End of all days escrita por Bruna TWD


Capítulo 5
Família em primeiro lugar.


Notas iniciais do capítulo

E aí, estão gostando da história??



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"Eu não posso dizer que entendo o plano de Deus, mas quando Cristo prometeu uma ressurreição dos mortos eu achei que ele tinha algo diferente em mente."

–The Walking Dead

Morales. Esse é um nome estranho!

–Seu nome é mesmo Morales? Sério?

–Não, mas eu não gosto muito do meu nome. Prefiro Morales. Só Morales.

–Tudo bem!

–Me desculpa mais uma vez. Você parece ser uma boa pessoa!

–Você também. – eu falei – Tirando a parte que você atirou no meu ombro.

Ele riu, meio sem graça. Percebi que o clima estava mais calmo, sem ressentimentos.

–Tá. Desculpa ser mal educada, mas estou morrendo de fome. Tem alguma coisa pra comer?

Ele riu de mim, me olhou como se fosse uma doida. Mas eu parecia uma doida naquele estado. Ele me levou até uma fogueira, onde assavam carne de esquilo – credo! Comi e confesso, adorei aquela carne.

–Gostou? Um conhecido meu caçava esquilos para nosso grupo comer! – Disse Morales.

–Gostei.

Andy estava lá, sentado. Não foi falar comigo. Acho que estava com mais vontade de comer do que de saber se eu estava bem. Por mim tudo bem.

Ele terminou de comer seu esquilo e me chamou:

–Julie, você quase me matou do coração! Nunca mais faça isso comigo, entendeu? Nunca.

–Nossa, nem parecia. Você estava mais concentrado na sua comida.

–Para de draminha. Eu não comi nada até você acordar. Queria ter certeza de que estava bem. Só comi agora por que você também foi comer, e eu preciso me alimentar.

–Tá. Desculpa.

–Mas como tá esse ombro? Eu fiquei com medo do tanto de sangue que você perdeu.

Uma mulher veio falar comigo:

–É verdade, sua roupa estava ensopada de sangue. Espero que essa roupa aí seja confortável para você. Olá, sou Miranda!

Aquela era a mulher de Morales. Ela é um doce de pessoa, por sinal.

–Ah, muito obrigada pela roupa. Ela é ótima, sim. Obrigada.

Continuei falando com Andy:

–Meu ombro ta doendo, mas vou sobreviver.

Ele quase deu uma batida em meu ombro direito, sempre fazia isso. Mas percebeu que aquele era o ombro ruim. Eu olhei para ele e ri. Nossa, eu estava péssima.

Morales me apresentou a todos do grupo, me mostrou seus filhos. A filha dele, uma graça. O filho, tímido. Depois, disse que aquela barraca poderia ser minha se eu não quisesse dividir uma barraca com algum dos meus amigos. Ata, até parece que ia dividir a barraca com Fred ou Andy. Sem chance.

–Se não tiver problema, prefiro ficar com a barraca azul.

–Tudo bem. Sem problemas!

Ele fez uma cara esquisita pra mim, prefiro não tentar saber o que ele pensou naquele momento. A noite chegou, estava ajudando Miranda com a janta – pois é, saímos de menos de uma refeição por dia para quatro. Um avanço perfeito. O grupo se reuniu todo em volta da fogueira, para comerem juntos e contarem histórias.

Eu preferi sentar mais distante, junto de Andy e Fred. Morales se aproximou de nós:

–Não preferem ficar conosco?

–Não, obrigada.

–Ok. Você tem alguma pergunta, Julie? Seus amigos já fizeram as deles.

–Eu tenho. Quando você disse sobre o cara do esquilo, percebi que foi uma pessoa que conheceu depois dessa loucura? O que houve com ele?

–Bom, na verdade eles.

–Morreram?

–Bom, até onde sei, não. Espero que não. Eram boa gente.

–Então o que houve?

–Resumindo: o grupo todo foi atacado por um bando de walkers, em nosso acampamento. Alguns morreram, mas outros lutaram e continuaram vivos. Quem sobreviveu, resolveu sair dali e ir para Atlanta. Eu preferi ficar com minha família e tentar sobreviver do lado deles. Depois disso, nunca mais os vi.

–Hum... Entendo. Família vem em primeiro, né? Sei bem como é!

Gostei desse cara, ele realmente é de boa fé.

Andy e Fred se levantaram para pegar um pouco de água. Morales continuou ali, conversando comigo.

–Então, o que eles são seus?

–Andy é meu melhor amigo. Quase um irmão. E Fred é...

Nem eu sabia o que eu era mais do Fred, as coisas entre nós estavam meio ruins.

–Ele é uma pessoa importante na minha vida.

–Sei bem como é, eu...

Alguém o interrompeu, um grito. Não acredito, sério? Agora? Esses walkers idiotas. Eram eles, vários deles. Foi horrível, um verdadeiro banho se sangue.

Morales deu um grito para todos pegarem as armas, inclusive eu e os garotos. Cara, eu não sei atirar. Nem me peça isso. Então, Andy pegou uma espingarda e começou a atirar. Eu fiquei admirada.

Infelizmente, todas aquelas armas não adiantaram de muita coisa. Pessoas morreram naquela noite, muitas pessoas. Aquele lugar estava tomado por sangue, corpos, uma catástrofe!

O que mais partiu meu coração foi ver a cara de Morales quando viu toda aquela situação. Novamente, seu grupo foi atacado. Mais uma vez ele perdeu pessoas. Mais uma vez...

Foi então que eu vi, vi Miranda no chão, chorando em cima de um corpo. Ah meu Deus. Era Eliza, filha de Morales. Não, não, não. Ela não. Uma criança, apenas isso, uma criança. Nunca teve culpa de nada, inocente, carinhosa. Uma criança. Aquela cena me partiu o coração. Morales se virou, escutou o choro, o reconheceu. A expressão dele, seu olhar, suas ações. Aquela foi uma das cenas mais tristes que já vi na vida. Um pai e uma mãe debruçados sobre o corpo de sua filha criança, cheia de sangue.

Os pais não deveriam enterrar os filhos, deveria ser o contrário. Aquilo não era justo, nem um pouco. Foi então que percebi: Deus não estava do nosso lado. A fé não importava mais. Ele deixa que isso nos aconteça e não faz nada, não é justo. Pra falar a verdade, a vida nunca foi justa com ninguém. Ver aquela família se despedaçar daquele jeito foi horrível, foi triste. Às vezes, não dá pra proteger todos que ama, infelizmente.


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Notas finais do capítulo

Gostou? Fala aí sua opinião! Acompanha minha outra fanfic também. Beijos!!!



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