvores caiam de acordo com o vento e a chuva, o lago se enchia e derramava uma certa beleza a pesar da chuva, já estava escurecendo, o frio predominava meu corpo enquanto a chuva? Essa caia sem dó algum.

Santana

O treino acabou por causa do temporal que estava tendo, arrumei minhas coisas e parti para casa correndo, minha pequena precisava de mim, na verdade ela não estava nada bem, peguei uma carona com Finn e Kurt que me deixaram lá o que foi uma grande ajuda.

–O que foi querida?

–Oii mãe, viu o temporal que esta lá fora?

–Vi sim, cadê a Rachel?

–Como assim cadê a Rachel? Ela não veio embora?- subi correndo e procurei ela por toda a casa e nada.

–Ela não estava com você?

–Ela saiu mais cedo, não estava bem, estou bem preocupada com ela.- respirei fundo.

–Onde você vai nesse temporal?

–Vou procurar minha namorada, quando der eu volto!

–Cuidado querida!

–Kurt?- disse saindo de casa.

–Santana? O que foi em?

–Rachel não esta aqui em casa, me ajuda procura-la?- suspirei cansada.

–Estou passando ai daqui a pouco!

–Tudo bem, estou te esperando.- alguns minutos se passaram e logo ele apareceu em frente de casa.- Obrigada!

–Magina, minha obrigação cuidar dela!

–Faz ideia de onde ela pode estar?

–Não faço ideia Sant, vamos dar uma volta, tem algum lugar que vocês costumam ir?

–Tem o lago, mais como esta chovendo eu não sei, será que ela foi pra escola?

–Vamos ver!

Kurt acelero indo em direção a escola, no meio do percurso ele sempre procurava me acalmar e dizer algo que deixasse uma esperança de que tudo ficaria bem, entramos na escola e nos separamos para procura-la.

–E ai?- Kurt se aproximou correndo.

–Nada e você?- abaixei a cabeça.

–Nada também! Tenho quase certeza que ela esta no lago.

–Tenho quase certeza também, vamos?

–Sim vamos!

Entrei no carro e fiquei observando a chuva que caia, era como se não tivesse mais fim, o céu escuro e alguns trovões iluminavam com aquela claridade na imensidão, o estrondo do barulho era intenso.

–Psiu...

–O que foi?- encarei ele.

–Tudo ai ficar bem, você é a pessoa certa para ela.

–Me sinto um pouco culpada, ela cuido tanto de mim e acabo esquecendo dos sonhos dela.

–Amor é assim Santana, colocar a necessidade do outro na frente.

–Não dessa forma!

–Ela te ama tanto, entenda que ultimamente você vem sendo tudo para ela.

–Não quero estragar a vida dela Kurt.- senti um nó na garganta.- Eu amo tanto ela e vê-la assim me mata.- olhei para janela e vi uma pessoa sentada de baixo da arvore de frente para o lago, meu coração acelero.- Kurt para.

–O que?

–Para o carro!

–Onde você vai Santana? Espera! -abri a porta do carro e sai correndo, a chuva estava gelada, e em poucos segundos me aproximei, era ela, toda encolhida e quietinha.

–Quando for pra sumir assim me espera!

–Vai se molhar Santana, e melhor ir pro carro. -me abaixei encarando seus olhos.

–Estou aqui para cuidar de você.

–Eu estou bem!- toquei seu rosto e estava quente.

–Vamos embora.- puxei Rachel para meus braços.- Eu estou com você e farei o que for preciso para te fazer feliz.- levantei seu queixo e me aproximei tocando meus lábios no seu lentamente, um beijo calmo e intenso. Puxei Rachel e levei para dentro do carro.- Podemos ir!- avisei Kurt.

Rachel me abraçou bem forte para se esquentar, seu corpo estava muito quente, um calor bom mas o frio da chuva prevalecia, ela se afastou um pouco e tossiu e logo coloco a mão na boca.

–Amor?- olhei para sua mão preocupada.

–O que foi?- sua voz era fraca.

–Sua mão esta com sangue.- comecei fazer carinho.

–Eu estou com medo.- sua voz diminuía.

–Não tenha, estou aqui com você.

–Eu te amo...- ao dizer aquilo senti sua respiração diminuir e seus olhos fecharem.

–Amor? Kurt o que eu faço??? Me diz o que eu faço???

–Se acalma, vou levar vocês para casa.