End of all days escrita por Bruna TWD


Capítulo 8
Parece que essa estrada não tem fim.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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"A dor não passa, você só se acostuma com ela"

–The Walking Dead.

Faz uma hora que estamos na estrada. Essa última hora foi a hora mais calada e sufocante em todo esse tempo de apocalipse. Fred dirigia calado. Andy no banco do carona calado. Eu estava atrás, calada. Ainda não vimos nenhum Walker na estrada, só carros abandonados e sujos. São quase cinco horas de viagem até chegar em Chicago. Espero que a cidade não esteja cheia de Walkers.

Depois de duas horas de viagem, encontramos um obstáculo meio complicado: a estrada estava bloqueada por carros. Era meio que impossível conseguir abrir caminho para continuar viagem em poucas horas. Parece que nosso prazo foi adiado, aquilo iria demorar.

–Que maravilha! – Fred falou, batendo com toda força que ele tinha no volante. – O que a gente faz agora?

–Fica calmo, Fred. A gente consegue fazer isso. Coisa simples, certo?

Ele me olhou com uma cara de "você não está ajudando em nada, fica quieta". Foi o que eu fiz, fiquei quieta. Não tinha muito o que fazer, só começar a tirar os carros dali. Se seria fácil fazer aquilo? Nem um pouco. Se a gente tinha outra saída? Não. Se a gente ia conseguir fazer aquilo? Espero que sim.

Ed pegou seu mapa e começou a ver outras rotas por perto que levavam à Chicago. Nenhuma rota, aquela era a única. Ele então falou com Morales, que parecia estar um pouco melhor, sobre como podiam resolver aquilo. Ed deu a ideia de dividir o grupo para que cada um ficasse responsável por uma parte dos carros, assim acabaríamos mais rápido. Morales então dividiu o grupo e, claro, fiquei com Fred e Andy. Eu gosto muito deles, mesmo, mas não queria fazer aquilo com eles, não naquela hora.

Nós ficamos responsáveis pelos carros que estavam mais para o meio daquela fileira. Pegamos algumas armas e fomos logo pra acabar com aquilo o mais rápido possível. Fred parecia estar com raiva, provavelmente de mim, eu só não sei por que.

Nós começamos a vasculhar os carros, vendo se não tinha nada de interessante e importante. Achamos pilhas novas, um kit primeiros-socorros, alguns machados, munição para espingarda – a arma não estava lá –, algumas barrinhas de proteína, garrafinhas de água e dois cutelos. Eu sei, muito coisa para se encontrar no apocalipse, mas demos sorte.

Depois de pegar o que tinha nos carros, soltamos o freio de mão de cada carro e empurramos cada um até que tivéssemos uma boa passagem para nossos carros. Demorou mais de três horas para terminarmos tudo. Foi bem difícil, ainda mais trabalhando do lado de dois mudos com cara de bunda. Eu queria muito entender qual era a do Fred, mas provavelmente se eu perguntasse alguma coisa ele explodiria tudo para cima de mim.

Eu até entendia por que o Andy estava daquele jeito, ele meio que estava com medo de que eu não quisesse mais a sua companhia. Eu tenho motivos de sobra pra não querer isso, mas não consigo. Ele é uma parte importante na minha vida, e eu não podia simplesmente desistir só por causa de um dia. Um maldito dia que, talvez, nunca saia da minha cabeça. Eu não posso simplesmente julgá-lo, pois todos nós nos dias de hoje somos capazes de fazer essas coisas. Eu só tenho que tentar esquecer e seguir em frente. É o melhor a se fazer.

No meio do trabalho, é claro que encontramos alguns Walkers nos carros, mas eles pareciam incapazes e pareciam fracos. Provavelmente estão ali desde que tudo começou. Também encontramos uns dois ou três carros bons, melhores até que os nossos. Decidimos pegar um deles, era até melhor. Pegamos gasolina em vários carros, mas não deu muita coisa. Talvez uns 10 litros ou um pouco mais.

Morales ficou com o carro "novo". O resto de nós continuou com o mesmo carro. Seguimos estrada até finalmente chegar em Chicago. Eu estava cansada, mas não consegui dormir no carro, pois minha preocupação com os garotos era muita. Eu naquele exato momento estava me sentindo a mãe deles que tinha tirado a TV dos dois e que, por causa disso, eles estavam "de mal". A situação chegou a se tornar meio ridícula, mas eu não podia falar e nem fazer nada. Só o que podia fazer era esperar e ver no que aquilo ia dar.

Todos estavam tão cansados que preferiram ficar em algum lugar o mais perto possível e esperar amanhecer, para então nos encontrarmos com os pais de Andy. A cidade estava vazia, parecia uma cidade fantasma. Não nos encontramos com nenhum Walker – ainda bem, estava muito cansada para lutar com aquelas coisas. Paramos em um tipo de bar que estava cheio de amendoim e Whisky. Não tinha mais nada, apenas isso. E parece que os homens do grupo ficaram animados com isso, até o Fred. Andy nunca bebeu na vida dele, então ele não ficou tão interessado naquilo.

Já estava muito tarde, mas parece que os caras não estavam nem aí. A maioria deles estava completamente bêbados, até Fred. Eu só queria ver como iriam conseguir acordar bem. Mas o lado bom era que todos estavam se divertindo. Há muito tempo não nos divertíamos tanto.

Eu então decidi ir dormir, tentei segurar meu cansaço, mas não aguentei muito. Escolhi dormir na despensa do bar, eu achei que seria melhor pra mim. Quando eu entrei, ouvi um barulho e então pensei que era uma daquelas coisas. Peguei minha faca e a lanterna, pois estava meio escuro. Foi aí que vi uma sombra se aproximando de mim e fui pra cima dela.

–DROGA! Eu sei que você está com raiva de mim, mas não precisa me matar! – Era o Fred.

–Que merda, Fred. Eu quase matei você, sabia? Droga! Toma cuidado, cara. Eu quase morri do coração agora.

–Quem quase morreu aqui fui eu! Mas ainda bem que você me ama o suficiente pra não enfiar essa faca na minha cabeça! – Ele estava com uma voz tão estranha, voz de bêbado. Ele também cheirava a Whisky e cambaleava como um Walker. Claro que não estava bem. – Você está tão linda! Eu tenho saudades de você.

Ele falou e começou a se jogar em mim. Eu fiquei incomodada com a situação, mas eu meio que não fiz nada pra parar. Ele me empurrou no chão, em cima do meu colchonete e começou a agir como um estranho. Ele tentava me beijar, mas eu não deixei. Ele estava fedendo a bebida, não aguentei o cheiro.

–Fred, por favor. Sai de cima de mim.

Parece que ele não escutava, só continuou. Ele começou a apertar meus braços, estava apertando forte apenas com uma das mãos.

–Fred, sai daqui. Você tá bêbado, nem deve saber o que tá fazendo. Só sai daqui. AGORA!

–Eu to bêbado sim, mas não tão bêbado pra não saber o que faço.

Ele não escutava e eu não queria gritar. Eu falei mais algumas vezes, mas ele só fazia mais coisas e eu não queria que ele estivesse fazendo aquilo. Foi então que eu não aguentei:

–FRED, SAI DE CIMA DE MIM, SEU IDIOTA. VOCÊ NÃO PRESTA PRA NADA, SÓ SABE FAZER MERDA E NÃO SABE A HORA DE PARAR. SAI DAQUI AGORA ANTES QUE EU FAÇA UMA BESTEIRA COM VOCÊ.

–Você falou o que? Sua vad...

Alguém abriu a porta da despensa, era Andy.

–Se você terminar essa frase, você é um cara morto! Sai de cima da Julie.

Ele falou já pegando Fred pela blusa e o derrubando no chão. Andy então começou a bater em Fred, mas ele não estava batendo só pra separá-lo de mim, fazia aquilo como se quisesse matar Fred. Ele batia forte, o nariz de Fred já sangrava muito. Ele pegou pelos cabelos de Fred e começou a bater com sua cabeça no chão, e ele não parava.

–Eu vou ensinar você a ser um homem de verdade e a nunca mais encostar em fio de cabelo da Julie. Idiota!

Quando ele ia pegar sua faca, eu pulei em cima dele e o tirei de cima de Fred. Fred parecia desacordado, mas mesmo assim Andy queria continuar. Quando ele viu o que eu estava fazendo não parava de me encarar com aquele olhar de "me perdoa".


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Notas finais do capítulo

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